Em 1970, o futurista (profissão interessante) Alvin Toffler escreveu um profético livro chamado "Future shock", onde descreve uma sociedade que, em virtude do excesso de informação e de mudança, está condenada a adoptar a transitoriedade e o descartável como regra geral, e perde assim uma sentimento de pertença e de posse que os seus antepassados tiveram por viverem num mundo que funcionava a uma velocidade bem mais modesta. Lembro-me de ter lido livro no meu 12º ano, algo que não estava totalmente preparado para fazer. Ainda assim, ficou-me na memória uma passagem sobre algo tão trivial quanto os pratos de papel, e maneira como, ao usá-los, parecemos acelerar o acto de comer, retirando-lhe o prazer. Toffler fazia crer com isso que o mundo estava a avançar para um estado de uso e abuso, em vez de se dar importância a momentos e objectos. Indirectamente, era a crítica a um lento e progressivo combate ao acto de memoriar.
terça-feira, dezembro 27, 2011
O choque do futuro
Em 1970, o futurista (profissão interessante) Alvin Toffler escreveu um profético livro chamado "Future shock", onde descreve uma sociedade que, em virtude do excesso de informação e de mudança, está condenada a adoptar a transitoriedade e o descartável como regra geral, e perde assim uma sentimento de pertença e de posse que os seus antepassados tiveram por viverem num mundo que funcionava a uma velocidade bem mais modesta. Lembro-me de ter lido livro no meu 12º ano, algo que não estava totalmente preparado para fazer. Ainda assim, ficou-me na memória uma passagem sobre algo tão trivial quanto os pratos de papel, e maneira como, ao usá-los, parecemos acelerar o acto de comer, retirando-lhe o prazer. Toffler fazia crer com isso que o mundo estava a avançar para um estado de uso e abuso, em vez de se dar importância a momentos e objectos. Indirectamente, era a crítica a um lento e progressivo combate ao acto de memoriar.
domingo, dezembro 25, 2011
terça-feira, dezembro 20, 2011
"Drive"
Há uma cena que encapsula a dicotomia que está presente em "Drive" (prometo que esta é a única frase em que vou soar a João Lopes em toda esta crítica) e que é obviamente, para quem não viu o filme SPOILER: num elevador, The Driver (Ryan Gosling)e Irene (Carey Mulligan), par de almas que se tem vindo a encontrar no filme numa história de amor inocente e bem intencionada, beijam-se num elevador, em slo-mo elegante e baixa luz, numa séria candidata a cena mais sensual do ano. Imedidatamente de seguida, The Driver agarra num mafioso de arma escondida, lançando-o ao chão, para esmagar a sua cabeça ao pontapé num pleno de violência súbita e brutal que emudece o espectador. É como se um demónio acordasse de repente numa paz de alma.
"Drive" é isto: um extraordinário objecto de coolness visual e sonoro, com uma elegância notável, e que se balança entre mundos de ternura e espasmos de tempestade. The Driver, personagem principal magnificamente interpretado por um Ryan Gosling que parece nem fazer muito, mas que interpreta com o corpo aquilo que não exprime com a cara, é-nos apresentado como alguém com pleno domínio da sua habilidade especial, conduzir. Mas cedo desconfiamos que este homem, que nos é dito ter surgido do nada é mais do que aparenta. É um paralelo com outra figura da filmografia de Nicholas Windig Refn, o autor deste filme: o desconhecido que atravessa o anterior "Valhalla rising" como um cavaleiro do Apocalipse. O personagem de Gosling vive a vida sem se chatear, até conhecer a vizinha Irene, e o seu filho. Tornando-se mais um irmão mais velho do miúdo do que uma figura paternal, redescobre talvez qualquer centelha humana que estava adormecida e a sua vida parece compôr-se em normalidade. Isto até ao marido de Irene sair da prisão e trazer para a cena um grupo de mafiosos que pretende dar uma golpada envolvendo um milhão de dólares.
Há algo de Eastwoodiano no personagem de Gosling e em toda a intriga de um homem arrastado para um mundo de violência do qual quer sair. Excepto que aqui, temos de adivinhar exactamente de que mundo saiu esse alien de Gosling (que a certa altura auto-referencia essa sua ausência de definição pessoal quando enverga uma máscara). É difícil, inicialmente, entrar no mundo deste personagem sem nome; no entanto, com pequenos pormenores de estilo que o definem (desde o palito ao casaco escorpiónico), é impossível não nos envolvermos na sua complexidade.
