segunda-feira, setembro 29, 2008

Espantoso

Este anúncio da Quercus envergonha quem, neste momento, anda a criar publicidades para telemóveis cada vez mais decadentes. Consciência e uma brutal criatividade no mesmo prato da balança.
Sigam o link.

http://sound--vision.blogspot.com/2008/09/blog-post.html

Prenúncio de morte


Vem aí coisa má. Não possuo nenhum sentido-aranha, nem sou Nostradamus, mas há qualquer coisa aqui dentro que se enche como uma bolha e estás prestes a rebentar. É um certo mal-estar que se dirige a toda a velocidade contra a minha vida, batendo nos destroços actuais e transformando tudo num certo cenário apocalíptico. Estou com essa súbita impressão agora.
Porra, não me vai passar.

Chiça, que dói quase fisicamente.

Como era mesmo o título daquele livro de António Nobre?

domingo, setembro 28, 2008

Uma adenda...

... ao post anterior. Comparar Paul Newman ao Camilo não é a melhor maneira de mostrar a importância da morte deste enorme actor.
Muitas vezes se fala de James Dean e Maron Brando, que fazem parte da mesma geração de Newman, como actores que definiram o que era a interpretação, que reinventaram o ofício e são referências. Mas Newman foi tão moderno quanto eles, apenas com a diferença de que era incrivelmente discreto no que toca ao seu trabalho e à sua vida, e ao invés de ser símbolo de rebelde sem causa, era um rebelde com causas, tendo como prova as várias instutuições de caridade que criou ao longo da vida. Longe de se considerar em primeiro um actor, considerava-se um ser humano, definido não por boas intenções, mas por acções concretas. Esse é o vazio que deixa Newman: o exemplo de alguém que compreende o poder que o seu nome "sonante" tem no mundo e a responsabilidade que ele acarreta.
Para além disso, como cinéfilo, há "Gata em telhado de zinco quente", há "Butch Cassidy and Sundance Kid"; há "A golpada"; há "A cor do dinheiro"; há "Hud, o mais selvagem entre mil"; há "Cool hand luke"; há "A cor do dinheiro"; há "O veredicto"; há "The hustler".
Morre um dos maiores. Dos poucos que ainda sobram. Obrigado, senhor Newman.

sábado, setembro 27, 2008

Paul Newman: 1925-2008


E o raio do Camilo fez 60 anos de carreira há uns dias. Depois, venham falar-me em justiça...

No domingo, fui à bola

Na verdade, foi a uma quinta.
O meu irmão tem uma certa habilidade para entreter os pés com uma bola de futebol. Quando digo "uma certa habilidade", estou a ser irmão, pois claro, a diminuir-lhe as capacidades. Já há algum tempo que ele andava com vontade de exibir esse entretém numa equipa de futebol a sério; e descobriu que os júniores do Mirandense, de Miranda do Corvo, estavam a formar uma nova equipa. Após um mês de treinos, eis que surgiu o primeiro jogo, contra os seniores do Operário de Lamas. E aqui acaba a contextualização do post.
Obviamente, fui ver o prodígio em acção. O que eu tenho em auto-comiseração, tem o meu irmão em confiança, e a forma como ele fala do seu talento fá-lo parecer o Cristiano Ronaldo, sem o cabelo parolo, mas semelhante estampa física. Por isso, afastei-me do meu portátil e da minha tese e desloquei-me, em romaria com o resto da família, ao pelado do Mirandense. O estádio resume tudo aquilo pelo qual me sinto fascinado pelo futebol regional: um estádio que tem uma entrada com bilheteira e um porteiro, mas está completamemte aberto do lado oposto; uma caldeira de água quente alimentada e lenha; um campo de areia sem as marcações de linhas; uma baliza meio caminho entre uma bancada e o campo, proporcionando um perigo de traumatismo craniano ao lateral mais esbaforido.
Instalei-me nas bancadas e atrás de mim, alguns miúdos que tinham treinado uns minutos antes instalavam-se para ver a partida, ainda de fato de treino, cabelo molhado saído do chuveiro, toda uma cultura própria na antevisão do desafio. Mas antes, uma pequena discussão sobre os melhores sítios para jogar Black jack no concelho de Miranda do Corvo. Só depois soube que Giggs e Rooney jogavam nos júniores do Mirandense Aparentemente, o meu irmão não era o único craque do bando.
Quando as duas equipas entraram, percebi que Rooney e Giggs eram alcunhas derivadas de parecenças físicas; mas aquele tipo de parecenças que leva a que, ocasionalmente, eu seja confundio com o Brad Pitt na baixa de Coimbra.
O jogo começou. O meu irmão actuava a extremo-direito, mas a bola não lhe chegava. Assim, o jogo não tinha interesse. Foi aí que se deu o momento, quando pude assistir ao vivo, a cores e, infelizmente, a cheiro, à chegada do famoso Vítor do Poste. Para quem não conhece, fica a figura:

Pude comprovar que o homem é mesmo especialista: não se sentou atrás do seu fiel companheiro, mas sacou um fora-de-jogo no lance no primeiro golo do Lamas, o seu clube. A fazer ver a muito árbitro. Aqui está alguém que vive o futebol a sério, que gesticula e berra lá para dentro, enquanto manda piadas acerca da orientação sexual de alguns espectadores. Pelo meio, no banco do Mirandense, alguém começa a tentar repetir o seu belo discurso n' "A liga dos últimos". Vítor do Poste, com a calma dos sábios, corrige-o: "Não é "Nós é que sabemos. É a gente é que sabemos!" Se o futebol fosse um espírito maligno, Vítor do Poste substituiria Linda Blair em "O exorcista". Enquanto destrinça, dá orientaçoes, e a coisa resulta: o gurda-redes do Mirandense manda um frango e o Lamas chega a 2-0.
Entretanto, a bola chega em condições ao meu irmão pela primeira vez em todo o jogo. O puto fez o que sabe: deixou três tipos com o dobro do físico dele a comer poeira, puxa a culatra atrás e toma lá disto. O guarda-redes adversário, com umas estranhas botas à Vegeta, defende a custo. Mas os benjamins espectadores que assistiam na bancada erguem-se e abrem a boca. Um diz: "Foda-se, o gajo papou 3." Vira-se outro: "Claro, meu, é o Cristóvão. O gajo joga de caralho!"
Passado pouco tempo, acabou a 1ª parte. Entretanto, vim-me embora, que eram quase dez e ainda não tinha jantado. Futebol é futebol, mas não me dá de comer. No final, ficou 3-1 para o Lamas. O golo do Mirandense foi do Cristóvão, num estoiro de fora da área, que deve ter provocado novo orgasmo aos bambinos que assistiam.
E chegado a casa, o herói do jogo vinha cansado. Quis ir a um convívio no pólo II, mas a mãe não deixou. Arremeteu-se ao cansaço e foi dormir.
As comparações podem ser muito bonitas, mas ao menos, o Cristiano Ronaldo leva uma gaja para casa no final da partida.

quinta-feira, setembro 25, 2008

terça-feira, setembro 23, 2008

Contra-resposta

Fontes bem colocadas informaram este blog que a GALP vai responder à iniciativa de protesto contra o aumento do preço dos combustíveis de não abastecer neste Sábado: na sexta-feira anterior, vai dobrar o númeor normal de clientes.

TV watch


Semana e tal de ausência e o homem regressa com quê? Com séries, pois claro. No entanto, perante os resultados dos Emmys de ontem, a pertinência é muita.

"MAD MEN"

