Um trabalho raramente louvado no mundo televisivo é o da promoção às séries que são produzidas pelos canais. Não querendo pegar no caso português, que normalmente é uma nulidade (embora aquilo que a RTP está a fazer com "Lost", nesta second season, seja um bom exemplo a seguir), nem no norte-americano, que é de profissionalismo consumado, dou um exemplos de promoção feita à inglesa, a uma excelente série norte-americana.
O anúncio realizado por Dave LaChapelle para a first season de Lost, que passou no Channel 4 britânico e que é de uma beleza e de um arrojo criativo notráveis, nunca deixando de perder de vista as relações dos personagens e as suas próprias personalidades. Quem conhecer a série, reparará melhor neste tipo de pormenores.
terça-feira, setembro 26, 2006
domingo, setembro 24, 2006
Para quem acha que a América é só Neo-Cons
Uma referência recente no blog de Nuno Markl leva-me a aconselhar a todos os cidadãos de bem uma visita a um blog/site que consulto de vez em quando, o "The Huffington post", que pretende ser uma espécie de férum de opinião de think-tankers da esquerda norte-americana, e por aqui se depreende que não necessariamente democratas. O que faz falta, precisamente, a uma política americana onde o pensamento político se pode dividir, em maioria, entre os direitistas e os direitinhos. O blog não versa só política, antes atravessa o American Way of Life, mas de um ponto de vista mais radical, alternativo e habitualmente interessante. Entre os colaboradores do Huffington Post, para além, óbvio, de Arianna Huffingotn, jornalista do New York Times, temos criativos como Larry David, MIchael Patrick King ou Bill Maher; actores como Steve Martin, George Clooney ou Harry Shearer, ou homens da política pura e dura como Al Gore e James Pinkerton, para além de jornalistas de outros países, como a Turquia ou a Índia. Para quem está curioso, consulte em www.huffingotnpost.com. Vale a pena.
sábado, setembro 23, 2006
Azia
Depois do jogo Paços de Ferreira-Benfica, apetece-me dar uma Jorge Coroado e ter azia. Por isso, aqui vão algumas belas piadas dedicadas a todos os benfiquistas onde me incluo, para que aliviem a dor que é, em grande parte dos jogos, ver a equipa a jogar... Ai, ai...
Era um jogo de futebol entre o FCP e o Benfica. De repente o árbitro marca uma falta na entrada da área, a favor do FCP. Deco vai para a cobrança e a barreira formada está toda de costas
para a bola.
- Vocês têm a certeza que vão ficar de costas para a bola? -pergunta o árbitro, estranhando a atitude.
- Mas é claro! - justifica um dos benfiquistas - O senhor acha que nós vamos perder um golaço destes?
O Benfica vai lançar uma nova raspadinha. Se tu raspares e aparecer o Benfica com uma faixa de campeão no peito, podes ir à padaria mais próxima e trocar por um sonho...
Já me disseram que toda a gente nasce benfiquista... Talvez seja verdade. Explicaria o facto dos recém-nascidos chorarem tanto...
Mais piadas vermelhuscas, já sabem onde as podem colocar...
sexta-feira, setembro 22, 2006
Countdown: 2 semanas
Terror
Ontem deparei-me com aquilo em que me podia ter transformado se me tivesse mantido no caminho auto-destrutivo e parvo em que andava desde há uns tempos, e agradeço do fundo do coração a quem teve, e tem, a coragem de me dar a mão e de me ajudar, de me tentar enocntrar no meio dos destroços, ou mesmo quem tenta, para que eu não me torne num poço de raiva, bilis e paranóia. Obrigados sinceros!
Algo está podre no reino da Hungria
O que tem acontecido nestes últimos dia spor terras húngaras acaba por me surpreender pelo tempo que demorou. De facto, a resolução rápida do problema da passagem para a democracia neste país de leste revelou-se ineficaz. A entrada do país para a União Europeia não disfarça as óbvias tensões e assuntos mal resolvidos que existem entre os húngaros, principalmente no que toca à supressão da identidade húngara de século e séculos de história de ocupação, e a ditadura comunista que deixou uma profunda marca no imaginário nacional. Durante anos os húngaors foram enganados, e esta história de um governo que mente durante 4 anos de governação é capaz de ter chateado um bocadinho as gentes magiares.
O primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany dificilmente conseguirá resolver o problema sem alterar o seu governo profundamente. De facto, a política húngara viciou-se antes memsmo de poder passar a ser uma alternativa de mudança, quando os membros das elites políticas se regenraram de repente e passaram a ser as luminárias da democracia de tipo ocidental que se instalou no país. Embora a opressão comunista não fosse tão forte na Hungria como noutros países de Leste, as contas para ajustar estão lá; e não é coincidência que a primeira coisa a ser queimada no domingo tenho sido o monumento aos heróis soviéticos que morreram na defesa de Budapeste, durante a 2ª Guerra Mundial, assim como é óbvio que a maioria de extrema-direita e de direita que se encontra no centro das manifestações é um sinal claro de um nacionalismo exacerbado que sempre existiu, e que apenas agora se está a voltar para uma violência real. Num teor mais cómico, é de avisar os húngaros para irem com calma: se de cada vez que o nosso primeiro-ministro nos mentisse nós puséssemos fogo a tudo, o que restaria em Portugal para arder? É o mal destas democracias jovens, tão ingénuas, tão ingénuas...
Numa imagem que vi no "Público", o brasão dos reis católicos oficialmente presente na bandeira húngara foi substituído, nas bandeiras empenhada spelos manifestantes, pela delimitação geográfica habitualmente designada por "Grande Hungria", que representa os territórios retirados ao espaço magiar do final da 1ª Guerra, e sinal máximo de humilhação sofrida pelo país, segundo os seus habitantes, que condenou várias minorias húngaras a viver espalhadas por outros países; e ainda há esperança, nalgumas pessoas, de recuperar esses territórios, havendo noutras uma profunda raiva por tê-los perdido, culpando toda a gente desde os romenos até aos ocidentais. A Hungria, pude constatá-lo pessoalmente, é uma estranha mistura de ingenuidade histórica, atitude a tocar a xenofobia relativamente aos vizinhos e um estranho ódio recalcado. Talvez seja por isso que a HUngria foi, durante muoto tempo, o país com maior taxa de suicídios da Europa.
segunda-feira, setembro 18, 2006
Oscaralho
Se há dias falei do "Notícias do Tintin", o meu currículo como espalha-brasas não estaria completo sem referir o meu projecto, ainda assim, mais bem sucedido. Falo, claro, dos Óscares, ou Oscaralhos, conforme as pessoas a quem perguntarem. Surgidos, em moldes diferentes, no longínquo ano de 1997, numa pequena brincadeira numa actividade de escuteiros afectada por um dilúvio em Casal da Azenha, apenas chegaram a si mesmo, e à sua primeira cerimónia a sério em 1999. 4 pessoas juntaram-se-me: o Longuinho, o J.P, o Sapo e a Rita, a flor no meio da ervas daninhas. O objectivo era igualmente brincar, transformando títulos de filmes conhecidos de todos em trocadilhos com pessoas ou acontecimentos que se haviam destacado ao longo do ano. O método manteve-se durante as suas 6 cerimónias, e quem diria que chegaríamos tão longe.
A Comitiva, esse grupo de bravos que ousou fazer algo assim, foi mudando ao longo dos anos, mas felizmente sempre conseguiu arrancar algumas gargalhadas, superiores à ameaças de violência física... Durante os vários anos, guardam-se títulos míticos: "Os Saros"; "Máriotrix"; "Gangs da Foz do Mosteiro"; "A parasita social"; "Capitão rabi"; "Hannibal Marmelo Marrelo"; "Bodychupa"; "As betas de Charlie"; "Mandíbulas"; "MIB - Men in Binho"; "Ceira witch project"; "Capitão Dureza"; "Contraste's 11"; "Constantónio"; "O saxo e a cidade"; "O senhor e a senhora Fabry"; "Lara Diogo: Tomb Raider"; "A Rita já não está aqui"; "O talentoso Sô Zé"; "Eduardo Língua de Tesoura";
"O planeta dos Pacacos"; "A metamorfose"; "Clonagem"; "Os fitazuis"; "O diapasão"; "Hora de pintas"; "Onde pára a mal-empregadinha"; "Os piratas do Tua - a maldição da Alheira"; and so on, and so on... Todos os projectos têm um fim, este parece ter encontrado o seu. Se houvese justiça, teria acabado como começara: depois de uma dia à Suíça. Mas ninguém disse que a vida é justa. No entanto, longa vida aos Oscaralhos!
