domingo, dezembro 28, 2008

Cold is Hot


Cheira-me que neste Inverno, vamos assistir a todos o tipo de sinais trocados no âmbito das relações entre homens e mulheres. Isto se confiarmos nesta notícia do Público:

http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/488047

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Maldade de Natal

Em vários filmes de boas festas, amigos e conhecidos aconselham-me a que toque e me deixe tocar no amor do menino Jesus. As pessoas não têm vergonha. O Natal não é a melhor altura do ano para apelar à pedofilia.

Premiere


Estreou hoje, infelizmente só pelos States. Grande parte da crítica diz que é bom, mas Roger Ebert, o guru dos críticos norte-americanos, diz que é mau. Ele também disse que "Fight club" é mau, por isso vejam bem o quanto lhe estou a ligar de momento.
Por cá, só daqui a um mês. Treme-se de ansiedade.

Um borrão de prenda


A melhor prenda neste Natal foi memso a notícia de que os Blur vão voltar a pegar nos instrumentos e pôr-se à estrada. Estou a falar dos Blur a sério, ou seja, Damon Albarn na voz, Alex James no baixo, Dave Rowntree na bateria e o ex-dissidente Graham Coxon que regressa à guitarra mágica do quarteto de Manchester. Isto só podem ser boas notícias. Os Blur são uma das bandas que mais gosto, e o melhor de tudo é que são mesmo bons. "Blur", "13" e "Think tank" são uma sequência de álbuns verdadeiramente brutal, sempre a inovar, sempre a experimentar.
Albarn até nem precisava disto, pois já tem com que se ocupar nos Gorillaz, The good, the bad and the queen e outros projectos a solo que o tornam num dos mais irrequietos e profícuos músicos da actualidade. Portanto, resta-me acreditar na boa fé desta reunião e esperar duas coisas: um novo álbum (onde será interessante ver o cruzamento do refinamento rock que Coxon conseguiu na sua carreira a solo e o mergulho electrónico de Albarn)e uma passagem por Portugal. Este é daqueles que não me importo nadinha de ir a Lisboa ser chulado.

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Era uma bela prenda


Por causa do ar rebelde, claro...

terça-feira, dezembro 23, 2008

O espírito de natal 2





Blue monday


Eu tenho uma aversão quase fóbica a eventos sociais, sejam eles quais forem. Defino como eventos sociais situações onde estejam reunidas no mesmo espaço mais do que, vá lá, dez pessoas. Posso alargar até 15, mas não pode passar disso ou começo a ficar comichoso. Dentro da panóplia existente de eventos, há um que, mais do que a tortura que é um casamento ou o tormento daquela festa impessoal a que temos de comparecer só porque o primo da nossa cunhada conseguiu acabar o curso académico de gestão de recursos humanos num bordel, que odeio profundamente: o funeral.
Ninguém gosta de funerais, o que é compreensível. Bem, talvez os padres gostem. Mas eu levo o desdém por cerimónias fúnebres a píncaros que só podem ser compatíveis com alguém capaz de pedir meças a Woody Allen no campo das neuroses. Um funeral reúne praticamente tudo aquilo que me preocupa e me mete medo, e nada somboliza melhor isso do que um cemitério. Penso que, no âmbito de um funeral, terei entrado apenas uma vez num. Minto: houve outra, quando era puto. Mas bem vistas as coisas, uma foi numa idade onde me era permitido ter medo, outra onde podia ser racional. De resto, tenho levado a minha vida de forma bem sucedida, evitando funerais de forma hábil e anti-social. Lembro-me que quando o meu avô paterno morreu, consegui não me embrulhar em todo o luto e choradeira, alegando uma vontade de ir à escola que poucos alunos exibiram desde então.
Ora, hoje de manhã, acordo com um zumbido do telemóvel. E o que era? O pai de uma amiga minha tinha morrido durante o fim de semana e fui apanhado de surpresa. O funeral era precisamente daí a uma hora. Há poucas coisas piores para começar o dia do que isto. Foi então que, numa questão de minutos de decisão, tive de enfrentar todos os medos que o funeral desperta em mim: o medo da morte, porventura a coisa que mais temo; a minha proverbial falta de jeito para contextos sociais, sempre útil em alturas em que as pessoas estão com sentimentos à flor da pele; o medo de um dia explodir numa diatribe anti-católica num igreja (principalmentre quando se justifica a morte de alguém com a frase "Os caminhos do senhor são misteriosos"...); o medo do futuro, principalmente quando é algué que morre bem antes do tempo, como foi o caso. Tudo se sucederia se fosse ao funeral.
Que fiz eu? Pontapeei o instinto nos tintins, vesti uma roupinha de cores neutras e lá fui eu para a igreja de S. José. Estive uma hora a pensar na morte e no meu futuro, mordi o lábio quando o padre começou a falar na imbatibilidade do julgamento do Senhor e quando chegou a altura de abordar a minha amiga, que chorava copiosamente, disse duas ou três coisas que me fizeram querer auto-flagelar com uma chibata de espigões de aço.
Depois, abracei-a; ela retribuiu, porque precisava; e nesse momento, aquilo que parecia ser uma visita guiada, a nós mortais, à nossa condição de mortal, passou a ser uma injecção de vida, para ambos.
E nesse momento, nem pensei nos medos. Acho que eles nos sobem à cabeça quando não conseguimos viver algo puramente; e de facto há apenas duas coisas verdadeiramente puras na vida: a alegria da vida e a tristeza da morte. Tudo isso cabe num abraço.
Depois, voltei para o carro, voltei a pensar mal de mim e a ter medo de viver. Não queriam que isto fosse daquelas histórias de filme em que a nossa vida muda num momento, pois não?

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Uma aventura


O homem vai vestir a sua fatiota de mirim e pôr-se rumo a Penela, num fim de semana que promete estalactites de gelo no céu da boca. Assim se vê a coragem/estupidez (riscar o que não interessa) da minha pessoa. A motivação já foi mais, mas vai daí, também gosto de tragédias.
Saúdinha para o fim de semana e aquele abraço
Se não quiserem, pode ser o outro.

Absolutamente do carvalho!



Nunca mais é 21 de Janeiro...

