sexta-feira, novembro 16, 2007

O que a vista alcança

Como em tudo na minha vida, não há fome que não dê em fartura. Depois de alguns meses sem ir ao cinema, eis que em três semanas, igual número de filmes se submeteram ao escrutínio atento e apurado da minha urgência de olhar. Por outras palavras, não tinha que fazer e fui ao cinema.
Pela primeira vez em algum tempo, vi uma série de fitas seguidas em que nenhuma das quais se encaixava no meu grau mais alto de salivação. De diferentes maneiras, eram fitas que me apeteciam ver, mas apenas e só porque seriam interessantes, nada mais. Não que tenha perdido essa centelha que inflama de cada vez que me põem a falar de filmes (por esta altura da vida, com outras centelhas apagadas em mim, se a do cinema se apaga, é como se me transformasse num zombie de George Romero), mas fui ver um filme com a pura intenção de me pôr na pele do espectador comum, aquele que vai aocinema apenas e só como entretém, e não desespera pela estreia de certe e determinada obra. Foi engraçado. Dápara perceber porque é que há pessoas diferentes de mim, que não se entusiasmam com coisas algo supérfluas: têm contas para pagar ao fim do mês, namorado/a e objectivos na vida. Mas nós cinéfilos, geeks, cá andamos, porque sem nós, haveria muito boa gente desempregada, e uns outros quantos sem conhecer o poder de determinados filmes, a capacidade de realizadores que os media não se querem dar ao trabalho de apresentar ao público. Como já tenho levado alguns desses filmes (e nalguns casos, séries) a pessoas que conheço, de alguma forma sinto-me útil. Uma utilidade (f)útil.m Mas ainda asism utilidade.

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