Hysterical blindness
No outro dia, uma rapariga (esses seres tão sensíveis e carinhosos, que sabem o que são sentimentos, em contraste com os homens, brutos, desmedidos e graníticos, que só querem é sexo, sexo, sexo) disse-me, a desarmar, que eu não sabia o que era amar alguém, porque nunca tinha sofrido por amor. Demorei alguns dias a pensar no significado desta acusação e cheguei a duas conclusões. A primeira, imediata, foi a de não gastar o meu tempo a reflectir sobre delírios sem sentido. A segunda foi a de que este deverá ser o pior insulto que já me fizeram, e acreditem que já me chamaram muita coisa. Como dizer a um ser humano que nunca amou alguém? Isso é transformá-lo apenas num ser, e atirar o humano para bem, bem longe.
Perante a elegância da acusação, resta-me perguntar, surpreendido, o que é então amar.
E na procura por essa resposta, não, não vou perguntar a tal rapariga. Seria como questionar o Papa sobre os pontos positivos da religião muçulmana.
Perante a elegância da acusação, resta-me perguntar, surpreendido, o que é então amar.
E na procura por essa resposta, não, não vou perguntar a tal rapariga. Seria como questionar o Papa sobre os pontos positivos da religião muçulmana.
quarta-feira, setembro 13, 2006
Desculpem?
Fernado Meirelles, realizador de "Cidade de Deus" e "The constant gardner", vai adaptar ao cinema "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago; e acho que não preciso de dizer mais nada para que todos nós comecemos a dizer "What the fuck?"
terça-feira, setembro 12, 2006
Só cinco anos?
Em primeiro lugar, permitam-me começar com um comentário cínico: não houve outra merdinha para mandar abaixo nestes últimos anos? É que a televisão massacrou-nos com horror de ver aquelas duas bestas de betão armado desabar sobre Nova Iorque e a dantesca nuvem de poeira que engoliu a cidade e se alimentou do medo daqueles que lhe fugiam, desejando estar a viver um pesadelo.
Passada a infantilidade, é difícil escrever sobre o 11 de Setembro, principalmente com os anos a afastarem-nos da primeira emoção que sentimos quando os aviões bateram nas Torres Gémeas: eu lembro-me de onde estava nesse dia, e de me sentir incrédulo perante o que se passava. POucas vezes na vida etsive genuinamente arrepiado com algo, assustado mesmo; mesmo tendo gravado umas brincadeiras com os amigos (triste coincidência desse 11 de Setembro) nesse dia, algo que marcáramos previamente, parte de mim estava a pensar em tudo aquilo.
Passados 5 anos, o que me sobra? Primeiro, a sensação de que o mundo mudou, para pior, muito pior. Se antes tínhamos fanáticos religiosos a lutar numa jihad, agora temos neo-cons a lutar por qualquer coisa que por muitas voltas que dê, nunca deixará de me soar a algo sinistro e sociopata; em segundo, a desconfiança, lançada por teorias da conspiração e por documentários como "Loose change", que passou da RTP (arrojo por parte da estação pública, bravo...) e que levantam muitas dúvidas sobre o que se passou nesse dia. Mais informações em www.loosechange911.com. Ninguém sabe o que é verdade; terceiro, um espectro que paira sobre todos nós, algo de sujo, algo de horrível... Uma sensação de que, após Madrid e Londres, algo de errado se passa. Como se o Ground Zero tivesse aberto um buraco para uma caixa de Pandora onde o valor da vida humana é zero e todos nós fôssemos simplesmente estatísticas.
Depois daqueles eventos, não há inocência. Só é parvo quem quer. Essa é a maior herança do 11 de Setembro: torna-se difícil de acreditar em algo de bom; e no entanto, a Humanidade pode perfeitamente vencer esse desafio. Resistir à tirania, seja ela governamental ou terrorista, e aprender a viver como deve ser.
E é por isso que neste post não há imagens: isso é diminuir as coisas, isso é transformar dores em entulho. E as dores não são entulho: quanto muito, são adubo de esperança.
Passada a infantilidade, é difícil escrever sobre o 11 de Setembro, principalmente com os anos a afastarem-nos da primeira emoção que sentimos quando os aviões bateram nas Torres Gémeas: eu lembro-me de onde estava nesse dia, e de me sentir incrédulo perante o que se passava. POucas vezes na vida etsive genuinamente arrepiado com algo, assustado mesmo; mesmo tendo gravado umas brincadeiras com os amigos (triste coincidência desse 11 de Setembro) nesse dia, algo que marcáramos previamente, parte de mim estava a pensar em tudo aquilo.
Passados 5 anos, o que me sobra? Primeiro, a sensação de que o mundo mudou, para pior, muito pior. Se antes tínhamos fanáticos religiosos a lutar numa jihad, agora temos neo-cons a lutar por qualquer coisa que por muitas voltas que dê, nunca deixará de me soar a algo sinistro e sociopata; em segundo, a desconfiança, lançada por teorias da conspiração e por documentários como "Loose change", que passou da RTP (arrojo por parte da estação pública, bravo...) e que levantam muitas dúvidas sobre o que se passou nesse dia. Mais informações em www.loosechange911.com. Ninguém sabe o que é verdade; terceiro, um espectro que paira sobre todos nós, algo de sujo, algo de horrível... Uma sensação de que, após Madrid e Londres, algo de errado se passa. Como se o Ground Zero tivesse aberto um buraco para uma caixa de Pandora onde o valor da vida humana é zero e todos nós fôssemos simplesmente estatísticas.
Depois daqueles eventos, não há inocência. Só é parvo quem quer. Essa é a maior herança do 11 de Setembro: torna-se difícil de acreditar em algo de bom; e no entanto, a Humanidade pode perfeitamente vencer esse desafio. Resistir à tirania, seja ela governamental ou terrorista, e aprender a viver como deve ser.
E é por isso que neste post não há imagens: isso é diminuir as coisas, isso é transformar dores em entulho. E as dores não são entulho: quanto muito, são adubo de esperança.
sábado, setembro 09, 2006
Finalmente, respostas a sério!
Segurem-se bem às cadeiras, fãs de Lost, e puristas dos segredos mais bem guardados da série norte-americana. Finalmente, é revelado o que raio significam os números 4, 8, 15, 16, 23 e 42. Não acreditam? Se quiserem mesmo saber, pois aviso que é spoiler, carreguem Play em baixo e sejam felizes. É o próprio Alvar Hanso quem revela!
quinta-feira, setembro 07, 2006
Maçã Golden e Maçã Reineta
Consegui finalmente arranjar um CD que procurava há algum tempo: a famigerada segunda versão de "Extraordinary machine", de Fiona Apple. Este álbum é daqueles com um parto complicado, o que tendo em conta a natureza alternativa da artista em questão nem é de estranhar. O álbum começa a partir de um desgosto amoroso de Jon Brion, amigo pessoal de Apple e conhecido compositor de bandas sonoras, nomeadamente de toda a filomografia de Paul Thomas Anderson e de Michel Gondry, dois mavericks do actual cinema norte-americano. Brion implorou a Apple, quem nem estava com vontade, para compôr umas músicas e pô-lo a trabalhar, para esquecer a mágoa. Apple fez-lhe a vontade foi assim que no final de 2002, novo álbum estava pronto.
Os problemas começaram aqui: Apple e Brion não gostaram do primeiro resultado e regravaram o álbum mais duas vezes. Com tudo isto, a data de lançamento foi adiada para 2003; depois para 2004, até que a editora ordenou a Apple que desse uma nova mexida nos temas, pois os executivos não conseguiam arranjar um primeiro single decententemente orelhudo. A própria Fiona começou a reflectir sobre o próprio conteúdo do álbum, e se realmente este estava na direcção certa. Brino cansou-se e encostou às boxes. Assim, Fiona teve de arranjar um novo produtor: o escolhido foi Mike Elizondo, conhecido por produzir tradicionalmente hip-hop e rap (uma estranha mistura com Fiona Apple...) e 2005 foi todo passado a re-regravar os mesmos temas, de modo que o verdadeiro "Extraordinary machine" foi editado em Dezembro de 2005.
No entretanto, todos os tema sda versão de Brion saltaram também para a Internet, e é por isso relativamente fácil arranjar as duas versões e compará-las. Na realidade, qualquer uma delas daria um excelente álbum, o que não será de estranhar, pois Fiona Apple é uma excelente compositora e letrista por si mesma. A versão de Brion é muiot mais orquestral, dando mais atenção aos arranjos que propriamente ao habitual piano de Apple; a versão de Elizondo carrega no ritmo, com a introdução de uma presençla forte da bateria, e nalgumas canções, supera Brion. O exemplo que vou dar é "Not about love", segundo single do álbum, na versão Elizondo, e que só com a leitura que Apple e este produtor fazem dela ganha realmente impacto, não querendo deslustrar a leitura mais contidamente sofrida de Brion: aqui, Apple solta realmente as amarras e o sofrimento, na voz quase fantasmagórica de Apple, transforma-se em pura raiva.
Os problemas começaram aqui: Apple e Brion não gostaram do primeiro resultado e regravaram o álbum mais duas vezes. Com tudo isto, a data de lançamento foi adiada para 2003; depois para 2004, até que a editora ordenou a Apple que desse uma nova mexida nos temas, pois os executivos não conseguiam arranjar um primeiro single decententemente orelhudo. A própria Fiona começou a reflectir sobre o próprio conteúdo do álbum, e se realmente este estava na direcção certa. Brino cansou-se e encostou às boxes. Assim, Fiona teve de arranjar um novo produtor: o escolhido foi Mike Elizondo, conhecido por produzir tradicionalmente hip-hop e rap (uma estranha mistura com Fiona Apple...) e 2005 foi todo passado a re-regravar os mesmos temas, de modo que o verdadeiro "Extraordinary machine" foi editado em Dezembro de 2005.
No entretanto, todos os tema sda versão de Brion saltaram também para a Internet, e é por isso relativamente fácil arranjar as duas versões e compará-las. Na realidade, qualquer uma delas daria um excelente álbum, o que não será de estranhar, pois Fiona Apple é uma excelente compositora e letrista por si mesma. A versão de Brion é muiot mais orquestral, dando mais atenção aos arranjos que propriamente ao habitual piano de Apple; a versão de Elizondo carrega no ritmo, com a introdução de uma presençla forte da bateria, e nalgumas canções, supera Brion. O exemplo que vou dar é "Not about love", segundo single do álbum, na versão Elizondo, e que só com a leitura que Apple e este produtor fazem dela ganha realmente impacto, não querendo deslustrar a leitura mais contidamente sofrida de Brion: aqui, Apple solta realmente as amarras e o sofrimento, na voz quase fantasmagórica de Apple, transforma-se em pura raiva.
It all comes full circle
Há umas dezenas de posts atrás, anunciei que estava lançado o campeonato do mundo da estupidez. Aparentemente, aproxima-se o desejado jogo do título entre dois dos concorrentes que apontei na altura, os preseidentes dos EUA e do Irão: Amahdinajed desafiou o seu homónimo Bush para um frente a frente na ONU. Cheira-me que temos aqui a matéria de que se fazem as lendas...
Prazer Amélie
O meu prazer Amélie de hoje é tipicamente de Verão. Adoro, no final de tomar banho, deixar água realmente fria a correr pelo meu corpo abaixo, durante um minuto aproximadamente, e depois desligar a torneira, e ficar parado, em pé, a sentir o meu corpo mesmo fresco. É como se tivéssemos entrado num mundo à parte, fora do calor, fora de tudo. Para além disso, é extremamente relaxante, pois descontrai-me e impede-me de pensar, graças a um curto choque térmico inofensivo e extremamente agradável.
E este é o meu Pazer Amélie de hoje.
E este é o meu Pazer Amélie de hoje.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Um viva para mim
Chego hoje ao post 300 e andei um tempo a pensar no que fazer para comemorar o feito. Sim, porque para alguém como eu que rapidamente desiste das coisas, chegar aos 300 posts e a mais de um ano de existência é algo de extraordinário. Lembro-me que acabei o meu primeior post neste blog com a citação "Do never underestimate the predictability of stupidity", e isso tem sido uma frase que me tem dado alento e alimentado fartamente esta besta.
Acabei por não fazer nada de especial, porque primeiro, não me lembrei de nada decente, e estava.me a apetecer escrever. Em segundo, porque este blog não é embandeirar em arco. Tem provado amiudemente que se cnontra do outro lado da barricada, daqueles que olham para a vida e não vêem grandes razões para andar sempre a festejar, aqueles que sabem que para se apreciar as coisas boas, há que haver as más para equilibrar. O sítio onde me encontro...
Gostava apenas de agradecer a quem aqui passa, aqueles que lêem e comentam, aqueles que só lêem e aqueles que ajudam a que este blog seja um espaço de todos nós. Eu posso ser o Batatinha deste circo, mas sem vocês, os meus Companhias, nunca teria chegado a esta marca. Um muito obrigado; e se algo houver a partilhar com toda esta turba, vocês, meus leitors, sabem exactamente onde escrever. É já aqui em baixo.
Acabei por não fazer nada de especial, porque primeiro, não me lembrei de nada decente, e estava.me a apetecer escrever. Em segundo, porque este blog não é embandeirar em arco. Tem provado amiudemente que se cnontra do outro lado da barricada, daqueles que olham para a vida e não vêem grandes razões para andar sempre a festejar, aqueles que sabem que para se apreciar as coisas boas, há que haver as más para equilibrar. O sítio onde me encontro...
Gostava apenas de agradecer a quem aqui passa, aqueles que lêem e comentam, aqueles que só lêem e aqueles que ajudam a que este blog seja um espaço de todos nós. Eu posso ser o Batatinha deste circo, mas sem vocês, os meus Companhias, nunca teria chegado a esta marca. Um muito obrigado; e se algo houver a partilhar com toda esta turba, vocês, meus leitors, sabem exactamente onde escrever. É já aqui em baixo.
segunda-feira, setembro 04, 2006
The answer is blowing in the wind
Há letras que têm esse condão mágico de ficarem inscritas no tempo, e de nunca perderem a importância que tinham quando foram ouvidas pela primeira vez. Bob Dylan, músico com uma aura mítica em seu redor e que confesso não conhecer muito bem, escreveu uma dessas canções em 1963, segundo soube pelo magnífico documentário "No direction home", realizado por Martin Scorsese, e que acompanha a carreira de Dylan. Embora tenha já ouvido esta canção várias vezes, nunca atentara à sua lírica, e esta é de uma simplicidade incrível, embora de um simbolismo e de uma carga humana impressionantes, que é afinal o que faz de um tema musical um clássico. O tema chama-se "Blowin' in the wind" e é verdadeiramente um conto sobre o que torna um homem isso mesmo: um Homem.
How many roads must a man walk down
Before you call him a man?
Yes, 'n' how many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
Yes, 'n' how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
How many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes, 'n' how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes, 'n' how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
How many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea?
Yes, 'n' how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes, 'n' how many times can a man turn his head,
Pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
sábado, setembro 02, 2006
Trip down memory lane
Andava eu aqui a organizar todo o trabalho escrito que tenho no computador, desde escrita criativa até textos académicos ou escolares, quando encontrei os originais de um projecto pessoal que me deu imensos problemas, mas também um tremendo gozo na sua escrita. Falo de um jornal de notícias falsas chamado "Notícias do Tintin", que foi uma tentativa, sem qualquer objectivo sério, de emular o jornal "Inimigo Público", que funcionava um pouco nos mesmos moldes. Se bem que o meu era incomparavelmente mais pequeno e, convenhamos, menos inspirado, obrigou-me a escrever humor a sério, a nível de estrutura de texto, procurando greir punch-lines e piadas, e a achar formas originais de chamar à atenção o ridículo de algumas coisas ou o brilhantismo de outras.
O "Notícias" trouxe-me, como disse, vários problemas: algumas pessoas focadas pelo que escrevia sentiram-se ofendidas, mesmo que eu jurasse a pés juntos que nunca tinha sido essa a minha intenção, e era verdade. Aparentemente, ganhei uma fama crescente ao longo dos anos (cimentada por outro projecto, esse mais mítico, chamado "Óscares") de que ando neste mundo para insultar as pessoas. Enfim... Foi a minha experiência mais próxima com esse problema que são os limites do humor. Com o que se pode brincar, com o que não se pode... E como coisas que toda a gente fala, mas nas costas, deixamd e ser aceitáveis quando são pronunciadas alto. Cometi um erro, o de assumir que podia escrever aquelas coisas e passaria impune, mas aprendi bastante sobre a natureza humana nas publicações deste jornal. Sobre a natureza dos outros e sobre a minha própria; e tendo em conta que publiquei coisas sobre mim próprio, em que a estupidez e eu andávamos intimamente associados, não guardo recordações de ter feito aquilo para azucrinar quem quer que seja. Para mim, era simplesmente um divertimento. Para outros, aparentemente, era muito giro quando eu brincava com outras pessoas, mas passava a ser um crime quando brincava com eles. É compreensível: todos somos assim.
O jornal teve umas 10 edições e só me arrependo de uma ou duas notícias. Talvez duas: uma logo na primeira edição, pelo timing que se revelou, como sempre no meu caso, errado, e outra porque levou a mal entendidos por, bem, sarcasmo superlativo, o que foi errado, e que em mim não se deve estranhar. Achei o balanço muito positivo a um nível pessoal, e deixei de o fazer porque não gosto mesmo de arranjar confusões (mais um mito sobre mim que cai, assim). É por esta razão, e por outras razões que abandonei tambéms os Óscares. Eu costumo brincar com tudo, e às vezes quem está à nossa volta não gosta que assim seja. Está no seu direito.
O "Notícias" trouxe-me, como disse, vários problemas: algumas pessoas focadas pelo que escrevia sentiram-se ofendidas, mesmo que eu jurasse a pés juntos que nunca tinha sido essa a minha intenção, e era verdade. Aparentemente, ganhei uma fama crescente ao longo dos anos (cimentada por outro projecto, esse mais mítico, chamado "Óscares") de que ando neste mundo para insultar as pessoas. Enfim... Foi a minha experiência mais próxima com esse problema que são os limites do humor. Com o que se pode brincar, com o que não se pode... E como coisas que toda a gente fala, mas nas costas, deixamd e ser aceitáveis quando são pronunciadas alto. Cometi um erro, o de assumir que podia escrever aquelas coisas e passaria impune, mas aprendi bastante sobre a natureza humana nas publicações deste jornal. Sobre a natureza dos outros e sobre a minha própria; e tendo em conta que publiquei coisas sobre mim próprio, em que a estupidez e eu andávamos intimamente associados, não guardo recordações de ter feito aquilo para azucrinar quem quer que seja. Para mim, era simplesmente um divertimento. Para outros, aparentemente, era muito giro quando eu brincava com outras pessoas, mas passava a ser um crime quando brincava com eles. É compreensível: todos somos assim.
O jornal teve umas 10 edições e só me arrependo de uma ou duas notícias. Talvez duas: uma logo na primeira edição, pelo timing que se revelou, como sempre no meu caso, errado, e outra porque levou a mal entendidos por, bem, sarcasmo superlativo, o que foi errado, e que em mim não se deve estranhar. Achei o balanço muito positivo a um nível pessoal, e deixei de o fazer porque não gosto mesmo de arranjar confusões (mais um mito sobre mim que cai, assim). É por esta razão, e por outras razões que abandonei tambéms os Óscares. Eu costumo brincar com tudo, e às vezes quem está à nossa volta não gosta que assim seja. Está no seu direito.
Subscrever:
Mensagens (Atom)