quinta-feira, agosto 16, 2007
5 "leading man" que mereciam mais sucesso do que têm
1 - Eric Bana: O australiano dessa fonte inesgotável de actores carismáticos que são os Antípodas. Antes dele, Russel Crowe e Hugh Jackman também saltaram dessa região para, cada um à sua maneira e motivos, terem tido sucesso nos EUA. Bana, que era conhecido pela comédia televisiva que o tinha tornado popular no país dos Aussies, foi introduzido ao mercado norte-americano através de "Chopper", filme delirante e comicamente psicótico onde desempenhava o papel do serial killer Mark Brandon Read.
Hollywood reparou no seu desempenho (ainda por cima, teve de engordar para o filme, o que é marca de um grande actor na América...) e foi assim que entrou em "Black Hawk down", o relato da batalha de Mogadiscio por Ridley Scott. Num filme acima de tudo de estilo e com uma elevada dose de caras conhecidas por fotograma, Bana conseguia sobressair. A mim, pelo menos, o seu sargento Hoot, o típico herói anti-herói, deixou-me uma marca no momento e foi aí que descobri Eric Bana.
Bana tem a rara particularidade de ser mesmo muito bom actor antes de ser um leading man. Mesmo em "Hulk", um filme interessante, embora desequilibrado, ele não consegue estar mal naquilo que lhe é pedido: um homem torturado; e se falarmos com honestidade, por quem vos apeteceu torcer em "Tróia" (outro filme algo falhado): o Aquiles de Brad Pitt ou o Heitor de Bana? Para quem precisava de provas, "Munich", de Steben Spielberg, surgiu e Bana, no seu papel mais intenso até à data, conseguia carregar um filme complexo, negro e com Spielberg on the top of his game.
Infelizmente, Bana ainda não teve grande reconhecimento, nem em prémios, nem em popularidade. É profundamente injusto, pelo seu talento. Espera-se que as adaptações de "The time traveller's wife" e "The other Boleyn girl", onde, oh inveja, andará com Natalie Portman e Scarlett Johansson, façam alguma coisa por ele.
2 - Liam Neeson: O caso de Neeson é diferente. A sua ubiquidade leva-o a ser uma daquelas caras que toda a gente reconhece. No entanto, para a quantidade de filmes que faz e o trabalho que desenvolve, há muito que devia ter assumido protagonismo. Na verdade, parece encerrado no nicho de actores carismáticos necessários para dar presença a uma personagem que no argumento tem a espessura de uma folha de papel. Essa personagem, inevitavelmente, ou viajará para nunca mais aparecer no filme, ou morrerá. Querem exemplos? Pois bem: "Star Wars, episode 1": Qui Gon-Jinn é executado por Darth Maul, após deixar durante o filme frases vazias, pretensamente filosóficas, e ter aguentado não decepar Jar Jar Binks; "Gangs of New York": surge no quarto de hora inicial, como pai de Leonardo di Caprio. Bill the Butcher assassina-o. O seu personagem é motivo de vingança.; "Kingdom of heaven": um ferreiro que ensina Orlando Bloom. Morre assassinado. É motivo de inspiração. E Neeson já provou que é bom quando o deixam ficar o filme completo, em vários estilos: "Schindler's list", "Love actually", "Kinsey", "Michael Collins"... Enfim, este exige respeito.
3 - Edward Norton: Não é engano. Edward Norton. Porque vamos ser francos: àparte nós, os que gostam de cinema e por conseguinte de Edward Norton, quem mais reverencia este enorme actor? É certo que Norton também não ajuda: a sua escolha de papéis tem-no levado, recentemente, a aparecer tanto quanto o Monstro de Loch Ness. Citar filme bons de Norton é quase redundante: "Fight Club", "American history X", "The people vs Larry Flynt"... Mas são todos anteriores a 2000. De lá para cá, Norton, talvez impressionado por ter entrado no mesmo filme com de Niro e Brando ("The score", que não era nada de especial), tem-se revelado picuinhas nas ocasiões em que decide deslumbrar-nos com o seu talento. Se nalgumas vezes se espalha ("Death to smoochy"; "The italian job", onde fez o filme a contra-gosto; "Down in the valley", um drama, a meu ver, pretensioso), quando acerta, é para rebentar. Basta recordar "The 25th hour", magistral fita de Spike Lee; e mesmo em "Keeping the faith", que realizou, consegue superar comedicamente Ben Stiller. "O ilusionista", um filme bastante interessante que data do ano passado, é um mostruário do carisma natural de Norton, e da capacidade que ele tem em agarrar-nos pelos olhos.
Norton já terá percebido que em Hollywood, para se fazer 3 filmes artísticos, tem de se fazer um que agrade às massas. Por isso, vai entrar no próximo Hulk, sucedendo curiosamente a Eric Bana nessa tarefa. Será uma boa oportunidade para vermos o que vale Norton, a cara, para que Norton, o actor genial, tire férias.
Nathan Fillion- O capitão Malcolm Reynolds de Serenity e Firefly. Entrou nos decentes "Waitress" e "Slither",levando ambos os filmes a outro patamar apenas por aparecer. Um poço de carisma. Casou-se com a Kate, em "Lost". O tipo de actor que podia interpretar um livro de receitas do chefe Silva que ficaríamos agarrados até ao fim do filme. Dêem-lhe o raio de um papel principal num filme para que toda a gente se aperceba do quão bom ele é.
Bruce Campbell - Ash da trilogia "Evil dead". É preciso dizer mais alguma coisa?
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