Corro na rua e travas-me pelo simples acto de me aparecer na cabeça como te vi nesta manhã. A luz da janela bate no teu rosto e o meu corpo é um quarto escuro onde jogámos à macaca com os umbigos de onde surgimos, escondidos e depois à mostra de toda a gente. Para lá voltamos apenas para repetir o nosso nascimento para quem nos dá vida uma segunda vez. Porque páro quando me manténs em movimento? É que a felicidade é tão ténue que tenho medo que essa luz onde tomas banho, deitada nos lençóis, te dissolva e eu encontre o teu espectro quando tomar para mim a tua pele, que cobre o teu corpo numa atracção a que as minhas mãos só resistem se forem cortadas. Não podem parar, e não vão enquanto a tua pele for terreno partilhado pelo meu desejo e pela tua vontade.
A vida é o meu exterior; então, porque é que só quando te encontro dentro de mim consigo sentir-me vivo?
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