quinta-feira, março 30, 2006

Um marco histórico

Queria só assinalara que este é o post 200. Agradeço a todos aqueles que com o seu apoio e o seu fel tornaram isto possível, através dos seus comentários, da forma como se relacionam diariamente comigo e como convivem. Acho que este esforço hediondo acabou por chegar mais longe do que eu esperava e ter melhores resultados que os ambicionados: acabo por ter na net como luminary a atenção que não tenho na vida real sendo eu mesmo. A partir daqui, só posso prometer continuar o trabalho e ser o mesmo asno de sempre. Espero que continuem a viagem e que apareçam por cá, deixando a vossa opinião. Um muito obrigado a quem lê e aí vamos a caminho do 300!


Remember, remember, the fifth of November,
The gunpowder treason and plot.
I know of no reason why gunpowder treason
Should ever be forgot.
Guy Fawkes, Guy Fawkes,
'Twas his intent
To blow up the King and the Parliament.
Poor old England to overthrow.
By God's providence he was catch’d
With a dark lantern and burning match.
Holloa boys, holloa boys, let the bells ring.
Holloa boys, holloa boys, God save the King!
Hip hip hoorah!
Hip hip hoorah!
A penny loaf to feed ol' Pope,
A farthing cheese to choke him.
A pint of beer to rinse it down,
A faggot of sticks to burn him.
Burn him in a tub of tar,
Burn him like a blazing star.
Burn his body from his head,
Then we'll say ol' Pope is dead.
Hip hip hoorah!
Hip hip hoorah!

terça-feira, março 28, 2006

Está decidido

Não gosto de viver, fora os momentos em que estou a ver filmes e séries de televisão de que gosto. E acho que não vale a pena dizer mais nada.

sexta-feira, março 24, 2006

Sentença

Num painel publicitário a uma marca de café, anuncoa-se que cada beijo aumenta em um minuto o nosso tempo de vida. Porra, vou morrer cedo!

quinta-feira, março 23, 2006

Cinema: "V - for Vendetta"



"V - for Vendetta" é um filme potencialmente perigoso e, em certa medida, um teste psicológico: obriga-nos, como seres humanos podenrados e esclarecidos que somos, a vê-lo e a sair da sala de cinema com as respostas certas. Isto, num filme em que o herói é um terrorista chamado V, cujo objectivo é dinamitar literalmente a sociedade, encaixando pelo meio um plano pessoal de vingança, será à partida desprezarmos tal personagem e reprovarmos as suas acções. Pois bem, sou um ser humano que não é nem ponderado, nem esclarecido: se V viesse a minha casa e me pedise para colaborar nas suas acções, fá-lo-ia com todo o gosto.
Contextualização, em primeiro: no filme, vive-se num estado britânico fascista, que muito deve ao Orwelliano "1984", em que o clima de medo, delação e vigilância está em alta e a discriminação sexual é rainha e a liberdade de expressão é um mero conjunto de palavras. Junte-se a isto um líder conservador fanático, com ideias de grandeza, um chefe da polícia scereta sem qualquer tipo de escrúpulos, padres pedófilos, manipulação de informação e um mundo desgraçado devido às atitudes belicistas de uma país que não vou aqui nomear (tem 3 palavras, cuja sigla é EUA e mais não digo) e temos aqui festa.
"V - for Vendetta" vem rotulado de agitador e moralmente ambíguo, mas acaba por não defender o terrorismo a toda a linha: convenhamos que se vivessemos em tal nação, estes métodos não me pareceriam descabidos, e em certa medida o filme acab por parecer incrivelmente perigoso porque vivemos num mundo com algums destas características, nomeadamente na reinvenção dos acontecimentos históricos pelos Media (um dia, falaremos aqui da verdadeira história por detrád da guerra na ex-Jugoslávia...) e num Estado que cada vez mais quer controlar os cidadãos. Utlimamente, a toada conservadoara que varre o mundo tem tentado desvalorizar os actos de violência que construíram as nossas liberdades. Por isso é que, há dois anos, um governo PSD quis transformar a Revolução de 25 de Abril em Evolução, retirando-lhe o carácter de luta, segundo eles porque não se dveia politizar a data. Se não se pode politizar essa data, em que mundo vivemos? Parece exagero e péssimo dizer isto, mas às vezes, a violência pode ser o único método de mudar as coisas. Não gosto da ideia, mas é um facto. Não quer dizer que seja um factor purificador e que resolverá tudo, mas temos casos ao longo da HIstória onde a luta pelos direitos das pessoas só foi possível através desse método. É o mais correcto? É aqui que entram a noss aponderação e o nosso esclarecimento? No filme, o próprio V não é glorificado, ou elevado ao estatuto de santo, apenas de herói, e hoje em dia o estatuto de herói pode ser incrivelmente ambíguo.
Portanto, longe de ser uma glorificação do terrorismo ou um cocktail explosivo de ideias anarquistas, o filme é corajoso, arrojado, mas só até certo ponto: não se compara à alegria libertária e de "soco na cara" que é, por exemplo, "Fight club". Evey, a personagem desempanhada por Natalie Portman, representa-nos, como iniciados no trilho da verdade, mas acaba por fazer apenas isso no filme: percorrer o caminho que libertará a sua mente. É V, homem sem cara que simboliza uma ideia maior que ele, que realmente faz a diferença e pode mudar o mundo. Como ele diz a certa altura, "as ideias são à prova de bala"; e acaba por ter razão, para o bem e para o mal: quanta gente não está disposta a morrer por uma ideia nos dias de hoje?
O grande destaque do filme vai, claramente, para Hugo Weaving, como V: apesar de nunca lhe vermos a cara, sentimo-lo e transmitir tudo apenas através da voz, é de excelência. A sua modulação de voz e manipulação do discurso é quase musical, carregando na sílabas das palavras no momento certo, dominando as suas falas com grande mestria. Nartalie POrtman, que vai bem no filme, mas sem uma interpretação do outro mundo, era falada através da cena em que corta o cabelo; e não, não é gratuita. Somboliza algoi mais do que marketing do filme. O realizador James McTeigue não vai mal, é competente, mas dei por mim a pensar no final, que se os mesmos homens que escreveram o filme o realizassem, a obra podia dar o salto que lhe falta de pssar do bom para o Excelente: os manos Wachowsky. O seu argumento faz-nos perdoar as alarvidades que foram as sequelas de "Matrix", pois está completamente à Wachowsky: uma intriga que seguimos com prazer, questões pertinentes sobre o nosso mundo e frases deliciosamente citáveis como "O povo não devia ter medo do seu governo, o govenro é que devia ter medmo do sue povo." A adaptação da BD de Alan Moore e David Lloyd é fiel, mas com os Wachowky e a sua mística, por vezes de cópia descarada, na realização podia ter elevado esta fita.

