Dou um olhada 15, 20 filmes possíveis de vir a aparecer nas nomeações dos Óscares deste ano e chego à conclusão de que este poderá ser o primeiro ano a sério desta história de se lançar uma dezena de concorrentes à arena, em vez de cinco. Queria chamar-vos à atenção para este pormenor, pois sei que há de entre os leitores habituais quem, como eu, aproveita esta antecâmara oscarizante para escolher filmes para ver no cinema em casa. Em primeiro, de entre os que já estrearam em Portugal, vejamos quem se destaca nesta corrida.
"Inception" preenche o requisito "dinheiro". Neste dez, quase de certeza haverá um filme que simbolize o voto popular, e este possui a junção certa de qualidade e lucro. Para além disso, mitos urbanos dizem que esta história dos dez nomeados só apareceu, porque a vergonha de não ter posto "The dark knight" como concorrente aos Óscares era demasiado grande para ignorar; "Toy story 3" é, atrás de "The social network", o filme com melhores reviews do ano. Para além disso, é Pixar e já sabemos o que isso significa nos Óscares. E o meu comentário a "The social network" está em baixo, e mais adendas a tamanha perfeição reunida num só filme são redundantes e uma ofensa séria à sua qualidade. E não esqueçamos "Suutter island", com a combinação sempre prometedora Scorsese + Di Caprio.
Quando olhamos para o que ainda está para estrear nos próximos 4 meses, a nossa cabeça corre o sério risco de explodir. "127 hours", o novo de Danny Boyle, sobre Aron Rolston, o inconsciente que ficou com o braço preso debaixo de um calhau no Utah, parece ser o tipo de experiência visceral que faz esquecer o tom algo parolo de "Slumdog millionaire"; "The black swan" traz Aronofsky de novo a estas brincadeiras, mas desta vez a sério, num filme acerca do mudno do ballet, que envolve psico-drama, avarias da cabeça e uma cena lésbica entre Natalie Portman e Mila Kunis; "The way back" é o regresso do maior realizador australiano da actualidade, Peter Weir, num épico de fuga de gulag que mete ao barulho Jim Sturgess, Colin Farrell e o sempre grande Ed Harris na tundra siberiana; "Get low" parece ser o tipo de bizarria americana que se fazia muito na década de 80, muito kitsch e seca ao mesmo tempo. E com um elenco com Robert Duvall a fazer de tipo de convida gente para o seu próprio funeral, anunciando-o atempadamente, Sissy Spacek e Bill Murray a fazer de coveiro, o que não há para gostar?; "Hereafter" é "Ghost" em versão Clint Eastwood com Matt Damon. Como não ficar curioso?; "Fair game" é um filme onde Naomi Watts faz da espira americana Valerie Plame e Sean Penn o seu marido. Poucos filmes conseguem soletrar "Oscar" melhor do que este; e há ainda "True grit", o novo dos Coen com Jeff Bridges, Matt Damon e Josh Brolin, e "The fighter", que reúne três espalha-brasas, e duas actirzes já nomeadas: David O. Russel realiza e Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adam e Melissa Leoa interpretam.
E este pode ser o ano em que, simultaneamentre, David Fincher e Natalie Portman podem ganhar o Oscar. Deus e a Deusa? No mesmo ano? Quando ouvirem uma explosão por volta do final de Fevereiro, será a minha cabeça no Funchal.
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