Todos os dias me fazem questão de lembrar de que tenho duas existências separadas. Uma é aqui neste bocado de matéria sólida cuja proximidade geográfica mais pede a adesão à União Africana do que propriamente à sua congénere europeia; outra continua, imperturbável centenas de quilómetros além-mar. Recebo e-mails que me tratam como se Bruno Fernandes estivesse por Coimbra, levando a sua vida normal. Convidam-me para aparecer em Conselhos Regionais e oferecem-me bilhetes para ante-estreias no Fórum Coimbra. Uma beleza. Enquanto tento calcar com entulho as saudades que vou tendo de coisas e pessoas, alguém me faz questão de lembrar de que existo noutra realidade. O problema é que começo a pensar se realmente o meu outro eu se está a divertir mais do que eu.
Um evento inédito surgiu esta semana: dei 100% a uma aluna. Gostava de ter o crédito, mas o raio da miúda é esperta e trabalha. Parecendo que não, juntar ambas costuma ajudar a ser bem sucedido, como me lembrei várias vezes nas minhas reflexões acerca de "Porque é que não terminei a tese?" Segundo a directora da escola, a minha alcunha entre alguns alunos é "Bin Laden". Pegarem por causa da barba? Please... Miudagem, mais criatividade. Um dos meus alunos disse que era o professor mau, com respeito. vêem? É assim que se arranjam boas alcunhas: com a perspicácia aguda que capta as qualidades mais salientes do indivíduo.
Se outra coisa não levasse desta experiência, fica isto: castanhas assadas são tão, tão boas!
E é isto.
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