sábado, dezembro 31, 2005

Lição nº 5: Ainda vale a pena arriscar



Dar um salto, um passo em frente, em direcção ao desconhecido atrever-se a experimentar coisas novas.
Este ano, pela primeira vez:

- Tive um emprego

- Fui CIL de uma secção escutista

- Fiz a Partida

- Visitei uma cidade estrangeira que queria mesmo visitar (Budapeste)

- Viajei de avião

- Fiquei uma semana na casa de outra pessoa

- Recebi prendas de Natal dos meus amigos

- Fui apalpado por uma mulher

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Lição nº 4: A atenção é selectiva



Se houve coisa que aprendi em 2005, e que espero pôr em prática em 2006, é não querer que toda a gente goste de mim, nem sequer prestar atenção ao que certas pessoas dizem. Há gente na nossa vida a que vale a pena prestar atenção, com que nos devemos preocupar. Mas também há energúmenos e energúmenas que só nos fazem sentir em baixo, e que não deviam. Pessoas que não gostam de nós, que não nos conhecem e que falam mais para destruir que para ajudar. Em 2006, vou dar-lhe smenos atenção e concentrar-me em descobrir aqueles que gostam de mim e que me querem ver feliz. Há gente que felizmente ainda resiste heroicamente à minha companhia, e a essas pessoas um grande "Bem haja". Quanto às pessoas a quem não devo ligar, e acho que algumas sabem exactamente quem são, "Good riddance", já dizia a velha canção dos Green day, e está na altura de me moralizar ao não lhe dar ouvidos. Acho que tenho ligaod muito à opinião de pessoas que simplesmente não mereciam. Essa é uma lição bem valiosa que aprendi em 2005.

Lição nº 3: A relatividade de gostar

Aprendi que gostamos das pessoas pelas suas qualidades, mas amamo-las pelos defeitos que elas têm.

Lição nº 2: Sonhar um degrau de cada vez



Este vai ser rápido, até porque já falei dele várias vezes por aqui. Resumindo, e para contextualizar, um jovem português, uma rapariga húngara, uma viagem a Budapeste, desilusões. A história resume-se assim e é desta maneira que ela aqui vai ficar: resumida: não interessa entrar em grande pormenores. Quero guardar esta história para mim, porque é demasiado complexa para explicar e é uam experiência só minha, com que muita gente brinca, mas não devia. Porque para mim não é brincadeira: é uma coisa muito séria. Se alguma vez eu estive perto de encontrar a tal rapariga, foi desta vez.

A grande lição a tirar daqui é nunca sonhar muito alto, pois iludirmo-nos não é coisa boa de se fazer, principalmente quando essa ilusão envolve estarmos apaixonados por alguém. De facto, em parte a culpa é minha: como é que alguém com o meu historial amoroso foi sequer pensar que conseguiria concretizar esta é inacreditável. Acho que foi o facto de gostar tanto dela que me permitiu ir mais além da razão, e do meu próprio cinismo e pessimismo. Esse foi o poder que ela teve sobre mim; e acho que ainda tem. De qualquer forma, não me arrependo desta história toda. Ela é uma pessoa importante na minha vida, inspira-me artisticamente e faz-me pensar sobre a existência de uma forma diferente.

De facto, ela provou-me que a vida injusta e que se eu estiver errado e existir mesmo um grande plano para cada um, o meu não pressupõe felicidade imediata. Ainda quero acreditar que a pressupõe de todo, seria azar a mais. Se a vida fose justa, seríamos ambos da mesma nacionalidade, vivendo no mesmo país e nesse caso, tudo correria bem. O Homem pode pensar que controla tudo, mas a distãncia geográfica ainda é um obstáculo neste mundo dito globalizado. No entanto, ainda somos amigos. Ambos queremos isso. Esta é outra lição mais positiva que aprendi: a amizade pode sobreviver à distância. Ao menos isso.

Não se pense no entanto que perdi a esperança. Nada disso. Eu nem acredito em almas gémeas! E ainda sou novo. O ser humando vive em média até aos anos. tenho muito tempo. Mas ela já se despachava, não?

Lição número 1: Chorar? Sim...

No meu tempo de vida, não morreram muitos parentes próximos; e por próximos, entenda-se que o grau de parentesco mais distante será o de um bisavô. A primeira foi a minha bisavó Ermelinda, que morreu mês e meio depois de eu ter nascido. Não quero acreditar que eu tenho sido um presságio agourento... O que conta aqui é que eu não tinha sequer notação do que era vida, quanto mais o que era a morte. Tinha mês e meio! Se me dessem leite materno e o conforto de um cobertor quentinho, era o Paraíso para mim. Embora ainda hoje se sintam os efeitos desse lgado de preferências (continuo a procurar uma mulher que me dê de mamar e que me aqueça debaixo dos cobertores) o certo é que nem seuqer tenho memória da cara da senhora e se não fosem fotografias, não saberia hoje como era. O segundo foi o meu bisavô Basílio e aí já tinha a bela idade de 12 anos, ou seja, já teria pelo menos a ideia do quer seria o mistério da morte e o que pode provocar o falecimento de alguém. Lembro-me que cheguei da escola (e, estranhamente, as mortes seguintes têm sempre algo a ver com esta instituição), e a minha avó paterna me deu a notícia. Sabem como é que que eu fiquei? Como se ela me tivesse dito "A cama está ali e ali atrás é a sala." Exacto, não me aqueceu nem me arrefeceu. Acho que perguntei apenas: "Quando" e "Os meus pais chegam tarde?", e fui tomar banho.
O segundo foi o meu avô paterno, Hélder, 2 anos mais tarde. Morreu subitamente, de uma trombose, seguida de um AVC. Mais uma vez, chegava eu da escola e a minha mãe contou-me que ele tinha morrido. O meu avô Hélder e eu não éramos muito próximos, apesar de ele viver perto de minha casa, contrariamente ao meu bisavô, que morava noutra localidade. Novamente, o mesmo sentim,ento de indiferença: não gostava muito do avô Hélder, tinha modos crispados para com os netos e eu também não era propriamente a pessoa mais ponderada e calma quando era adolescente, por isso dava sempre faísca. Novamente, indiferença. As tragédias comuns pareciam não ter efeito em mim. Até então, se chorara, fora em criança, por ter levaod uma palmada ou esfolado os joelhos. Podia sentir comoção, mas não conseguia chorar. Nem prendia, nem nada: apenas nunca fora capaz de chorar.
E continuei a não ser capaz de o fazer nos anos seguintes. Não que não tenha tido momentos dolorosos na minha vida, tive-os. Para além disso, tive-me como principal inimigo, o que é um grande problema para a minha estabilidade emocional. Ainda assim, estoicamente permanecia. Até que 2005 marcou o ano da derrocada dessa muralha. No dia 21 de Abril, saía eu da escola, vindo de dar uma aula de apoio a alguns alunos meus, quando o meue telemóvel toca. Era a mninha mãe. A minha avó Lurdes, avó materna, acabara de falecer. Ainda me custa escrever isto... Na altura, parecia que um comboio desgovernado tinha passado sobre mim. Aquela mulher era referência basilar da minha infância, literalmente fora a minha segunda mãe. Ela gostava de mim como se eu fosse filho dela, talvez por razões que agora não interessa aqui explicar. Mas tínhamos uma relação muito próxima e ela ralava-se comigo para lá do que é paranoicamente aceitável. E morrera. Vim para casa, meio abananado e quando cheguei, abracei a minha mãe, que chorava e nem sequer tive tempo para descansar: fui directamente para o velório. Não tenho plena memória do que se passou, mas lembro-me de estar junto ao caixão onde repousava, fria, a minha avó. Tocar na mão dela gelada terá sido, porventura, dos momentos mais doloros pelos quais passei nestes 23 anos em que vivi. Estava ali e eu não podia negar, nem enganar-me, nem iludir-me: estava morta. Branca, pálkida, fria: um cadáver. E o único sítio onde ainda vivia era na minha cabeça, onde relembrava todos os momentos que passara com elas, desde a infância, até ao último ano e meio, onde estive à beira da cama dela, onde sofria de um enfisema pulmonar. Ainda assim, com choro à minha volta, luto, dor, vozes de cana rachada entoando orações da tanga, eu permanecia como o centro inabalãvel daquele mundo, confortando toda a gente, com presença de espírito suficiente para faezr rir o coitado do meu primo Ricado, que nem sequer conseguira encarar a visão cadavérica da nossa avó. Nunca descobri como o consegui fazer, nem me parece que o descobrirei. Mas por uma vez na vida, senti-me felkiz por ser cínico, sarcástico, de conseguir fingir que sou distante. Por momentos, sei que levei conforto a pessoas que dele precisavam.
No dia seguinte, no funeral, repetiu-se a cena. Era novamente eu a torre de pedra que não desmoronava perante a tempestade e confortava os outros. Não queria ir ao funeral, detesto-os. Para além disso, sou agnóstico. Mas fui. Era a minha avó, porra.
E até ao fim caminhei, até colocarem o caixão na cova: fez-se a última oração, a terra aceitou-a lentamente, enquanto o coveiro despejava sobre ela a terra em redor do buraco. A multidão que compunha o cortejo fúnebre (e era muita gente) começou a dispersar. A certa altura, reparei que era eu o único a permanecer, a observar a última viagem da Maria de Lurdes Basílio. Nese momento, quando realmente me apercebi de que nunca mais a voltaria a ver, chorei. Deitei lágrimas como uma criança, e sem ninguém para me consolar. Fiquei ali sozinho, a olhar o buracpo já tapado, e exprimir aquilo que me fluía nos olhos. Pensei então em algo sobre o qual reflectira tempos atrás: se a Morte viesse e me desse a escolher qual dos vaós iria em último, eu escolhia-a sem pestanejar. Acho que também chorava um pouco por isso: por me aperceber de que não ia escolher, e que as pessoas boas vão e as más ainda por cá continuam muito tempo. A vida não é justa, pensei; e chorei por isso. Porque não devia ser assim.
Desde então, fui uma vez à campa dela. Custou-me. Desde então, não voltei lá, mas talvez o faça neste início de ano. Tenho saudades dela, mas agora não choro. Agora rio. Porque tenho a certeza de que a Lurdes gostava mais me ver a rir do que a enxugar água salgada das faces.

Grandes lições de 2005



Quando se chega ao final do ano, uma parte de nós está encarregue de fazer a avaliação do mesmo: quais foram os melhores momentos? E os piores? Terei feito a opção correcta quando levei a camisa cor de rosa à festa dos Ferreira? Devia ter dito à minha namorada que as calças novas a faziam parecer gorda? Será que a alergia a pele de crocodilo que a mala dela provocou na minha cara afectraá a minha performance sexual aos sábados à noite?
Só perguntas legítimas que fazemos a nós próprios. A juntar-lhes, uma final e derradeiras: que lições tirei eu deste ano? A vivência humana é toda ela feita de aprendizagem, daquilo a que aprendemos a chamar na filosofia de praxis. Não somos meras bolas brancas que giramos nesta roleta a vermelho e preto que é a vida: andamos aqui para ver se ganhamos juízo e descobrir que apesar de tudo isso, aos 60 anos cometemos os mesmos erros que quando tínhamos 20. É sempre bom aproximarmo-nos do ocaso da vida e concluirmos que por vezes não fizemos nada de jeito ou que não aprendemos sequer nada quando fizemos nada de jeito. Acho que é essa a magia da vida: mesmo quando não aparentemente a fazer nada, estamos a viver. Ás vezes, é escusado estar com grandes ideias e projectos: John Lennon disse, e com razão, que a vida é o que acontece enquanto fazemos planos. Bem verdade: enquanto estamos ocupados a descobrir como viver, a vida passa-nos ao lado; mas se não nos preocuparmos com o nosso futuro e os nossos sonhos, o mais provável é que esse acto de existir seja apenas bilógico: comer, beber, andar e respirar. Qu encanto é esta vida, cheia de paradoxos e dilemas! Brilhante!
Nos posts seguintes, explanarei as lições mais importantes que aprendi este ano. A maior parte delas advém de ter passado por experiências no mínimo incomodativas. No entanto, erguendo o lema Montypythoniano, "Always look to the bright side of life". Se é mau e aconteceu, como poso transformar isso em algo de produtivo? Não será um guia sobre como fazê-lo, mas espero que sirva para pôr os leitores a pensar.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Uma coisa que me chateia é...



