segunda-feira, setembro 18, 2006

Hysterical blindness

No outro dia, uma rapariga (esses seres tão sensíveis e carinhosos, que sabem o que são sentimentos, em contraste com os homens, brutos, desmedidos e graníticos, que só querem é sexo, sexo, sexo) disse-me, a desarmar, que eu não sabia o que era amar alguém, porque nunca tinha sofrido por amor. Demorei alguns dias a pensar no significado desta acusação e cheguei a duas conclusões. A primeira, imediata, foi a de não gastar o meu tempo a reflectir sobre delírios sem sentido. A segunda foi a de que este deverá ser o pior insulto que já me fizeram, e acreditem que já me chamaram muita coisa. Como dizer a um ser humano que nunca amou alguém? Isso é transformá-lo apenas num ser, e atirar o humano para bem, bem longe.
Perante a elegância da acusação, resta-me perguntar, surpreendido, o que é então amar.
E na procura por essa resposta, não, não vou perguntar a tal rapariga. Seria como questionar o Papa sobre os pontos positivos da religião muçulmana.

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