sexta-feira, junho 29, 2007

Senso...

Como todos sabem, Paris Hilton, que um dia um produtor de cinema quis fazer acreditar que irira encarnar Madre Teresa de Calcutá num filme, estev presa. Os motivos são os conhecidos e todas as pessoas de bem (e até mesmo algumas de mal, quero acreditar) sentiram um ligeiro, se bem que malévolo, regozijo. Várias vezes me ocorreu fazer um post sobre isso, mas como fazer piadas acerca de um assunto que à partida é uma anedota?
A jovem foi libertada esta semana e depressa acorreu ao limpa-imagem da América: Larry King. É uma regra de ouro entre as celebridades: se fizeste algo de errado e queres que o público te aceite de volta, vai ao Larry. Ele é feio, parece um bulldog e cheira a cebola, mas transpira credibilidade (e também uma substância até hoje não identificada.) Não vi a entrevista, mas souve que Paris Hilton declarou que nunca ingeriu drogas. Tendo em conta as variadas fotografias de papparazzi que a mostram a snifar cocaína, é caso para perguntar se ela percebeu a pergunta ou então se não percebe a definição de droga, o que é bem possível. Paris Hilton tem muito talentos. Fazer-se de parva é um deles. Ser má actriz, má cantora, má filantropa são outros. E se a deixassem, acredito que seria também uma péssima tecelã.
E que temos nós a ver com isto? Bem, esta arena da praça pública é uma coisa engraçada. Porque gente chorou quando voltaram a meter Paris Hilton na prisão. Ou seja, havia uma ligação emocional mais forte com uma pessoa que só conhecemos dos tablóides e da televisão, e suas desventuras rocambolescas(e, já agora, aldrabices pelas quais um políitco, por exemplo, seria crucificado - o encurtar da sentença) do que, e acredito, indivíduos com quem se convide todos os dias. Que fenómeno é este que nos leva a afastar-nos do próximos e sentirmos profundamente a dor do distante? E se não quiserem que o distante seja uma milionária fútil, os pais da Madeleine McCann, por exemplo?
É por isso que todos temos direito a denominar-nos complex guys; and girls, too.

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