O dia em que o rei faz anos


É hoje. Parabéns!

quinta-feira, dezembro 18, 2008

terça-feira, dezembro 16, 2008

segunda-feira, dezembro 15, 2008

O espírito de natal 1

O dia em que vi Wolverine a cantar e a dançar

A malta dos Óscares já anunciou o anfitrião da cerimónia deste ano: Hugh Jackman. Para quem nunca esperou tal coisa, a escolha tem lógica. Ele é um entertainer puro, vem do teatro musical e já apresentou os Tonys, os prémios de teatro norte-americano.
E, como prova o vídeo que se segue, canta e dança com a mesma facilidade de um agy. Falamos do insuspeito sexiest man alive, de acorod com a revista people. Acho que ver Wolverine a fazer o que em baixo é mostrado dá carta branca a todos os homens de barba rija: abracem o vosso Astaire interior!

domingo, dezembro 14, 2008

Pin down


Um amigo meu disse-me há uns tempos que não havia mulheres bonitas antes de 1980. Esta afirmação fez-me abanar a cabeça, pois podia dar-lhe uma lista imediata de beleza feminina em zénite de aparvalhamento sem puxar muito pela minha memória fílmica: Sophia Loren, Claudia Cardinale, Catherine Deneuve, Rita Hayworth, Julie Christie, Ingrid Bergman, Monica Vitti, Lauren Bacalll... E claramente, quem faz uma afirmação destas, nunca viu um filme de Hitchcock.
Isto tudo para concluir que ao contrário de crenças modernas, há beleza antes da era das top-models; e antes das top-models, houve pin-ups. Morreu esta semana o maior símbolo desta mitologia de mulheres que corporizaram para uma geração todos os cambiantes da palavra sexo. Bettie Page, que tantos corações deve ter destroçado, morreu ironicamente de ataque cardíaco.
R.I.P, Queen of hearts.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

terça-feira, dezembro 09, 2008

Simplesmente lindo


A campanha publicitária do filme "Tropic thunder" para consgeuir uma nomeação de Robert Downey Jr. na categoria de melhor actor secundário já começou.
E é simplesmente genial. Pegando no seu personagem do filme, um actor ultra-sério que persegue prémios de representação e diz frases como "Não sou eu que leio o guião, o guião é que me lê", e colocando-o como se fosse o concorrente real, é uma atitude tão irreverente que só isso deveria valer qualquer coisa.

domingo, dezembro 07, 2008

A estrear brevemente...




Parecendo que não

Há valores tão prezados que aparentemente são coisas boas e no final só estragam as coisas. Depois há outros sobre os quais não consigo ter um julgamento inteiro claro. A honestidade é um deles.
Honestidade está no topo dos discos pedidos das relações humanas. Toda a gente diz querer honestidade a torto e a direito, mas é um facto que é um álbum que não se ouve muito. Aqui e ali, o single roda, mas só em estações de rádio muito alternativas.
É um facto consumado que, juntamente com a bomba H, o vírus Marbug modificado e a baliza da selecção nacional, a honestidade é das maiores armas de destruição maciça que a humanidade pôde contemplar. A sua ausência, dissimulação ou fartura pode destruir a vida das pessoas, e é isso que me chateie: que um valor que tanto prezo possa por vezes ser dobrado, retorcido e alterado, e se torne destrutivo.
Para ser honesto, é uma chatice quando as pessoas não são transparentes umas com as outras. A não-transparência com outrém devia ser punível com uma qualquer pena. Parecemos dançar com a honestidade durante boa parte da nossa vida, feitos baratas tontas, confiando nela cegamente, e acabando por ser enganados subitamente.
A vida não é nada honesta, repensando na coisa. Por isso, será mesmo justo escrever tudo isto?

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Eu vou endoidar! 2

Prop 8

Não sei se já ouviram falar da Prop 8. É uma pequena emenda legal, votada no estado da Calfórnia, que reverteu a proposta inicial que permitia o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A comunidade artística, grande antro gay, não podia ficar quieta, e por isso, eis um belo vídeo que, como não podia deixar de ser, é musical.

See more Jack Black videos at Funny or Die

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Em terra de cegos


O que vou dizer pode soar polémico, e se calhar até é, tendo em conta o escritor envolvido na afirmação. Mas a conclusão parece-me ser tão lógica que não posso evitar escrevê-la: José Saramago é um escritor que pertence a Hollywood.
Pronto, já o disse. Saramago, cujo temperamento pessimista, atitude iconoclasta e afiliação esquerdista extrema, não é, à partida, homem que se preste a relações com a meretriz babilónica que é a meca do cinema. Mas o facto é que boa parte dos seus livros parte de gimmicks que se assemelham à noção de high-concept pitch surgida na década de 80, em que um filme pode ser resumido pelo seu ponto de partida. "Speed", por exemplo, é "Die Hard on a bus". Os livros de Saramago são assim, redutíveis numa frase que ecerra em si o conceito que o faz mover. O Homem duplicado. Jangada de pedra.
"Ensaio sobre a cegueira", com a sua piscadela de olho aos clássicos de ficção científica apocalíptica, estava a pedi-las. Nunca li o livro, confesso, e também não apreciador de Saramago. Mas ter como ponto de partida uma cegueira generalizada da Humanidade, vinda do nada, que destrói a sociedade como a conhecemos é uma ideia altamente cinematográfica. Por muito que a escrita de Saramago possa ser mais complexa e profunda que aquilo que um filme pode exprimir, o filme é uma tradução literal e fiel daquilo que me parec consistir o principal sumo de toda a alegoria: a cegueira. O mérito vai para Fernando Meirelles, um realizador que passou de muito interessante para extraordinário. Diz-me quem leu o livro que a obra não era filmável, mas Meirelles e o seu director de fotografia, Cesar Charlone, transportam para o filme a cegueira que contamina a maior parte dos personagens, através de planos de câmara bizarros, uma vasta paleta de brancos e um desfocar do mundo. Isto é uma tarnsferência da obra literal, do espírito das letras para aquilo que a imagem cinematográfica tem de melhor. Isto é uma das coisas que me agrada num realizador: quando as suas imagens e o seu estilo contam metade da história. Nós sentimos a cegueira, e talvez por isso a nossa empatia com os personagens que sofrem dessa condição é total.
Meirelles e Don Mckellar (um tipo que escreveu e realizou um filme de 1999 chamado "The last night", sobre as últimas horas do mundo, onde também entra Sandra Oh, participanete em Blidness", e até David Cronenberg faz uma perninha num memorável e estóico papel) mantêm as ideias principais do livro e do próprio escritor. Por isso o filme é duro, sujo e pessimista. Acho que pedir a Saramago que tenha uma visão luminosa do mundo é demais. A base do filme é que se o mundo mergulhar na selva, o homem é mau e nada se poderá resolver. Ou seja, o ser humano não é bom por natureza, naquilo que é um conceito típico de Direita usado por um escritor tão eminentemente esquerdista. Toda a estrutura do filme se baseia nessa ideia e é isto que a sustenta. É corajoso da parte de Meirelles que faça um filme assim, com poucas hipóteses de redenção e de colocar um sorriso de paz nas nossas caras. São duas horas de murro no estômago, de mergulho ao horror da Humanidade, com violações, homicídios, raiva e sacanice a rodos; e o mais curioso é que a reacção do espectador dá razão ao autor. Há alturas em que queremos ver a raiva a tomar o controlo. Somos cegos. Somos contaminados pela mesma cegueira que afecta os personagens do filme.
Destaque óbvio para Julianne Moore, uma das actrizes mais corajosas que conheço, e para Mark Ruffalo, num papel de contenção que balança toda a tragédia pela qual passa no filme. O grande protagonista do filme é realmente Fernando Meirelles, um homem que depois de "Cidade de deus" e "The constant gardener", parece-me incapaz de fazer realmente um mau filme. É agradável vê-lo abandonar a sua habitual estratégia de câmara que treme para encetar alguns planos belíssimos da cidade em ruínas e um cena cliché de qualquer filme apocalíptico (chove...) é transformada pela sua câmara em algo de belíssimo. O único grande defeito que se lhe pode apontar é que parece haver algum desnorte narrativo durante o quarto de horas seguinte a uma cena fulcral do filme que envolve um incêndio.

Um filme que não é certamente para todos. Haverá quem goste e quem odeie. Na verdade, é preciso ter estômago e olhos programados para o filme. É um pouco como sinto em relação à escrita de Saramago.

domingo, novembro 30, 2008

Decisão


Não sei de imagem que o tempo não destrua
não sei de ti se atravessas a rua
vem ter comigo sempre que for preciso
fala com a voz
fala com o choro
fala com o riso
diz o que é preciso

Viva quem vive com a cabeça aperrada
e dispara bala contra o medo apontado
viva quem luta com a cabeça ao contrário
p´ra ver também
um pouco do lado do adversário
do lado contrário

E viva o dia em que já não precisas
de reis nem gurus nem frases-chave
nem divisas
o dia em que já não precisas
de reis nem papás
nem profetas nem profetisas

Ei,ei que é do rei
o rei foi-se, o rei vai nu
ei, ei, viva eu, viva tu

Não sei de imagem que o amor não persiga
não sei de ti se não fores minha amiga
faz o que queres que se queres é preciso
faz o melhor
fá-lo com loucura
e com juízo
faz o que é preciso

Viva quem muda sem ter medo do escuro
o desconhecido é o irmão do futuro
viva quem ama com o coração aos saltos
e mesmo assim vence
os seus altos e baixos
e os altos dos seus sobressaltos

E viva o dia em que já não precisas
de reis nem gurus nem frases-chave
nem divisas
o dia em que já não precisas
de reis nem papás
nem profetas nem profetisas

Ei, ei que é do rei
o rei foi-se, o rei vai nu
ei, ei, viva eu, viva tu

quarta-feira, novembro 26, 2008

Guisadinho de cérebro

Depois da minha noite passada sem dormir (e com um violento ataque de constipação), eis como me sinto.

O narrador


Confesso que ainda não me habituei à realidade de ser possível que David Fincher, homem cujo celulóide beijo languidamente, seja nomeado para o óscar de melhor realizador este ano, culpa de "The curious case of Benjmain Button". Não me iinterpretem mal: o homem é um génio, e este filme vai possivelmente deixar-me num estado próximo de destroço humano, quando o vir, e assomar à saída completamente salgado da minha torrente de lágrimas. No entanto, ver o "enfant terrible" a ser aceite pela máquina é uma experiência ainda desagradável. Mas hei, este ano, a corrida ao careca dourado está tão bizarra que nada me espanta. Mas esse é um assunto para outro post.
Fincher é um homem do cinema, da realização, de contar histórias. Por mais bizarros que sejam os eues filmes, epor mais variados os temas, o interesse dele é a pulsão narrativa de encadear acontecimentos, pondo ao serviço deste supremo dever de um realizador de cinema o seu arsenal inquestionável de habilidades técnicas. Como disse na minha crítica ao mesmo, "Zodiac" era um objecto dos anos 70 preso no século XXI, e isto deve-se a esse factor. Ele é um clássico iconoclasta, um tipo destinado a fazer avançar o cinema como arte narrativa. O homem é isso tudo, mas não é uma coisa: um relações públicas. estamos a falar do tipo que, quando instado a comentar a sua experiência em "Alien 3", respondeu elegantemente que preferia ter cancro do cólon a realizar outro filme.
A sua habilidade (ou inabilidade) no tratamento da imprensa irá certamente estar mais em foco agora que "Benjamin Button" se começa a assumir como o filme que vai dominar os Óscares deste ano, pelo menos no que toca às nomeações. A habitual ronda de imprensa que os possíveis nomeados têm de fazer todos os anos colocará um deus pessoal meu contra hordas de jornalistas. No primeiro round, aquando da apresentação à imprensa do filme, no sábado, o cenário começou-se a montar. Perante várias perguntas acerca das suas motivações para fazer este filme em específico (que, à partida, parece tão longe das suas áreas de interesse), Fincher encolhia os ombros e respondia que gostara da história. Só isso.AO invés de se lançar em grandes discursos destinados a arrastar os media, Fincher foi simples, honesto e ele mesmo. Que mal há em querermos pôr o que sabemos ao serviço de uma boa história? Jornalistas criticaram-no por este simplismo, mas talvez seja por isso que eu gosto cada vez menos de njornalistas e cada vez mais de Fincher.

A ciência masculina, parte 2: porn buddies

Pucker up, me maties!


Não dão descanso a Obama. O homem ainda nem começou a trabalhar e já querem envolvê-lo na luta contra a pirataria ao largo da costa oriental de África. O Messias do século XXi a ter de resolver problema dignos do século XVIII... É dose.

sábado, novembro 22, 2008

Hoje estou em modo...


...tempestade palpável: ela está a chegar...

quinta-feira, novembro 20, 2008

Uma vez Queiroz...