...quando as pesoas tentam discutir História comigo, e pensam que sabem mais que eu têm razão neste campo. Aacaso eu quando vou ao médico estou a ensiná-lo onde ficam os órgãos do corpo ou que exames devo fazer? Ou quando falo com um engenheiro sobre casas lhe tento dar uma lição sobre a melhor maneira de reforçar as fundações de um edifício? Ou quando discuto biologia com um biólogo disserto longamente sobre fungos com a plena certeza de que estou correcto?
A resposta é não.
Por isso, porque é que a malta das ciências sociais e humanas não merece o mesmo respeito? Eu sei que somos de História, mas ainda assim merecemos respeito.

Melhores do ano: música

A música é certamente a área que menos domino das 3 que vou analisar, e aquela onde menos vou ao fundo do baú, à procura de novidades. No entanto, e aplicando o mesmo critério, aqui estão o meu melhor de 2005

Melhor álbum

1 - "Funeral, The arcade fire

2 - "You could have it so much better", Franz Ferdinand

3 - "Extraordinary machine", Fiona Apple

4 - "Demon days", Gorillaz

5 - "Get behind me, Satan" - The white stripes

Menções honrosas:

1 - "American Idiot", Green Day (é de 2004, mas foi certamente o álbum que mais ouvi em 2005)

2 - "Una mattina", Ludovico Einaudi

terça-feira, dezembro 27, 2005

Um pormenor

A maior parte das pessoas têm um enorme defeito, que partilho com elas, que é o de não repararem nos pequenos pormenores. Um deles, e que me afecta particualrmente, é o de quando chegamos a uma mesa de café e nos sentamos, as duas cadeiras ao nosso lado ficam desertas de imediato. Toda a gente se vai sentar nos restantes lugares em redor da mesa, excepto naquelas duas cadeiras. Claro que acerta altura não há mais lugares para nde fugir e inevitavelmente, alguém tem de se sentar ao meu lado. Noto nisto e já o disse a várias pessoas, que me chamam de parvo e que tenho ilusões que não é nada disso. Bem, o certo é que me está sempre a acontecer. Já se deu até que pessoas se sentam ao meu lado e depois, provavelmente porque não tomo banho há seis meses, devem-se aperceber de um cheiro esquisito e mudam imediatamente de lugar para o canto oposto da mesa.
Claro que ainda gosto que me digam que isto sou eu a ser paranóico. Claro que é. Aliás, semprer adorei que certas pessoas me vejam como maluquinho. É algo que me favorece claramente o ego e a auto-estima, algo de que as pessoas se queixam sempre, que anda muito por baixo e não percebem porquê. Pois.

domingo, dezembro 25, 2005

Os melhores do ano: Televisão



É sempre costume, à medida, que o ano se aproxima do seu término, haver listas de mlhores do ano e assim. Este blog não quer fugir à moda e irá, durante esta semana, publicar os nomes daqueles que, segundo a minha humilde opinião, fizeram o ano nas suas determinadas áreas. Poderõa não ser exactamente de 2005, mas como os descobri apenas neste ano, passam a ser. Começamos pela televisão.

Personagem do ano


1- Gregory House ("House") - Já falei dele noutro post e basta dizer que carrega o programa às costas. Bendita a hora em que David Shore se lembrou de a criar!

2- Malcolm Reynolds ("Firefly") - O carismático capitão da Serenity é um personagem extremamente bem construído por Joss Whedon e autor das algumas das mais inspirada spunchlines do anos. Além disso, é composto de várias camadas que se vão revelando ao longo da série, algo que adoro em personagens

3- Jin Kwon ("Lost") - Neste momento, o meu personagem favorito da série. O quanto ele transmite sem falar inglês e o sue trajecto na ilha são dos mais complexos que lá estão, e com um história passada consistente e reveladora da sua verdadeira natureza, jogando com as nossas ideias preconcebidas sobre alguém. Sabe bem vê-lo gozar um momento de glória agora.

4- John Locke ("Lost") - O homem mistério da ilha, e ninguém sabe muito bem, até à 2ª série, de que lado ele está, ou para onde rema. Formará com o Mr. Eko a grande dupla da 2ª série de "Lost", e prevêem-se novos usos dados aos cantos escuros da Escotilha...

5- Veronica Mars ("Veronica Mars")- Kirsten Bell encarna na perfeição a personagem de Veronica Mars, uma miúda esperta que antes andava com os mais populares da escola e agora é uma espécie de mulher de armas sem grupo definido, que resolve os casos que cada aluno da escola lhe traz, e tenta resolvel mistérios passados, enquanto vive os dramas da uma teenager de 17 anos. É uma personagem complexa, dividida entre o amor à verdade e ao pai, enquanto que pelo meio os fantasmas do passado se intrometem.


Cena do ano

1 - "Fuck!" - (Episódio "Old Cases", "The wire") - Uma cena de 4 minutos envolvendo apenas a palavra "Fuck". É o quanto este momento é brilhante.

2 - Início da segunda série, dentro do alçapão (Episódio "Man of science, man of faith", "Lost" - O plano ascendente que vai desde o fundo do alçapão até Jack, Kat, Locke e Hurley é a certeza de que aquele homem que vimos anteriormente, armado até aos dentes, e vivendo num ambiente muito seventies é o ponto de partida da parada de bizarria que é esta série.

3 - A descoberta do pai (Episódio "Meet Mrs Smith", "Veronica Mars") - Não querendo revelar a cena, foi um dos grandes twists do ano, em qualquer área de ficção.

4 - O salvamento do gato (Episódio "Cursed", "House") - Uma pérola brilhante de argumento, da forma mais simples de encadeamento lógico. Até o próprio DR. House ficou admirado.

5 - Locke anda (Episódio "Walkabout", "Lost" - season 1) - Todo o episódio, todo o choque de conhecer Locke nos conduz ao momento que que nos apercebemos da deficiência passada de John Locke. Brilhante!


