terça-feira, abril 01, 2008

O dealbreaker


O último suplemento "Sunday Book Review", do jornal "new York Times", traz um artigo que se debruça sobre um eterno problema das relações: a forma como diferentes gostos de dua spessoas que gostam uma da outra pode arruinar uma relação. No caso específico, aplicao aos livros. deita até exemplos. Uma pessoa que idolatra o minucioso Marcel Proust e o seu épico "Em busca do tempo perdido" (um dos únicos títulos de livros francês que fica bem com a expressão "Indiana Jones..." atrás), por exemplo, jamais combinará com outra para quem Jodi Picoult, a melosa autora de best-sellers que trepam tops de livros com a mesma destreza com que os macacos sobem às árvores, está apenas um degrau abaixo de Danielle Steel. Da mesma maneira, quem gosta de Jane Austen, chocará com os amantes de Dean Koontz.
O tema parece superficial, mas não o é. De facto, tão importante como a empatia com a outra pessoa, são os gostos que temos em comum. Parece-me que um fã de Iron Maiden dificilmente poderá partilhar o mesmo espaço com uma apreciadora de Celine Dion. A não ser que construam duas salas à prova de som na casa onde morarem. E parece-me impossível que alguém que goste de Arte e História possa passar feérias de Verão com alguém que idolatre desportos radicais ao ponto de só viver para isso. Só com muita flexibilidade de ambas as partes, e penso ser do senso comum que jamais duas pessoas flexíveis encetaram uma relação amorosa. É um pouco como procurar o monstro de Loch Ness: pode existir, deve andar por aí, alguns juram tê-lo visto, mas provas concretas, está quieto.
Num nível pessoal, confesso que sou picuinhas, e até nem devia sê-lo. Afinal, não estou em posição para isso. No entanto, uma rapariga que admita adorar Paulo Coelho coloca um severo turn-off sobre a possibilidade de encaixarmos. À partida, alguém que não goste de cinema poderá ter sérios problemas comigo. Na realidade, não é totalmente certo que mesmo alguém que goste não possa ter hipóteses. Agora que penso, embora não seja fundamentalista, não me parece que seja capaz de gramar com qualquer filme. Mais do que os livros, os filmes são o meu dealbraker. Sou muito esquisito com os filmes que vou ver a uma sala de cinema. Como disse a um amigo meu, sou incapaz de assistir a um filme que não queria mesmo ir ver, mesmo que haja hipótese de algum tipo de acção se desenrolar entre mim e a rapariga. Vai completamente contra a minha natureza. Quem não consiga ter sentido de humor suficiente para perceber porque gosto de filmes de acção dos anos 80, esqueça; se odiarem Spielberg ou Fincher, fiquem longe; ou o humor de Woody Allen. E é melhor nem entrar nas séries de televisão.

E quanto a vocês, leitores, qual é o vosso dealbraker? Onde estabelecem os limites quando a possibilidade de se relacionarem com uma pessoa aparece?

1 comentário:

Post-It disse...

Olá!
Apareci aqui quase por acaso; a "culpa" é da Pimpinela! ;)
Gostei muito deste post, em especifico, e gostei do blogue, em geral.
Concordo em género, grau e número com o que disseste! Também para mim seria um péssimo indicador se o rapazinho que me atraia fisicamente, afirmasse que gostava de Paulo Coelho! Que degredo! :/
É necessário haver afinidades, não só fisicas, mas - também - intelectuais, parece-me. De outra forma, quando a paixão arrefece , (estado que dura 3 meses e alguns dias), partilha-se o quê?
E a cabeça, o cérebro, é o maior e mais poderoso orgão sexual que temos. Se não for estimulado...