Queiroz para sempre!

quarta-feira, novembro 19, 2008

Agora percebo


Depois das últimas declaraçãoes públicas de Manuela Ferreira Leite, onde esta sugere, com ironia ou sem ela, que talvez o país precise de meio ano sem democracia para ir ao sítio (sequela da também deliciosa "As notícias não deviam ser escolhidas pela comunicação social", assim sem particularizar, no geral), percebo quando ela diz que quer transformar o PSD numa alternativa a este governo. Acho que vão mudar o nome para PSN, como Nacional.
Piada nazi à parte, é lamentável que a belíssima das finanças faça cair mais uma esperança que cidadãos como eu, os ingénuos, têm na política: que com mulheres, isto até ia. Afinal, é a mesma coisa, como a actual ministra da educação faz questão de provar de cada vez que decide desencantar uma medida política. Acho que ambas precisam de uma avaliação urgente.

Eu vou endoidar!

terça-feira, novembro 18, 2008

Música ambiente



Marlango, "Walkin' in Soho"

Lenço verde


Este fim de semana, tornei-me dirigente da grande família do CNE.
Pelo menos,era o que dizia o papel que li na Promessa; e se eles dizem, pronto, deve ser.
Ouvi falar muito de responsabilidade, mas o facto é que sinto a mesma. Acredito que ser "promovido" indicie que se espera mais de nós, mas isso não quer dizer que antes esperasse menos de mim mesmo. É mudança não em mim, mas na percepção que os outros têm de mim agora.
Ok, menos filosofia. Foi um belo fim de semana, um agradecimento a quem preparou e quem veio de fora para ver o menino a ficar nervoso, e a quem me fez sentir surpreendido por reparar que cresci. Às vezes, penso que passa despercebido, até a mim mesmo. Preciso que mo lembrem, e felizmente, cada vez mais gente não se importa de fazê-lo.
E uma coisa boa nestas coisas é que volta-se sempre com muitas prendas para casa. É o meu lado de criança a manifestar-se.:)

Bond... with a vengeance


Lerão várias críticas ao novo Bond, e embora seja difícil encontrar uma que seja má, descobrirão bastantes que são, no máximo, tépidas. Baseiam-se num motivo: é um filme com muita acção e pouca história. Eu cá acho que este filme é um dos poucos filmes que vi sem cenas de encher chouriços. Assume-se como complemento do anterior "Casino Royale" (começando exactamente onde o outro acabou) e prescinde de pinderiquices que atrasem uma história de vingança que todos queremos violenta e brutal. Por uma vez na nossa vida de mortais, entramos num sítio onde esperams justiça célere, embora a saibamos desumana. Acho que é por isso que gosto de filmes de vingança. Estes jogam com um instinto humano primordial, o da retribuição; e quando se mata a mulher amada de um agente secreto que tem uma natural renitência em abrir sequer o seu coração, os problemas sucedem-se.
James Bond, nessa espiral, arrasta tudo, desde os maus da fita (a organização QUANTUM), o próprio MI6, a CIA, as pessoas que encontra, assumindo-se sempre como um bruto de primeira. Daniel Craig (cada vez mais um Bond à altura, e nalguns momentos superior, de Sean Connery). Ele eleva o personagem de Bond ao seu devido lugar: o de supremo badass. Connery abordou ao de leve esta faceta, Moore nem falemos dele e Pierce Brosnan era suave demais. Timothy Dalton, no muito subvalorizado "The living daylights" andou muito perto, mas Craig assume-o com uma naturalidade desconfortável. Um tipo insulta-o, ele pontapeia-o e rouba-lhe a mota. Mais tarde, atira um segurança de um prédio apenas porque sim; e pelo meio, vai matando quem lhe apareça da Quantum, ao invés de as capturar para fazer perguntas. Isto é Bond duro, frio, implacável. Por isso o filme não tem muita história palavrosa: a acção é a história, o turbilhão e a violência são o estado de espírito de Bond. Há uma intriga ecológica sólida e interessante, que serve como m´boil vilanesco, mas o que interessa aqui é descobrir se Bond sai do seu próprio poço negro.
Craig é, obviamente,o centro do filme e o seu grande trunfo. Quando aparece no ecrã, em gloriosa masculinidade, os testículos dos espectadores masculinos desintegram-se ao nível do átomo. Está tudo na sua pose, no seu olhar, e ele fica tão bem aos murros e a destruir-se contra paredes como num smoking, numa das mais belas sequências do filme, a envolver a ópera "Tosca", cuja intriga de vingança tem paralelos com este filme, e que entra directamente para a antologia da saga. Neste aspecto, Marc Foster revela-se uma escolha correcta. Não que seja novidade colocar realizadores habituais de filmes independentes a controlar blockbusters, mas Foster traz como grande trunfo uma precisão maníaca ao nível da montagem (a merecer nomeação para Óscar) e uma sensibilidade própria, que possibilita essa magnífica cena na ópera e o facto de Camille, a Bond girl (eficientemente interpretada pela ucraniana Olga Kurilenko, que vou deixará verdadeiramente shaken and stirred se assistirem ao filme "Le serpent") ser a única em toda a história das aventuras de 007 que este não leva para cama. Porque não há motivo, porque tudo tem de fazer um sentido, porque eles são almas gémeas de almas torturadas e procuram acima de tudo o seu lugar de felicidade. O seu Quantum of solace. Foster faz as opções certas e confia no diabólico Dan Bradley para dirigir a segunda unidade e fazer com a acção de Bond aquilo que fez com a acção de Bourne: delirante, visceral, tão real que dói ao espectador. Isto nas paisagens exóticas a que Bond já nos habituou.
O único defeito que se pode apontar é alguma falta de divertimento do próprio personagem, talvez. Mas nem semprea a vingança pode ser divertida. Espera-se que no próximo, Bond tenha uma selva mais colorida para poder caçar mais livremente. Longe da vingança, longe do negrume; mas nunca fora do turbilhão.

Cover up

Dr. Dre é um dos grandes moguls do hip-hop moderno. Este homem produziu álbuns de quem é alguém no mundo dos beats: Jay-Z, Eminem, Snoop Dog, Nas, 2Pac, 50 Cent, Busta Rhymes... Enfim, uma galáxia negra de rimas. No entanto, antes de produtor, Dre era rapper, e em 1991, publicou o seu álbum de charneira "The cronic", onde por entre provocações a gangs rivais (que fazem parte da história dos conflitos entre rappers de Los Angeles), podemos encontrar uma faixa que diz bastantes verdades acerca da relação entre homens e mulheres. Chama-se "Bitches ain't shit" e na altura, apesar da colaboração de outros 4 mânfios, entre os quais Snoop Dogg, passou despercebida. Conta as desventuras habituais de rappers de sucesso, com idas à prisão, discos de platina, festas e mulheres que felaciam por dá cá aquela nota de 100 dólares.

