Aviso que será difícil nalgumas categorias. Se há Óscares que já estão entregues desde há pelo menos três semanas, outros estão aí para lançar a confusão e a discussão. Aliás, os prognosticadores de prémios adoram confusão, inventando-a até onde ela não existe. Tem surgido uma corrente que está a tentar inventar vencedores para melhor filme, quando esse prémio está mais que decidido.
Tentando encurtar o paleio, que eu sei que sou muito palavroso, deixo aqui uma lista daqueles que prevejo serem os vencedores da 80ª edção dos Óscares.
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Melhor filme: "No country for old men" - A única margem de dúvida é a habitual, porque já se sabe, até ao contar dos cestos, é vindima. Mas ele tem ganho a esmagadora maioria dos prémios percursores dos Óscares, tem apoio crítico, tem toda a gente com os irmãos Coen. Pouca gente acredita numa reviravolta.
Melhor actor: Daniel Day-Lewis, "There will be blood" - É que nem que Cristo desça à Terra e diga que el não leva o prémio. Aquele que estavam a prever como spoiler na categoria, George Clooney, já veio anunciar que Lewis tem mesmo a melhor interpretação do ano.
Melhor actriz: Julie Christie, "Away from her" - A coisa parecia certa até há duas semanas, mas entrevistas a alguns votantes anónimos e prémios recentes lançam Marion Cotillard como ameaça. De facto, eu até a colocaria aqui, senão fosse a aversão da Academia em dar prémios a interpretações em língua estrangeira.
Melhor actor secundário: Javier Bardem, "No country for old men" - Nem que Hal Holbrook chore.
Melhor actriz secundária: Cate Blanchett, "I'm not there" - A grande encasinação da noite. Qualquer uma pode realmente ganhar, embora a pequena Saoirse Ronan, por "Atonement" seja a que tem menos hipóteses. Cate Blanchett e Amy Ryan têm dividido entre si a maior parte dos prémios e são por isso as grande favoritas, mas nunca é de subestimar o aura que as categorias secundárias de intepretação têm como prémio carreira. Por isso, Ruby Dee tem algumas hipóteses. Tilda Swinton ganhou o Bafta e paira a dúvida sobre se isso poderá significar algo aqui. No entanto, as duas nomeações de interpretação de Cate Blanchett mostram que a mulher é adorada e glorificada em Hollywood. Esse maior profile deverá dar a vantagem sobre a desconhecida Amy Ryan, que, entre outras coisas, entra na grande série "The wire" e só por isso, merecia qualquer coisa.
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Melhor realizador: Joel e Ethan Coen, "No country for old men" - Apesar de ser raro uma dupla de realizadores ganhar um Óscar (que me lembre, só aconteceu com "West side story"), a lógica prevalecerá. Só se Julian Schnabel conseguir o voto de simpatia todo é que algo de estranho poderá acontecer.
Melhor argumento original: Diablo Cody, "Juno" - Tem sido a grande senação do ano, com um argumento diferente e original. No entanto, atenção a Tony Gilroy e o seu "Micahel Clayton.
Melhor argumento adaptado: Ronald Harwood, "The diving bell and the butterfly" - Outra grande encasinação. Os Coen e Paul Thomas Anderson estão nomeados e são, à partida, os grandes favoritos. O guião de "Atonement" tem também o seu valor pela dificuldade em adaptar um livro onde a fronteira entre a realidade e a ficção é tão ténue. No entanto, a tarefa mais complicada era mesmo a de Ronald Harwood, que teve de transformar em filme um livro de pensamentos misturado com memórias. Para além disso, este filme é amado e Ronald Harwood, há uns anos, conseguiu fazer uma gracinha, ganhando com "O pianista" quando ninguém o esperava.
Melhor filme de animação: "Ratatouille" - Mais que lógico, visto que se este filme aparecesse nos 5 nomeaods para melhor filme, não seria crime algum.
Melhor documentário: "Sicko" - Este parece-me que é entre a obra de Michael Moore e "No end ins sight", um dos 4 documentários sobre a guerra do Iraque nesta categoria. No entanto, parece-me que o facto de a mesma academia que vaiou Moore há 5 anos, aquando do seu discurso contra a guerra quando este ganhou por "Bowling for Columbine", ser este ano assumidamente anti-belicista nas sas escolhas, poderá dar-lhe a vitória.
Melhor filme estrangeiro: "The counterfeiters", Áustria - E ainda gostava que me explicassem como é que "Persépolis" e "4 meses, 3 semanas e 2 dias" não estão aqui....
Melhor fotografia: Roger Deakins, "The assassination of Jesse James by the coward Robert Ford" - Outra categoria com cinco possíveis vencedores: Roger Deakins luta contra si próprio em "No country for old men", Seamus McGarvey, em "Atonement", Janusz Kaminsky, em "The diving bell and the butterfly" e Robert Elswitt em "There will be blood". Elswitt ganhou o prémio do Sindicato de Cineamtografia e seria em teoria o grande candidato, mas não reconhecer Roger Deakins num ano em que tem dois excelentes trabalhos, parece-me criminoso, mesmo tendo em conta o que a academia tem feito nos últimos anos (vide: Eduardo Serra em "Girl with a peal earring"). Assim, quero acreditar que será com o filme com melhor fotografia de 2007.
Melhor direcção artística: "Sweeney Todd: the demon barber of Fleet strett"
Melhor montagem: Christopher Rouse, "The Bourne ultimatum" - Seria uma vitória justa, para um filkme que já ganhou o prémio do Sindicato de Montagem. Roderick Jayens (ou melhor, os irmãos Coen com um pseudónimo) poderão estragar a festa, mas acho que a Academia vai recompensar um filme ao qual deram mais duas nomeações em categorias técnicas.
Melhores efeitos especiais: "Transformers"
Melhor guarda-roupa: "Atonement"
Melhor caracterização: "La vie em rose"
Melhor som: "Transformers"
Melhor montagem sonora: "No country for old men"
Melhor banda sonora - Dario Marianelli, "Atonement"
Melhor canção - "Falling slowly", "Once"
Melhor curta-metragem de animação - "I met the walrus"
Melhor curta-documental - "La corona"
Melhor curta-metragem - "At night"
E é assim... :)
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