domingo, junho 17, 2012

O olfacto da visão

Há qualquer coisa que me seduz em páginas velhas. Estou a falar de um tipo de papel, que hoje não se usa, a fazer lembrar mais a passagem do tempo do que a branquidão dos espaços nebulosos. Tem um cheiro particular, ao contrário da matéria-prima actual, onde as letras parecem mais inscritas do que impressas. A própria leitura possui um gosto místico, como se absorver fosse uma palavra mais apropriada do que ler quando pegamos em tais tomos.
E o melhor é que não perdem o cheiro; nem sequer o prazer do toque. É pequeno, mas se fosse grande, se calhar não era tão meu.

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