terça-feira, agosto 08, 2006

Meninos rabinos


Este novo desenvolvimento da situação do Médio Oriente, com a intervenção da ONU, faz-me lembrar uma professora com quem trabalhei o ano passado, no meu ano de estágio. A minha turma não era propriamente fácil. A maioria dos alunos era fácil de levar, mas havia sempre uns 4 ou 5 que se julgavam os maiores. No meu caso, era necessário um ou outro berro e uma piada demolidora para os pôr na ordem. Nunca tive de pôr ninguém na rua, mas se me visse chegado a ese ponto, fá-lo-ia sem hesitar. Essa minha colega não tinha mão dos miúdos, eles faziam tudo o que queriam: berravam, levantavam-se dos lugares, mandavam-lhe papéis ensalivados e lápis... enfim, faziam trinta por uma linha. Ele repreendia-os fazendo voz forte, de vez em quando lá mandava um com um recado para casa, e depois ia-se queixar aos professores.
A ONU, nesta história toda entre Isreal e o Líbano, lembra-me essa professora: diz que o que se passa é desumando e deve acabar, exige uma coisa, ameaça com outra, mas a sala de aula, afinal é dos alunos, que fazem o que bem lhes apetece, principalmente o grande rufia da turma, Israel. E ali anda a ONU, a fazer o papel ingrato de pacificador que não pacifica grande coisa. Enfim, o papel da ONU em grande parte dos conflitos em que se envolve, perdoem-me o cinismo. O que chateia nesta situação é que bastava um calduço do director da escola, os EUA, ao rufia, para que a situação chegasse a este ponto. Mas eu, mesmo ingénuo como sou, não sou demasiadamente parvo.

Sem comentários: