quarta-feira, novembro 20, 2019

Fachinação 10: Manhã pura, Manhã dura


Nunca se deve voltar onde já se foi feliz, dizem. Consigo compreender a intenção ainda que a felicidade seja aquela coisinha com penas que esvoaça e nunca é certa. Como tudo, é uma percepção e regressar pode até nem ser voltar num local, mas vê-lo a sério pela primeira vez. Mesmo em coisas pequenas. Um ritual que faço com aqueles que me são próximos e conhecem mal Coimbra é levá-los a provar as melhores natas a cidade. O choque assoma-lhes sempre à cara quando à porta de uma estação de serviço da estrada nacional 1 lhes digo "É aqui". Pensam que gozo, mas não. Depois de provarem ficam convencidos: são umas caixas de delícia, daquelas bem grande que se podem comer à colher. Doces, mas não o suficiente para que não se possam comer por si mesmas sem causar enjoo. Futuramente, de todas as vezes que voltam ali a passar, referem-me e chamam-lhe o sítio das natas. Porque mudou. Uma nova perspectiva, um segredo revelado transforma tudo; e dá-me um pequenino prazer malvado quando me convenço de que sei mais do que o outro, tenho uma outra sensibilidade, por momentos convenço-me que sou melhorzinho, mas depois entra a realidade e tudo muda. Mas nesses segundos, o mundo é outro. Acho que também é por isso que gosto tanto de fotografar. Porque é uma preparação para a mudança. Se forem todos os dias do ano ao mesmo local, tirarão muitas fotos diferentes. As condições mudam, os segredos revelam-se. Até mesmo o mais aborrecido dos espaços se torna, ainda que por um dia, um recreio dos olhos. Adoro isso na relação que tenho com a realidade que está do outro lado da lente. Essa possibilidade de mudança rápida, transformativa, que tantas vezes desejo na vida e não calha.

Fazer a estrada de Karakoram de regresso na manhã seguinte à visita a Tashkurgan, foi uma dessas experiências. Pela necessidade de viajar num comboio que saía ao inicio da tarde da estação de Kashgar, acordámos pelas seis da manhã. Entre pequeno-almoço e arrumar tralhas, foi pelas sete e pouco que abandonámos a cidade fronteira do sudoeste chinês no mesmo mini-autocarro que nos trouxe. Desconfortável, nalguns lugares forçando a compressões articulares, já sabia que seria o tipo de viagem que não me deixaria espraiar no sono. A escuridão da madrugada negava-me até o mínimo prazer das vistas desta via. Era um dos pontos que sublinhara quando percorri virtualmente o percurso desta viagem. Conhecida como Nacional 35 (ou de forma mais fofa, a Estrada da Amizade, pela colaboração que uniu dois rivais regionais, como o são a China e o Paquistão,  na sua construção), os seus mil e trezentos quilómetros unem a província do Punjab, no centro norte da potência atómica islâmica, até ao extremo nortenho de Xinjiang.
É uma das estradas pavimentadas mais altas do mundo, com o seu ponto mais alto a quase 4800 metros de altitude, e por isso uma atracção turística que leva os viajantes a percorrê-la apenas pela experiência. O facto de percorrer aquele que seria um dos mais antigos trilhos da Rota da Seda apenas acrescenta à experiência. Como é de calcular, não há-de ter sido um percurso fácil de magicar e concretizar. O orgulho que ambos os países têm da sua simples existência deu-lhe a alcunha de Oitava Maravilha do mundo e é, de facto, uma pequena maravilha da engenharia, e mortal também. Mais de mil trabalhadores morreram durante o projecto, e estes são apenas os números oficiais. Os Chineses podem ter muitos defeitos que já fui alinhavando, mas reconheça-se que no campo das obras e obrinhas, fazem um esforço genuíno para unir os pontos do país de forma mínima. Podem não dedicar a mesma atenção a todas as regiões, mas tal presume-se como lógico quando conhecemos o historial da sua relação com minorias. Se verificarem a província de Xinjiang no mapa, concluem que esta é mesmo a única estrada de grande dimensão naquela que é, relembro, a maior província do país. Mas, como descubro mais tarde, fosse este problema apenas de quatro rodas.


Este troço que percorremos é até dos mais seguros. Do lado paquistanês, a estrada sobe e desce, namora com as margens de rios que durante a Primavera vazam com as águas do degelo e colocam em risco a vida dos condutores. Há claro também o pequenino pormenor de cruzar perigosamente com a região de Caxemira, esse imenso fogo de artifício acirrado entre paquistaneses e indianos. Qualquer turista do risco deve ter este percurso a bold na sua lista de desejos. A mim, no entanto, interessa-me mais aquele parte dos quatro e mil e picos metros de altitude. A paisagem do dia anterior foi a melhor das companhias e embora este dia tenha começado na escuridão, é gradual a chegada da luz do dia. De início, apenas uma miragem que se sonha no desejo de os olhos voltarem a ser úteis. Depois, afirmando uma presença de lençol de seda, afastando o breu. Vou escutando podcasts de crimes reais, mas o momento pede aquele pianista que vocês tão bem conhecem. A "Ascension" é o princípio de um banho da minha própria sensibilidade numa paisagem que assume tons de filme a preto e branco, nos delicados cinzentos da alvorada em locais onde a escuridão e a claridade são os dois únicos modos conhecidos da existência porque não existe electricidade.

Montanhas protegem montanhas ao longe e revelam-se numa sensualidade que cresce em mim, que apela a qualquer coisa que bate sempre forte no meu interior quando a altura é elevada. Grossas nuvens de susto perdem o medo e embora protegendo os picos que no horizonte furam o céu e erguem uma muralha, dançam em seu redor e não me enganam. Longas rectas oferecem a vista esplêndida e sem pudor de uma cordilheira de branco trajada, fria mas soprando em duas fogueiras com pupilas que me dominam a cara..O autocarro é como se não existisse. Estou lá fora. Sem pensar, a máquina fotográfica sente-se na mão, não entendo bem se sozinha ou com a minha própria ajuda sem intenções. Sempre que surge a oportunidade, ambos sabemos; e quando o sol, finalmente, indaga e paz perguntas ao mundo, a minha atenção regressa ao autocarro e vários dos meus companheiros já fotografam alarvemente este espectáculo que apenas consigo filtrar por um vidro sujo. O Zé Luís, guia da expedição, percebe que há momentos onde realmente só se é feliz naquela hora. Paramos.

É um ponto privilegiado. À nossa frente, a represa da barragem de Qiongkuai oferece ao céu um reencontro com o seu azul, mas sem fundo. Em todo o meu redor, montanhas enormes acordam e enchem o peito, respiram fundo numa exibição de força. Há um contraste entre duas cordilheiras. Atrás de mim, elevações arenosas absorvem o sul, no seu cume branco, a estrada parece sair do seu ventre, do seu cruzamento óbvio. São carnes enrugadas compostas por poeiras que milhões de anos acumular. Um deserto esconde-se e só espreita tímido, de soslaio. Defronte de mim, a força bruta da pedra densa ergue-se, de cabelos brancos mas seu reumático. A grande via de Karakoram esgueira-se, como que passando despercebida, por entre os seus braços. Na claridade pálida de uma manhã que nasce, no frio que me enche os ossos trémulos e os pulmões suspensos, uma neblina cortinada vai navegando os topos. É uma saliva gulosa que veleja nas ondas do relevo rugoso, acima e abaixo, num mar de sua própria construção. Vejo-a parada, mas sei que se mova à velocidade do vento e do tempo. O pavimento de alcatrão ainda não tem visitantes e por isso, aproveito a benção.