Aquela que os Emmy consideraram como a melhor série de 2008 é isso mesmo: a melhor série deste ano. Desenrolando-se na passagem da década de 50 para a de 60, ou seja, no percurso que iria acabar com a liberalização dos costumes, a luta pelos direitos civis e a emancipação da mulher, "Mad men" faz da sua temporalização um aspecto importante da trama. Isto significa, claro, que para se gostar deste série, é também preciso gostar de pensar naquilo que se está a ver. O centro da acção é uma agência de publicidade em Nova Iorque, um antro masculino por excelência, onde o fumo dos cigarros, o tilintar do gelo e os fatos impecáveis se misturam com o flirt declarado e a piada sexista, nos tempos em que a expressão assédio sexual ainda estava algures enterrada num buraco. Não há ilusões: os homens são senhores do seu mundo, e os executivos de publicidade, os chamados Mad men, são o perfeito protótipo disse.
Nesta agência em específico, a Sterling and Cooper, o exemplo acabado deste modelo de homem é Don Draper: o macho alpha do escritório, tem uma mulher uns dez anos mais nova, linda de morrer, dois filhos que parecem saídos de um poster americano, é o publicitário mais respeitado da empresa e tem vitalidade suficiente para ter um séquito de amantes. Na Sterling Cooper, temos também Peggy Olson, secretária de Don e claramente uma mulher com mais miolos do que muitos homens; Pete Campbell, fuinha que vê em Draper um herói; Roger Sterling, um dos donos da empresa e o buddy por excelência de Draper; Joan Holloway, abelha mestra da colmeia das secretárias; e mais laguns publicitários e artistas que compõem a equipa do nosso macho alpha. Claro que como qualquer boa série, há sempre um outro problema; e nesta, a questão é que o impecável, cool e fleumático Don Draper pode não ser exactamente Don Draper...
O criador da série, Matthe Weiner, fazia parte da equipa criativa que fazia mover "The sopranos" e isso nota-se: "Mad men" é, provavelmente, a série onde se passam mais coisas nas entrelinhas, onde uma frase com sete palavras pode muito bem condensar meia página de coisas que não são ditas em voz alta. É um desafio constante desfrutar plenamente da série, pois exige atenção e cuidado com pormenores. Por exemplo, há uma personagem que é gay, e isto percebe-se muito bem antes de ser mostrado, praticamente desde o primeiro episódio. A combinação entre uma escrita detalhada e um conjunto de actores esplêndido faz com que "Mad men" seja um portento de subtileza. É também a série indicada para feministas não-fanáticas, que acima de tudo percebam que estão a ver o embrião das lutas que travaram a partir daí: a série é também sobre a relação entre homens e mulheres, sobre os papéis que ambos os sexos desempenhavam na sociedade da altura e sobre a altura em que as mulheres acordam para a vida. Algumas, pelo menos.
Mas acima de tudo, tudo gira em redor de Don Draper, numa fantástica interpretação de Jon Hamm, um actor que não conhecia de lado algum e que no seu estilo, que pode ser definido como um George Clooney taciturno, projecta a mistura de carisma e ao mesmo tempo de vazio que Draper tem. É difícil definir Draper, mesmo com série e meia já vista, e isso é um triunfo de Ham, que consegue "não representar" que o comum actor desesperaria à procura de um subtexto para mostrar que está actuar alguma coisa. Encontrar o vazio de Draper e a sua vontade de sentir alguma coisa é o triunfo pessoal de Hamm, muito justamente nomeado para os Emmy deste ano, tendo perdido para Bryan Cranston, outro espantoso actor de "Breaking bad", série de que falarei proximamente. No elenco de "Mad Men", destaque para Elisabeth Moss e Christina Hendricks, como Peggy e Joan, duas mulheres de craveira superior, mas diferentes em ambições pessoas, John Slattery, o rei do engate de meia idade Roger Sterling, uma raposa grisalha que sabe bem os terrenos que pisa e como ler pessoas e January Jones como a esposa de Draper, a prova de como as bimbas louras são na verdade um disfarce forçado de tempos em que a mulher bomba era tudo o que se queria.
"Mad men" recomenda-se vivamente para quem gosta de complexidade naquilo que vê. Exige paciência, exige respeito, exige dedicação. Mas é uma enorme recompensa para quem gosta de coisas boas. Para quem gosta de ser surpreendido com pequenos pormenores e acima de tudo, para quem gosta de ler pessoas. Essa é a chave desta série.

