POis concerteza, caro amigo. Na verdade, há algumas categorias em que a coisa é praticamente trigo limpo, farinha amparo; outras porém oferecem mais resistência e é nessas que vou pelos menos pôr as coisas em perspectiva. É necessário notar que os Óscares nunca forma propriamente um ocncurso de quem é o melhor, mas mais de quem está a jeito para levar o prémio. é muito raro poder-se dizer que o melhor ganhou, mesmo dentro da subjectividade em que existe esse conceito de "o melhor". Exemplos? Temos alguns recentes: "Shakespeare in love" bateu "Saving private Ryan", na corrida de melhor filme; "CRash" bater "Brokecback mountain"; e claro, naquele que é um dos temas da edição deste ano, Scorsese nunca ter levado nadinha para casa. Nos últimos anos, os critérios de atribuição têm mudado entre votantes. Se até recentemente se privilegiava o sentido de espectáculo acima do conteúdo, ultimamente, apesar de tudo, as fitas tidas como significativas e importantes surgem como apostas certas. Sendo assim, vamos dar a uma olhada às categorias que ainda estão meio enevoadas.
ACTOR SECUNDÁRIO
Embora as coisas pareçam arrumadas, há ainda dúvidas (talvez porque mesmo agora, a expressão "Eddie Murphy ganhou o Óscar" continua a soar tão bizarra como seria há 15 anos atrás. A meu ver, há dois homens que não deixam dormir Murphy descansado: Alan Arkin, pelo intatável, mas carismático avô de "Little miss sunshine" e Mark Wahlberg, no tour de force que é o seu papel em "The departed". porquê temê-los? Simples. A Academia adora homenagens a veteranos e quem melhor que Alan Arkin para desempenhar esse papel este ano? Ainda por cima, actor secundário é uma daquelas categorias que se presta a homenagens a injustiças e perfeita para consagrar pessoas que há longos anos trabalham na indústria e merecem reconhecimento. Wahlberg, por outro lado, é a definição do que a categoria deve ser: um actor secundário, alguém que está lá, dá força à história, ma sé um personagem de apoio. E os actores, que são a maioria dos votantes aqui, gostam desta definição.
REALIZADOR
Ok, ok, é o ano de Scorsese. Mas quando metem Clint Eastwood ao barulho, assusto-me sempre, pois parece que o coração dos votantes fraqueja. Não, por favor! A madlição Scorsese tem raízes no interior de uma Aacademia conservadora e o mais icnrível é que o italo-americano tem sido batido nos cenários mais incríveis: perdeu contra actores que se estreavam como realizadores (Robert Redford, Kevin Costner (!), criminosos perseguidos pela lei americana (Roman Polanski), contra o próprio destino (quer dizer, Eastwood ganhou-lhe há dois anos num golpe de teatro nas últimas duas semanas) e só por duas vezes surgiu como underdog (quando Barry Levinson e Steven Spielberg eram os claros favoritos nestas categoria). Por este historial, e só por esta razão, esta categoria é nebulosa. Qualquer realizador normal, que tivesse ganho os prémios que Scorsese ganhou até agora nestas awards season, seria imediatamente declarado como claro favorito. E atenção a Paul Greengrass: às vezes, esta categoria revela grandes surpresas.
MELHOR FILME
Não me lembro de outro anos em que esta categoria estivesse particularmente tão impevisível. Muito rapidamente, prós e contras
- "The departed" - É aquele que melhores resultados alcançou nas bilheteiras, tem um grande elenco e uma equipa ténica competentíssima, mas é extremamente violento e não tem aquele aura de filme socialmente significante
- "The queen" - Uma obra séria eficaz, mas muito próxima da lógica de telefilme e demasiaod british
- "Little miss sunshine" - É o filme que aquece o coração e tem uma simpatia contagiante, mas falta-lhe a quase fundamental nomeação de melhor realizador e não tem aquele ar de obra importante
- "Babel" - O filme mais sério dos 5, uma obra politicamente importante sobre temas actuais; é porém demasiaod fragmentado e até pesado para o gosto de alguns votantes mais clássicos
- "Letters from Iwo Jima" - Tem Clint Eastwood, a ser louvado por ter feito dois filmes seguidos, mas num clima tão anti-bélico na comunidade artística norte-americana, cairá bem premiar uma obra que, ainda que anti-guerra, trate um conflito armado tão brutal?