Aconselho "V - for Vendetta" a quem não tenha medo de enfrentar o lado libertino e anarca que existe dentro de nbós e que olha para este mundo e se questiona de como chegámos até aqui. No entanto, camos com calma: o filme não é nada de assim tão explosivo, porque num mundo onde estar do contra acaba por ser, afinal, uma marca comercial, este filme é um reflexo disso mesmo, tal como o foram alguns nomeados dos Óscares deste ano ou o ´labum "American idiot", dos Green Day. Aliás, falanod dos nomeados, quando reflectia sobre este filme, recordei-me de "Munique": se o filme de Spielberg coloca terroristas e agentes sceretos no memso prato da balança, "V - for Vendetta" equipara o heroísmo de um terrorista com outros personagens que admiramos por os combaterem. Mais do que as suas ideias libertárias, é a tradição de relativismo moral que este filme continua e que poderá confundir os mais susceptíevis que transforma "V - for Vendetta" e V em algo de incontornável neste ano de 2006 e numa actualidade em que se comparam Bin Laden e o presidente do chamaod Mundo livre em termos semelhantes.

quarta-feira, março 22, 2006

Pancadas de puto



Já não era puto, era mais crescido, mas ela foi das pancadas que mais me afectou. Perante a ausência de musas palpáveis, os parvos que pensam que são artistas arranjam sempre alguma que está distante e inalcançável. Pensndo bem, estou a ver aqui um padrão epssoal a formar-se...

Desarmado



Sinto necessidade de não ser sempre forte, de me sentir desarmado. Nada mais fácil: abro a minha carteira e olho para aquela fotografia. Fico afogueado e compreendo que é difícil precisar de fugir a algo de que não se quer escapar.
Entretanto, tento ser racional. È preciso, eu sei. Mas deixem-me ser irracional de vez em quando, quando essa irracionalidade me traz conforto ao coração.

sábado, março 18, 2006

A lei de Chuck Norris



"Todas as noites, antes de ir dormir, o Papão verifica o seu armário, com medo que Chuck Norris se encontre lá dentro."

sexta-feira, março 17, 2006

5 gajos famosos chamados...

DAVID



David Ben-Gurion - Grande ídolo da malta sionista, nasceu na Polónia e cresceu zangadinho com os pogroms no seu país onde os jdueus eram obrigados a morar e o anti-semitismo que reinava no Leste da Europa. Foi para a Palestina armar estrilho e foi de lá expulso por isso em 1915, certamente apelidado, ironia, de terrorista...
Defensor acérrimo da criação de um Estado de Israel, chefiou durante 15 anos o MOviumento Sionista Mundial, que culminou com o alcançar do sue sonho em 1948, dpeois da 2ª Guerra Mundial e ocm a ajuda dos Britânicos, esses bacanos. As gentes da Palestina é que pensaram "What the fuck?" quanod viram as suas terras a serem-lhes roubadas, mas para Gurion, à luz de um calhamaço chamado Tora e da novela holocáustcia, isso eram meros pormenores.
Foi primeio-ministro israelita de 1948 a 1963, interrompendo em 1953-55, queixando-se de que a vida njo se kibbutz é que era. No entanto, já se sabe como é a cadeira do poder... Invadiu o Egipto, na guerra do Sinai, em 1956, levando a FRança e a INglaterra atrás à mama do canal do Suez, entretando nacionalizado por Nasser, premier egípcio, mas no tempo em que estes dois agiam juntos para resolver conflitos, a ONU e os EUA mandaram dispersar os 3 lambões e resolveram a situação.



David Fincher - Ou Deus, como preferirem. Realizador genial de "Se7en" (ou o melhor filme de sempre), "The game" e "Fight club", veio do videoclip, onde trabalhara com Madonna, George MIchael e Meat LOaf (debochadas, rabetas e rockers sebosos, portanto) e estreou-se na 7ª arte com "Alien 3", obviamente porque trabalhar com George Michael lhe tinha dado algum treino. A experiuência foi tão bvoa que ele disse que preferia ter um cancro no cólon a realizar outro filme. Catita, este rapaz. Felizmente, arrependeu-se, e realizaou 3 obras-primas de rajada, o que, parecendo que não, é importante.
Ultimamente, fez "sala de Pânico", com uma mulher à sua altura (Jodie Foster) e anda a acabar "Zodiac", que, quer-me parecer, será uma obra divina.



David - Famosa personagem bíblica por malhar em tipos com o triplo do seu tamanho, estava sempre acompanhado por uma funda, um cajado e umas ovelhas. Não sabemos como realcionar estas 4 coisas, perante os cenários de solidão na vida do rapaz... Foi rei de Israel, é parente de Cristo (apesar de não lhe ter deixado um tostão no Testamenot, fosse NOvo ou VelhO) e andou metido com várias mulheres fora do casamento, enquanto ajudou a que um rei de Israel fosse deposto e teve vários acesos de orgulho. Deixou por cá Salmoão, que se formou em Direito e foi juiz no Tribunal da Boa Hora. Nada mau, para um homem santo.



David Hume- Ganhou a alcunha de empirista, fazendo parte deste clube filosófico também frequentado por John Locke (não o careca do "Lost") e George Berkeley. Empirista é melhro alcunha que caixa de óculos, parece-me, apesar de, a olhamros a aparência de HUme, seria hoje chamado de Gordinísio nas nossas escolas. Era escocês e fez parte dessa geração de ouro onde pontuava também Adam Smith, o Belmiro daqueles tempos. Apesar disso, a selecção escocesa continuou a jogar mal. Céptico e naturalista, não necessariamente nesta ordem, não está comprovado que não creditasse que era visitaod constantemente por OVNIS. Ateu e liberal, era partidário da união inglesa e escocesa, mas disse um dia a Benjamin Franklin que se sentia norte-americano nos princípios. Profundidade belíssima, esta alma norte-americana. Até que um dia chegou George Walker Bush.



David Livinsgtone - MIssionárion escocês, tinha um grande objectivo na vida: levar a palavra de Deus ao interior de África. Graças a isso, fez turismo de primeira (foi à nascente do Nilo, que descobriu) e o interior de África e foi mordido por um leão, que certamente lhe queria falar do milagre da multiplicação dos pedaços de missionário. Grande explorador de África e combatente da escravatura, viu o feitiço virar-se contra si, quando dissidentes da sua missão foram espalhando notícias da sua morte. Há gente muito ingrata...
Não satisfeito com os rumores, um jornalista norte-americano chamado Henry Stanley (no tempo em que havia jornalistas norte-americanos com tomates), foi ao coração de África procurá-lo, e acabou por fazê-lo, quando reparou num súbito rasgo de brancura no meio de tanto negrume numa aldeia da Tanzânia. Quando o cumprimentou, esteve para dizer: "Ya meu, tásse?", mas optou por "Dr. Livingstone, eu presumo", que estranhamente, acabou por pegar! Quando a Livingstone, morreu um ano dpeois, provando que há uma certa maldição em intromissões norte-americanas, sendo o seu coração enterrado em África e o seu corpo na abadia de Westminster. Macumba?

quarta-feira, março 15, 2006

Boas intenções

Uma das minhas melhores amigas diz-me em tom de conselho que devia passar menos tempo à frente do computador e sair de casa. Eu concordo com ela, é uma boa ideia. Claro que que como a maior parte das boas ideias, não passa disso mesmo. Se me levantar desta cadeira, neste preciso momento, que vou eu fazer? E para onde vou?
O facto é que não me apetece passear sozinho em Coimbra, já me fartei disso. Podia ir ao cinema, mas não está lá, de momento, algum filme que quisese ver; e mesmo assim, apetecia-me ir ao cinema com alguém, mas com quem? Podia telefonar a alguém a marcar alguma coisa, mas a quem? Nunca sei quem está livre. Podia até esperar que alguém me telefonasse a combinar alguma coisa, mas lá está, mais valia esperar sentado. Voltamos ao início.
Por isso, é uma ideia excelente sair de frente do computador e deixar de passar aqui as tardes, a sério que é. Mas é apenas uma ideia, ainda que valorosa. Claro que dar ideias é muito bonito. Passar às acções é que é a parte mais complicada.

terça-feira, março 14, 2006

O melhor de dois mundos



Um amigo meu diz-me que faltam gajas no blog. Eu, por outro lado, riposto que este espaço deve abordar coisas sérias e dignas. Mas ele insiste. Eu rebato que não posso satisfazer as coisas sem mais nem menos.
Finalmente, enocntrei o consenso, juntando o mlehor de dois mundos: o deboche e a seriedade. Do fundo do coração, que a Paz esteja convosco!

Back in business!

segunda-feira, março 13, 2006

Como quem rouba

Aqui há algum tempo, quando abracei uma amiga minha sem uma razão específica, ela vira-se para mim e diz-me que eu aproveito qualquer ocasião para abraçar as pessoas. Eu respondi-lhe que se quiser abraços das pessoas, tenho de faezr assim mesmo: roubá-los. Porque se estiver à espera que mos dêem espontaneamente (e já não falo de beijos na cara e outras coisas), tenho mesmo de o faezr, ou corro o risco de ficar privado do toque humano.

sábado, março 11, 2006

Velhas tradições

Continuando hoje como textos que não são meus, aqui uma uma homenagem sentida a um grupo de animadores de festas populares que corre o risco de desaparecer, levando com eles pedaços deliciosos da memória de alguns de nós. Minhas não, por exemplo, porque me acordavam quando ainda havia festa em Ceira. Mas merecem ser lembrados, porque aparentemente, a portugalidade parece estar a perder-se (conta-me quem viu que o festival da Canção de ontem foi povoado de músicas em inglês, inclusivé um faod. Um fado em inglês? Bah!), portanto este blog fará questão de lutar contra isso. Aqui fica a homenagem:

Um Zé Pereira em condições tem a camisa aberta (ou t-shirt de mangas arregaçadas), dois panos em torno das mãos, e um bombo ou uma caixa presa ao corpo com uma fivela que passa pelo ombro.
Um Zé Pereira não se cansa. Sangra das mãos, até dos pulsos, enquanto o povo lhe pedir. Rasga as peles do bombo para g·udio da multidão. Ensurdece o gajo ao lado com a maior das facilidades, Ameaça, com a moca na mão, a integridade fÌsica do próximo. Cheira a vinho carrascão.
Um Zé Pereira nunca est· sozinho. Tem consigo, pelo menos, mais uns 6 ou 7 com ele. E se tiver dois ou três "cabeçudos" por perto, então temos a festa montada. Lança-se um morteiro ao ar e o povo junta-se em volta do cruzeiro na rotunda do centro.
Um Zé Pereira não nasce ensinado. Um ZÈ Pereira não vai para o Pinheiro (nas Nicolinas) em Guimarães, ou para Mirandela no inÌcio de Agosto, sem ter treinado convenientemente antes.

Em Freamunde, os Zés Pereiras são a alma (juntamente com o fogo de artifÌcio e a marcha alegÛrica) das Sebastianas, as festas em honra de São Sebastião. O povo salta, o povo berra, o povo não lhes dá descanso. Eles saltam, eles berram, eles não dão descanso ao povo.
Mas o melhor é quando o povo lhe ganha o gosto. E aqui em Freamunde, ganhou definitivamente. As sextas-feiras das festas (a que chamam as melhores do Norte depois das de Ponte de Lima e do São João no Porto) vêem o povo a encher as ruas, às centenas, de bombos e caixas munidos.
Agora ficam avisados: se estiverem de passagem por Freamunde e ouvirem ao longe um ribombar, ou uma caixa (ou tarola, se preferirem), não se espantem. Freamunde pode não ter uma noite como a de Mirandela ou a de Guimarães, mas ninguém gosta mais de bombos do que nós.


Fonte: www.portalpimba.blogspot.com

A própria definição de justiça lenta...

... é quando um homem morre antes que um Tribunal Judicial humano o posso condenar pelos crimes que cometeu. Foi o que aconteceu a este homem (digo homem por respeito, embora facínora também parecesse um vocábulo bastante apropriado.)

O ex-ditador sérvio Slobodan Milosevic foi encontrado morto na sua cela de prisão, em Haia, na Holanda, avançou hoje a rádio sérvia B92. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPI-J) já confirmou esta notícia.

Slobodan Milosevic foi encontrado sem vida na cama da sua cela, na unidade de detenção das Nações Unidas", afirmou o tribunal da ONU em comunicado.

O guarda alertou imediatamente o responsável da unidade de detenção e a equipa médica, que acabou por confirmar o óbito", avançou ainda o TPI-J, que confirmou a abertura de um inquérito para avaliar as causas da morte do ex-Presidente.

Milosevic, de 64 anos, sofria de problemas cardíacos e de tensão alta, o que obrigava a repetidas interrupções no seu julgamento, no qual respondia por crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade cometidos durante a desagregação da antiga Jugoslávia, na década de 90.


Fonte: Publico Online

quinta-feira, março 09, 2006

Dia internacional da mulher



Não podia deixar de assinalar esta data, porque tenho a certeza que na minha vida fui mais unfluenciado por mulheres que por homens; e não falo apenas em mulheres a nível romântico. Falo a vários níveis. Há mulheres a quem quero mais bem que a mim próprio, e não estou nem de perto nem de longe apaixonado por elas. Era capaz, por exemplo, de ter dado alguns dos meus anos futuros para permitir que a minha avó vivesse mais uns anos, tenho a certeza disso. De cada vez que vejo a forma como aproveito o tenmpo que tenho, cada vez mais me convenço de que é muito mal empregue.
Dou-me cada vez melhor com a minha mãe, coisa que não fazia há alguns anos, e por isso queria também referi-la aqui. Para mais, era feio não fazer menção à única melhor que, de certeza, é a razão do meu viver... Gostava também de referir a Kati, que transformou a vida em algo de bom e mau em simultâneo. As mulheres de quem gostamos têm este condão destruidor. Há duas amigas que à sua maneira me têm tocado e mudado a vida, embora eu nunca tenha feito nada de valor e de assinalar na vida delas. Faz-me parecer ingrato, se calhar até sou. Mas prometo que um dia isso vai mudar.
Não posso esquecer Natalie Portman, sem a qual eu não seria metade do geek utópico que sou. Ainda acredito que vamos estar frente a frente um dia, quando mais não seja eu como empregado de lixo e ela como habitante de Nova Iorque.
E sei que há mais. Mas por enquanto só me lembro destas. No fundo, não acho que um dia internacional da mulher seja verdadeiramente útil, parece-me ate um favor paternalista de homens com má consciência; mas se me esqueço da importância que estas e outras têm na minha vida, ao menos que este dia me sirva para reavivar a memória. A estas e às que faltam, muito obrigado por fazerem parte da minha vida; e à minha mãe e à minha avó, obrigadinho pelos genes! Prometo que vou tomar bem conta deles.

