Quem me rodeia habituou-se a reconhecer palavras-chave que me identificam: cinema, Green Day, televisão, palhaço imenso. São como etiquetas que se colocam e que, num jogo de "seis graus de separação", ermitem que, por exemplo, eu e Natalie Portman estejamos à distância de uma alavra. Ah, Natalie Portman...
Mais um vocáculo entrou na arena desse jogo em 2011, o de uma zona que passou o a ser vilipendiada por tudo quanto é lado e que eu estive numa posição privilegiada para observar. A Madeira entrou no iaginário nacional como um imenso sorvedouro de dinheiros público,s mas no meu 2011, ela estará sempre como, ahm, casa? Estou mesmo a dizer isto? É que nalguns círculos, "Ceira" é outra palavra que se me cola como bandeira erguida em orgulho fervoroso (ou simplesmente piada gostosa).
A Madeira marcou o meu 2011, e a minha vida, talvez. Nunca tinha tido a experiência de morar sozinho, e a primeira vez que o faço, vou para uma ilha, bem longe de tudo o que me é confortável. Sem conhecer ninguém, o que é pormenor a reter. A solidão que passei anos a imaginar na minha cabeça tornava-se forçada e inescapável. Demorou até me reorientar, mas quando o fiz, descobri que aquela ilha reflecti muito daquilo que sou: uma ilha também. Foi o primeiro passo nas pazes que tive de fazer com esse facto, e reconhecer que a minha natureza é ser um solitário.
Madeira foi também uma experiência profissional razoavelmente gratificante, onde trabalhei com miudagem boa, e outra que merecia ser coberta de cal viva, mas não convém referir isto nos relatórios de observação. Alguns ainda me escrevem hoje, a perguntar como estão as coisas, e isto não pode ser necessariamente mau. Madeira fez-me mudar algumas coisas a nível pessoal, na mina relação com os outros. Madeira tornou-se num cofre de coisas que nunca partilharei neste blog, mas que são valores ainda sem cotação bolsista, e ainda bem. Madeira tentou, ao máximo, desprovar a minha crença de que ninguém me curte. Quase o conseguiu.
A Madeira foi, portanto, um palco de mudança, onde muita coisa permaneceu na mesma. Mas um lugar onde ao lado de fanáticos regionalistas, existe muita gente boa que tive o privilégio de conhecer e trabalhar. Um local onde pude contactar com novos extremos da contradição humana, e chocar com realidades que na minha cabeça eram patetas, e passaram a ser... bem, menos patetas, que eu sou de ideias fixas.
Madeira é uma terra a que aplico "obrigado" sem medo de exagerar. Porque o agradecimento constante passou a fazer parte de mim por causa dela.
Mas sempre que tiver oportunidade, vou zurzi-la quando merece!
2 comentários:
olha, ó lobo solitário, contei 3 gralhas de gargalhar. devias postar um parental advisory: este blogue tem gralha. pois tem :)
ah, falhou-me uma!
:P
são 4 gralhas.
beijocas
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