Vistas estas pontas soltas, prevejo que tudo se desenrole assim (e é a primeira vez que faço esta previsão para todas as categorias, por isso desculpem qualquer erro...):
Melhor filme: "The departed" - Alternativa: "Babel"
Melhor realizador: Martin Scorsese - "The departed" - Alt.: Paul Greengrass, "United 93"
Melhor actor: Forest Whitaker - "The last king of Scotland" - Alt.: Peter O'Toole, "Venus"
Melhor actriz: Helen Mirren - "The queen" - Alt.: Meryl Streep, "The devil wears Prada"
Melhor actor secundário: Eddie Murphy - "Dreamgirls" - Alt: Matk Wahlberg, "The departed"
Melhor actriz secundária: Jennifer Hudson, "Dreamgirls" - Alt.: Abigail Breslin, "Little miss sunshine
Melhor argumento adaptado: William Monhahan, "The departed" - Alt.: Mark Fergus, Hawk Ostby, Alfonso Cuaron, Timothy J. Sexton and David Arata, "Children of men"
Melhor argumento original: Michael Arndt, "Little miss sunshine" - Alt.: Peter Morgan, "The queen"
Melhor filme de animação: "Cars" - Alt.: "Happy feet"
Melhhor filme estrangeiro: "El laberinto del fauno", Mexico; Alt.: "Des leben der anderen", Alemanha
Melhor documentário: "An incovenient truth" - Alt.: "Deliver us from evil"
Melhor fotografia: Emannuel Lubezki, "Children of men" - Alt.: Guillermo Navarro, "El laberinto del fauno"
Melhor direcção artística: Eugenio Caballero, Pilar Revuelta, "El laberinto del fauno" Alt.: John Myhre, Nancy Haigh, "Dreamgirls"
Melhor montagem: Thelma Schoonmaker, "The departed" - Alt.: Stephen Mirrione, Douglas Crise, "Babel"
Melhores efeitos visuais: John Knoll, Hal Hickel, Charles Gibson and Allen Hall, "Pirates of the Caribbean II" - Alt.: Mark Stetson, Neil Corbould, Richard R. Hoover and Jon Thum, "Superman Returns"
Melhor guarda-roupa: Milena Canonero, "Marie Antoinette" - Alt.: Sharen Davis, "Dreamgirls"
Melhor caracterização: David Martí and Montse Ribé, "El laberinto del fauno" - Alt.: Aldo Signorettio e Vitorio Sodano, "Apocalypto"
Melhores efeitos sonoros: Paul Massey, Christopher Boyes and Lee Orloff, "Pirates of the Caribbean II"
Melhor som: Christopher Boyes and George Watters II, "Pirates of the Caribbean II"
Melhor banda sonora: Javier Navarrete, "El laberinto dal fauno" - Alt.: Alexandre Desplat, "The queen"
Melhor canção: "Listen", "Dreamgirls" - Alt.: "Love you I do", "Dreamgirls"
Melhor curta-metragem: "Eramos pocos"
Melhor curta-metragem de animação - "The little matchgirl"
Melhor curta-metragem documental - "Two hands"
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3 comentários:
Parabéns!! No geral tiveste lá!! :)
Parabéns! Dos principais acertaste todos. Não ligues a eventuais críticas "ahh...acertaste os principais mas eram todos óbvios. O único um-pouco-menos-óbvio falhaste!". É só inveja. Quem diria que Scorsese ganhava? E Helen Mirren? Surpreendente! Alan Arkin? Epá...pois...como tu bem dizes: "A Academia adora homenagens a veteranos e quem melhor que Alan Arkin para desempenhar esse papel este ano?". Mesmo que depois tenhas escrito "Melhor actor secundário: Eddie Murphy - "Dreamgirls" - Alt: Matk Wahlberg, "The departed", não me parece que esses imbecis te possam dizer "Dizes 3 nomes de uma lista de 5, se falhasses eras bastante estúpido".
E, por favor, ignora críticas do género "com essas apostas o teu sobrinho ganharia uns 50 cêntimos". Tudo inveja, produto de mentes limitadas e incapazes.
Esqueceste-te de me aconselhar o principal: ignorar comentários de anónimos. Mas, esperto com és, sabes que faço isso por regra...
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