Série do ano

1 - "Lost" - Seo reality show "Survivor", David Lynch, "The X-Files", "The twilight zone" Paul Thomas Anderson se condensassem num só, este seria o resultado. Um entretenimento certeiro, mas ao mesmo tempo um estudo perturbador e profundo da natureza humana, sobre a redenção e sobre a forma como o passado influi no presente. Para além disso, é marado como o caraças! A série com mais mistérios por metro quadrado do momento.

2 - "Firefly" - Um western no espaço será a mlehor forma de a definir. Se juntarmos a isto os diálogos à la Joss Whedon temos entretenimento de primeira água, num programa inteligente que trata o espectador com respeito.

3 - "House" - OA cura para todos os dramas médicos. Que série que se quer dar ao respeito teria como personagem principal um médico como o Dr. House. Neste momento, a série com melhores one liners da televisão actual.

4 - "Harsh Realm" - Chris Carter viu esta sua série cancelada, acerca de um mundo virtual criado pelo exército, dominado por um coronel, Omar Santiago, que se prepara para conquistar o mundo real. Um soldado, Tom Hobbes (reminiscência do filósoifo inglês Thomas Hobbes) tem a missão de o deter. Matrix meets conspirações militares.

5 - "The wire" - Um mosaico do combate ao narcotráfico em Baltimore, abordando o ponto de vista dos polícias, mas também dos traficantes, fazendo-nos questionar sempre quem afinal são os maus da fita. Do mesmo autor de "Homicide: life on the street", mantém o realismo e a qualidade de diálogos e de caracterização de personagens.


Cast do ano

1 - "Lost" - Um cast extenso, mas todo ele de excelente qualidade, imprescindível para tornar credível uma série com um ponto de partida estranhíssimo. Nota alta para todos, mas especialmente para Josh Holloway, Naveen Andrews, Terry O'Quinn, Daniel Dae Kim, Matthew Fox e Evangeline Lilly. Vai bem, a miúda

2 - "Firefly" - Um conjunto de inadptados, capazes de construir personagens carismáticas, mas ao mesmo tempo humanas. Destaca-se naturalmente Nathan Fillion, embora Ron Glass, no papel de pastor Brooks, seja também um achado.

3 - "The wire" - Entre traficantes e polícias, a sensação do real. Não há uma única falha. Dominic West, John Doman, Idris Elba e Sonja Sohn estão on fire.

4 - "The fast show" - 5 ou 6 actores cómicos, mas destaque óbvio para Paul Whitehouse. Um dos melhore cómicos britânicos da actualidade.

5 - "House" - Mais um casting bom, embora com um actor dominante: Hugh Laurie, o melhor actor do ano.


E aqui está. É uma lista breve, mas concisa do que de melhor vi este ano. Esta semana, seguem-se as próximas.

Agradecimentos

Um muito obrigado às pessoas que me deram prendas de Natal, pois são elas que ainda me fazem acreditar que há por aí alguém que ainda me estima. Pronto, elas e todas as pessoas que não vão dizendo "És um palhaço, Avelino." Essas também me mantém a esperança em alta. Um obrigado especial à K, à Lisa, à Rita e à Libânia. Como não são da família, bem merecem um abraço e dois beijinhos.

Já agora, alguém viu por aí o Zé Carlos?

P.S Pai Natal, estou muito zangado contigo. Até agora, népia de satisfazer nenhum dos meus pedidos. Estás chateado por ter dit0o que não acreditava em ti? És muito raivoso, pá. Ao menos o tei rival sempre fala em perdão e tal. Tinhas muita coisa a apredner com ele!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Carta ao Pai Natal



Olá, Pai Natal. Queres mesmo que te chame isto? Há quem diga que te chamas Nicolau. Telefonei para a Conservatória e não tinham lá o teu registo. Poderia-me ter informado na Finlândia, mas qualquer um sabe que perceber finlandês é mais difícil que entender húngaro... No meio do meu humor retorcido, pensei numa pleíade de nomes para te apupar: badocha, pote de banhas, boneco da MIchelin em lã vermelha, pedófilo de barbas brancas ou mesmo Eduardo Prado Coelho, mas achei que, uma vez no ano, devia ser eu mesmo. Por isso deixo a acidez e o sarcasmo de fora e trato-te pelo teu nome artístico. Não é grande coisas, mas vendo bem as coisas, há quem mude para Marco Paulo.
Continuando na onda de sinceridade, deixa-me dizer-te que nao acredito em ti. Até gostava, mantinha alguma espécie de chama viva em mim, mas já sou suficientemente lunático para espalhar por aí que acredito num badocha de vermelho que desce chaminés e distribui prendas às crianças. Além disso, não sou homem de grande fé: também não creio no teu concorrente directo, o Menino Jesus. Ou Emanuel, que é o que o pai biológico dele lhe chama. Pensando bem, não o percebo, pá. Então ele chama-se Emanuel e quer que lhe chameme Jesus? Bem, tendo pais com nomes como José e Maria, ele tinha de arranjar um nome fixe. Tipo Jesus; e tinha razão: pegou! Além disso, sempre é mais fixe dizer que se é filho de Deus que do José e da Maria. Além de Messias, ele era um génio do marketing! Ainda assim, se o gajo existir, deve ter um conjunto de problemas existenciais que não lhe invejo: imagino-o a olhar para este mundo, enquanto bebe um copo e se pergunta, às vezes, porque raio é que morreu na cruz. Parecendo que não, deve ser doloroso, e apesar da ressurreição, sempre morreu, caramba! É por isso que não sei qual dos dois tem a missão mais difícil: tu carregas presentes e conduzes um trenó puxado por renas mal-cheirosas e ele, ao que parece, carrega com os pecados da Humanidade. Só com o Saddam, o homem deve ter ganho uma hérnia discal, coitado!
Mas chega de críticas, pote de banha. Natal é época de concórida e não podemos andar aqui a malhar na concorrência.
As cartas que recebes são de gente muito pedinchona. Geralmente, de crianças, que pedem brinquedos. A definição de brinquedo para uma criança pode ser muito alargada e ir desde uma boneca a um computador topo de gama, passando pela Força Suprema do Son Gokou ou o pirete máfico do Cristiano Ronaldo. É mágico o mundo das crianças, e confesso que gostava que um dia me fosse dada a possibilidade de reviver a fase da infância. Mas sendo agnóstico, a quem posso pedir, não é? À ciência? Nem por sombras: há anos que lhe pedimos tanta coisa e temos sido frustrados que realmente não podemos ver nela um Deus... Não podemos ser crianças a esse ponto: se por um lado a ciência nos deu a televisão e a conquista do espaço, por outro criou o papel de alumínio e os peelings. Já para não falar da assustadora da posibilidade de um dia, enquanto estamos a ser operados, o cirurgião acender um cigarro junto às botijas de oxigénio, e nós de repente nos vermos a voar por cima da cidade, deitados numa marquesa... Os pedidos que te trago são mais mundanos e se calhar mais difíceis, pois por muito especializados que os tes anõs sejam, acredito que isto foge bastante da sua área de acção. Isto sou eu a dizer, que não conheço anões. Bem, conheço uma, assim pequenina, mas ela é mais neurobiologia.
O meu primeiro pedido prende-se com o Glorioso: dá-nos lá o caneco outra vez, pá! Bem vejo que vestes de vermelho, por isso nem disfarças o clubismo; e vê lá se arranjas uma abre-olhos ao Koeman e o fazes ver que aquele Beto só é jogador do Paços de Ferreira para baixo! Mete o Karagounis a jogar menos futebol de praia e concerta as pernas ao Simão e ao Moreira. Já que estás por essas bandas, e se ainda tiveres tempo, dá um jeito na fronha e na fala do Petit e arredonda um pouco mais a cabeça do Luisão. É que às vezes, julgo estar a ver o "E.T", em vez de um jogo de futebol...

