sábado, abril 29, 2006

Operação "Ajuda a TVI"



O que está na moda actualmente em televisão é faezr novelas; e se tiverem como título alguma canção portuguesa conhecida, aí é que fazem sucesso (a não ser que tenham escolhido o nome de alguma sobremesa: aí escorrega bem na mesma e os portugueses não têm qualquer dificuldade em engolir). O blog I'm a complex guy, sweetheart tem o prazer de, mais uma vez, revelar a sua generosidade e o carácter magnânimo do seu autor para lançar algumas sugestões à Casa da Criação e à Fealmar, que tomam conta da feitura dos referidos programas e lança, em exclusivo, possíveis títulos para futuras novelas, com uma breve sinopse da trama.

Título: "Zuvi Zeva Novi"
Banda: Mlerif Dada
Sinopse
: Sofia Alves (Sofia Alves) é uma actriz com sérios problemas mentais, pois só consegue interpretar duas personagens: gémea ou cega, e sente-se humilhada pela cantora Lúcia Moniz, que já conseguiu concentrar os dois únicos talentos de Sofia numa só personagem, em "Terra Mãe". Atingida por uma depressão profunda, é internada no hospital Miguel Bombarda, onde conhece um velho simpático (Ruy de Carvalho), uma jovem rebelde (Margarida Vila Nova), um rapaz bué da fixe (Pedro Granger) e o amor da sua vida (José Carlos Pereira/Ricardo Carriço). No entanto, o hospício é dirigido pela implacável Ália, uma mulher de quarenta anos com um figurão invejável (Alexandre Lencastre), que cobiça o amor da vida de Sofia, sabendo, no entanto, que Sofia e o seu amor nunca poderão ficar juntos: é que o pai de Sofia, um revolucionário de Abril, é também pai do personagem de Ricardo Carriço, sendo que só o velho conhece também este segredo. Entre sessões de electro-choques, as rebeldias da rebelde, o ar de carneiro mal morto do bué da jovem e a esquizofrenia crescente de Sofia, que a faz convencer de que afinal é um castor com problemas de sinusite e que fala com Alexandre Graham Bell através do telemóvel, aparece uma velha misteriosa (Eunice Muñoz), que aparenta saber mais do que diz.

Título: "Chupa Teresa"
Autor: Quim Barreiros
Sinopse
: Uma prostituta (Fernanda Serrano) é conhecida por ter talentos particulares na sua área e é convidada para provadora oficial de Calippos pela marca Olá. Aí, conhece um velho simpático (Ruy de Carvalho) e um homem de meia idade que estranhamente parece um cantor que já ganhou o festival da Eurovisão (Carlos Mendes/Paulo de Carvalho), que de vez em quando lhe conta desventuras da vida com moral no fim. É então que encontra um professor de escola (João Reis) que se enfeitiça dela e resiste às ameaças do chulo da prostituta (um qualquer actor capaz de berrar e fazer cara de mau), porque a ama tanto, tanto, tanto. Pelo meio, há uma criança com leucemia, uma mulher boazona má como as cobras (Alexandra Lencastre) e a Sofia Alves a fazer de géma ou cega, é escolher.

Título: "Drogado"
Autor: "Irmãos Catita
Sinopse
: António Pedro Cerdeira na droga. Paula Neves como criadita impertinente. Alexandra Lencastre a fazer de boazona, de mau carácter. Pedro Granger na droga, mas só durante 5 minutos, quando lhe dizem que tinha sido tudo uma brincadeira e afinal Pedro Santana Lopes está vivo. Ruy de Carvalho dirige um orfanato e assim pode ser avô de muita, muita gente. Maria João Bastos faz de empresária boazona que tem tudo o que quer da vida, inclusivé os homens aos seus pés e dinheiro como tudo, mas estranhamente acaba num hospício, abandonada e feia de morte. Um ou outro actor dos Morangos faz aqui a sua estreia na ficção a sério. Sofia Alves regressa aos tempos do Ballet Rose e despe-se, e António Pedro Cerdeira encontra logo motivo para sair da droga. No entanto, Sofia diz-lhe que vai continuar a representar e que será acompanhada por mais 3 ou 4 membros dos Morangos. António Pedro regressa à droga.