O filme deve muito e o estilo retro dos anos 80, com uma banda sonora à la Moroder, com sintetizadores e vozes distorcidas a dar um tom muito cool a toda a trama, orquestrada por Winding Refn no seu estilo de planos de enquadramento disciplinado e mood ao máximo. Pelo meio da coolness, surge o personagem de Albert Brooks, um daqueles vilões que nos faz pensar "Mas ele até nem é mau... PORRA, O GAJO É DANADO!", inocente na sua vilania, um homem que encarna abrir a cabeça a um homem como mais um dia no escritório. No entanto, revela, ocasionalmente, traços de humanidade, que nos fazem acreditar que realmente é mesmo tudo uma questão de negócios. Mesmo que The Driver não tenha qualquer intuição para tal.
Recomenda-se "Drive" a quem gosta de ser seduzido. Porque com Gosling e Mulligan, é fácil sê-lo. No entanto, não aceitar o olhar de engate que Refn nos lança durante todo o filme pode ser o maior cockblock do ano. Aceitem-no e deixem-se levar. À confiança.
O repelente
segunda-feira, dezembro 05, 2011
Um pequenino ensaio sobre bater no fundo
É sempre marcante, embora nada aconselhável, abrir um texto, seja ele de que natureza for, com uma afirmação polémica. Subscrevendo esta teoria, que remonta ao período pós-era feudal, disparo de rajada: Portugal não bateu no fundo.
Choque e horror, diz quem lê! Acaso sofrerá esta formanda de miopia? Certamente que não. Se vamos afirmar em pranto algo tão grave quanto a falência de um país, é bom que deixemos os tiques da nossa nacionalidade durante alguns minutos e nos esqueçamos da nossa obsessão por belas frases e pequenos pormenores. Para proclamarmos que Portugal bateu no fundo, a macro-estrutura tem de indicá-lo; e essa macro-estrutura compõe-se de duas perguntas: haverá algum topo para que Portugal caia no fundo? E quanto a Portugal, entrou nalgum movimento descendente para que lá chegasse?
Em relação ao primeiro ponto, uma olhada não muito demorada em nosso redor leva-nos a concluir que este fundo é relativo. Já Dante Alighieri postulara, quando escreveu a sua “Divina comédia”, que o Inferno tem vários círculos. Analogicamente, o fundo organiza-se em vários níveis de degradação. O primeiro é o suposto topo. Chamar-lhe de topo, no entanto, é tão acertado como designar Muhammad Khadafi de homem razoável. Pensemos: quem compõe o topo? Uma série de países surgem logo à cabeça. A China? Sim, trata a riqueza por tu, mas também o conceito de direitos humanos por “Quem és tu?”; a Índia? Se considerarmos uma sociedade estratificada por castas impermeáveis e onde a pobreza abunda um topo, então temos de rever tudo o que damos como certo e errado; A Rússia? Apenas se a corrupção generalizada não for para o leitor uma fonte inesgotável de vergonha; o Brasil? Passando o problema óbvio que é um país ter o samba como passatempo nacional, a pobreza no interior brasileiro é mais do que suficiente para não encaramos seriamente esta ideia; e quanto à Europa, quase não sobra ninguém para contar uma história de sucesso, entre as trapalhadas de egocentrismo franco-italiano e a destruição do Welfare State britânico, sobram-nos a Alemanha para carregar o pálio europeu, com os seus acólitos escandinavos, mas sejamos sérios: quatro países não são o suficiente para formar um topo. Se Portugal bateu realmente num fundo, apenas se limitou a chegar a uma festa que se desenrola há muito tempo.