A segunda prende-se com uma coisa mais pessoal e que me irrita há algum tempo: podias arranjar uma forma de me desencalhar? Não sei, fazer-me uma de encomenda ou assim. É que já nem sei mais o que fazer. Eu faço um esforço, a sério que faço: tenho uma rapariga de quem gosto muito e outra por quem estou interessado, mas não devia. Assim uma daquelas coisas que nem devemos pensar para nós próprios, porque não vale a pena chatices que não queremos enfrentar. Bem, acho que esta observação vale para as duas. No primeiro caso, penso que ainda poderias ajudar, tipo ofercendo-me um aparelho de teleporte para a Hungria ou assim, que eu pudesse utilizar regularmente. Já me safava! Sempre me alegrava um pouco, pois é muito difícil estar longe de pessoas de quem gostamos muito, e que nos fazem realmente acreditar que a vida, além de valer a pena, é profundamente injusta. No segundo caso... Bem, é melhor nem pensar nele, a vida é tão bonita e eu já tenho chatices de sobra, pá. Portanto, o aparelho de teleporte é a prenda neste segundo pedido. Mas se fizeres algo em relação ao segundo, não era pior. É Natal, portanto pedir não faz mal. Além disso, o primeiro caso é daqueles de que me estou a tentar desligar. Mas ela não torna as coisas fáceis, boneco da Michelin em lã vermelha, não torna não. É aquela velha história do "Longe dela, dói-me das duas maneiras".

O terceiro pedido era para me dares esse dom raro que é perceber as pessoas. É que não as consigo perceber mesmo. Principalmente se gostam ou não de mim; e se não gostam, porquê. Há quem goste de se se sentir tipo esterco, mas eu não. Para me deixar de sentir assim, teria de abdicar de uma coisa que prezo muito, que é a criança que vive plenamente dentro de mim, e que além de ser parva, é mais frágil e ingénua do que as pessoas geralmente pensam. Mas gosto demasiado dessa criança para a querer matar. Por isso, outro favor: dá-me mais confiança, pá, faz com que algo de que eu precise realmente me corra bem. Qualquer coisa, tipo o segundo pedido, faezr com que as pessoas não tenham medo de mim e se aproximem de mim ou que simplesmente me dêem abraços, beijinhos ou me façam festinhas sem que eu tenha de lhes pedir, ou suplicar. É que sabia bem, Pai Natal, e já há muito que não me fazem isso. Custa, é verdade, mas bem diz uma amiga minha que eu até sou bastante normal para quem se sente tão sozinho. Que achas, pedófilo de barbas brancas?

Quarto pedido: queres vir fazer os meus trabalhos de Mestrado por mim?

Quinto pedido: tenho uma amiga minha de quem gosto muito, embora às vezes fique com a ideia de que ela me olha assim um bocado de lado. Mas hei, sou eu, o paranóico. Podias criar uma ponte aérea expresso entre Bradford e Ceira? Ela agradecia, e eu também!

Sexto pedido: Inspiração. Sei que parece parvo eu pedir isto, mas queria uma ideia genial, em vez das muito boas que às vezes tenho. Pode ser?

Sétimo: Bem, este vai ser o último. Podia pedir a paz no mundo, mas estaria a bater à porta errada; e quem diz paz, diz acabar com a fome, com a doença e a pobreza. Por isso, uma coisa simples: faz-me sentir menos frágil, ok? Estou farto de o ser. Torna-me forte como tu, assim tipo Eduardo Prado Coelho, mas sem as banhas. Já sou gordo o suficiente.

Vá, e fico por aqui, que tu estás com pressa, e deves usar óculo de vista cansada. Não te quero maçar, pá. Desejo-te uma boa viagem de trenó e cuidado com os Boeings, os OVNI e um ou outro militante do bloco de esquerda ganzado!

Muito cordialmente
Bruno Ricardo

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Faz anos hoje...



... um dos maiores realizadores de todos os tempos, e que se cale a abutrada do costume, a brigada que se uniu contra ele e as suas obras: Steven Spielberg, mestre e senhor do celulóida, chega hoje aos 59 anos. Um homem que faz "War of the worlds" e "Munich" no mesmo ano tem uma pedalada invejável. Muitos parabéns e fica um desejo pessoal: traz lá o Indy IV, pá!

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Eu quero para o Natal..



1 - A Scarlett Johansson

Fibrilhação



Falámos hoje ao telemóvel, culpa de um pretexto. Senti-me bem ao ouvir a voz dela e ela ria-se de cada vez que eu falava. Encaixávamos mesmo na trapalhice de uma conversa à distância. Mostrámos um pouco das nossas vidas um ao outro, e por momentos sentimos que estávamos ambos na mesma casa de banho. Soube-me bem. E quanod desci as escadas para me aconchegar à lareira, senti-me sozinho e frio. Deixara o calor lá em cima.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Mais um participante!