sábado, setembro 13, 2008

quinta-feira, setembro 11, 2008

Passo maior que a perna


Esta nova experiência do CERN, com o acelerador de partículas, fascina-me, apenas porque não a percebo. Óbvio que não me refiro à componente científica (qualquer uma dos meus antigos professores de Físico-Química vos poderá explicar, sem equações e paradoxos envolvidos, que eu sou a prova da teoria da Relatividade: sou relativamente estúpido), masà necessidade.
Não me vou entrar aqui numa diatribe "NASAtica"de dinheiro gasto em ciência cara quando gente morre à fome. Vou mantar a discussão em termos científicos.
O objectivo desta experiência é recriar em tubos catódicos as condições do Big Bang, a teoria em vigor sobre a origem do Universo. Primeiro, terá de se saber se houve um Big Bang. Depois, a ter havido, eu não estava lápara assistir ao evento, mas quer-me parecer que aquilo foi coisa de excelso rebentamento. Por isso, permitam-me desconfiar do director do CERN, quando diz que não há perigo nenhum de alguma coisa dar para o torto. Claro que há: quando envolvemos máquinas e radioactivisade à escala daquele acekerador de partículas, as coisas podem acabar mal, horrivelmente mal. No início da Radioactividade como ciência, a comunidade científica também achava que aquilo não fazia mal a ninguém, e marcas de dentríficos até arcescentavam rádio à sua fórmula habitual, garantindo aos clientes que melhorava a saúde das pessoas. Hoje, sabe-se que para mexermos nos cadernos de anotações de Marie Curie, temos de vestir um fatinho protector. É por coisas dessas que desconfio sempre da radioactividade. Acho que o ser humano tem a tendência para brincar com coisas cujo potencial não entende realmente.
Depois, porque é que queremos saber tudo sobre a origem do Universo? A meu ver, isto é uma daquelas ambições que vem do Iluminismo, das ambições megalómanas da Ciência, que quer descodificar e desbravar tudo. É estranho que assim seja, pois a quantidade de coisas que sabemos sobre o nosso próprio planeta é de uma pobreza atroz. Pode ser pouca ambição, mas entre saber as origens do Universo e conseguir prever tremores de Terra com exactidão, as minhas prioridades estão estabelecidas; entre procurar o bosão de Higgs e resolver, de uma vez por todas, a questão das alterações climáticas, sou um realista; entre desvendar os segredos da matéria e os segredos de um tumor maligno, embora ambos sejam mais importantes que os segredos de "A última ceia", acho que só um deles pode realmente prolongar a vida.
Conclusão: a Ciência é espectacular, permite-me estar aqui a cortar nela através de um computador e de uma linha telefónica, mas é claramente mais cabeça no ar do que eu, e isto é dizer alguma coisa.

terça-feira, setembro 09, 2008

Appetite for destruction


É o que apetece hoje.

sábado, setembro 06, 2008

Cinema: 15 filmes a ter em atenção

A segunda metade do ano cinematográfico costuma ser normalmente dedicada aos filmes com potencial de premiação, nomeadamente com potencial de Óscares. A época de blockbusters ficou para trás e tem de se esperar pelo Natal para encontrar um ou outro espécime, que vai rareando cada vez mais nesta altura. É por isso que este post que destaca alguns dos potenciais bons filmes que estrearão entre este mês de Setembro e Dezembro no mercado norte-americano (vamos estender estreias até ao mês de Março em Portugal) focará maioritariamente fitas sérias ou pelo menos substancialmente artísticas.

"BURN AFTER READING"

Depois da consagração nos Óscares (com 3 prémios só à sua conta), os irmãos Coen seguem "No country for old men", que é pouco menos do que deprimente em termos de ambiência, com uma comédia que promete ser perfeita para apreciadores do desmiolado em celulóide, e que envolve um agente da CIA demissionário, um CD que aparentemente tem segredos governamentais, dois donos de um ginásio e Geroge Clooney como bronco de serviço. Apesar de terem ficado famosos quando entram negrume adentro, os manos têm no currículo belas comédias como "The big Lebowsky", "Raising Arizona" e "Oh brother, where art thou". Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich, Tilda Swinton e Frances McDormand. constituem o elenco.


"RIGHTEOUS KILL"

Um motivo para se ver este filme? Al Pacino e Robert de Niro como uma dupla de polícias. Ou seja, aquela cena no café em "HEAT" expande-se para a totalidade de uma longa-metragem. Acho que isto basta.