No entanto, claramente, uma lírica do calibre da de Dre merecia um tratamento mais épico. Ben Folds foi um visionário e no seu álbum de covers Supersunnyspeedgraphic, the Lp, fez serviço público e deu-lho. Folds transforma "Bitches ain't shit" naquilo que, para mim, e em alturas específicas da minha vida recente, se tornou num hino, numa atitude e numa filosofia de vida, partilhada por alguns outros discípulos destas sábias palavras. O melhor é que Folds não altera uma palavra à letra original e apresenta uma música de tom delicodoce, com um letra absoluta imunda, e no entanto tão verdadeira acerca de alguns factos da vida. O prodígio foi tanto que a música ganhou uma vida e culto próprios e muita gente acredita actualmente que foi Folds quem escreveu o original, tanto que o músico já anunciou que vai deixar de tocar a música em público, pois quando se passeia com os filhos, os fãs dirigem-se-lhe como "that Bitch guy". Que um caixa de óculos da pop consiga ofuscar um rapper bling-bling de alta roda, eis a prova da maravilha desta cover.

segunda-feira, novembro 17, 2008

É a realidade

Porque de quando em vez, estes gajos ainda conseguem ser acutilantes...

sábado, novembro 15, 2008

Em pulgas

quinta-feira, novembro 13, 2008

Adenda e reflexão actual


Buffy: Does it ever get easy?
Giles: You mean life?
Buffy: Yeah. Does it get easy?
Giles: What do you want me to say?
Buffy: Lie to me.
Giles: Yes, it's terribly simple. The good guys are always stalwart and true, the bad guys are easily distinguished by their pointy horns or black hats, and, uh, we always defeat them and save the day. No one ever dies, and everybody lives happily ever after.
Buffy: Liar.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Diga em sua defesa


Um site que vistio regularmente lança a pergunta: qual o filme que mais vezes vos faz discutir com os vossos amigos? Seja por gostarmos demasiado dele ou odiarmo-lo quando toda a gente o adora. Vou responder à questão, alargando-a para séries de televisão.

Acho que, cinematicamente falando, o assunto que me leva a lançar em apaixonadas e dementes defesas é não um filme, mas toda uma corrente cinematográfica: o cinema de acção brutalista da década de 80. Sempre rebaixado à condução chunga e alimentícia, acredito que há exemplares que merecem uma revisão crítica urgente por olhos atentos. O filme "Predador", de JOhn McTiernan (já aqui classificado como o filme mais másculo de sempre) é um clássico do híbrido ficção científica/acção, com tudo no sítio,inclusivé Scwarzenegger, cuja falta de talento dá toda uma outra dimensão de inferioridade humana perante a natureza. É fácil defender o existencialismo sob a forma de arte e ensaio, mas com frases como "If it bleeds, we can kill it", sublinhando a fragilidade da vida biológica, obra maior é defender filosofia e poesia no meio da acção grunha. É por isso que "Die hard", que é indubitavelmente um dos filmes maiores dadécada de 80 e a melhor fita do género de todo o smepre, será sempre olhada de lado, embora injustamente.

No que toca à televisão, é fácil e por alguns conhecido que defendo até à morte a genialidade de Joss Whedon, o criador de "Buffy,a caçadora de vampiros" e "Angel. O homem criou um consistente universo criativo, onde qualquer um dos personagens principais dava uma série em si. A prova é "Angel", que segue o personagem homónimo, saído do Buffyverse, e que embora menor, é ainda assim interessante e aborda todo um lado dark que raramente se vê na TV. Para além disso, Buffy é uma das mais complexas personagens femininas criadasem qualquer médium, arrumando em espessura psicológica qualquer uma das senhoras de "o sexo e a cidade", individualmente ou em colectivo. Quem quer ganhar a vida a escrever coisas saber reconhecer nas palavras de Whedon o tipo de mensagem que envolve termos filosóficos e linguagem popular. Um homem que faz isso, e se entretém a usar o género fantástico como metáfora para os dramas humano, merece o meu e o vosso respeito.

E vocês? Quais os vossos assuntos de discussão cinéfila/tvéfila entre amigos?

domingo, novembro 09, 2008

9/11/1982


Eu anseio e temo por este dia. Anseio porque é o meu dia de anos, e eu gosto de sentir a passagem do tempo, pelo menos enquanto não me sentir velho; temo, porque o eterno medo de ser ignorado e posto de lado assume o dobro das proporções neste dia. Ser esquecido num dia onde esperamos ser lembrados dói mais. A coisa não começou mal, tenho de admitir ese não tivesse bom senso, poderia ter um dia de aniversário como já não tinha há muito...
Ainda assim, não se está a perder nada. Amanhã são mais umas horas oficiais como aniversariante e se alguma miúda gira que conheço me quiser oferecer um strip, está à vontade. Olhem que sou amigo e até estou a dar indicações de prenda!

Mais a sério: parabéns a vocês por suportarem estes 26. Lamento informar-vos, mas esperam-vos alguns mais...

sábado, novembro 08, 2008

quinta-feira, novembro 06, 2008

Adenda a Obama...


Não é para ser desmancha-prazeres, mas no fundo, eleger Obama como Presidente em 2008 nada tem de revolucionário. Afinal, ele é um negro contratado para limpar a merda que alguns ricaços brancos fizeram. Been there, done that, civilization.

Fantasmas


Do nada, eles saltam das covas onde juramos tê-los enfiado para não mais lhes pôr a vista em cima. Enganámo-nos quando nos enganámos que eles jamais nos voltariam a enganar. Mas, trapaça das trapaças, aí estão eles de novo. Fantasmas do passado, fantamas com formas bem definidias, daquelas que poderiam fazer publicidade a algumas marcas de lingerie.
Eu tenho um bom sistema de remoer paixões não concretizadas, afinal o meu modo de viver o amor, aquele no qual sou um consumado profissional e dou uma cadeira, explicações e consultas online. Mas parece que algo falhou desta vez, porque ela está de volta, pelo menos por uns dias, só para me assombrar, só para ectoplasmar a minha cabeça quando eu não preciso nada disso.

Vou ali consultar um exorcista, já volto...

quarta-feira, novembro 05, 2008

E sim, ele pôde!