Parece ser hoje o início oficial do campeonato mundial da Estupidez, Canalhice e afins! O blog "I'm a complex guy, sweetheart" é quem acompanha esta competição e depois de já ter anunciado o casal espancador de Viseu, George W. Bush e Mahmud Ahmadineyad como concorrentes, eis que o presidente do Vitória de Setúbal, Chumbita Nunes, se junta à contenda. As suas afirmações de que NOrton de Matos só não foi despedido por misericórdia e que é ele a voz de revolta dos jogadores garantem-lhe entrada directíssima, e sem necessidade de play-offs, na competição, pois só alguém que foi alvo de uma lobotomia profunda consegue proferir estes urros, quando o clube que preside não paga aos jogadores desde Setembro e ainda assim está em 3º lugar no campeonato.
A sucessão de candidatos nesta semana tem sido apaixonante e lançam-se apostas sobre qual será o sector que fornecerá o concorrente seguinte. Eu acho estranho que a política portuguesa ainda não tenha lançado o seu homem.

Separados à nascença



Após ter procurado durante muito tempo no mundo ocidental, nas pessoas de Sílvio Berlusconi e de Santana Lopes, George W. Bush encontrou finalmente um irmão de armas em estupidez onde menos esperava: no Irão. O presidente iraniano Mahmud Ahmadineyad prvou ser um George W. Bush do mundo árabe, com o sue último êxito, que se segue aos recentes "Israel devia ser riscado do mapa" e "O holocausto nunca existiu": "A matança de judeus é um mito criado pelos judeus da Europa". Como mestrando de HIstória, tenho de amditir que sempre desconfiei diso e esperava que alguém comprovasse a minha teoria. Aliás, Auschwitz, Bierkenlau ou Bergen-Behlsen sempre me pareceram campos de férias; as numerosas referências por parte de líderes nazis a uma "Solução final" para os judeus são claramente menções encapotadas a um aumento de impostos; e ninguém percebe o que são aquelas fotografias com cadáveres ressequidos e queimados em câmaras de gás.

Doutoramento Honoris Causa para este homem já!

Porque é que somos o bicho mais inteligente

Se há momentos em que o timing é inimigo de Portugal (porque o é: Santana Lopes, por exemplo, teria sido figura de proa nos tempos idos do Barroco português, nos séculos XVII e XVIII, com todo o fausto, loucura e deboche; Paulo Portas já teve o tempo em que podia ter enveredado pela carreira eclesiástica, sendo certo que hoje seria Papa e nos teria livrado do seu arrepiante consulado à frente do PP; e homens e mulheres como José Cid, Manoel de Oliveira, a falange de boys do PSD e do PS, Vera Roquette e boa parte dos dirigentes de futebol portugueses mostram a ausência de um sentido preciso de timing de retirada), hoje foi um deles. Não é que no dia em que a ONU publica uma estatística que a todos orgulha, como é a do decréscimo da mortalidade infantil em Portugal, surge a notícia de que um bébé de 50 dias deu entrada no Hospital Pediátrico de Coimbra com sinais de abusos físicos? O espírito choca-se e treme; e quando se pensa que a coisa já é má, surge que afinal o bébé fora vítima de abusos sexuais. Mas a minha alma fica completamente parva quando leio que a criança fora atendida anteriormente por 4 vezes nos hospital de S. Teotónio de Viseu, por razões semelhantes, e que a Comissão de Protecção de Menores recomendara que o bébé ficasse à guarda da avó materna, debaixo do mesmo tecto dos pais, ele com 22, ela com 20.
Claramente estamos a entrar num mundo à parte e em que qualquer intelectualização deste acto, uma proeza só possível ao alcance da psiquiatria do século XX, não pode intervir. O que terá levado duas pessoas a cometer tais abusos sobre tão tenra alma humana? A Natureza? Sim, há animais que comem as crias. Mas esses não possuem esse dom tão belo que é a inteligência. Bem, pensando bem, nem os pais deste bébé, o que os coloca em pé de igualdade... Mas os bichos comem as crias porque têm fome; e que eu saiba, não lhe andam a dar porrada durante semanas antes de as comer: abocanham-nas e pronto! Parece horrendo, mas é a fome que aperta. Na civilizaão ocidental, há o McDonalds, que destrói sistemas digestivos, mas resolve este género de problemas.
Podem os pais alegar que o bébé os incomodava. Realmente, o choro é uma coisa chata. Já li sobre casos de gente que para calar os seus bebés os atiraram da janela ou simplesmente os meteram dentro do microondas. Ligado... Por isso, bater pode parecer a melhor solução, mas além de sujar a carpete (o que para a família média portuguesa é sempre um incómodo, bem superior ao espancar de uma criança...), poderá fazer a criança berrar de goelas bem abertas. Qualquer pessoa minimamente inteligente sabe que bater em alguém só causa dor e no caso das crianças, choro. Esperem, eu disse pessoas inteligentes. Esqueçam... Bolas, este caso parece realmente indefensável!
Quanto aos abusos sexuais... Bem, podem-me chamar limitado, mas eu até compreendo o impulso que leva homens a violar mulheres. Já a violação de bébés vem mostrar, de forma inequívoca, que Portugal é o pioneiro definitivo em práticas pedófilas e que os arguidos do processo Casa Pia eram claramente uns retrógrados, habituados a géneros de vida sexual claramente ultrapassados. Claro que, no meio de tudo isto, alguém, de preferência os pais da criança ( se partirmos do princípio que conseguem, pois para se explicar algo, é preciso alguma sageza e inteligência, que, como já se viu, não moram aqui) como é que alguém tem prazer em violar um bébé de 50 dias. A sério, gostava de saber. Têm vidas sexuais frustrantes? Eu também, pá, e no entanto não me lembro sequer de alguma vez ter pensado nisso. Carnes macias? Não sei, não gosto de fiambre; Acham sexys bébés em fralda? Nesse caso, sugiram que mudem a prescrição dos vosso óculos.
Chegados aqui, a conclusão, que parecia dúbia, confirma-se: NÃO HÁ JUSTIFICAÇÃO! Sinto por isso curiosidade em verificar algumas coisas, de futuro:

1 - Porque é que foi precisa uma quinta ida ao hospital de Viseu para os pais desta criança terem sido acusados de maus tratos infantis? A desculpa do "Caiu na escada" só devia ter resultado umas duas vezes...