"BLINDNESS"

José Saramago adaptado ao cinema por Fernando Meirelles? O bizarro aconteceu. Saramago não é dos escritores de que mais gosto, mas a sua ideia de uma terra de cegos onde uns poucos que vêem têm de ser reis é bastante interessante por si; pegada por Meirelles, um homem que fez duas longas-metragens arrebatadoras ("Cidade de deus" e "O fiel jardineiro"), pode vir a resultar numa fita poderosa a todos os níveis. A história de uma epidemia que começa a cegar a população mundial e as consequências no teciodo da sociedade actual é interpretada por Julianne Moore, Mark Ruffalo, Gael García Bernal, Danny Glover e Sandra Oh.

"APPALOOSA"

O western tem ressurgido em força nos últimos anos. Em 2007, "3:10 to Yuma" foi um enorme sucesso de bilheteira, misturando os temas tradicionais do western com uma abordagem moderna do modo de filmar. Este ano, Ed Harris, que é um extraordinário actor, junta Viggo Mortesnsen e Jeremy Irons, que dispensam adjectivos como intérpretes, e adapta um livro de Robert Parker, que conta a história da disputa entre dois amigos (Harris e Mortensen) e um latifundiário vilanesco (Irons). Homens duros num género duro.

"MIRACLE AT ST. ANNA"

Realizar filmes de guerra é uma estreia para Spike Lee, realizador pária que voltou a cair nas boas graças do mainstream depois do sucesso de "Inside man". Para que a transição não fosse muito forçada, a história é sobre um esquadrão totalmente composto por soldados negros, algures em Itália, em plena 2ª Guerra Mundial. Para não variar, Spike Lee já começou a irritar gente. Clint Eastwood levou no maço por causa de "Flags of our fathers" e os Coen apanharam por tabela. Os italianos, esse povo que pouco tem de racista, também já se mostrou algo incomodado em ver Lee a rever-lhes a sua história do conflito. É esperar para ver, principalmente quando este filme começa a cheirar a Oscar.

"RELIGULOUS"

O realizador de "Borat" e Bill Maher, indivíduo que está para a Direita como a sarna está para os cães, num documentário declaradamente ateísta, onde ambos percorrem o mundo, questionando o porquê das crenças religiosas das pessoas? Mas este parece ser o filme incendiário do ano!

"ROCKNROLLA"

Guy Ritchie, depois de duas sovas da críticas seguidas, com "Swept away" e "Revolver" (que, batam-me, achei ser um filme interessante) regressa ao estilo que lhe trouxe a reputação: gangsters perdidos em bolandas pelos subúrbios de Londres. Soa a repetição, mas "Snatch" e "Lock, sotck and two smoking barrels" são dois grandes filmes de entretenimento até mesmo no Usbequistão. Gerald "300" Butler, "Idris "The Wire" Elba e depois Tom Wilkinson, Thandie Newton e Jeremy Piven embarcam na viagem, com uma estrela de rock drogada e a máfia russa em disputa com gangsters ingleses. Já se parece mais com os filmes de Guy Ritchie que conheço.

"BODY OF LIES"

Um thriller sobre o combate ao terrorismo no Médio Oriente, realizado por Ridley Scott e protagonizado por Leonardo Dicaprio e Russel Crowe. O suficiente, penso.

"W."

O actual presidente dos EUA ainda não saiu do cargo e já há um biopic feito sobre a sua vida. Oliver Stone é o realizador e isso já põe as pessoas de pé atrás. No entanto, há que lembrar que este é o mesmo homem que fez "Nixon", um execelente filme sobre o homónimo chefe de estado e que acabou por ser um estudo de personagem justo e surpreendente, quando se esperava o pior, e era fácil entrar pelo pior. Apesar do retrato facilitista que dele tentam fazer, Stone é um autor complexo e a interpretação de Josh Brolin como Dublia Bush parece acertar na mouche. Para mais, temos toda a entourage da mitologia Bushiana presente, e o filme estreia por altura das presidenciais de 2008.

"CHANGELING"

Clint Eastwood envereda pelo thriller sobrenatural, anos depois de "Play misty with me". Aqui, Angelina Jolie é a mãe de uma criança que desaparece de casa. Semanas mais tarde, a polícia devolve-lha. O problema é que... não é a mesma criança! Tem, pelo menos, um ponto de partida interessante.