Sei que sou do Benfica, porque...



Sofro como o caraças no jogos do Benfica e estou tão habituado aos desvarios daquela equipa que memso a dez minutos do fim, quando o Benfica ganhava 1-0 ao Liverpool e os ingleses tinham de marcar três golos para passar a eliminatória, eu virava-me ara o meu imrão e dizia: "Ainda vamos perder isto, vais ver, alguém, enterra e o Liverpool começa a marcar de rajada."

quarta-feira, março 08, 2006

Terror



Quero escrever várias coisas ao mesmo tempo, mas as ideia snão saem para nenhuma delas: tenho uma carta para acabar e não lhe acho o fim; uma ideia para uma séride de televisão cujo início teima em não se desenrolar; um argumento para um filme que não enocntra maneira de fugir a cliché; uma pequena história sem ideias para lá serem metidas; e um post que à medida que o ecsrevo me atemoriza, pois tenho a escrita presa. Socorro! Quero que se faça luz!

Saber ou não saber

Numa conversa de café, surge uma dúvida sobre uma palavra numa carta de chás. Perante o desconhecimenbto geral, eu apresto-me a esclarecer. Mal começo a explicar, ouço logo um "Pronto, tinha de ser o Bruno, não é?" e um "Está lá calado." Perante o meu "Da próxima, fico calado e finjo que não sei. Acho que é preferível passar por ignorante.", chovem repreensões, uns "não é isso que a gente quer dizer", um "a gente estava a brincar".
Claro que é piada, claro que estamos entre amigos e mandam-se umas risadas de vez em quando e ninguém se chateia. Mas o tom com que dizem aquilo não me agrada. Faz-me mesmo sentir mal por saber coisas esquisitas e por dizê-las. Já estou habituado a que me chamem arrogante por as saber e as dizer, mas a isto não. Ás vezes, penso que um dos meus males é ler demasiado. Ou se calhar, devia ler, mas passar por um tipo que não sabe nada. Para as pessoas que estavam sentas àquela mesa, isto pode parecer exagero. Mas para mim não o é. Eu já me sinto mal com muita coisa e não me precisam que me deixem desconfortável com coisas em mim de que gosto. Assim como me dizem de vez em quando "Estás a abusar" ou "Cala-te lá com essas piadas sobre isso ou "Já me estás a irritar", vou dizer exactamente estas 3 coisas e, estranhamente, não me estou a sentir mal por isso. POrque realmente é assim que me sinto; e se me avisam quando estou na mesma situação, estou no direito de me queixar e fazer semelhante coisa.
Para além disso, um segundo pensamento me ocorre: imaginemos que a situação é diferente em teor, e era eu a mandar uma piada semelhante e a dizer a outra pessoa os mesmos "Pronto, lá tinha que vir este/a" ou "Está lá calado/a." Queria ver se aí a desculpa do "Estava a brincar" pegava.

segunda-feira, março 06, 2006

Últimas palavras sobre o careca dourado:

Acabou por se confirmar o dark horse que alguns previam: "Brokeback mountain" colidiu na ultima curva e foi derrotado por "Crash". Que não se venha falar na vitória do lobby anti-gay- Parece-me mais a constatação de que os votantes dos Óscares ligam mais a histórias com um apelo urbano que a dramas rurais. Acaba por fazer lógica, embora não deixe de ser surpreendente esta vitória, quando todos os indicadores davama a vit+oria ao filme de Ang Lee. Embora ache "Crash" o menos bom dos 5, não deixa de ser positivo que esta cerimónia ainda tenha a capacidade de nos surpreender.
De resto, parece-me que a cerimónia deste ano foi das mlehores de sempre: teve um ritmo acelerado, sem apressar, agilidade, uma homenagem merecida (Robert Altman) e um apresentador imparável, ácido e quase perfeito: Jon Stewart, nas 3 horas e pouco que estev em palco, atirou sobre tudo o que podia atirar e ainda mais, inclusivé a própria academia, as estrelas na plateia e tudo o que envolve Hollywood, desde a Cientologia às ligações com a política. Era o apresentador ideal para esta cerimónia e provou-o. Só a presentação inicial, com cameos de anteriores apresentadores dos Óscares, de Steve Martin a David Letterman, e também Hall Berry e Geogre Clooney é um portento. A equipa de escritores do Daily Show tornou profundamente divertidas as apresentações de prémios (Impagável a skit de Ben Stiller) e houve memso tempo para provar como duas actrizes de exceplção transformar algo banal em lição de representação (Meryl Streep e Robert Altman, numa homenagem ao estilo do realizador.) Aliando a isto um ano de excepcional qualidade, temos nota bem positiva.
Claro que nem toda a gente percebeu Stewart. Há muito poucos actores com capacidade de rir de si próprios; e o que eram aquelas músicas a acompanhar os agrdecimentos? De qualquer forma, fossem todos os anos assim!

E pronto, acaba por aqui a toada Oscar deste blog. Quem queria malhar nos meus gostos cinematográficos, nada tema: terá variadas oportunidades no futuro! O que se segue é um intervalo. Vão desentorpecer as pernas lá fora que a sgeunda parte está para começar.

Ouviram aqui primeiro...

Antes de me ir deitar, deixem-me escrever aqui, como primeira reacção a uma quase previsível cerimónia de òscares desta noite, a primeira piada sobre a vitória de "Crash" na categoria de Melhor filme: nunca uma derrota de um filme esteve tão à altura da sua tem´tica. É que podemos dizer que, literalmente, quase toda a gente em "Brokeback mountain" foi enrabada à força toda".

sábado, março 04, 2006

Previsões: Melhor filme



"BROKEBACK MOUNTAIN"
"GOOD NIGHT AND GOOD LUCK"
"MUNICH
"CRASH"
"CAPOTE"


E chegámos finalmente, neste longo caminho de futurologia, à categoria principal da noite. Quem tem seguido não só este blog, mas outros sites dedicados à adivinhação dos vencedores dos Óscares, não deve ter dificuldades em adivinhar qual será a minha aposta para galardão. No entanto, vamos seguir com a lógica da eliminação dos que têm hipóteses mais remotas aos mais próximos da vitória:

5 - "Capote" - A obra de estreia de Bennt Miller poderá ser o que tem menos hipóteses. A sua entrada neste lote de cinco foi simpática, e uma semi-surpresa, mas claramente, e à medida que for perdendo prémios ao longo da noite isso vai ser notório, é uma fita que, embora sendo de grande qualidade, aparece na ribalta de prémios muito à custa da monumental interpretação de Philip Seymour Hoffman. É tradição haver nos Óscares filmes assim, a reboque de um grande actor (vide o fraco "Ray", no ano passado) e este ano, "Capote" é esse filme. Com um estreante realizador e um argumentista estreante, parece-me que a aparição nos Óscares este ano é um prémio mais que sificiente para este filme. O problema é que estreou demasiado cedo neste ano e Paul Haggis, apesar da proeza de ser nomeado para três Óscares este ano e no passado ter criado "Walker, o ranger do Texas", é um novato.