2- Irá o advogado alegar insanidade mental? Por muito que me agrade, é um coisa demasiado óbvia e lembremo-nos que para se ser insano mentalmente, é preciso possuir faculdades mentais...

3 - Será que alguém se irá lembrar que por um caso que nos choca em Portugal, há dez ou vinte diriamente noutros países cujo nome nem conseguimos pronunciar? Seria interessante ver se haveria uma revolta tão pungente se fosse alguma das crianças chinesas maltratadas apenas pelo facto de terem nascido do sexo feminino...

4 - Quem terá coragem para vir a público apelar à confiança nas instituições? Eu não, de certeza!

5 - Pena de morte para este caso, como há quem tenha sugerido? Claro que não: porque pouparíamos esta gente a abusos sexuais na prisão e uma vida inteira de achincalhamento público?

6 - No fundo disto tudo, há uma coisa boa: a memória das crianças só começa a formar-se em pleno aos 3 anos. Por isso, quando ele crescer, falará com os amigos sobre quando aprendeu a andar de bicicleta ou do boneco de plasticina que fez na primária e não daquela vez em que os pais foram presos, por terem a mão pesada. O corpo humano é uma máquina a que agradecemos poucas vezes...
Claro que quem lê isto espera que eu avance com uma explicação cabal. Durante uns momentos, preferi acreditar na Estupidez; noutros, na Maldade. No fim, lembrei-me que afinal tudo isto só pode desembocar na falta de cultura do povo português e a sua falta de leitura. Se tivessem lido Fernando Pessoa, saberiam que "o melhor do mundo são as crianças". Claro que me chateia saber que ainda é preciso recorrer a citações para nos vergarmos à evidência de tal verdade, mas para não me deixar abater pelo horror do mundo, é a explicação que quero reter na cabeça.

Qual Kasparov!



Neste domingo, o central Anderson, do Benfica, provou inequivocamente que mesmo faltando Luisão, a melhor maneira de ganhar ao xadrez é usar as Torres.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Ai é preciso saber falar português?

Os comentadores de futebol, embora mereçam a nossa compreensão como qualquer profissão, são dos cómicos involuntáiros mais óbvios do país. Seoutros exemplos não houvese, bastava ver este Benfica-Boavista, quando a certa altura o locutor dispara a seguinte frase: "O infatigável Petit é uma pedra nuclear no futebol do Benfica, mas começa a mostrar sinais de bastante cansaço." E perante isto, calo a piada.

sábado, dezembro 10, 2005

He still got it!



"Just trying to shake off the feeling of morbid resignation."

(Woody Allen, comentando como se sentia após ter feito 70 anos)

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Se o meu corpo fosse um circo...



... o local onde estão comprimidas as minhas emoções seria um trapézio, tal a forma como balança entre áreas tão díspares como o amor pelas pessoas, o ciúme roedor, o ódio demoníaco e a auto-comiseração destrutiva; e o pior de tudo é que lá em baixo, não há rede!

terça-feira, dezembro 06, 2005

Séries que não passam por cá



Numa rubrica que inicio aqui, gostava de começar com "House", drama hospitalar transmitido pelo canal Fox norte-americano. Antes que se ocmece a pensar que aí vem mais um "E.R" ou "Chicago hope", urge descansar o leitor e dizer que desta vez, os médicos bons samaritanos como os doutores Ross, Green e Carter ficaram em casa. A séria, apesar de ser sobre uma equipa de médicos, é acima de tudo acerca do seu mentor, Gregory House, um médico arrogante, cínico, sarcástico, desagradável e ácido que espalha lemas como "Os pacientes mentem, toda a gente mente" ou "Não é o meu dever gostar dos pacientes, é meu dever curá-los". Trata os doentes que lhe vêem parar às mãos com um desdém incrível pelos seus sentimentos e encara-os como puzzles clínicos prontos a resolver. Ter um personagem assim numa série de horário nobre é obra, e embora compreendamos um pouco o porquê de ele ser assim, e de até lhe acharmos uma profunda graça se formos parecidos com ele (o que é o meu caso), ele passa a primeira temporada da série sem exibir qualquer característica visivelmente redentora. A restante equipa é composta por 3 médicas: o doutor Foreman, um negro que mostra uma arrogância semelhante a House; o doutor Chase, um filho de boas famílias; e a doutora Cameron, jovem e inocente e com feridas mal fechadas no seu passado. Mas estes 3 acabam por não ter grande espaço para brilhar, pois House rouba o espectáculo e faz da série um One man show.
Outros dois personagens da série são o Dr. Wilson, o melhor (e um dos únicos) amigos de House, e a doutora Cuddy, directora do hospital e que mantém uma relação de amor/ódio com House, plena de uma certa tensão, por vezes sexual. House tem falhas como ser humano, mas é um médico birlhante, que geralmente acerta nos diagnósticos que efectua, mesmo que sejam os mais esquisitos que se possa imaginar. Afinal, o seu carácter é marcado por uma deficiência física, o músculo da barriga da perna esquerda morto devido a falha médica, e uma posterior dependência de comprimidos contra a dor. É um handicap físico que lhe causa as suas falhas como ser humano.
Grande parte do apreço que possamos ter pelo personagem é graças à interpretação fabulosa e inteligente de HUgh Laurie, actor sempre ignorado, que passou por filmes como "Stuart Little" e "The flight of the Phoenix", e que se revela aqui como um britânico que encarna na perfeição um norte-americano. Além disso, é incrível apreciar como ele caminha sempre na linha fina da ambiguidade moral que a personagem pode ter para o espectador e consegue ser bem sucedido. É um espectáculo espantoso ver o doutor House a disparar os seus one liners e a discursar acerca da sua visão sobre a vida e a medicina, trucidando quaisquer argumentos que lhe sejam postos à frente. Hugh Laurie é, de facto, a alma da série, embora qualquer um dos outros personagens seja potencialmente interessante. No entanto, ficam a anos luz da complexidade de HOuse. Mas afinal, a série até tem o seu nome.

