As minhas aulas de CEF neste período (e CEF é Curso de Educação e Formação, só para o nosso leitor João Saro) têm sido sobre autoridade. E que melhor maneira do que leccionar este assunto através de filmes, misturando duas das minhas enormes paixões (que são o cinema e a preguiça)?
Foi este o pretexto que me levou a rever "The dark knight". Apesar de ter o filme em DVD, a nossa relação baseou-se na visão que tinha da caixa, pois durante este tempo todo não assisti à opus magna de Christopher, o Nolan. Depois de na última sexta ter partilhado esta potente obra com 90% dos alunos (os restantes dormiam), concluo contente que a minha primeira apreciação não estava errada: "The dark night" é uma das melhores misturas entre arte e espectáculo que o cinema criou, conseguindo ser ao mesmo tempo um muito bem montado filme de acção e um drama político e moral como poucos filmes arty conseguem ser. É eficaz nos propósitos e fá-lo com uma classe e um sentido de entretenimento (no caso, de emoção e também de adrenalina) que me faz comparar Nolan não a Kubrick, como muitas vezes acontece, mas a Spielberg.
Ah, e Ledger é muito, muito grande, mas só nesta segunda visita reparei no quanto Christian Bale e Aaron Eckhardt contribuem para que a mercurial interpretação do malogrado actor pareça ainda mais selvagem e descontrolada. O estoicismo de Batman e a mudança gradual de Dent/Two fae são o que tornam o Joker numa anarquia maior do que a vida; e Ledger entrega-se a esta anarquia e por ela é comido. Não é uma interpretação, é um jogo de faz de conta.
E posso-vos garantir que aqueles alunos acreditaram.
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