4 - "Good night and good luck" - EIs um filme que desde o festival de Veneza vinha com um gás enorme, mas que se tem vindo a desvanecer. Há sempre um grande perdedor da noite, um filme rodeado de expectativas que acaba por se espalahar ao comprido. Este ano, parece-me que é este. Apesar de normalmente os actores quererem apoiar-se, Clooney poderá ver esse apoio canalizado para a categoria de melhor actor secundário, deixando assim a posição do seu próprio filme muito desguarnecida. Prevendo-se que passará a noite a ver Óscares fugir-lhe das mãos, resta a "Good night and good luck" a esperança que a toada política da cerimónia lhe granjeie simpatias e que à última hora, o conservadorismo da Academia não apareça. Se bem que não há muito por onde escolher para se ser conservador... No entanto, aí, ganhava "Capote".

3 - "Munique" - Há quem defenda que este é o menos provável nesta categoria, mas eu cá discordo: a campanha publicitária no último mês foi brutal e brilhante e o filme, apesar dos resultados fracos de bilheteira, tem vindo a crescer em popularidade e em reconhecimento artístico. Para além disso, Spielberg domina este ano, com "A guerra dos mundos" nas categorias técnicas, e sempre que entra com filmes sérios e fundamentais, a Academia vai atrás, como o prova esta nomeação. No entanto, há contras: o filme é demasiado instável para se apoiar, visto que tem apanhado de todos os lados até agora. Elogia-se o domínio técnico de Spielberg, mas ir-se meter numa colmeia de vespas como é o conflito de Médio Oriente não granjeia votos; e muito menos as alginetadas mais ou menos subtis à Administração Bush.

2 - "Crash" - Há muito amor por este filme na Academia, e percebe-se porquê: um filme coral na boa tradição, com um elenco multi-racial, um tema social pertinente (o racismo) e um argumento sólido. Para além disso, tem um grande coração e emoção, sendo melodramático quanto baste para impressionar alguns dos votantes. Diz-se que poderá estragar a noite ao mais que provável vencedor. O problema é que estreou demasiado cedo neste ano e Paul Haggis, apesar da proeza de ser nomeado para três Óscares este ano e no passado ter criado "Walker, o ranger do Texas", é um novato. Parece-me, por isso, algo difícil o prémio.

1 - Tem ganho tudo quanto é prémio, tem para si o amor gay do ano, é um melodrama incrível, uma vitória pessoal de Ang Lee, uma história de amor daquelas que a Academia gosta... Que mais se quer? "Brokeback mountain" é o mais que provável vencedor dos Óscares deste ano

Vai ganhar: "Brokeback mountain"
Devia ganhar: "Munique"

sexta-feira, março 03, 2006

Previsões: Melhor realizador



ANG LEE - "BROKEBACK MOUNTAIN"
GEORGE CLOONEY - "GOOD NIGHT AND GOOD LUCK"
STEVEN SPIELBERG - "MUNICH"
PAUL HAGGIS - "CRASH"
BENNET MILLER - "CAPOTE"


Eis uma categoria em que não haverá surpresas, parece-me. Mas vamos a comentários. Temos 2 estreantes na realização, um dsemi-estrante, um profissional e uma sumidade. Os dois estreantes, Bennet Miller e Paul Haggis, terão hipóteses diferentes. "Crash", arguento eu, é mais um trabalho de argumento que de realização. É um filme coral guiado por personagens, com uma realizçaãon eficaz e bem cuidada, suportada muito pelo trabalho de montagem. Na realidade, parece-me faltar alguma subtileza a Paul Haggis; Bennett Miller tem como primeiro filme "Capote", o que diz muito: é uma obra apuradíssima a nível visual, que embora desequilibrada, é bem conduzida por Miller, sem grandes parafernálias visuais e cartas na manga, mas certa porém e, de certo modo, bastante original no tratamento do biopic. Atenção que não exijo a Miller o nível de um Scorsese, falamos do primeiro filme de alguém. Por serem estreantes, acho que são os que têm menos hipóteses, por muito que me digam que o hype de "Crash" possa empurrar Haggis para a linha da frente. Normalmente, bandalhos e estrantes não ganham nesta categoria e ponto final. Mesmo realizadores de filmes pouco nomeados e premiados acabam por ganhá-lo. Só uma avalanche de prémios para um filme faria tal coisas, e nem "CRash", nem "Capote a terão.
Segue-se o semi-estreante, Clooney. Com uma realização segurísima e sem medo, Clooney faz um dos filmes mais controversos do ano, embora filmando-o de maneira simples, mas adequada e cometendo a proeza de usar o preto e branco. POderá ganhar? Não nos parece. A nomeação mostra reconhecimento pelo trabalho de Clooney e pelo seu activismo político, mas um prémio pareceria exagerado para uma cara bonita, está-me a parecer. restam portanto Ang Lee e Spielberg. De longe os mais credenciados, têm este ano filme spolémicos por razões diferentes. Em várias listas, Spielbegr é descartado muito facilmente, e isto é um erro por várias razões: a campanha da Universal (que também distribui "Brokeback mountain"), tem sido arrojada e inteligente e um Spielberg sério é sempre diferente do Spielberg pipoqueiro. Há na Academia que abrace Spielberg como mestre e nos últimos anos, mestres ou realizadores com virtudes largamente reconhecidas têm ganho o prémio (excepção feita a Ron Howard, que ganhou o voto da simpatia há uns anos...). "Munique" tem crescdio em popularidade e ganho algum relevo e por isso Spielberg é o único que pode fazer sombra ao mais que provável vencedor: Ang Lee. Tem ganho tudo o que há para ganhar, o filme é brilhante e há o sentimento de que lhe roubaram o Oscar por "O tigre e o drgão". Tudo isto junto só pode dar a primeira vitória de Lee nos Óscares.

Vai ganhar: Ang Lee
Devia ganhar: Steven Spielberg/Ang Lee

Previsões: Melhor actor



PHILIP SEYMOUR HOFFMAN - "CAPOTE"
JOAQUIN PHOENIX - "WALK THE LINE"
HEATH LEDGER - "BROKEBACK MOUNTAIN"
DAVID STRATHAIRN - "GOOD NIGHT AND GOOD LUCK"
TERRENCE DASHON HOWARD - "HUSTLE AND FLOW