Algumas considerações sobre a eleição de Obama:

1 - O homem tem vindo a dizer, durante os últimos dois anos, que a esperança estava caminho. Pensei que ela chegasse quando o elegessem, mas até agora, a doida ainda não me bateu à porta. Ainda não és presidente e já começas a quebrar promessas? Vê lá, meu!

2 - Isto vai fazer esquerdistas embandeirar em arco, apregoando que a América foi liberta de governantes tiranos e de uma espécie de fascismo encapotado, mas o facto é que o que separou Obama de McCain foi exactamente o mesmo factor que separou Bush de Kerry: o factor humano. Mais do que ideias, eles representam alguém com quem o eleitor estabelece empatia. Tentar vender Obama como um elitista foi um erro crasso por parte dos Republicanos, uma estupidez asinina que é mais uma numa enorme pilha fumegante que se amontou nos últimos dez anos. Ah, e Sarah Palin. Escuso-me a comentar esta senhora, já aqui o fiz...

3- Agora que o negro lá está, alguma comunicação social quer pintá-lo de branco. "Ele é um como nós!" Yeah right...

4 - A esperança ainda não chegou, as estradas ainda não estão alcatroadas a ouro, não há caviar em todas as casas... Afinal, Obama é humano!

segunda-feira, novembro 03, 2008

Cover up

O Cover up desta semana traz-nos uma lenda por direito próprio, um homem que marcou uma geração e que ainda hoje é o símbolo de algo de indefinível, algures entre o burlesco e o ridículo. Falo do eterno capitão Kirk, William Shatner, artista polivalente, pois já provou ser um péssimo actor e também um péssimo cantor.
O homem tem covers absolutamente péssimas e um dia, talvez ponha aqui a versão de "Rocket man" para comprová-lo. No entanto, tudo o que é horrível tem um momento de brilhantismo e Shatner encontrou o genial Ben Folds, que lhe produziu em 2007 "Has been", um álbum de covers com participações interessantes de bons músicos. Um delesé Joe Jackson, que entra em dueto com the Shat no imortal tema dos Pulp "Common people", trocando o tom Eurodisco da banda inglesa de Jarvis Cocker por um lado operático dramático que é absolutamente épico. Ficam as duas para comparação:



Respira um bocadinho, pá!


Na passada semana, andei a compôr a minha tese de mestrado, qual perdigueiro em busca de uma presa, farejando, esgadanhando e no final de tudo, preso numa caixa com espaço apenas para se deitar sem poder coçar pulgas. Esta última parte é metafórica, atenção.
Nunca fiz nada de semelhante. Os trabalhos académicos que fiz foram mínimos e o mais extenso que fiz nem sequer foi na área de História, mas sim de cinema. Não era difícl, convenhamos. Ponham-me a falar sobre cinema e é provável que, tudo transcrito, faça o Guerra e Paz parecer o Almanaque das Missões.
O meu maior medo era o de que a tese fosse um animal demasiado complexo. Não é, mas que dá um trabalho do caraças, dá, principalmente quando trabalhamos contra o relógio e temos uma orientadora que é uma das sumidades nacionais na matéria que estamos a tratar e os dois melhores alunos do nosso grupo do Mestrado estão a trabalhar com ela. Se tudo o resto quebra, uma coisa resiste em mim, e essa coisa é um ego intelectual do tamanho do mar dos Supersargaços. Estes dois pequenos pormenores abalam essa fundação do meu ser e fazem-me ter dúvidas, aquelas coisas bonitas que me assaltam com a mesmo frequência com quem penso acerca de mulheres. Logo, é pressão a dobrar. Eu não cedo sob pressão, mas não posso dizer o mesmo da minha cabeça, e por isso, andei como que zombie cerebral durante cinco dias, nem sequer saíd e casa para não me humilhar perante os outros. Já me acontece em demasia quando estou plenamente funcioonal, quanto mais nestas condições.
Mas o trabalho resultou: dois capítulos feitos e um prazo alargado para terminar o que falta. Não estamos nada mal para o que eu pensava. Mas eu presumo sempre o pior.
Respirei no fim de semana, nem sequer pensei na tese. Descomprim com escuteiros, metade da primeira temporada da série "Angel" e uma ida ao cinema, felizmente acompanhado, para ir ver "W.", um filme inesperadamente tépido de Oliver Stone. É bom de ver, mas não esperem um grande filme. Josh Brolin como o nosso Geogre W., no entanto, está fenomenal.
Hoje, volto à carga. Durante mais uma semana.Perdoem-me outro silêncio prolongado, mas aperentemente, vou doar o meu corpo à ciência mais cedo do que esperava.

Alerta


Queria aqui deixar um alerta à Liga Portuguesa de Futebol: façam uma nova verificação dos estádios, porque alguns não estão em condições. Ontem vi um pouco do Guimarães-Benfica, e pareceu-me que o campo do Dn Afonso Henriques estava inclinado como o camandro, e sempre para o mesmo lado. O futebol é para ser jogadoe m superfícies planas. Fica a nota.

domingo, novembro 02, 2008

5 more friends

By the way, if you're american, and you´re reading this: VOTE!

sexta-feira, outubro 31, 2008

This is...

Hoje é uma data americana consumista; mas segundo o calendário de bruxaria, é também uma das 4 grandes noites do ano. Hoje é...

segunda-feira, outubro 27, 2008

Cover-up

Um aviso prévio: é aproveitar que este poderá ser o meu último post num largo período de dias. Razões a serem explicadas posteriormente.
No Cover-up desta semana, voltamos a nossa atenção para um dos grandes clássicos dos anos 70: "Hotel California", dos Eagles. Este tema tem sido alvo de várias interpretações de terócios da músicas e alguns janados, que tentam, sem um consenso, descobrir o sentido da música: alguns acham que é um hino amargo à Califórnia decadente e psicadélica dos seventies; outros, o relato de alguém que está num hospício; a teoria de que esta canção é escrita por um serial-killer tem tamvém os seus adeptos.O cancro, Satanás e um hotel gerido por canibais são também avançados.
"Hotel california" tem tido outro tipo de interpretações, nomeadamente as musicais. Bandas como os Rascall Flats ou os Gamma Ray criaram a sua própria visão deste tema, entre outras bandas e artistas mais desconhecidos, mas apenas uma conseguiu criar uma cover que quase alcança o peso mítico clássico do original. Na sua génese, "Hotel California" conta a história de uma viagem; por isso, nada mais apropriado que um grupo cigano, nómada por Natureza, ter a sua oportunidade de lançar a música cigana e flamenga no meio do folk-rock norte-americano. A honra cabe aos conhecidos Gipsy kings, expoente máximo da cultura cigana na década de 80, que fazem de "Hotel california" o descrever de um sonho: pegar nas guitarras e na tralha toda da família, conquistar a Europa e depois tomar os EUA de assalto. O delicios videoclip, que envolve camiões, camionetasa, benção de um avião e histeria em recintos fechados é como o relato do triunfo da etnia cigana e da sua cultura.
No entanto, este tema não seria o mesmo se não tivesse sido escolhido pelos irmãos Coen para símbolo de um dos personagens mais memoráveis do seu excelente "The big lebowsky", um dos filmes mais bizarros dos anos 90. O nome do personagem? Jesus Quintana. Traços idiossincráticos? Craque do bowling, gosto duvidoso na escolha de guarda-roupa e passado como pederasta. Fica o vídeo como bónus.