Título: "Baza, Baza"
Autor: Boss AC
Sinopse
: Vera Kolodzig é uma rapariga negra, que tem como irmã Sofia Alves. Juntas, tentam saber quem são os seus pais e dão por si uma Escola da Barra, onde anda tudo de trombas por causa da morte de um aluno. O Vítor Norte é professor aí e na verdade é gay, e no final da novela, incrivelmente, acaba com Alexandra Lencastre, mãe de uma aluna, e mulher boazona de mau carácter. Num elenco feminino em que a actriz mais feia parece a Isabel Figueira, Daniela Ruah é a melhor amiga de Vera Kolodzig, e é também negra. Sofia e Vera encontram Ruy de Carvalho, um velho simpático, e que trata de pombos. A sua mulher é Eunice Muñoz (ou Lurdes Norberto). Helena Isabel dá uma perninha e envolve-se com um rapaz 30 anos mais novo que ela, ou então com Luís Esparteiro, enquanto dá umas por fora com Nuno Homem de Sá.
No final, as irmãs descobrem que foram ambas fertilizadas in vitro.

Outro conceito

Depois do "amar do fundo do coração", parece-me que há outro chavão sobre o qual é preciso de reflectir com emergência. Falo do lema oficial dos bons samaritanos que é "aceitar a opinião dos outros". O que significa aceitar a opinião dos outros? É isso que urge discutir.
Toda a gente vive rodeada de espécies diferentes de pessoas. No meu caso específico, tento aceitá-las, porque mal do mundo que todos sejam ou iguais a mim ou a imagem de perfeição que idealizamos na nossa cabeça. Se aceitar é isto, ou seja, ouvir os outros e consciencializarmo-nos de que eles têm tanto direito a uma opinião como nós temos, e que há milhões de pessoas diferentes, estou aí, esse chavão cliché é um dos meus modelos. Eu próprio tenho opiniões bastante estúpidas às vezes e há gente que as aceita (não são muitos, mas essa minoria silenciosa anda por aí) e isso é uma coisa muito boa e que muito estimo.
Agora, se aceitar significa ouvir e não discordar, porque parece mal fazê-lo, eu não sou desses. Se um tipo chegar ao pé de mim e disser "Era agarrar numa katana e cortar os pretos todos ao meio, que são a escória da sociedade", eu não só vou discordar argumentativamente, como me vou descabelar ao ouvir tal coisa. Acho que como seres humanos, devemos ter valores de respeito mútuo e da percepção de que existem mundos diferentes onde determinados valores podem faezr sentido. Mas quando certas afirmações chocam com os valores pessoais de cada um, mesmo que isso seja aceitável noutro país ou noutra cultura, acho que temos não só o direito à exasperação, como o dever de demonstrar esse mesmo sentimento. Não será porventura a coisa mais certa dentro do que é designado o politicamente correcto, mas quantas ditaduras homicidas se mantiveram no poder devido ao politicamente correcto?
Se existe o direito à diferença, existe também i direito à livre opinião e à defesa dessa livre opinião. O grande problema do conceito de "aceitar a opinião dos outros" é delimitar uma linha racional e aceitável de modo a que os dois conceitos não colidam. Eu decerto não o consigo fazer. Limitei-me a lançar a minha opinião. Cumpram serviço público e digam de vossa justiça.

quarta-feira, abril 26, 2006

Mais um ano!



