quarta-feira, abril 25, 2007

Uma no cravo, outra na ferradura

Antes de mais, deixem-me liuvar essa ode à liberdade do 25 de Abril que foi todoa o conjutno de discursos do PSD acerca da temática da liberdade de imprensa e das pressões governamentais, inserida na corrente "Sócrates mauzão ameaça jornalistas com uma ponta-e-mola". É que pareceu-me que na última legistlatura, por sinal PSD, quis criar uma Central de Informação que na teoria pretendia regular os media, mas na prática levantava belas questões acerca do controlo do Estado sobre as notícias e directivas editoriais. Mas isso sou eu. Daqui a pouco, vão-me dizer que sou uma Sócrates bitch e quero tirar o meu mestrado na UNI.
Perguntas pertinentes acerca desta data:

1 - Será que o PNR tem alguma coisa marcada para este dia? E conseguirá um país que, até certo ponto, celebrou Salazar como grande português, perceber afinal porque o esta data se transformou num feriado? Uma sugestão para uma posterior comemoração: o dia do Facho. Durante 24 hora,s o país funcionaria como nos tempos do Estado Novo, para quem se quisesse inscrever. Seria muito engraçado.

2- Se descobríssemos que Salgueiro Maia, afinal, não era capitão, porque não tinha acabado a cadeira de azimutes na Escola Militer, ele deixaria de ser esse herói? :) Fora da piada, Salgueiro Maia merece o meu respeito. Pessoas que contribuíram mais para o 25 de Abril forame squecidos, mas o homem teve o carisma e o carácter suficiente para permanecer no nosso imaginário colectivo. Para quando um biopic, de preferência sem ser realizado por Manoel de Oliveira?

3 - Notícia bombástica para um 25 de Abril: José Afonso era informador da PIDE. Seria uma nova revolução, garanto-vos.

4 - E para acabar, acho que a blogosfera em peso devia agradecer este dia: quantos de nós teríamos blogs sem o que se ganhou no 25 de Abril? Quantas manifestações do PNR, e quantos cartazes na rotunda do Marquês? No entanto, às vezes desagrada-me que a própria imprensa não use com mais responsabildiade o poder que lhe é dado, pressionando o governo não através de novelas, mas pondo o dedo na ferida do que realmente está errado. Esse é o verdadeiro poder da imprensa. Ah, e uma participação mais activa no actos eleitorais também seria engraçado; e uma maior abertura às culturas e mentalidades também era benvindo. Em certas coisas, parecemos ainda castrados pela ambiência do Estado Novo. Passaram 33 anos, mas ainda assim: nos EUA já passaram 231, e ainda assim aquilo anda por lá uma rebaldaria tal que chamar-lhe a melhor democracia do mundo é anedota. Bem, por aqui também se faz peixeirada acerca do 25 de Abril. Mas nós somos assim: a solenidade das coisas é relativo. Meter um cravo na lapela já fa zde nós grandes revolucionários. O problema é que, ocasionalmente, parecemos ainda usar ferraduras em vez de sapatos.

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