A coisa mais incrível neste ano na categoria de melhor actor é que qualquer um deles pode ganhar o Oscar e ninguém poder dizer que se cometeu uma injustiça. Apesar de eu sentir que faltam aqui Eric Bana, pelo seu Avner Kauffman em "Munich", e Ralph Fiennes, pelo diplomata inglês Quayle em "The constant gardener", não consigo tirar nenhum dos nomeados. Este ano, é preciso saber não qual deles é o melhor, mas acima de tudo qual deles será o mais oscarizável este ano.
Em qualquer ano, qualquer um destes actores teria ganho de caras. Mas vamos começar o processo de eliminação: Terrence Dashon Howard surge rodeado de apoios e com um personagem complicado, um chulo que tem como sonho ser rapper. No entanto, o filme tem apenas esta nomeação e a de melhor canção. Howard é bastante low profile e não é todos os anos que temosm Adrian Brody; David Strathairn, actor fetiche de JOhn Sayles e um dos reis do mundo independente norte-americano, constrói um Edward R. Murrow carismático, real e complexo. No entanto, o voto independente que lhe poderia estar destinado será dividido com Howard e Ledger. Para além disso, apesar do respeito, não é muito conhecido, e o amor pelo filme de Clooney não chegará para uma proeza; Joaquin Phoenix poderia ser o candidato ideal: interpretando na perfeição um personagem maior que a vida, Johnny Cash, no amado "Walk the line", chegando mesmo a interpretar ele próprio as canções, poderia ter sorte. Para mais, existe uma certa aura de grande actor em seu redor e um sentimento de que "Walk the line" devia estar nomeado. No entanto, Jamie Foxx ganhou o ano passado por "Ray" e duas vitórias em dois seguidos por acotres a interpretarem músicos falecidos recentemente em biopics parece-nos esxagerado.
Resta então uma luta tenaz entre Heath Ledger e PSH. Ledger tem uma actuaçao do outro mundo como Ennis del Mar, um personagem difícil, arriscado, por um actor de quem se esperava tudo menos isto. Tem tudo o que é preciso para ganhar um Oscar, e ainda está no filme da noite. No entanto, parece-me que isto não chegará: PSH vem com uma embalagem de prémios em tudo quanto é sítio e apelidado de interpretação do ano praticamente desde o Verão, quando o filme estreou. Apesar de ser um actor low-profile, é conhecido e admirado e está num filme bem representado nos Óscares deste ano. Já para não falar na sua estupenda personificação de TRuman Capote... Está-me a parecer que uma certa lógica vai imperar aqui e Hoffman ganha

Vai ganhar: Philip Seymour Hoffman
Devia ganhar: Qualquer um dos cinco

Road to the Oscars: "Capote"



"Capote" é, antes de mais, um filme americano, sobre americanos, interpretado por americanos e respirando América em cada fotograma; mas quem desconhece a sua proveniência, poderá julgar estar, em certos momentos, perante uma fita de produção e sensibilidade europeias. Isto funciona contra si, e também a seu favor: contra si, porque existem planos no filme que, embora deslumbrantes do ponto de vista visual, são redundantes a nível da narrativa, uma cataerística, assumamos, tpicamente do cinema europeu; é uma vantagem, porém, porque a sua história e o personagem principal se prestam a um tratamento pouco clássico. Antes de mais, a história é mais sobre o processo de criação artística que uma biografia de Truman Capote, embora possamos perceber melhor a trajectória final da vida desta peculiar figura da cultura norte-americana do século XX no final deste filme,

A trama conta-se em poucas linhas: uma família é encontrada burtalmente assassinada numa pequena vila no Kansas e Truman Capote, notável escritor e coqueluche do mundo socialite nova-iorquino, vê aqui uma inspiração para escrever uma obra brutal. Viaja, por isso, para o Kansas, para falar com os habitantes da vila e os envolvidos directamente no caso, nomeadamente os dois assassinos, principalmente um deles, Perry Smith, com quem estabelece uma estranha e complexa relação. A acompanhar Truman, primeiramente, temos a sua melhor amiga, a escritora Harper Lee, que funciona quase como a ligação da bizarria de Truman à realidade.
Este não é, está claro, um biopic convencional: normalmente, os filmes biográficos, principalmente na tradição hollywoodesca, criam imagens simpáticas e inspiradoras das figfuras que retratam. Aqui, nunca dei por mim a sentir simpatia por Truman Capote: para conseguir escrever o sue livro e acabá-lo, Capote manipula Perry Smith, faz-se passar por seu amigo, finge que o ajuda e mente-lhe acerca dos objectivos da sua obra. Tudo por causa do seu egoísmo, egocentrismo e pela arte. A dado momento, Capote diz a Harper Lee: "Quando penso no quão bom o meu livro vai ser, nem consigo respirar". A sua obsessão por esta obra, que ele apelida de a melhor ficção de não ficção da década, é tal que cada apelo que opderá conduzir à libertação dos acusados é uma machadada em si, uma razão para ficar deprimido, pois desta maneira, o final não chega. Ora, o que acontece é que se sente, perfceptivelmente, um conflito no interior do escritor, pois se quer a morte dos assassinos, nutre uma admiração secreta por Perry Smith, que genuinamente admira o escritor e se deixa influenciar por ele num bom sentido, tornando-se visivelmente uma pessoa melhor por tê.lo conhecido. Essa é a moral de Capote: coisas feitas por maus motivos, mas que acabam por ter boas consequências devem ser consideradas ignóbeis? E será que os fins justificam os meios? Até que ponto se deve esquecer a realidade em prol da arte? Capote trata um crime que afecta toda uma comunidade rural e conservadora e o drama pessoal dos seus habitantes e dos criminosos que acabam por depositar nele as suas últimas esperanças como um fait-divers, como uma anedota. A realidade em que Capote vive é superficial e o próprio Capote é o seu publicitário e cria-se como uma espécie de cromo, embora tenha dentro de si dramas pessoais intensos e que o aproximam de Perry Smith. No entanto, perguntamo-nos quais os dramnas pessoas, pois Capote dá várias versões da sua vida a diferentes personagens. Harper Lee, a personagem vidro atravésa da qual vemos o verdadeiro Truman, trágico e enredado em si mesmo, revela que a mãe do esritor cometeu suicídio. Como se diz a certa altura, parece que Capote e Smith viveram na mesma casa: o escritor saiu pela porta da frente e o assassino pela dos fundos. Em "Capote", dois mundos chocam: aquele em que Truman vive e aquele em que as vítimas e os criminosos habitam; quando estes chocam, Capote não pode ficar o mesmo e acaba por se tornar humano: não no sentido risonho do termo, mas destroçado, acabado, deprimido. Desde "In cold blood", Truman Capote nunca mais terminou um livro, e viria a morrer em 1984 devido a complicações relacionadas com alcoolismo e drogas, vícios que começam nesta altura. Em certa medida, todo o filme é sobre a perda da inocência de Capote.
No entanto, este filme não teria metade do poder que tem se não fosse a fabulosa interpretação de Philip Seymour Hoffman. Truman Capote era um personagem que facilmente oderia descambar para a caricatura e o riso fácil, mas Hoffman é Capote da maneira mais literal que possamos imaginas. Nunca deixando que Capote seja um desenho, ele enche-o de vida e de sentimentos, de pulsões e de conflitos interiores. Sabemos que é o Capote do folclore norte-americano que ali está, mas cada gesto, cada trejeito, cada frase transpiram humanidade. Aquele é Truman Capote, o homem e artista, não o Capote cromo. Hoffman tem um trabalho físico notável, mas mais assombrosa ainda é a construção interior que faz de Capote e da evolução que sofre à medida que este caso se desenrola És espantoso. Espantosa também é a estreia de Bennet Miller, um realizador que na sua primeira longa-metragem mostra que é necessário estar com atenção ao seu trabalho futuro. Embora com falhas no primeiro acto, deixando-nos talvez demasiado frios e distantes, consegue recyperar no segundo acto e terminar fabulosamente o filme com uma cena incrível, de tão simples que é. Miller encena uma fusão de noir com um drama psicológico com laivos de "O silêncio dos inocentes" e sai-se bem. Merec claramente a nomeação.