Passou-se ontem mais um ano desde que se deu o 25 de Abril, essa data charneira do século XX português. Uma data tão marcante que actua quase como uma fractura na psique portuguesa, que, bem lá no fundo, ainda acredita que utopia é igual a libertinagem e que mal vê qualquer coisa a chatear-lhe o quintal, mesmo que a chatice seja leg+itima, brade aos céus que fascismo nunca mais e 25 de Abril sempre.
Está-me a parecer que o comum portuguê,s mesmo o que viveu a época, se está a esquecer que o 25 de Abril não foi apenas um dia: foi um período de 1 anos e picos, no sue ponto alto e finalizou no 25 de Novembro, já aqui referido; e o Conselho da Revolução, mentor das políticas mais imediatas de pós-25 de Abril, só foi extinto em 1982. O conceito de liberdade é todo muito bonito, mas penso que, tantos anos depois, está na altura de deixarmos de embelezar o 25 de Abri. Foi profundamente importante para a vida actual, a democracia é uma coisa bonita, fascistas num buraco bem tapados, mas vejamos as coisas com clareza.
E ainda mais, vejamos as coisas! Tirando uns documentários do Canal História e a transmissão do filme "Capitães de Abril" (o "Música no Coração" deste feriado), não vi fazer-se alarde da data que se vivia. Um pouco mais de respeito, meus senhores. 25 de Abril ainda é Revolução e em muitos aspectos, vivemos numa sociedade, principalmente ao nível mental, do antes da revolução. Leia-se o livro de José Gil "O medo de existir" e percebe-se um pouco melhor porquê. Portanto, lembremos sempre essa manhã em que, incrível, até Paulo de Carvalho foi um herói e uma figura respeitada. A carga mítica a isto obriga.

terça-feira, abril 25, 2006

Ora bolas!



Bastia perde jogo por invasão de campo

A Comissão de Disciplina da Liga francesa atribuiu pena de derrota ao Bastia, na sequência da invasão de campo feita pelos adeptos a dez minutos do fim do jogo com o Caen, disputado na passada sexta-feira.
Perante a invasão, o árbitro viu-se obrigado a interromper a partida, numa altura em que o Bastia perdia por 0-2.

O Bastia, que ocupa a sexta posição na segunda divisão francesa, arrisca ainda suspensão do seu estádio, pelo que poderá ter de procurar outro recinto para realizar os seus jogos.


Fonte: www.abola.pt

Ah, se a lei fose igual em todo o lado, o meu Sábado teria tido muito mais piada, ainda para maisa sabendo que, na realidade, a falta de respeito é algo que tanto os jogadores como os adeptos do F.C.P têm em comum. Basta dar uma olhada aos títulos dos jornais desportivos de hoje...
É como eu digo: um clube tão insignificante e inseguro de si próprio que nem que estivesem a jogar na Mongólia se punham a cantar esta provocação. Parece que não conseguem existir sozinhos!

segunda-feira, abril 24, 2006

Sensações recuperadas

Neste domingo, recuperei duas sesnações muito boas, que julgava perdidas definitivamente: a alegria de voltar a estar com amigos que já não se vêem há muito e de poder ser chato sem me sentir culpado e deslocado por isso; e também conhecer pessoas novas que têm afinidades connosco, pois é a melhor coisa da vida: pessoas que conversam connosco e convivem connosco e sentem genuíno prazer nesse acto. Ser humano tem qualquer coisa disto. Também envolve sexo tresloucado, mas pressinto que possui simultaneamente alguma coisa disto.

sábado, abril 22, 2006

Perspectiva

Sempre me fez confusão a expressão "Amo-te do fundo do coração" (que ainda me faz mais espécie em inglês, porque a palavra para fundo é bottom, também usada no calão para designar rabo). É certo que quem a criou estaria a pensar no sentido de uma paixão que consumia o coração inteiro, mas o fundo dos recipientes, principalmente aqueles que estão no memso lugar há muito tempo, é onde geralmente fica o ranço e assim. Será que "amar do fundo do coração" não será uma expressão mais adequada para a amargura e o azedume que para a doçura?

