sexta-feira, outubro 02, 2015
Curto apelo
Não percebo porque é que as pessoas não votam, a sério que não. Aqui há uns tempos, até inventaram que votar dava dinheiro aos partidos, e como tal, chulos da merda, mais valia nem ir. Desconheço até ponto as pessoas sabem que esta é uma pura corrente de manipulação, que a abstenção voluntária favorece os partidos cuja máquina partidária está mais oleada através de caciques e galopins que arregimentam militantes com o único objectivo de colocarem uma cruz num papelinho sem pensarem muito, apenas porque lhe ditam a vontade. O acto de votar é transgressão e um risco, e como risco é bem mais consequente do que fazer surf ou andar de skate. Honestamente, e não o digo de ânimo leve, sinto-me entusiasmado de cada vez que voto, e a perspectiva eventual de não poder fazê-lo por qualquer razão transtorna-me de sobremaneira. È das poucas expressões cívicas que se cumprem, já que existe uma aversão cutânea em muitos a manifestar-se na rua. Vivemos também em tempos onde a simples expressão de uma opinião, se polarizada ou impopular, é vista de lado. Avisam-nos que nos calemos, que nem falemos; votar é um refúgio até desses que teme levantar a voz, pois é dentrod e uma caixa que fica presa essa vontade, trancada e protegida, anónima, mas com a certeza de levar a identidade e expressão de cada um ao mais alto local de poder da Nação.
Por isso, meus leitores e amigos, votem. A sério, votem. Não estejam com tretas ou desculpas, não sejam marrões nem se armem em objectores de consciência. Não se transformem naqueles que fazem do não voto uma justificação para mais tarde proclamarem que nada do que se passa é sua responsabilidade, que não participaram no plebiscito por saberem que não ia dar em nada e tudo ficaria na mesma. É por eles, que não votam, que tudo fica na mesma. Portugal não precisa de vontades caladas: precisa de ti, de mim, de todos os que conhecemos para um simples acto, um mero movimento. Já que estás na cabine de voto, outro pedido: tem imaginação, usa da memória. Lembra-te do que foram estes últimos largos anos, não apenas a legislatura que passou, mm tudo o que te têm tirado e condicionado; e recorda-te principalmente de quatro anos onde usaram e abusaram da desgraça do país para te poderem rebaixar e espezinhar, para colocar taipais na tua vida. Lembra-te dos que emigraram, dos transportes que perdeste, do dinheiro que não mais viste, dos amgos que perderam o emprego, dos teus filhos e sobrinhos que viram a sua escola transformada num laboratório. Se tens memória para as mínimas truculências que levantas com os teus amigos familiares, de certo te recordarás do que suportaste. Pensa fora da caixa, age dentro da caixa.
É só isto.
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