sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Sexta-feira 13


Há quem pense ser este o dia mais azarado do ano (pessoalmente, penso que é o dia 14, quando calha em Fevereiro). A sexta-feira 13, para além de ser uma sangrenta saga de filmes de terror e o único amigo que Robinson Crusoé fez enquanto esteve na ilha deserta, é uma espécie de assombraçãopara supersticiosos de todo o mundo, mesmo quando na prática não existem grandes motivos para isso. Há, no entanto, um poder simbólico encerrado no número 13, que é impossível de negar; e mais do que em factos ou evidências, as pessoas acreditam em simbolismos e poderes místicos. Mesmo quando batem no peito e proclama mais racionalistas que Darwin.
A sua associação mais famosa, claro, é à Última Ceia, onde estavam 13 convidados à mesa, e ao que parece, um deles morreu. Mas depois, dizem, resuscitou, por isso não sei quanto azar poderá estar aí. Outra associação cristã remete para a Epifania do mesmo Messias, porque este terá recebido a visita dos Reis Magos no seu décimo terceiro dia de vida. No Judaísmo, 13 é a idade em que um rapaz faz o seu Bar Mitzvah, o sue ritual de passagem à idade adulta (bem doloroso, por sinal). 13 é também o número de atributos de Deus, segundo a Tora, e se confiarmos no teólogo Mamonides, a quantidade de princípios da fé judaica. Um outra ceia que deu para o torto encontra-se na mitologia nórdica, onde 12 deuses convivas viram o penetra Loki aparecer e matar um deles (13 pessoas, portanto), o que previsivelmente terá causado atrasos no consumo da sobrememsa.
O 13, portanto, não foge da sua associação nefasta (nenhum corredor de Fórmula 1 usa este número desde 1976), mas no entanto, os Sikhs associam o 13 à fartura e os italianos consideram-no um número de sorte. Claramente, não sofrem de Triskaidekafobia, o medo deste algarismo. É mais comum e profundo do que possamos pensar. Muitos edifícios norte-americanos não têm o 13º andar (a câmara municipal de Buffalo, Nova Iorque, por exemplo), usando o M, que é a letra 13 do alfabeto. No Irão, a maior parte das casas 13 aparecem designadas como 12+1, e em Inglaterra, são normalmente embargadas as propostas de construção de casas que vão ficar com este número. Em companhias aéreas, como a Alitalia, a Continental e a Meridiana, não existe o lugar 13 nos aviões. Ainda na aeronáutica, há aeroportos que não têm o porta 13, e o avião que sucedeu ao F-12 foi o f-14, não o F-13.
13 eram os degraus que normalmente conduziam às galés de um navio, e o número original dos estados fundados dos EUA. Os membros da Mafia mexicana identificam-se com o 13, e há dois filmes com nomes de números, cuja soma dos dígitos é 13 ("THX-1138" e "1408"), sendo que um aborda um futuro sob o domínio da tirania e o outro uma história de homicídios fantasmagóricos.

Quer dizer, se a nosa paranóia não actuasse, o 13 era um número como os outros...

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