Aniversário

Fez ontem 1 ano que morreu a minha avó. Podia ter escrito sobre isto precisamente ontem, mas não estava com muita disposição. A morte, normalmente, não me faz mossa, e no caso dela, embora sinta saudade, consigo viver com o facto de ela já não estar a caminhar sobre este chão. O que mais me chateia é ter-lhe prometido tanta coisa que não cumprir. Isso ainda me pesa na consciência: é que gosto de cumprir as promessas que faço ou os pedidos que as pessoas me fazem. No caso dela, são logo uma série de coisas: ela não foi ao meu casamento, nunca me viu na televisão, não se recuperou da doneça que lhe trouxe a morte... Assim, só de cabeça, temos algmas das coisas que discutíamos, algumas sérias, outras parvas, todas prometidas.
Quando vou co cemitério visitar a campa dela (que é coisa que não gosto, pois sempre que vou ao cemitério, apanho sempre com uma senhora de preto a chorar a morte dos dois filhos, a três campas da minha avó, e é um espectáculo que me deixa desconfortável), penso sempre nisto, a olhar para a fotografia dela, enquanto ri. Fico tão triste por ela como por mim. Acho que o que mais custa na morte das pessoas não é o acto em si, o do falecimento: a assombração permanente que é a memória delas é bem mais doloroso.
NO cemitério, tento não pensar muito nisso. Distraio-me por vezes até, procurando qual a campa mais antiga, ou as de pessoas que faleceram e que eu conhecia. No entanto, despeço-me sempre da mesma maneira: coloco um beijo na mão e coloco-o na fotografia. É estranho como um agnóstico ficou tão apegado ao culto de ícones.

domingo, abril 16, 2006

Esta nova geração...

Morreu hoje o actor (pronto, o rapaz morreu, não me quero pôr com piadas e sarcasmos fáceis) Francisco Adam, que interpretava um personagem qualquer na série/novela/talho "Morangos com Açúcar". Subitamente, a malta sub-18 iniciou um movimento de pesar na Internet e nos telemóveis para saudar o jovem, como se tivese morrido um símbolo cultural dos nossos tempos. Longe de mim querer fazer pouco da morte de Francisco Adam. Como todas as pessoas (ok, pelo menor uma grande parte das pessoas), devia ser importante para alguém, para a família, para amigos e colegas. A sua morte será sentida com grande força por esses que conviviam com ele e o conheciam e vão sentir genuinamente a falta dele. Ainda por cima, morre jovem. Custa mais assim.
Por outro lado, esta consternação geral na nossa juventude, apenas compreensível pelo facto de a série onde ele trabalhava ter sucesso neste público alvo, parece exagerada e descredibiliza todos este sjovens, para quem a morte de gente realmente importante nas artes e mesmo na História do nosso país (casos recentes de Carlos Paredes, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade ou Álvaro Cunhal) passou despercebida. Não quero pôr em causa o valor pessoal de Francisco Adam, mas tudo isto me parece algo incompreensível. É o que sinto, pelo menos.

Experiência inolvidável

Estar triste e sentirmo-nos sós. Ninguém viveu verdadeiramente sem sentir isto, o amargo toque da indiferença. É um dos maiores talentos do género humano.

sábado, abril 15, 2006

5 miúdas famosas chamadas...

MARIA


D. Maria I - Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana. Eis o nome completo de Dona Maria I, e só isto já daria para encher este artigo. Sucedeu a seu pai, D. José I, e foi a primeira rainha de facto de Portugal, no tempo em que as mulheres tomavam apenas conta de um território delimitado entre quatro paredes chamado cozinha. Casou-se com o tio (senhoer Freud, é chamado à sala 1), e quando se viu no poder a sua priemira medida foi demitir o Marquês de Pombal, o que na altura foi considerado um terramoto político...
O seu reinado ficou marcado pelas invasões francesas, não só as de Junot, Massena e Soult, mas a de um desconhecido Zizou, conhecido por entrar de cabeça em todos os combates. Guerra, fome e pragas várias foram portanto carcaterísticas inerentes ao reinado de D. Maria I, ressalvando-se também a perda de Olivença para os espanhóis. Para culminar tudo em beleza, D. Maria acabou por ser substituída no poder por D. João, sue filho e posteriormente D. João VI, por sofrer de delírios religiosos e depressão profunda, estando provavelmente as duas coisas associadas... Fugiu para o Brasil, com o filho, inaugurando uma longa linhagem de cobardes, onde se inseririam, mais tarde, Fátima Felgueiras, o padre Frederico e Liedson. Nada mau para a nossa primeira rainha!