"QUANTUM OF SOLACE"

Quem diria que algum dia conseguiriam reinventar James Bond? E que o homem mais criticado em antecipação, quando se anunciou que ia vestir a pele de 007, seria afinal o único capaz de pedir meças a Sean Connery? (Ok, eu pressenti esta segunda quando vi "Layer cake"; mas esqueci logo de seguida, por isso não foi coisa séria). "Casino Royale" foi um caso tão sério que se chegou a falar, com toda a naturalidade, de Daniel Craig podia ser nomeado para melhor actor. "Quantum of solace" é, pela primeira vez na franchise, uma continuação directa do filme anterior, e a direcção pertence ao ecléctico Marc Foster, que entre outros, fez "Finding neverland" e "Monster's ball". Desta vez, Bond procura vingança pela morte de Vesper Lynd e vai atrás do consórcio corrupto por detrás das acções de "Casino Royale". Blond Bond is back... with a vengeance.

"AUSTRALIA"

Baz Luhrman, a maníaca mente que arquitectou "Moulin rouge" e "Romeo and Juliet", experimenta agora o épico, com este filme que pretende abordar um capítulo da história do seu país, a 2ª Guerra Mundial. Nicole Kidman é uma dama inglesa que herda uma enorme quinta na Austrália e tem de aceitar, pela sua inexperiência, a ajuda de um rancheiro interpretado por Hugh Jackman. Imaginar Hugh Jackman de camisa de ganga entreaberta deve fazer ventilar algumas das leitoras, mas para os restantes, Luhrman nunca fez um filme feio e o mínimo que se pode esperar de "Australia" é uma delícia visual que supere "Moulin rouge". Para além disso, será interessante ver o que um esteta puro e iconoclasta fará com um género tão tradicional como é o épico.

"MILK"

Gus van Sant regressaa o mainstream, com este biopic sobre Harvey Milk, vereador da câmara de S. Francisco na década de 70 e que ficou para a história como o primeiro gay assumido a ser eleito para um cargo público nos EUA. Sean Penn interpreta Milk e pelo trailer, parece estar o Penn do costume, ou seja, excelente. James Franco, o ubíquo Josh Brolin e Emile Hirsch completam o cast de um filme altamente falado para a Oscar season que se avizinha.

"DEFIANCE"

Ed Zwick é um paladino de causas e de histórias esquecidas pela História, e depis de "The last samurai" e "Blood diamond", volta a pegar em factos pouco conhecidos: aqui, a resistência judaica aos Nazis na Bielorrússia. Se o tema parece à partida o costume no que toca a Holocausto, o casting levanta interesse: Daniel Craig, Liev Schreiber e Jamie Bell fazem de irmãos coragem, que de armas na mão, tentam escapar com um grupo de conterrâneos judeus para paragens mais seguras. Se Zwick não ceder às tentações do último quarto de hora de "Blood diamond", isto pode dar certo. Destaque para a direcção de fotografia do português Eduardo Serra.

"THE CURIOUS CASE OF BENJAMIN BUTTON"

David Fincher e fábulas românticas são dois conceitos normalmente incompatíveis. No entanto, este filme pode mudar isso: a adaptação de uma short story de F. Scott Fitzgerald, sobre um homem que nasce velho e percorre a sua vida sempre a rejuvenescer para morrer bébé é bizarra só por isso, e um conceito altamente interessante. Brad Pitt interpreta a personagem principal e Fincher rodeia-o por Cate Blanchett, Tilda Swinton e Julia Ormond. Blanchett parece interpretar o grande amor da sua vida e abordar todas as questões metafísicas e humanas relacionadas com o estranho padecimento de Benjamin Button será certamente a grande força do filme, tendo em conta os gostos de Fincher. O filme demorou dois anos a ser feito, sendo que Fincher estava envolvido em simultâneo com "Zodiac" e a supervisionar os efeitos especiais relativos às várias fases de rejuvenecsimento da perosnagem de Brad Pitt, numa minúcia demiurga típica do realizador. Por todos os motivos e mais alguns, é o meu filme de 2008.

terça-feira, setembro 02, 2008

Morreu... the trailer voice

E agora estamos "In a world..." onde ela não se faz ouvir.