"Capote" não será filme para ganhar Oscar de melhor filme, mas é uma obra complexa sobre a complexidade de uma criação literária e do homem que a criou. Cria uma empatia estranha com o espectador, que se afeiçoa a dois homens que cometeram um crime horrendo e macabro, seguindo tudo do ponto de vista de um escritor disposto a sacrificar tudo em prol do livro perfeito, inclusivé sacrificar-se a ele próprio no altar da genialidade.

quinta-feira, março 02, 2006

Previsões: Melhor actriz



FELICITY HUFFMAN - "TRANSAMERICA"
REESE WHITHERSPOON - "WALK THE LINE"
JUDI DENCH - "MRS. HENDERSON PRESENTS"
CHARLIZE THERON - "NORTH COUNTRY"
KEIRA KNIGHTLEY - "PRIDE AND PREJUDICE"

Este é, claramente, um dos anos mais desinteressantes na categoria de Melhor actriz na história recente dos Óscares. A começar, porque há série de equívocos claros: Judi Dench aparece aqui quase por favor, como aquele vício habuital de que custa a desligar; Keira Knightley para atrair malta nova a ver a cerimónia, uma cara bonita e jovem num papel que não exige grande coisa; e Charlize como nomeada justa e derrotada, num papel difícil, mas com a agravante de já ter ganho há muito pouco tempo. Logo, só há duas hipóteses reais para ganhar este prémio: Felicity Huffman e Reese Whitherspoon.
Felicity Huffman goza neste momento de grande popularidade, devido ao seu papel em "Desperate Housewives". Até agora, já ganhou o Globo de Ouro, mas não esteve em competição directa com Reese, que estava na de Musical/Comédia. Quando se defrontaram pela primeira vez, nos SAG, Reese ganhou, podendo Felicity desculpar-se por já ter ganho um prémio nessa noite na área de televisão. Há no entanto factores a jogar contra ela: primeiro, é a única nomeação do filme; depois, haverá memso assim tanta gente que o viu?; terceiro, será que a simpatia chega para ganhar um Oscar? A intepretação de Huffman é prodigiosa, mas isso, normalmente não chega para ganhar.
Reese, assim, tem tudo a seu favor: toda a gente gosta dela; o seu papel é excelente e a sua representação está à altura; está num filme amado que não está em Melhor filme; é jovem e com grande futuro. Tem tudo a seu favor. Só um golpe de asa de última hora lhe pode tirar o Oscar.

Vai ganhar: Reese Whitherspoon
Devia ganhar: Reese Whitherspoon/Felicity Huffman

Previsões: Melhor actor secundário



PAUL GIAMATTI - "CINDERELA MAN"
GEORGE CLOONEY - "SYRIANNA"
MATT DILLON - "CRASH"
JAKE GYLENHALL - "BROKEBACK MOUNTAIN"
WILLIAM HURT - "A HISTORY OF VIOLENCE"


Esta é, para mim, a categoria mistério da noite. Nem eu próprio me atrevoa apostar dinheiro em qualquer um deles, e por várias razões bastantes simples de explicar, mas acima de todas uma: qualquer um deles pode ganhar o Oscar e talvez William Hurt seja o mais prejudicado, por vários motivos. Comecemos por ele então. William Hurt, porventura um dos actores decisivos da década de 80, e que tem andado nestes últimos anos a passear em filmes reles, de culto ou simplesmente em papéis secundários em obras geniais, é nomeado por "A history of violence", de David Cronenberg, que ao tem grande representação no que toca a nomeações, sendo que tem apenas esta e a de argumento. Mas William Hurt regressa à ribalta e já o facto de o terem nomeado com apenas oito minutos de tempo de ecrã, naquilo que é basicamente uma cena, mostra a vontade de o premiar e um respetio que, contrariamente a Keener, é devido não só à simpatia, mas acima de tudo ao talento de um mestre. Relembra-se assim muito rapidamente o Oscar ganho por James Coburn há uns anos e a tradição que há nesta categoria de se premiarem veteranos ou estrelas em ascensão (nos últimos 5 anos, em sequência: só assim nos últimos 5 anos, e por ordem, temos Benicio Del Toro (na altura, um desconhecido), Jim Broadbent, Chris Cooper, Tim Robbins e Morgan Freeman.Há uma hipótese, portanto.
No entanto, os tubarões nesta categoria são outros: Jake Gylenhall vem rotulado de wonder boy de Hollywood e tem estado em filmes importantes artisticamente ("Donnie Darko") e sucessos de bilheteira ("The day after tomorrow"). Este ano, entra no carregado de buzz "Brokeback mountain", putativo vencedor destes Óscares, ainda por cima no papel de um cowboy homossexual. Temos logo aqui razões de sobra para ver subir ao palanque e a iniciar a onda Brokeback que ameaçadoramente se levanta e promete mergulhar a noite em aborrecimento sem surpresas. Jake, porém, enfrente forte oposição de George Clonney, nomeado por "Syrianna", o qual se prevê que perca as catehorias de Argumento Original e Realização. Esta seria, portanto, uma oportunidade de ouro para premiar um dos homens do ano no que toca ao cinema norte-americano. Tem-se notado, porém, mais amor por "GNAGL" que por "Syrianna"; para além disso, já não nos lembramos da última vez que uma cara bonita ganhou esta categoria, e nos últimos 10 anos mnuitas estiveram nomeadas, e com cartel: Tom Cruise e Brad Pitt são exemplos claros. Clonney ganhou o Globo de Ouro, mas perdeu o SAG, o que pode levar a temer o pior. E quem ganhou o SAG? Paul Giamatti, um dos actores mais subvalorizados do cinema norte-americano. Grande esquecido no ano passado com "Sideways", onde nem sequer foi nomeado, parece este ano gozar de uma popularidade incrível, num papel básico num filme bem comportado de Ron Howard. É disto que se fazem Óscares, meus amigos. O efeito "Oscar por compensação", referido anteriormente, pode funcionar aqui.
Há que contar com o chamado "dark horse" que é Matt Dillon. A sua composição de um polícia racista em "Crash" é muito boa e a Academia premeia o esforço de um regresso, coisa de que eles gostam muito. Matt Dillon, antes cara bonita, agora actor rerspeitadíssimo, sobrevive ao facto de ter entrado em "Herbie" como vilão, defrontando Lindsay Lohan, e só isso mostra a sua força. Mais a sério, entra em "Crash" e se o filme acaba rpor não ganhar Melhor filme, é aqui que há reais hipóteses de conseguir um Óscar visível.
Como se vê, há muitos factores em disputa. Num ano de consciência social, não vamos por aí e joguemos com os filmes com apelo emocional e nos compadrios.

