segunda-feira, janeiro 08, 2007

Ok, esse é um

Recebo, pela enésima vez, o clássico e-mail contra o aborto que descreve como génios e malta importante da categoria de Beethoven e F.D. Roosevelt nasceram com deficiências e um bébé perfeitamente saudável acabou por se chamar Adolf Hitler, divertindo-se à grande na Europa das décadas de 30 e 40. Beethoven conseguiu ser um grande músico, apesar da surdez; Roosevelt um grande presidente, apesar da poliomielite; e apesar da malvadez, Hitler até era um orador talentoso, por isso reconheçamos talento ás crianças saudáveis também. Agora... Gahdi também nasceu saudável, certo? E se quisermos escolher alguém do coração dos moralistas e católicos, também Joao Paulo II.
E porque é que no e-mail não falam das outras crianças surdas ou que nascem com poliomielite que levam vidas miseráveis. Porque é que não referem que Beethoven e Roosvelt nasceram no sieo de duas das mais poderosas famílias dos respectivos países? Se calhar, porque aí começaríamos a discutir a interrupção voluntária da gravidez sem moralismos ou falta deles. Na minha opinião, o ponto principal de toda esta discussão é o da educação, algo com que a sociedade em geral não está muito preocupada. Liberalizar não significa obrigar, mas tendo em conta a forma como se vê uma gravidez indesejada hoje em dia, quer seja pelo homem ou pela mulher, é quase como se fosse. Por isso, esqueçam lá os delírios feministas e as fantasias ulta-moralistas: já que se tem de discutir este tema (e quem tem dois dedos de testa que este até é daqueles assuntos sem grande urgência para discutir no estado actual do país), ao menos que se faça a sério e fora dos manicómios. Fica a sugestão

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