quarta-feira, março 19, 2008

Rendez-vous with Rama


Não conheço muito acerca de Arthur C. Clarke. Sabia que era ele o autor da short story que deu origem a "2001: uma odisseia no espaço", a genial obra de Stanley Kubrick. Há alguns dias, um amigo meu fez-me chegar às mãos um daqueles produtos que ele considerava de primeira necessidade e parecia assumir contornos vitais na definição da sua infância. Era uma série documental chamada "The mysterious world of Arthur C. Clarke", onde o escritor patrocinava um conjunto de reportagens sobre os mais variados fenómenos bizarros. De imediato, ao ver o genérico, viajei até à minha infâncioa e lembrei-me de que sim, também eu já assistira aquilo. Escondido debaixo de camadas e mais camadas de inconsciente, estava Clarke, ali, deitado no fundo da minha cabeça, ele próprio um mistério.
Talvez seja o facto de o ter redescoberto agora que lhe provocu a morte, eu tenho esse poder kármico (no entanto, permitam-me que me inocente de outro óbito de hoje, o do realizador inglês Anthony Minghella: já conhecia "O paciente inglês", "O talentoso mr. Ripley" e "Cold mountain"). Eu e Clarke partilhamos uma coisa, e não é, obviamente, a genialidade: é a curiosidade. Era isso que o movia e, em certa media, é isso que também me move, mesmo qaundo tudo na vida se augura sombrio. Diagnosticado comum tipo de poliomielite desde os anos 60, Clarke foi ganhadno dificuldades em mover-se; porém, acho que era um sintoma de que o sue corpo não podia acompanhar a mente. De certeza. O homem que coleccionava ficheiros com referências a caveiras de cristal, dragõs marinhos, serpentes gigantes, chuvas estranhas ou OVNI era como um Cahrles Fort dos tempos modernos, apenas mais popular, mas igualmente bem humorado perante aquilo que não conhecemos.
E ele conseguiu finalmente o que queria: uma maneira de ver respondidas todas as suas perguntas. Deste mundo misterios e do outro também. Se ele existir claro. Clarke projectava sempre a sobra da dúvida.

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