Vai ganhar: Paul Giamatti, "Cinderella man"
Devia ganhar: Matt Dillon, "Crash"

quarta-feira, março 01, 2006

Previsões: Melhor actriz secundária



Michelle Williams - "Brokeback mountain"
Amy Adams - "Junebug"
Rachel Weisz - "The constant gardener"
Frances McDormand - "North country"
Catherine Keener - "Capote"


Contrariamente a outros anos, em que esta categoria costuma ser uma das mais surpeendentes, este ano a coisa parece-me mais ou menos resolvida. Nas últimas semanas, alguns sites, blogs e revistas têm tentado dar emoção a esta corrida particular, acicatando candidatas: há quem veja a vitória de Amy Adams como aquele Oscard à primeira nomeação para uma jovem; quem tente puxar a brasa para a sardinha de Catheirne Keener, utilizando o discurso à la Ed Harris (e que também tem sido utilizado para Paul Giamatti na de actor secundário, embora o caso seja diferente) da nomeada admirada pelos seus pares que já merece ganhar um Oscar pela conjunto da sua carreira; o da onda "Brokeback mountain" que promete varrer a cerimónia e dar Óscares a todos os nomeados envolvidos no filme e assim sendo, lucra Michelle Williams. Apenas Frances McDormand fica de fora, e para mim com razão, pois não consegui perceber bem como veio ela aqui parar. Em ano sem Geoffrey Rush e Meryl Streep (e não me interpretem mal pois gosto bastante deles como actores, algum vício tinha de aqui aparecer.
Apressando-me já a clarificar, digo: Amy Adams é uma revelação, mas parece-me que a nomeação é prémio mais que suficiente para alguém com um hype simpático, mas sem grande currículo e provas dadas; Cattherine Keener, embora ainda me falte ver "Capote", parece ter uma presença quase residual no filme e está de crer que a sua presença será ensombrada pela interpretação demolidora de Philip Seymour Hoffman; Michelle Williams está no filme do ano, está excelente no filme, mas muito pouca gente a conhece.
Parece-me que já nem Rachel Weisz duvida que o Oscar lhe pertence: o seu papel é carismático e fácil de simpatizar (além de muito bem interpretado e desafiante, com cenas de nudez); é uma bela mulher, que ajuda a equilibrar a toada política e social da edição deste ano; o seu papel no filme não é secundário, é principal (mania nova nos Óscares) e por isso ajuda-a a brilhar; recebeu o Globo de Ouro, o Bafta e o SAG. Quer-se dizer, não é preciso dizer mais nada, pois não?

Vai ganhar: Rachel Weisz
Devia ganhar. Rachel Weisz

Road to the Oscars: "Brokeback mountain"



Vamos lá a esclarecer alguns mitos acerca de "Brokeback mountain": primeiro, não é um filme sobre um casal de cowboys gay, por várias razões: não é sobre um casal, mas acima de tudo sobre um homem, Ennis del Mar, e a sua luta para reprimir algo que não deve sentir, enquanto tenta levar uma vida normal, pelo menos mais normal que a que teve enquanto crescia; depois, não falamos aqui de gays alegres e descontraidamente gays: são homens que gostam um do outro para lá daquilo a que se pode chamar amizade; e acabou. Se lhe quiserem chamar relação entre homossexuais, chamem-lhe. Eu prefiro chamar-lhe história de amor, que foi o que vi no filme. Se os personagens fossem heterossexuais, a história faria o esmo sentido.

Segundo, o filme não vem marcar, como se diz por aí, uma visão assim tão radical da homossexualidade no cinema norte-americano. É certo que leva a temática a um género tradicionalmente viril e másculo como é o western, mas nunca amaricando-o: humaniza os cowboys, habitualmente homens empedrenidos, rudes e muito machos em homens empedrenidos, rudes e muito machos, mas que se permitem a entrar em contacto com os seus sntimentos mais simples; e isto só era possível com um realizador que não é norte-americano e que claramente não vi tantos westerns assim para se sentir contaminado pela ideia preconcebida de cowboy: aqui, Ang Lee transforma o filme em algo de seu. Para mais, os homens deste filme não são mariconços de susto, nem bichas saídas das séries de humor mais rasca da nossa televisão: são homens normais, que calha gostarem de homens em vez de mulheres e como diz Jack Twist, o outro cowboy, durante o filme, "ninguém tem nada a ver com isso". Não é a primeira vez que acontece (gostava de lembrar "Philadelfia", "Beleza americana" e a fantástica mini-série "Anjos na América"), mas aqui a situação é mais complicada porque seguimos tudo nesta relação, desde a atracção à consumação passando pelo sue fim abrupto.

É aqui que se situa outra das vitórias de "Brokeback mountain": a estrutura da história de amor não é convencional, porque é uma história de amor credível. Não só é a história de amor entre dois homens mais verosímil que já vi, como é uma das histórias de amor mais credíveis postas num filme. Não há cá nada de amores predestinados, sacarina e grandes discursos sentimentais. Aqui, fala-se em termos que se adequam a quem os usa e não há cá histórias de destino para ninguém. Nenhum dos dois homens usa a palavra amor, chamam-lhe isto ou coisa; e quando querem descrever o quão difícil estar separados, usam a palavra "quit", como quem fala de desistir de fumar. É por isso que esta história emociona: é seca, apesar de isto parecer paradozal.

Grande parte desta credibilidade assenta nos actores, nomeadamente em Heath Ledger, que merece todos os prémios que lhe queiram dar com o seu Ennis del Mar, o cowboy mais reprimido e torturado interiormente de toda a história. A forma subtil como transmite tudo o que vai dentro do personagem, desde a alegria à tristeza profunda, passando pela fúria e por aquilo que é obrigado a reprimir é assombrosa. Jake Gylenhall também vai bem, mas na minha opinião, o seu personagem, Jack Twist, é mais um plot device que um personagem que queriamos acompanhar a sério. É o drama de Ennis que seguimos de perto, um homem que sabemos que quer ser feliz, mas não sabe bem como o fazer e o único contentamento que tem na vida são as filhas e aqueles dias que passa com Jack em Brokeback Mountain. É Jack e o seu idealismo, que o leva a casar com a filha de um homem rico, mesmo amando Ennis e querendo viver com ele, que faz Ennis ver mais longe que a simples necessidade de sobrevivência. Michelle Williams, como a esposa de Ennis, joga aqui um papel fulcral, tentando que o marido veja as coisas mais pelo prisma do amor que pela sobrevivência (notável a cena em que fazem amor e vem à baila o tema de um terceiro filho). Claro, sem esquecer a realização discreta e fabulosa de Ang Lee, quer nunca transforma a fita num manifesto gay de "coitadinhos que são so cowboys reprimidos e olha como a sociedade que os persegue", embora o faça sentir com subtileza em dois momentos do filme (se o Oscar for entregue a Ang, eu próprio, fã confesso de Spielberg, baterei palmas: assim, vale a pena perder), mas seme squecer o espantoso trabalho de fotografia de Rodrigo Prieto e a banda sonora de Gustavo Santaollalla.

"Borkeback mountain" presta-se a bastante piadas e em português então, desde "montar" ao calão "boiola", tínhamos com que nos divertir. É num entanto um filme bem sério, trágico sem nunca perder um certo sentido de humor que Lee tão bem sabe utilizar e mostrando não um amor gay, mas um Amor que cresce e que é exactamente aquilo que a frase do filme diz: uma força da Natureza.