(Descansai que hei-de arranjar foto para aqui meter)
Ontem, enquanto revia o meu álbum de fotografias da minha infância, perguntava-me onde estava aquela bela criança, de olhos grandes, ar dócil e a quem apetecia abraçar e cobrir de mimos. Não sei se essa criança sonhava que iria crescer e se iria tornar em mim. Acho que não. No funo, há um potno em comum entre essa criança e este jovem: ambos partilham de uma certa ingenuidade perante o mundo e os outros. Nesse sentido, somos ambos crianças. Como ela, também eu quero fazer outras pessoas felizes e também eu sonho ser feliz. A infância é uma altura da vida que toda a gente recorda como incrível e à qual se sonha sempre voltar. defende-se que a infância tem um limite de idade, ou de crescimento. Eu cá acho que a infância acaba quanod chegam as desilusões a sério. Pelo menos, foi a partir desse momento que nasceram o cinismo e a acidez dentro de mim: quando me apercebi de que teria de marrar contra muitas paredes e muitos murros ao longo da vida e que nunca se alcança tudo aquilo que se quer. Deixa-se de ser criança quando se percebe que nem tudo é possível. Continuamos a sonhar, mas a concretização dos sonhos ganha contronos bem definidos.
Aquele Bruno de olhos verdes e expressão doce não desapareceu. Ainda por aqui anda, cá dentro, e eu sinto-o. Ele é boa pessoa e por enquanto, quando há quem duvide, permite-me acreditar que sim, que sou humano e até sou boa pessoa, embora sarcástico e ácido. Mas acaso existe alguma criança que não seja travessa?
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