terça-feira, fevereiro 23, 2010

Family values



Gostava de deixar aqui uma dúvida. Já aqui admiti várias vezes que sou algo burrinho, e no que toca ao funcionamento da sociedade, sou um armário de pinho envernizado. Vi imagens de manifestações do um movimento anti-casamento gay (que, segundo os seus organizadores, não anda ali para discriminar ninguém... quero reforçar isto) algures em Lisboa. Exigem um referendo à recente lei que permite o matrimónio entre duas pessoas do mesmo sexo, enquanto saltam e pulam ao som de "We are family". Queria deixar a estes senhores apenas um apontamento relativo à banda sonora: o tema escolhido pode falar de família, mas se tivessem escolhido o "YMCA", dos Village people, teria sido menos gay.
A minha dúvida prende-se com a argumentação usada para justificar este movimento, vá lá, cívico. Segundo eles, o casamento gay vai destruir a Família. Sim, sim, Bruno, é preciso ser muito estúpido para não perceber isto. OK, está bem, mas sigam as minhas inquietações até ao final.
Fui criado por um pai e por uma mãe. Pode-se argumentar que sou uma prova de que as famílias heterossexuais não são assim tão fiáveis quando criam filhos, mas isso toda uma outra discussão que não envolve os meus pais. Lembro-me que a minha mãe várias vezes me alertou contra vários perigos, desde drogas até nunca aceitar boleias de estranhos. Nunca por nunca me recordo de tê-la ouvido dizer "Bruno, tem cuidado quando saíres à rua, que os gays andam aí e querem dar cabo da gente!"
Não sei como é que os gays podem destruir famílias. Será que roupa demasiado vistosa mirra o esperma dos heterossexuais? Demasiada cultura de musicais impede primeiras comunhões? Desconheço. Mas gostava de compreender melhor esse flagelo da sociedade, se me ajudassem. Falo dos movimentos cívicos patetas, claro.
Obrigado.

sábado, fevereiro 20, 2010

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Carvalhal no Facebook


Um original encontrado aqui.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

It's time to really get lost


Em 2004, sacrifiquei a minha amla num altar de onde devia ter recuado mal vi as primeiras imagens. Isto porque me apercebi que era um altar que estava condenado a adorar, e adorar, e adorar. Li na revista Entertainment weekly que esta série, aparentemente muito boa, estava a fazer grande sucesso. Tinha actores bem parecidos e grandes avlores de produção, mas era acima de tudo um mistério. I'm a sucker for enigmas; e o nome parecia dizer tudo e não dizer nada: "Lost".
Hoje, "Lost" é, provavelmente o maior fenómeno televisivo da década. É a pop culture inovadora e forte, numa era de geeks e nerds. Servi alegremente de hospedeiro deste vírus e infectei mais gente com isto. Penei por vários anos, tive de aguentar desaforos infindáveis ("Heroes é melhor do que "Lost"!!"), mas qual John Locke em redor de uma escotilha aberta, a minha paciência foi recompensada e posso contar aos meus netos que quando era mais novo, presenciei um milagre televisivo quase sempre consistente, uma série que é não só um thriller muito bem construído e uma história com personagens complexos e interessantes, mas também um brutal enigma metafísico desenhado para quem gosta de se dedicar paralelamente aalgo de inútil. "Lost" é isto. Regressa hoje, nos Estados Unidos, e amanhã surgirá por aí por acidente. Excepto que não será acidente. Tudo acontece por uma razão.