Fica a primeira sugestão. Na próxima semana, e finalmente, "Firefly".

"Let me rest in peace"

I died, so many years ago.
But you can make me feel like it isn't so.
And why you come to be with me, I think I finally know, mmm.
You're scared, ashamed of what you fe - el.
And you can't tell the ones you love you know they couldn't deal.
A whisper in a dead man's ear, it doesn't make it real.
That's great, but I don't want to play.
'Cause bein' with you touches me, more than I can say.
And since I'm only dead to you, I'm sayin' stay awa y.
And let me rest in peace.

Let me rest in peace! Let me get some sleep!
Let me take my love and bury it in a hole six foot deep!
I can lay my body down but I can't find my sweet release!
So let me rest in peace!

You know, you got a willin' slave.
And you just love to play the thought that you might misbehave.
But 'til you do, I'm tellin' you
Stop visiting my grave!
And let me rest in peace!

I know I should go,
But I follow you like a man possessed.
There's a traitor here beneath my breast,
And it hurts me more than you've ever guessed.
If my heart could beat it would break my chest.
But I can see you're unimpressed.
So leave me be,

And let me rest in peace! Let me get some sleep!
Let me take my love and bury it in a hole six foot deep!
I can lay my body down but I can't find my sweet release!
Let me rest in peace!
Why won't you let me rest in peace!



Letra: Joss Whedon
Música: Christopher Beck

segunda-feira, dezembro 05, 2005

"Give me something to sing about"

Life's a show, and we all play a part.
And when the music starts.
We open up our hearts.

It's all right, if some thing's come out wrong,
We'll sing a happy song
And you can sing along.

Where there's life, there's hope.
Every day's a gift.
Wishes can come true.
Whistle while you work.
So hard. All day.
To be like other girls.
Just fitting in this glittering world.

Don't give me songs.
Don't give me songs.

Give me something to sing about!
I need something to sing about!

Life's a song you don't get to rehearse.
And every single verse
Can make it that much worse.

(...)

So give me something to sing about!
Please, give me something!



Life's not a song.
Life isn't bliss, life is just this, it's living.
You'll get along,
The pain that you feel, you only can heal by living.
You have to go on living.
So one of us is living.

"The hardest thing in this world is to live in it."


"Once More with feeling - OST"

Letra: Joss Whedon
Música: Christopher Beck

Claro como água

The hardest thing on life is living!

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Ainda há artistas assim



Num mundo do cinema cad vez mais dominado por filmes hiper-publicitados, ocm milhentas entrevistas dos actores, manobras publicitárias em talk shows, entrevistas com fartura, posters a rodos e prendas a membros da Academia, sabe bem ver que há realizadores que se estão a borrifar para o sistema. Steven Spielberg já anunciou que vai abdicar de toda a parafernália habitual de marketing e lançar "Munich", o seu último filme, tal e qual como ele é: um filme; e a seguir, cabe às pessoas discutir o que viram, sem serem influenciadas. Tendo um tema polémico (uma birgada da MOSSAD é encarregue de executar os mentores dos atentados de 1972 em Munique, ligados à organização "Setembro negro"), e tão possível de ligar à actual situação norte-americana, o acto de Spielberg acaba por se mostrar ainda mais corajoso, e também vantajoso num mundo dominado por um discurso formatado, onde pronunciar o pensamento livre é mais um sarilho que um direito.
Apensarmos bem, apenas alguém com o estatuto e craveira de Spielberg se podia dar ao luxo de ignorar directivas de um grande estúdio. Ainda assim, não deixa de ser admirável que algume constatemente criticado por ser um artista conformista, comercial e ligado aos grandes estúdios e ao capital faça algo tão anti-comercial, ainda para mais com um filme seu que é indicado por quase toda a gente como o grande candidato a vencer os Óscares este ano. Resta saber se a qualidade do filme corresponde a este nível de expectativas. Pelo trailer, a mim, parece-me que sim; e quando Spielberg se vira para a seriedade assumida, o mundo treme e aparecem "ALista de Schindler" e "O resgate do soldado Ryan". Vamos lá a ver, Steve.

Um DVD de Natal



Neste dia de chuva, vi do princípio ao fim o DVD "Bullet in a bible", que documenta o monumental concerto que os Green Day deram durante o Verão em National Bowl em Milton Keynes, Inglaterra e só tenho a dizer que se confirma o óbvio: um concerto dos Green Day é um dos maiores espectáculos aoc cimo da Terra e supera mesmo o circo Cardinalli de 3 pistas. Claramente, a banda norte-americana é das melhores em placo da actualidade e a maneira como consegue não deixar o público sossegado e parado durante duas horas é fabulosa: desde a primeira à última música, há uma empatia clara entre audiência e banda, sendo que o principal responsável é claramente Billie Joe Armstrong, vocalista do grupo e um entertaineur de respeito.
Há palmas, há braços no ar, há fogo de artifício, há pulos e saltos, há os hinos de sempre (ouvir 65 000 pessoas a cantar "Time of your life" é qualquer coisa de muito transcendente) e mesmo tempo para "Shout" e "Always look to the bright side of life", dos MOnty Python. Além disso, trompetes, saxofones, trombones, pianos, acordeons, entre muitos mais atravessam um ecléctico alinhamento, que satisfaz fãs antigos e faz crescer saliva aos de sempre, com Basket Case, Brain Stew e Hitchin'a ride a revelarem-se hinos tão sonantes como American Idiot ou Boulevard of broken dreams. Enfim, como ainda estou sob o efeito esmagador que é ter visto isto e nunca ter assistido a um concerto deles ao vivo, é melhor parar. Vou ver outra vez a King for a day, esse candidato a hino gay de 1997.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Faz anos hoje...



... o Deus da comédia. Ponto final. Não há piadas desta vez. A isto chama-se humildade perante quem é realmente Grande.

Ponto da situação

O post passado foi o número 50. Até agora, tudo corre bem. O que é que vocês acham?