Virgem Maria - Ela é "A" Maria. As suas proezas são lendárias e ter dado à luz um Messias, o que em si é um feito à parte, será apenas uma delas. Dona de casa exemplar, bem conhecida nos tempso antigos como a melhor varredora de alcatifas da zona do lago Tiberíades, arranjou ainda tempo, aconselhar profissionalmente o seu filho, o que se viria a revelar decisivo na sua carreira, visto que o pai da criança apenas comunicava telepaticamente, algo que, sabem os cinetistas hoje, era difícil naqueles tempos devido a electricidade estática.
Mais tarde, revelar-se-ia percursora do fenómeno da heteronímia, antecipando pessoa (Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Fátima e NOssa Senhora de Lourdes são alguns dos seus heterónimos mais conhecidos), atestando a sua verstailidade. Exemplo de virtude, terá sido o exemplo para todas as Marias deste post no que à denominação diz respeito. Uma mãe exemplar, aceitava os amigos do filho sem reservas, e recebeu com eles o Espírito Santo. Não há muitas ma~es de quem se possa dizer isto. AIgreja deve-lhe uma boa fatia da doutrina, os crentes devem-lhe devoção eterna e Fátima uns bons milhões de euros.



Marie Curie - Se andássemos aqui à procura da piada fácil, diríamos que ela era uma mulher explosiva. Mas isso não quem nós somos. Se por um lado ela poderia provar que França tem, ainfal, algo de bom, por outro lado nasceu polaca, e os Franceses voltam a ser o mesmo degredo de sempre como povo. Foi a única cientista em toda a história a ganhar os Prémios Nobel da Física e da Química, e, para além disso, tornou-se na primeira mulher a ensinar na Uninversidade da Sorbonne em Paris, uam espécie de Casa do Castelo para intelectuais fajutos. Foi casada com Pierre Curie e sinceramente, o homem era um ganda maricôncio: como é que ele deixou a mulher ir tão longe? Onde estão esses hábitos machistas do século XIX onde as mulheres eram ostracizadas com galhardia? Bah!
Tornou-se pioneira no campo da radioactividade, que dava os primeiros passos na altura,e ganhou assim um lugar no coração de Truman, Estaline e Kim-Jong Ill, para além de uma antipatia eterna por parte dos habitantes de duas certas cidades japonesas e uma ucraniana. Sofreu na pela a xenofobia de ser polaca, na França da década de 20, antes de os alemães terem também ganho igual hábito na década seguinte. Coitados dos polacos, ninguém os curte... Para que ninguém pense que a radioactividade é uma cois amá, Curie criu também uma máquina de raio X portátil, a que deu modestamente o nome de "Pequenos Curie", e mostrou uma imensa alma magnânima, ao não registrar a patente daquele que foi porventura a sua descoberta mais popular, o elemento rádio, deixando assim a sua utilização em aberto para toda a comunidade científica. MOstrou-se também revoltada pelo descuido de colegas sues cientistas, que usavam elementos radioactivos na criação de produtos de maquilhagem, colocando assim em perigo a sua vida. Num toque irónico, Curie morreu de anemia aplástica, em resultado da exposição excessiva ao rádio e ao polónio. É por isso que o único elemento químico indicado para as mulheres devia ser o gás butano.



Maria Stewart - E não era prima da Wanda. Não há grande coisa a dizer desta figura histórica: queria o trono inglês, Isabel I não lho queria dar, Maria ficou sem cabeça. Em traços gerais, esta foi a vida de Maria Stuart, alcunhada simpaticamente de Bloody Mary por ter querido uma Escócia unicamente católica. Há aqui uma piada religiosa, mas é mesmo necessário dizê-la?
Resumindo, casou contra vontade, foi violada, envolvida numa conspiração contra vontade, abortou, viu o homem que amava ser assassinado e ainda por cima acabou decapitada. Se acham que a vossa vida é uma desgraça... bem, esqueçam lá isso.



