segunda-feira, outubro 23, 2006
Outros tempos...
Se hoje televisão portuguesa é, quase imediatamente, sinónimo de lixo, porque não lembrar outras produções, mais míticas, que preencheram os anos 80, altura em que, parecendo que não, se tentaram faezr algumas das mais revolucionárias séries da história da nossa televisão. Um exemplo claro é, parece-me, "Duarte & companhia".
Misto policial e comédia (com um maior ênfase para a última), será, porventura, a série com mais figuras míticas por metro quadrado: quem não se lembra do Rocha e a sua bigodaça, acompanhada de farta cabelira negra; Lúcifer, o temível líder criminoso que gostava de ser tratado por Padrinho, e dos seus capangas Chinês (mais conhecido por "eu não sele chinês, eu sele japonês) e Albertini (monstruoso gangster, que desmaiava com a breve menção da palavra sangue, e que partilhava com Rocha e Átila não saber quem era a mãe); Átila, o grande rival de Lúcifer, e irascível como pouco; Duarte e Tó, dupla de detectivas de bolso; e as mulheres, naquela que foi, atrevo-me a dizer, a primeira grande manifestação de poder feminino, pois eram esta que, à pancada, iam resolvendo os casos e amedrontando os homens: a Joaninha, a mulher do Duarte a sogra do Duarte. Para além disso, com títulos como "A maldição da múmia", "A cadeira do poder" e "A revolta dos escravos", já itnha ganho lugar na nossa história cultural. E o 2 cavalos? E aquele genérico da 3 série? O lançamento recente em DVD apenas veio acentura o seu carácter mítico na nossa memória colectva; e espero que a próxima edição venha, finalmente, com extras: entrevistas, uma retrospectiva, qualquer coisa... É aproveitar enquanto os protagonistas estão vivos: António Assunção (o Tó), Canto e Castro (o professor Ventura) e Ema Paul (a mulher do Daurte) já faleceram, portanto toca a despachar!
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