Deito-me no centro da estrada e fotografo. A longa rectilínea via desaparece por entre uns montes e abre espaço aos outros. Nas notas de "Fox tracks", o violoncelo faz-me tremer e ao solo. É um daqueles momentos que se vive de pleno coração, sem hesitações ou vergonhas. Um daqueles momentos em que se está ou então, mais vale ficar-se trancado na mala de um carro. Quase choro. Num ou noutro momento em que pouso a máquina, procura a mão que sei nunca estar presente, nem futura; mas queria partilhar isto e deixar cair a cabeça num colo de montanha, protector, superior. Dois camiões vindos da direcção de Kashgar perturbam o momento; apitam-nos em saudação, dizemos adeus. Os minutos escorrem e se não sairmos agora não chegamos à estação de comboio a horas. Aproveito para últimas capturas. Ficava aqui horas a acompanhar o parto do dia e o seu crescimento; a idade adulta e a morte. Ficava aqui no nenhures das infinitas terras, onde as pessoas só passam por obrigação e o turismo só surge por acaso. Mas tenho de partir. É um dos meus problemas: não poder ficar onde só querem que vá embora.

Mesmo em viagem, continuo a fotografar. Imagens imperfeitas filtradas pela fronteira que existe entre mim e o mundo real, um vidro escurecido e sujo, e penso em como tantas vezes é assim a relação das pessoas com o mundo: por um intermediário que o filtra e nunca o devolve na sua real beleza. De súbito, abrandamos e a camioneta encosta à estrada. É novamente altura de jogar à "Roda da Sorte" com a polícia chinesa. Num hábito quase maquinal, seguro o passaporte e preparo a mochila para a revisão. Penso em como todos os dias, há milhares de pessoas nesta região para quem isto é tão automático quanto sede num dia de calor. O nosso guia sai para o ritual do costume. Mas passam dois minutos e ainda aqui estamos. Piadas surgem para disfarçar o nervosismo. Curiosamente, a minha primeira ideia é a de que o Atta encontrou problemas. Ele é uigur e aparece ali com um grupo de estrangeiros. Não me surpreenderia. Já li sobre gente presa por estes lados por motivos bem mais aleatórios. Mas ele lá surge, meio confuso. Olha para trás. Pede que saiamos com documentos e bagagem. No exterior, somos uma linha que espera. À porta do posto. Um garoto que tem idade para ser meu aluno faz gala da farda e indica-nos que entremos. No entanto, lá dentro, não sabe bem o que fazer de seguida. Usa o walkie-talkie para comunicar com alguém que provavelmente saberá. Manda-nos recuar. Depois manda-nos avançar. Agora temos de atravessar a estrada para ir à casamata onde ontem encontrámos a simpática senhora do mau olhado. Se calhar, é melhor não, estáticos de novo. Uns segundos depois, voltamos a avançar. Na minha cabeça, apenas ouço aquela musiquinha dos sketches do Benny Hill. Eis a máquina de vigilância e burocracia mais eficaz do mundo a  proporcionar-nos um momento que podia bem ter saído de "O prédio do Vasco".

Todos os guardas têm ar de quem saiu da escola hoje para um dia diferente do curso profissional, num roleplay de forças de segurança- Somos então conduzidos à tal casamata. A mesma mulher ainda por lá anda, a controlar gente. Quando nos vê, abre muito os olhos e mata o rapaz que nos acompanha, pelo menos mentalmente. Sem abandonar o seu posto, presta-lhe uma descompostura que a mim me soa a dois camarões copulando debaixo de um telhado de zinco quente. Agora, é a nossa vez de rir e de apreciar os efeitos desse compressor oriental nos seus próprios súbditos. Não sei se consigo evitar o sorriso ou se alguém me viu. Mas tudo isto é divertido. Lembro-me de ler histórias sobre burocracias ridículas na União Soviética e de como os facilitadores do grande aparelho soviético por vezes entravam em choque por não entenderem quando fazer o quê. Nunca pensei assistir a algo semelhante. Mas aqui estou eu, como que viajando no tempo. Quando o autocarro continua viagem, ainda estou a sorrir.


Chegamos à estação bem adiantados. Afinal, tanta coisa e ainda vamos esperar horas, converso comigo. Despedimo-nos do Atta e do condutor, com uma gorjeta e todos os agradecimentos pela simpatia e o profissionalismo com que tratou de tudo, desde as suas explicações até à viagem em si e pelo facto de tudo ter decorrido sem incidentes. Não é a minha primeira vez na Ásia Central e garanto-vos, tal é obra. O grupo encaminha-se para a entrada da gare, arrastando males, trazendo consigo tralha. Mais perto do destino, um magote de gente surge em modo caótico. Aumenta e concretiza-se como uma multidão. Dezenas de pessoas aguardam a sua vez de entrar, porque existe o controlo de quatro guardas que fazem perguntas, revistam, pedem documentos. Depois de pousar as minhas coisas, convencido de que afinal tudo isto vai demorar, noto então que no interior existem mais fardas.

A constituição de filas na China é algo muito, muito informal. As pessoas chegam e esticam a paciência de quem está, a ver até onde se podem meter à frente. Se não houver reacção, com naturalidade ocupam o nosso lugar sem duplo pensamento. Isto não acontece apenas na ponta final das fileiras. Estejamos a meio ou praticamente a ser atendidos, há sempre que alguém que de fininho, normalmente de maleta em mão, vai pondo o corpinho aos poucochinhos, só para ver se dá. Com os Chineses, a coisa por norma pega. No entanto, português que se orgulha do seu sangue arma pé de vento com penetras. Eu, em particular, odeio a queda da civilização representada pela chico espertice. Se uma pessoa me pedir com jeitinho, não crio problemas. Grávidas e idosos têm normalmente carta branca. Agora, chico espertos não têm qualquer sorte. Apanho alguns. Um sorriso de carneiro mal morto, uma aparição de nenhures se pedir licença. A minha resposta é sempre simples e de tradução universal: finca pé em corpo sólido, voz bem levantada e grossa, um gesto brusco a apontar para trás. Uns ainda ficam a olhar para mim, em desafio. Quando tal acontece, o passo seguinte é apelar à consciência portuguesa e logo outros companheiros de viagem fazem o mesmo. Há uma certa confiança nos cidadãos chineses de que os estrangeiros são capachos e farão tudo para evitarem confrontos e assim encontros policiais. Eu esqueci-me disso momentaneamente. Devem ser ainda os efeitos da altitude.

O primeiro de três pontos de controlo é simples, mas antes de passá-lo, precisamos de sair da fila e pedir papelada num guichet. Preço de ser estrangeiro. Regressamos e pedem-nos os mesmos papéis e documentação. Em chinês, inquirem-nos, mas nada. Um oficial consegue arranhar a palavra "destination". Turpan. Comprovamos com os nossos bilhetes. O Zé Luís é o último a passar pelo processo. Antes que possa fazê-lo, aborda-o um jovem que não tem mais do que quatorze anos. Chama-o com toda a intenção. No meio daquela confusão, de gente a imiscuir-se, de berros, de discussões - um dos funcionários da estação, um indivíduo esguio e baixo, de óculos de massa redondos, fiscaliza as linhas e a certa altura, manda uma chapada em alguém que tenta passar a frente de uma idosa; segundos depois, está a pontapear outro malandrim - o jovem estende-lhe o telemóvel. O Zé, confuso, não aceita o início, mas depois entende. No ecrã, vê uma foto sua... com aquele garoto. Este sorri-lhe e estende o polegar. Provavelmente, foi tirada no ano anterior, quando o Zé visitou Kashgar pela primeira vez. O local é exactamente aquele, a estação. De início, penso na extraordinária coincidência que acabou de acontecer. Quais as probabilidades de, passado tanto tempo, aqueles dois se cruzarem? Mas rapidamente começo a perder a ingenuidade e é óbvio que alguém sabia que o Zé ali estaria naquele dia. Alguém que convidou, ou obrigou, o miúdo a surgir ali, do nada, para levar uma subliminar mensagem ao grupo de portugueses: nós sabemos quem são. Sabemos onde estão e para onde vão. Não pensem por um momento que nos esquecemos de vocês. Andaremos por aí, de olhos, nada de rebeldias ou de mijar fora do penico. Penso que quão rebuscado isto pode ser... e no entanto, será mesmo? Estará este enorme sistema de vigilância a tornar-me paranóico? A impedir-me de ver a beleza de um simples acaso? Ou será tudo isto uma orquestração feita para nos intimidar? O Zé está meio perturbado e eu, sinceramente, sem saber o que pensar. O sorriso do imberbe desconhecido tem a genuinidade dos tolos, mas muitas vezes estes são os mais perigosos dos aliados.


Não tenho grande hipótese de remoer isto agora. Pedem-me a mala e a mochila para um controlo de raio x. Sou encaminhado então para o detector de metais, onde me revistam antes de passar. Passo, nada apita, mas novamente me passam a mão pelo corpo. Por uma mulher, já agora, no que é a única coisa boa até agora desta atenção chinesa à segurança. Os meus pertences encontram-se afastados, numa mesa de metal. Numa guarda pessoal, uma oficial aguarda-me. Um inglês difícil dá-me a entender que terei de prestar o ritual do esvaziamento da mochila. Abro-a e esta vomita todo o seu interior. Temo que impliquem com os livros, mas nada. Sem pedir licença, agarra no estojo de higiene. "Is it yours?". "Oh yes it is", e remexe-o sem vergonha. Do interior, salta o meu desodorizante. Aponta para o símbolo de "produto inflamável". Causa-lhe espécie. Sou informado de que "very dangerous, could be fire" e é-me confiscado. No mesmo espaço está um repelente e um protector solar, exactamente os mesmos produtos químicos capazes de, caso eu queira celebrar o incêndio do Chiado, deixar o comboio onde viajarei no mesmo estado das locomotivas de Alcafache. Mas não, aquele desodorizante é que é problemático. Em jeito de piada, pergunto-lhe se aquele faz falta na colecção. Ela sorri e ordena-me que arrume tudo e deixe de empatar o caminho. Assim o faço. Tenho pena de quem me rodear no muito tempo de viagem que me falta, porque sem o auxílio higiénico de um desodorizante, o meu odor corporal é capaz de atingir níveis de vilania de um Thanos ou de um Darth Vader. Mas passei e finalmente posso entrar na estação.

Hora de almoçar. Enquanto cada um vai à sua vida procurando comida, eu, como sabem, estou mais do que preparado. O aparelho de segurança que enfrentei não me confiscou as latas de atum e uma delas serve-me de reforço. Pouco reforço, mas ainda assim. Enquanto almoço, guardo as malas do grupo. Uma cara familiar cumprimenta-me então: Michael, o amigo americano. Surpresa. Também vai apanhar o comboio. Para onde viajo? Turpan. Que engraçado, ele também! Acompanhará um francês e um casal dinamarquês que também por ali andam. Pode ser que nos cruzemos, embora não seja provável. Turpan é uma cidade ainda grande e há tanta coisa para ver que dificilmente nos veremos. Mas boa viagem então, o Zé Luís não está? Foi comprar comida? Ainda bem, a viagem é longa, não é? É bom que viajemos em primeira classe, irmos muito mais à vontade! Entretanto, chega mais gente e ele fica ali ao paleio. Na altura, não ligo muito; mas mais tarde, com tempo e já com mais dias em Xinjiang, o amigo americano não me recorda o "Living in America", do James Brown. David Bowie cantará na minha cabeça "I'm afraid of americans". Mas no momento, engulo atum, desvalorizo teorias da conspiração. Acho que foi um acaso. Que provavelmente ele se sente sozinho ali e gosta de passear com ocidentais, que nunca mais voltaremos a vê-lo.

A questão é que a saga do Michael ainda vai muito a meio.




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