Maria Callas - Alguém de quem não poderíamos dizer: "Tens uma bela voz para escrever à máquina." Enquanto ainda não tínhamos ganho um ódio de morte aos gregos, devido à batalha da Luz em 2004, Callas era A grega. OK, há aquela gaja do CSI NY, que também grega, ma snão canta tão bem.
O maior acontecimento foi ter conhecido Aristóteles Onassis, armador grego e playboy internacional, uma espécie de Santana Lopes, mas em homem. Até se ter casado com Onassis, o maior debate em redor de Callas era se a sua voz era de soprano ou mezzo-soprano. Sem piada. Claro que como não consta que ela pertencesse à Mafia, tinha de se Mezzo-soprano. Foi trocada por Jaqueline Kennedy, uma mulher que não se limitava a cantar tragédias. Talvez fosse essa a razão do seu encanto. Callas acabou por morrer devido a ataque cardíaco, em Paris, aos 53 anos. Fim algo prosaico, para quem vivera tantas personagens inesquecíveis da imaginário colectivo mundial. Foi cremada e as suas cinzas depositadas no cemitério de Pére Lachaise, onde semanalmente, se reúne com Jim Morrison e Oscar Wilde para fumar um charro.

sexta-feira, abril 14, 2006

Isolamento

Hoje foi um daqueles dias em que acordei e não me apeteceu estar para ninguém. ÀS vezes, estarmos sozinhos sabe-nos melhor, e é-nos mais benéfico, do que estar com outros, quando não gostamos de repetir a História. E foi o que fiz.

quinta-feira, abril 13, 2006

Momentos

Nos últimos dois dias, tive 3 boas conversas e 3 horas paravalhadas com pessoas, que já não via ou com quem já não falava há muito tempo. Gostei, é sempre útil falar de coisas. Quanto mais não sejas, para perceber que os nossos problemas não são bem nossos, fazem parte do código genético dos seres humanos. Para além disso, rever pessoas é mesmo bom: percebemos que há mecanismos que não desaparecem e que se as pessoas voltam é porque gostam de nós, assim. Como somos e, melhor, como poderemos vir a ser. Para além disso, conversar e deixar que as ideias venham assim, sem mais nem menos, é como aprender a ser criança outra vez: há coisas novas dentro de nós que descobrimos. E se fosse como uma amiga minha que muito prezo, começava a usar agora a palavra "coisas"...

segunda-feira, abril 10, 2006

Edital



A postagem deste blog será irregular nos próximos dias, por motivos de razão pessoal. A emissão seguirá dentro de momentos.

sexta-feira, abril 07, 2006

A todos os interessados

Lá por eu estar a visitar o Hades mental e ter vontade de entrar numa loja de porcelanas com um taco de basebol e deixar tudo reduzido a cacos, quem lê este blog não tem de me aturar. Por iss, aqui fica, para os que necessitarem, o anúncio de serviços fundamentais para o bom funcionamento das instituições democráticas:

Queria agradecer...



...a estes senhores por me fazeerem viver alguma coisa e sentir-me querido, mesmo que seja pelo simples facto de contribuírem para a minha satisfação pessoal sem saberem quem eu sou, uma vez por semana. É um sentimento algo falso, porque não é directo, mas se me querem perguntar por coisas boas que me acontecem durante a semana, esta é uma delas. De certezinha; e não me lembro de muitas mais. Ah, saúde, saúde! Também tenho saúde!

quinta-feira, abril 06, 2006

Pergunta nostálgica

O que é feito daquele miúdo que não ligava nada ao mundo em pequeno e que parecia ser tão feliz? Será que cresceu e se tornou assim tão mau e feio? Percebeu que raramente se tem que se quer na vida? Desistiu de ser ele próprio? Perdeu-se no meio de si mesmo? Será ele odioso e distante, um arrogante a quem nada mais importa? Onde anda este miúdo? Eu sei onde anda. Mas eu não preciso.

The meaning of life

Uma das grandes mentiras que nos é ensinada pelos filmes e livros e tudo o mais é que a vida tem um sentido. Tal ideia não podia ser mais falsa e a bem ver, nem faz qualquer sentido: porque iriam morrer crianças com menos de 5 anos? Que sentido de vida é essa? Que grande propósito e missão, para lá do controlo e populacional, serviriam esses óbitos? Nenhum, quer-me parecer. Aliás, para se acreditar em sentido na vida, tem de se acreditar num destino predefinido e delineado, algo em que, com a minha vida no estado em que está, prefiro não crer, pois já odeio tanta coisa que não sei se cabe mais uma dentro do saco.
Da maneira como eu vejo as coisas, é vida em todo o seu conjunto é um precipitar de acidentes e de golpes de acaso. Há quem se dê bem com isso, tenha uma vida extremamente feliz, com uma pessoa que ama, tenho montes de amigo, um emprego que a satisfaça e tudo o que vem por arrasto nessa dose de felicidade. Esses, compreendo, devem acreditar que a vida tem mesmo um sentido, e que bonita que a vida é! A sério, os dias de chuva devem parecer manhãs nas Caraíbas, os mal-educados cromos engraçados e as desgraças um pequeno obstáculo num dia a dia bem bom.
Eu pertenço ao grupo dos irredimíveis. Não é com grande orgulho que o anuncio, mas é a mais pura verdade: a minha vida não vai dar a lado algum. Acho que a única coisa em que posso acreditar de transcendente nesta vida é em testes. Este momento, por exemplo, fez-me passar um. Achava eu que seria incapaz de me suicidar, porque isso seria estúpido. Estava enganado. Continuo a ser incapaz de me suicidar, mas apenas porque não gosto da morte e me assusta um estado de inconsciência eterno. Aliás, em muitos aspectos, acabo por estar morte. Tenho pena da minha saúde, há gente com bem maior valor e utilidade e com gente a gostar dela que eu e têm doenças graves que as roubam ao mundo. Esses mereciam a saúde que tenho e os anos de vida que provavelmente me esperam. Eu não. Que ando cá a fazer? Ocupar espaço, assim dizendo. Como disse há alguns posts atrás, não gosto de viver. Para se viver realmente, há que tirar proveito disso e alguma felicidade. A única felicidade que tenho na vida é o cinema e a televisão. A bem dizer, poucos mais momentos. Uma amiga minha disse-me que ás vezes os pequenos momentos bons fazem as coisas viver a pena. Eu não concordo. Acho que são desfibrilhadas ocasionais num estado de coma permanente. Sinto-me mal-amado, sinto uma indiferença enorme em relação à vida e não gosto de viver. No que me toca, já estou praticamente morto.

quarta-feira, abril 05, 2006

A eterna batalha

Arcos de Valdevez. 1128.

Aljubarrota. 1385.

Guerras da Restauração. 1640.

Camp Nou. 2006.

Dois países, um só confronto, o mesmo resultado: Castela leva no canastro.

(Ou então, não... Até proque há o Beto. E o Moretto. E o Koeman a meter o Robert. Se formos a ver bem, Catalunha nem é bem Castela, os gajos não gostam de ser espanhóis.)

