sábado, fevereiro 04, 2006

Séries que não passam por cá



Já aqui referida no meu top Tv deste ano, "The wire" tem temática criminal, mas distancia-se dos maniqueísmos relativos de uma "Balada de Nova Iorque" e de qualquer série detectivesca centrada em mistérios. "The wire" é ocmbate ao crime puro e duro, a vida policial como ela é, e não como devia ser ou como nós pensamos que é, e leva-nos de igual maneira a penetrar no mundo dos criminosos, neste caso traficantes de droga, fazendo-nos conhecer os personagens que estão desse lado da barricada. Ao abordar o género policial com este ponto de vista, permite que, por vezes, sintamos empatia com os alvos das investigações.
"The wire" é incrivelmente bem escrito, será talvez uma das séries mais bem escritas que já vi, tanto a o nível de construção e desenvolvimento da trama, como na criação de diálogos e situações incrivelmente realistas. A sua descrição da vida urbana nos bairros sociais é impressionante, nunca moralista, sempre apoiada na plataforma humana. Mostra que os homens e mulheres que estão de um lado e do outro da lei são sere shumanos muito semelhantes até, mais do que eles próprios pensam.
A primeira temporada introduz-nos neste mundo: devido a um caso que parece girar em torno de um grupo de dealers de droga e cujos raios tocam em diversos departamentos da polícia de Baltimore, e também por causa da pressão de um juiz, é constituída uma equipa com elementos de diversos departamentos policias. Esse departamento é constituído por Jimmy McNulty, dos Homicídios, um rebeldedentro do departamento, que tena fazer as coisas à sua maneira, sem grande respeito pelos seus superiores, e com uma vida pessoal pouco mais que miserável, entre um quase divórcio e o quase alcoolismo; a detective Shakima Greggs, dos Narcóticos, é uma polícia durona, eficiente e que vive com uma mulher; o tenente Daniels é um oficial da polícia, que tem de gerir a sua própria ambição com a sua consciência, sendo que muitas vezes a sgeunda ganha e a primeira paga por isso; o detective Lester Freamon, dos Penhores, um anterior detective dos Homicídios e cuja proveniência esconde um método e talentos talhados para os grandes casos; Hauc e Carver, agentes dos Narcóticos que procuram ganhar respeitabilidade entre os colegas e que são a força bruta da brigada; Roland Pryzbylewski, genro de um comandante da Polícia, que vem parar ao destacamento por cunha; e Leander Sydnor, da Brigada de Trânsito, agente competente que parece ir ali parar por acaso.
Do outro lado, existe a família negra Barksdale: Avon, o chefe da quadrilha; D'Angelo Barksdale, seu sobrinho recentemente libertado da prisão e que não gosta da vida criminal da família; Stringer Bell, o cérebro da operação; Wee-Bey, Stinkum e Bird, os homens de mão; Bodie e Wallace, passadores do nível mais baixo; e Omar, um criminoso homossexual que rouba os traficantes.
A primeira temporada gira à volta destes dois núcleos, entrecruzando histórias, explorando personagens, fazendo-nos interessar lentamente por elas e pelas suas vidas. A sua temática é, portanbto, o negócio de droga e o seu combate,. Já a segunda série desenrola-se principalmente na docas de Baltimore, entre contrabando e tráfico de drogas e de mulheres, com a família Barksdale ao barulho, mas dando o papel principal a nível criminal a uma Máfia russa.
A série passa na Tv Cabo, no canal Fox, e é aconselhável para quem gosta não de boa televisão, mas de boa ficção a nível geral e para quem quer ver as coisas tais como elas são, sem medo da realidade.

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