Morreu hoje o actor (pronto, o rapaz morreu, não me quero pôr com piadas e sarcasmos fáceis) Francisco Adam, que interpretava um personagem qualquer na série/novela/talho "Morangos com Açúcar". Subitamente, a malta sub-18 iniciou um movimento de pesar na Internet e nos telemóveis para saudar o jovem, como se tivese morrido um símbolo cultural dos nossos tempos. Longe de mim querer fazer pouco da morte de Francisco Adam. Como todas as pessoas (ok, pelo menor uma grande parte das pessoas), devia ser importante para alguém, para a família, para amigos e colegas. A sua morte será sentida com grande força por esses que conviviam com ele e o conheciam e vão sentir genuinamente a falta dele. Ainda por cima, morre jovem. Custa mais assim.
Por outro lado, esta consternação geral na nossa juventude, apenas compreensível pelo facto de a série onde ele trabalhava ter sucesso neste público alvo, parece exagerada e descredibiliza todos este sjovens, para quem a morte de gente realmente importante nas artes e mesmo na História do nosso país (casos recentes de Carlos Paredes, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade ou Álvaro Cunhal) passou despercebida. Não quero pôr em causa o valor pessoal de Francisco Adam, mas tudo isto me parece algo incompreensível. É o que sinto, pelo menos.
domingo, abril 16, 2006
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3 comentários:
todas as mortes sao estupidas, mas esta é ainda mais estupida pk é um jovem da nossa idade. tb fikei um pouco chocado com esta noticia, mesmo nao acompanhando a serie morangos axo k ele era dos melhores actores e k dava alguma animaçao a esta serie.
Pedante. É só isto.
Morreu uma pessoa, isso implica tristeza para quem a conhece... Não morreu um actor, morreu um tipo que dizia aquilo que decorava de um papel num programa de televisão. Gostem ou não do programa, e não é isso que está em questão, trata-se da morte de um jovem, lamentavel. Mas vamos lá ver... Onde está a onda de solidariedade pela criança que morre de pobreza a cada 3 segundos? Não me digam que não aparecem na tv?! Aparece, mas se nem para isso faço alguma coisa (nem pesar nem aumentar os segundos), não era por um tipo sem talento que o ia fazer. Não gosto de modas, mas gosto menos da moda de um programa de televisão que de repente vende a morte de um dos seus trabalhadores, não gosto da moda de idolatrar uma pessoa que não tem mérito nem talento para sequer se fazer passar por actor, tal como todos os outros. Para isso já temos muitos reality shows...
Morreu uma pessoa, jovem... é triste para quem o conhece, mas não me venham dizer que era um actor nem pedir luto ou tristeza.
Triste fico quando morrer um David Fincher, morre um tipo que É o que se diz dele: realizador. Para mais deu um contributo, tal como muitos outros como ele para uma arte. Esta seria uma situação em que a tristeza poderia, com fundamento, ultrapassar as marcas de familia e amigos e ir para o simples plano de que aprecia bom cinema. Ou que não aprecia, mas reconhece qualidade!
Não vivemos numa sociedade 100% meritocrática, mas não abusemos pelo inverso da meritocracia...
Vitor H.
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