domingo, abril 02, 2006

Diário de um dia

Acordei hoje de manhã eram nove horas. Olhei para o relógio e senti-me logo algo desapontado: eu, que costumo despertar por volta das oito, oito e meia o mais tardar, tinha adormecido. Bolas! No entanbto, sem esmorecer, logo vesti o fato de treino e me meti em cima da bicicleta: a tradição da rondinha matinal tinha de ser cumprida, religiosa e diariamente e os meus 20 quilómetros habituais em cima do veículo eram para se fazer.
Mal regressei a casa, tomei o pequeno-almoço, que a fome já me rondava o estômago. Enquanto comia, pensava já no final de 5º episódio da nova série que estava a planear. Os últimos dias tinham-me corrido muito e o jorro de criatividade do costume produzia já muitas páginas de qualidade: de cada vez que as lia, ficava admirado com o que escrvia e perguntava-me de onde vinha tanto talento. Sabia que quando me voltasse a sentar ao computador, acabaria facilmente esse episódio; e assim se sucedeu: mal me sentei, tudo claro à minha frente, desde as ideias às palavras. Ninguém diz, mas escrever e criar são duas coisas mesmo muito fáceis.
À hora de almoço, como de costume, falou-se bastante à mesa: o meu pai aproveitou para discutir comigo o último livro de Pual Auster, defendendo os intrincados caminhos interiores da obra do ecsritor. Eu optei por recordar o surrealismo latente ao seu livro "O livro das ilusões" e a dialéctica arte/realidade. O meu pai engelhou o nariz, mas como qualquer progenitor, soube aceitar a minha resposta como um caminho a seguir na procura da minha identidade. Aproveitou ainda para me pedir emprestado o "Nimrod" dos Green Day. O meu irmão ficou chateado: já lhe bastava o meu pai e a minha mãe terem Franz Ferdinand em altos berros quando ele ouvia Leonard Cohen. A minha mãe sossegou-o e promteu-lhe que lhe compraria o último do Saramago. Ele sorriu e concordou logo com o que disseramos.
Com o ânimo renovado, fui dormir uma sestinha. Eram já 3 e meia quando acordei. Meti-me no carro e fui para os escuteiros.
Mal lá cheguei, o costume: todos me disseram olá com entusiasmo, houve quem me abraçasse, como sempre se fazia entre nós. Eu sorri e perguntei o que havia. Logo me explicaram que era preciso meter mãos à obra, pois havia actividade na semana a seguir e era preciso organizar. Dispus-me a ajudar e em conjunto fizemos tudo o que faltava. A meio da tarde, telefona-me a minha namorada, a perguntar qual seria o programa dessa noite. Disse-lhe que ainda não sabia. Ela sugeriu-me irmos ao teatro. A mim, o simples facto de estar sentado a olhar para ela já seria assistir a uma obra de arte, mas ela tinha uma paranóia extrema por eventos culturais.
Saí da sede e perguntaram-me logo se queria ir jantar com eles. Educadamente, respondi que não. Nessa altura, zangaram-se um bocadinho: convidavam-me sempre para tudo e eu dizia que não, dando como desculpa a minha namorada. Eu defendia-me: tendo em conta que durante a semana trabalhava e mal tinha tempo para passar com ela, era justo termos um tempo durante o fim de semana. De má vontade, lá aceitavam, ficando zangados por passar tempo longe deles.
Fui a casa tomar banho e fui buscá-la a casa de carro. Ela já me esperava, com estilo como sempre. Logo me deu um beijo na testa e me perguntou como estava. Demorei a recuperar daquele entrada (como sempre demorava) e lhe respondi que corria bem, como os outros. Ela sorriu e eu ganhei novamente o dia. Acabámos por ir a um restaurante de comida indiana, que ela conhecia, e onde eu paroveitei para experimentar comida exótica, que tanto era do meu agrado: toda a gente sabe que não tenho qualquer problema com comida.
Infelizmente, ela não arranjara bilhetes para a peça. Sugeriu então irmos ao cinema, mas eu disse-lhe que já fora durante a semana. teve então a brilhante ideia de ficarmos no carro a conversar. E assim se passaram duas horas e picos de conversa, algum aconchego e carinho e silêncios que falam.
Deixei-a em casa, a pensar na vida perfeita: ela, os meus amigos, a minha vida profissional... Tudo me corre bem! Como sou feliz! Este dia 1 de Abril foi perfeito, como o são todos os outros. São aliás tão perfeitos que até parecem mentira.