domingo, abril 22, 2007

Riso


Sempre que leio este texto, é inevitável rir-me. Cortesia desse senhor, regularmente aqui louvado, chamado Woody Allen.

Nova Orleães – Uma banda de jazz toca, debaixo de chuva, num cemitério, hinos melancólicos, enquanto um corpo desce à terra. Ei-los que atacam uma marcha mais animada e começam a desfilar, de regresso à cidade. A meio caminho, alguém descobre que se tinham enganado na pessoa a enterrar; e ainda por cima, nem tão-pouco tinham andado lá perto. O tipo enterrado não tinha morrido, nem sequer estava doente. Na realidade, até estava a cantar o tirolês.
Voltam para o cemitério e desenterram o pobre homem que os ameaça com um processo judicial, apesar de lhe prometerem limpar o fato e pagar a conta. Entretanto, ninguém se lembra quem é que de facto morreu. Continuam a tocar, enquanto cada um dos mirones é enterrado à vez, sob a teoria de que o morto seria o que esperneasse menos. Em breve se torna evidente que ninguém tinha morrido e é tarde para arranjar o corpo, por causa do feriado.
É terça-feira de Carnaval. Comida crioula por todo o lado. Multidões de mascarados comprimem-se nas ruas. Um homem vestido de lagostim é atirado para dentro de um caldeirão de sopa de marisco a ferver. Protesta, mas ninguém acredita que ele não é um crustáceo. Por fim, mostra a carta de condução e deixam-no ir embora. Beuregard Square está cheia de forasteiros. Em tempos, Marie Laveau praticou vodu aqui. Agora, um velho feiticeiro haitiano vende bonecas e amuletos. Um polícia manda-o circular e começa uma discussão. Quando acaba, o polícia está com 10 centímetros de altura, humilhado, ainda tenta prendê-lo, mas tem a voz tão aguda que ninguém consegue perceber o que ele diz. Um gato atravessa a rua e o polícia é obrigado a correr para salvar a vida.

Sem comentários: