terça-feira, agosto 27, 2013

Purgatório das Almas: vão para o Inferno...


Indivíduos que estacionam mal e porcamente parque nos HUC 

A única razão pela qual desejo que os vossos amigos e parentes melhorem é para ver os vossos carros fora dali. Afunilam o trânsito, deixam em segunda e terceira fila sem ninguém lá dentro e cortam muitas vezes o caminho a quem quer entrar filas de lugares vazios que ficam inacessíveis pela falta de educação (que ultrapassa a falta de civismo) com que enchem os HUC. Para isso, já me bastam alguns auxiliares, enfermeiros e médicos que por lá andam. O problema maior é que a vossa doença não se cura no hospital, e suspeito que seja já crónica e ireversível. Desejo-vos um camião TIR a varrer os vossos carros até ficarem o mais parecidos possível com uma tortilla.

Incendiários e negligentes vários

Esta época de incêndios está um acontecimento normal: uma catástorfe acontece de vez em quando, e o queimódromo deste ano é apenas o reflexo de anos anteriores. Bem sei que o Sporting saiu de moda no ano passado, mas isso não é razão para deixar que o verde desapareça do nosso país, para mais quando a lagartagem regressa em força nesta época. A culpa tem caído em incendiários (que, pelos vistos, são gente mal resolvida e frustrada, com vidas patéticas... Nunca teria pensado nisso se não fosse a Psicologia a dizer-mo), e com razão desejo que a moldura penal que os enquadra se aproxime dos 25 anos máximos que a nosa Lei permite, mas é impossível ignorar a repetição de tudo isto, e a falta de planeamento e prevenção que anualmente permite estes incêndios: desde pequenos donos de terreno até latifundiários, passando por Câmaras Municipais e Governo, que tiram apoios aos bombeiros, mantêm os mesmos planos de emergências e impedem a formação contínua dos Bombeiros, algo que é indispensável para mudar este estado de coisas que só pode ser comparada a uma guerra civil que travamos com o páis que já existia antes de caminharmos a duas pernas feitos macacos.

Guerrilheiros das condolências

A mentalidade do linchamento em grupo é tão habitual no ser humano que já não admira, mas o uso da morte de bombeiros como arma de arremesso política tem uma tão grande falta de tacto que se torna necessário definir os limites do mau gosto. Se concordo com o desejo de condolências oficial à família de António Borges? Claro que não: se é um caso de amizades pessoais, envia-se um pedido pessoal e pronto. Qualquer megafone oficial deve ser usado em nome do Presidente da República, e não do cida~doa de Boliqueime. Agora, encher a página de Facebook da presidência da República de desejos de condolências a uma bombeira morta é não só desvalorizar a morte dessa mesma bombeira, como usar aquilo que é um momento de dor para colegas e família como instrumento de descarga de frustrações. Mas afinal, é isso o Facebook. Curioso que entre tanta guerra de condolências, interessa mais a estes manifestantes enviá-las para o senhor Cavaco do que para quem de facto vai sentir a falta daquela que era jovem antes de ser bombeira. Se a um faltou o sentido de Estado (embora, soube-se depois, ele tivesse de facto expresso o luto pela morte dos vários bombeiros nesta época de fogos), a outros faltou o sentido de decoro, ocupado por uma vontade de serem cruzados numa guerra santa contra a infidelidade à Pátria. 


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