Nobody F-ks With The Jesus - Watch today’s top amazing videos here

O debate que ninguém viu

O Tribunal Constitucional norte-americano acabou agora mesmo de decidir: este ano, não há votos para ninguém. A decisão está guardada para a pista de dança.

Preciso de...

sexta-feira, outubro 24, 2008

Cérebro em estado de liquefacção


Dizes-me que olhe para a parede branca. Eu não posso conter um riso desconfiado. Desde que compraste aquele livros de psicologia barata, escritos pelo Gustav Eriksson, ou Erik Gustafsson, nunca mais foste a mesma. Quando te conto os meus problemas, tiras algo do teu arsenal de truques baratos, guardados nessa mochila que carregas como quem parece carregar um peso qualquer que não gosta de deixar por aí. Mas não te deixas convencer com a minha cara descrente. Dizes que já nasci com ela e que vais mudá-la, nem que seja à força de cinzel. Nem o meu lema pessoal "Podes mudar o mundo, mas não me mudas" te demove. Por isso, desta vez com uma voz menos melosa e sem o teu sorriso enzimático, repetes: olha para a parede branca.
Eu olho e maravilha das maravilhas, é branca. Uau. Posso-me ir embora?
Não, não posso. Dei a resposta errada. A parede não é branca.

Ela pode ser doida. Pode não, é. Toda a gente se lembra do que aconteceu na festa de anos do Marco. Lá por se acreditar num mundo cheio de cor, isso não implicava que o pobre do rapaz tivesse de encontrar os seus cães como se tivessem saído de um catálogo da Benetton; e melhor é nem mencionar viagens de balão, porque ainda hoje estou para explicar aos meus pais como é que dois tijolos lhe entraram telhado adentro. Há maneiras mais civilizadas de resolver desacordos relativamente a pontos de vista. Principalmente quando estes envolvem o ciclo sexual dos louva-a-deus.
Voltei a concentrar o meu olhar e continuava a ver brancura. Por muito que confiasse nela, acreditava mais nos meus olhos. Não querendo desfazer, eram mais giros, e se ambos tivessem duas pernas, podiam muito bem disputara a capa da FHM com qualquer mulher gira que lá aparecesse, e também com a Luciana Abreu. OK, desisti. O que há na parede que não seja branco?
Não te vês na parede?
Muito bem: agora, para além de questionar a sua sanidade e a sua visão, tinha de questionar todos os seus professores de Física, que façharam redondamente na missão de lhe inculcar os fundamentos e leis do tempo e do espaço. À medida que este joguinho decorria, esquecera o que me tinha levado a assentar o meu arredondado rabo naquele cadeira. Para mais, uma boa prateleira e um cabelo sedoso só conseguem compensar uma série de características evaporadoras de libido, e ela já me revelara gostar da carreira de Eddie Murphy pós 1990. Só aí, uma das mamas tinha deixado de ter valor. Levantei-me e tranquei o meu olhar no dela. Ela percebeu que eu a estava a chamar de doida.

Ok, ela não é assim tão perspicaz. Penso ter murmurado uma qualquer referência ao Júlio de Matos e ela não é burra. Mas é parva. Disse-me que se só via branco, não podia estar comigo. Detestava quem não via o mundo a cores. E virou-me as costas para se ir embora. Tudo por causa de uma parede branca. É mesmo à gaja, nem faltava o gesto dramático e grandiloquente. Talvez devesse namorar um arco-íris, atirei-lhe. Persegues um sonho, nunca ninguém verá tantas cores como tu.
Ela parou. Reuni as palavras sonho e cores numa frase descrente. Era como se tivesse cometido blasfémia. Virou-se na minha direcção, furiosa e caminhou, com a mão levantada, preparando um estalo. Ela era assim, de extremos. Fora o que explicara aos dois GNR a quem ela furara os pneus do jipe, na procissão da Rainha Santa.
Agarrei-lhe a mão e encostei a minha cara à dela, deixando alguns milímetros de segurança. Ela respirava, quente, com um ligeiro odor a pizza de cebola e queijo.
És patética. Procuras cores em vez de as criares. Tens uma parede branca e pedes-me para ver cores, quando as podíamos estar a pintar. É como a Floribela, excepto eu não tendo o cabelo louro nem uma criada gorda.

Não sabia se ia chorar, se ia rir. Mas beijou-me, com uma língua que imitava as pinceladas nervosas de Van Gogh. Se aquele beijo tivesse demorado mais dez segundos, ter-me-ia feito um esboço dos desenhos da Capela Sistina no meu céu da boca.
Vamos lá então, disse ela. Ainda te lembras onde moro, não lembras? Porque não sou eu que vou a conduzir e tu vais ter muita dificuldade em prestar atenção à estrada no caminho.
Não tinha percebido nada. Nem queria perceber. Tudo começara numa parede branca.
Bem, o importante é o que se segue; e se fizer a coisa bem feita, ela vai ficar de todas as cores.

quinta-feira, outubro 23, 2008

segunda-feira, outubro 20, 2008

Cover up1

Os Ukulele Orchestra of Great Britain são uma banda constituída por 7 pessoas, 6 a tocar ukulele, que é uma guitarra havaiana parecida com o nosso cavaquinho, e outro que dedilha viola baixo, embora os restantes membros gostem de corrigir com "ukulele baixo". Para além de também comporem originais, os UOGB fazem covers, volta e meia; e covers, ainda por cima, bizarras, são uma perdição pessoal. Por isso, eles têm a honra de despoletar a nova rubrica deste blog, candidata a ter um dos nomes menos originais de toda a história da blogosfera.
No Youtube, podem descobrir alguns dos pequenos exercícios irreverentes destes britânicos (o twist que eles dão a "Smells like teen spirit" é delicioso, mas este tema tem tantas versões, e tão diferentes, que merecerá todo um conjunto de posts à parte), mas o que me leva a palavrear isto é uma variação híbrida de ukulele e jazz da canção "Wuthering heights", cantada com trinado falsete de quem está a sentir os seus tomates a serem esmagados pela acção de um torno mecânico por Kate Bush. Para quem não conhece o original, que mereceu um dos videclips definitivos da década de 80, aqui fica:

E agora, a releitura de 2007. Senhoras e senhores, os UOGB.

sábado, outubro 18, 2008

Separar as águas

Ontem dei por mim uma sala de cinema a ver "Burn after reading", dos irmãos Coen. Um filme divertido, uma comédia idiota sobre gente ainda mais idiota. Acho que ninguém escreve personagens idiotas como aqueles irmãos, e quando um burgesso que trabalha num ginásio responde pelo nome de Chad Feldheimer e é interpretado por um Brad Pitt com o desequilíbrio mental de alguns dos seus melhores papéis ("12 macacos", "Fight club"), estamos bem. Principalmente quando Clooney é, no filme, um atrasado mental quase do mesmo nível. Quase, disse eu.
Bom filme, à parte, esta sessão ficou marcada por um facto bizarro que nunca me acontecera: até onde a minha vista conseguia alcançar, eu era a única pessoa naquela sala que não tinham ninguém a acompanhá-lo; e quando falo em ninguém, falo na dimensão romântica do termo. Não havia amigos, não havia conhecidos ou parentes (quer dizer, podiam ser parentes, mas assim sendo, seguir-se-ão brevemente bébés com duas cabeças). Apenas e só namorados. A constituição portuguesa não o pode prever, mas este género de facto pode causar celeuma entre pessoas como eu, que tinham entrado naquela sala com o puto intuito de se esquecer de problemas e não vê-lo chicoteados na cara, de cada vez que desviava o olhar do ecrã. A fugra era impossível: ao meu lado, um rapaz, que claramente pensara que a fita era com Chuck Norris, cobrava à namorada o facto de esta ter algum gosto na escolha de filmes e penso que lhe terá feito um molde da cara em saliva. Não sei se deu tempo, o intervalo só durou sete minutos.
Este género de coisas deixa-me desconfortável. Isto é como ser pau de cabeceira num encontro, mas neste caso envolvendo dezenas de casais. Numa outra fase, podia estar pior, mas felizmente têm-me alimentado o ego às pazdas nos últimos dias. No entanto, fica aqui o meu pedido a quem de direito: salas diferenciadas para casais e solteiros. Esqueçam lá a história das quotas das mulheres no parlamento: esta sim, seria discriminação positiva, da mais necessária para o equilíbrio mental de toda uma nação.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Criar ódios - parte 1


Quero assumir duas coisas que aparentemente toda a gente gosta e eu, com toda a honestidade, não suporto. Ambas fazem parte da esfera musical e como tal, chicoteiam-me os tímpanos, que, parece, são coisas frágeis e sensíveis. Logo, são facilmente estimuláveis, para o bem e para o mal. Ainda estamos a falar de música, certo?
A primeira: os Delinda. Não me venham com a história de renovação do fado, da junção entre música popular e um toque de pop. Aquele grupo não é nada disso. São dois gajos com uma guitarra, miúda vestida de Floribela, a armar-se ao popular e com paleio intelectual e muita pose. Na canção "fon fon fon", anunciam alegremente que detestam erudição e adoram o popularucho; e no entanto, enunciam as variações Goldberg, de Glen Gould, frequentam o CCB e a Gulbenkian só para passear (a razão pela qual alguém vai a um destes sítios para ver obras de arte e é qualificado de erudito é algo que me escapa) e têm grande parte da sua base de apoio nos críticos, que se entretêm a descrevê-los em termos que o próprio Foucault não desdenharia. Em suma, são hipócritas; tudo aquilo que, por exemplo, os Gogol Bordello não são. Tocamos instrumentos populares? Tocamos, sim senhora; aproveitamos a tradição de música balcânica? Ora pois aproveitamos!; temos algum preconceito contra o intelectual? Claro que não. Hoje em dia, parece vigorar o princípio "Paliniano" de que o que é intelectual é mau e inimigo da verdade, como se os intelectuais fossem monstros inacessíveis que desprezam a maralha e ditam o bom gosto. Os bons intelectuais não; os pseudo-intelectuais sim. Como os Delinda.
A segunda coisa é a música "The story", de Brandi Carlile, a tal que parece ter sido fruto de uma limpeza da garganta da vocalista através de um piaçaba. Ideal para quem viveu ou gosta de histórias de amor assolapadas. Da última vez que fui ao cinema, uma mulher fez o favor de a cantar em plena sala durante os anúncios. Esta não sei explicar porque não gosto. Mas há qualquer coisa na voz da mulher que me irrita e na ideia de dramatismo que a música parece transmitir.

Pronto; e agora, batam-me.

terça-feira, outubro 14, 2008

O bizarro literário


O Diagram Prize foi criado em 1978 e destina-se a premiar a obra com o título mais estapafúrdio do ano editorial. É atribuído anualmente pela revista inglkesa Bookseller. Este blog apresenta aqui um top 10 pessoal dos nomes mais incríveis que este prémio aconchegou desde os seus princípios, tão fantásticos não só pelo que são, mas pelos potenciais fantásticos livros que escondem:

10 - How to avoid huge ships

9 - Higlights in the history of concrete

8 - Bombproof your horse

7 - People Who Don't Know They're Dead: How They Attach Themselves to Unsuspecting Bystanders and What to Do About It

6 - The Book of Marmalade: Its Antecedents, Its History, and Its Role in the World Today

5 - The Big Book of Lesbian Horse Stories

4 - The Madam as Entrepreneur: Career Management in House Prostitution

3 - Oral Sadism and the Vegetarian Personality

2 - Proceedings of the Second International Workshop on Nude Mice

1 - How to Shit in the Woods: An Environmentally Sound Approach to a Lost Art

domingo, outubro 12, 2008

"Desconhecido é o irmão do futuro"


Este verso de uma música de Sérgio Godinho tem ficado comigo nestes últimos dias...

(Pode ser encontrada numa tema do primeiro rapper português incluído numa saca de duteos bem interessantes neste endereço: http://www.encontrarse.pt/upa08/index.html