segunda-feira, outubro 17, 2005

Palavras

A pior coisa nas palavras é que se torna difícil adequá-las ao que sentimos. Por exemplo, a palavra coração é sepre associada ao amor, apesar de fisicamente o sentirmos mais na barriga. De que adianta cantar a beleza de uma mulher se nos faltam palavras quando a vemos? E se mesmo quando conseguimos arranjar um belo poema, ele parece tão ridículo em comparação a passarmos uma tarde com ela? As palavras tornam-se ainda mais inimigas e traiçoeiras quando a pessoa de quem gostamos vive longe: aí, letras e sinais de pontuaçõa são um falso aconchego e um falsos amigo, parecendo confortar-nos, mas fazendo-nos na realidade sofrer ainda mais, pois prendem-nos não a alguém, mas sim a uma recordação; e é muito perigoso ficar preso a uma recordação...

1 comentário:

Filipa disse...

Ia falar ali do Lynch e de que estrategema se poderia montar para chamar a atenção do senhor para estas questões sérias.
Depois resolvi dizer-te que "borboletas na barriga" é o que os alemães chamam às questões cardiológicas.