sexta-feira, maio 20, 2011

Que sociedade temos?

O meu entendimento de economia é muito básico. Apesar de ter lido mais sobre ela nos últimos tempos, em parte para perceber a crise, em parte porque a matéria de 8º ano que lecciono envolver algumas básicas noções económicas que tenho de traduzir para miúdos que têm a dificuldade em perceber conceitos simples como "Indica" ou "Refere", não sou um perito em finanças ou funcionamento da máquina monetária que (dizem) suporta o mundo. É uma lacuna, assumo-a, toda a gente tem brechas na armadura.
Uma coisa onde já estou mais à vontade é em ideologias e lógica ideológica. Estudei-a com mais pormenor e atenção, e considero-a bem mais interessante que sociedades anónimas e capitalismo financeiro. Por isso, pergunto: porque é que todas as tentativas de resolver uma crise que, longe de ser só económica, é também social, giram em torno do valor do dinheiro e não do valor da vida de cada um? Porque é que o pensamento é em gerar mais dinheiro para uns poucos fazendo parecer fácil destruir as condições de vida de uns tantos? Porque quando ouço falar em cortar salários, e benefícios sociais, e deixar ao desbarato algo tão necessário para o ser humano como a cultura, essas soluções nos são apresentadas como lógicas.
Podia ir por aí fora a explicar porquê... Mas o quadro está pintado de forma tão óbvia que até me admira como o museu onde se expõe ainda não foi queimado até aos alicerces.

quinta-feira, maio 05, 2011

My kingdom for a norse

Gostei de "Thor", o primeiro dos três blockbusters da Marvel que estrearão neste Verão e, a meu ver, o mais complicado de resultar. Acho que Kenneth Branagh, para sempre ligado ao bardo imortal de Strattford-upon-avon, fez um excelente trabalho em juntar as duas dimensões que se pediam: por um lado o drama mitico-familiar, com um pai e dois irmãos em conflitos dramáticos com textura o suficiente para não serem ocos; e a vertente pipoqueira de grande espectáculo que um filme destes tem obrigatoriamente de ter. Há, de facto, uma simplicidade e ingenuidade neste filme que remetem quase para uma inocência que já não pertence a este tempo, e isso é salutar. Afinal, nem todos os filmes de super-heróis têm de ser "The dark knight", e isso não é necessariamente mau. Uma análise demorada seguirá mais tarde!
Chris Hemsworth faz as vezes de Thor e entre confusões com a SHIELD (a abrir a porta para o filme "The avengers") e o seu irmão Loki, tem tempo para se apaixonar por uma terrestre. Um deus cai de amores por uma mortal. Classic story. Claro que aqui esta terrestre é interpretada por Natalie Portman, e é portanto uma deusa. Twist!

Baseado em factos infelizmente reais

Dirijo-me a um centro de saúde aqui do ilhéu. Dirijo-me ao balcão de atendimento e a senhora sorri e pergunta-me o que desejo. Cometo o erro de abrir a boca e falar sem sotaque. A disposição da senhora muda de imediato e aparentemente não só não faço parte da lista daquele centro de saúde, como nem sequer estou registado no Serviço Nacional de Saúde, e não posso fazê-lo naquele centro de saúde porque era um problema.

E depois sou eu que tenho alguma coisa contra a Madeira.