Quanto à ideia de movimento descendente, esta parece-me ferida de morte. Será que Portugal caiu? Será que estes vícios e defeitos são novos que a crise surgiu do nada, sem aviso e sem exemplo? A resposta clara é um não. É crença historiográfica que a crise em Portugal tem mais de 150 anos e se tem vindo a arrastar uniforme, apenas sendo acordada por um ou outro espasmo cadavérico. Desde a perda de independência para Espanha que o nosso país se tem profissionalizado na vivência crítica, e caramba, como nos tornámos bons! Até parece que gostamos! Este “fundo” sempre existiu no nosso percurso histórico, manifestando-se de diversas maneiras., sendo que o lodaçal mais denso não é o dos dias em que vivemos. Há séculos que olhamos para cima, não só em busca de salvação, mas também para contemplar o século e meio da nossa História em que estivemos realmente no cimo de algo que não fosse uma pilha de dívidas. Isto de “bater no fundo” é, claro está, um ponto de vista e acima de tudo, de relativismo.
Não nego que Portugal tem problemas, e nem é preciso entrar em questões de dinheiro: o compadrio e corrupção como modo de vida; o chico-espertismo; uma falta de identidade e direcção: sabemos o que não queremos, mas ninguém sabe explicar muito bem por onde quer ir; a ausência de figuras políticas credíveis; uma gritante falta de cuidado para com o nosso património, natural e arquitectónico; a consciência de que os portugueses bem sucedidos são aqueles que souberam escapar ao “portuguese way of life”, e não aqueles que permanecendo lusitanos, passaram ao lado do sucesso; o esquecimento de que as prioridades e a organização fazem parte do crescimento, não só do país, mas também das pessoas; a realidade que é a estupidez se ter tornado o nosso segundo idioma, sendo que o primeiro é a preguiça e apenas em terceiro lugar encontramos a Língua Portuguesa. Os problemas estão tão enraizados e presentes que devia deprimir ser português. Dá vontade de fechar a loja e ir para outro lado.
No entanto, não o fazemos, e essa é a maior prova de que Portugal não bateu no fundo. Organizamos concursos para eleger sete maravilhas nacionais de todo o tipo e orgulhamo-nos delas, e até protestamos na rua quando alguma coisa está errada. São protestos tímidos? Sim, são; mas existem. Se não nos importássemos com este pedaço de terra que aprendemos a respeitar e a considerar nosso, não nos irritávamos, nem dizíamos fatalidades como “Portugal bateu no fundo”. Alguns portugueses bateram no fundo; outros baterão futuramente; mas o país, como nação, como valor, continua a viver em nós e em qualquer coisa que não se define, e só chegará ao desespero quando nos esquecermos de lutar por ele.
domingo, dezembro 04, 2011
Erase/rewind
Ridícula, a destruição de um dos edifícios alemães fulcrais de todo o século XX. Eis o que temos: uma Europa com tão má consciência em relação ao passado e tão grande falta dela no que toca ao presente e ao futuro.
segunda-feira, novembro 28, 2011
Miscelâneas
O encantador de elefantes
Zombies no México
Os planetas mais habitáveis do Universo. Adivinhem quem está em primeiro!
"Gays? Deve ser da água"
Na Índia, os concursos de talento têm muito mais piada!
Cidades-fantasma.... no fundo de lagos
Eis a maior extinção a que este planeta já assistiu
Darth Vader compra um lote de terra na Ucrânia
Extraterrestres no Perú?
O verdadeiro fantasminha brincalhão
domingo, novembro 20, 2011
Desafios
terça-feira, novembro 15, 2011
quarta-feira, novembro 02, 2011
Ironias...
Fui assombrado, durante vários anos, pela memória de uma famosa declaração de Artur Jorge (treinador que foi elevado a uma távola redonda de ouro nas Antas, e que se transformou em Morgana da Luz uns anos depois). No início de uma época em que o Benfica foi humilhado pelo Bayern de Munique numa Taça UEFA, com goleadas bastantes expressvivas e em que o principal protagonista foi Jurgen Klinsmann, com 7 golos, o treinador português afirmou que Klinsmann poderia ter ingressado no Benfica, mas que o clube recusou, a conselho de Artur, porque o alemão era velho. Uma frase destas, está claro, havia de voltar para morder no rabo ao clube encarnado.
segunda-feira, outubro 24, 2011
Senna
Nunca gostei de Fórmula 1, mas quando era criança, adorava Ayrton Senna. Nem sei bem porquê, talvez pelo capacete. Não tinha idade ou gosto por carros suficiente para perceber o que tornava o brasileiro um comedor de asfalto tão excepcional. O homem ganhou muita coisa, no período em que, precisamente, ainda tinha idade para me maravilhar com heróis no genuíno fascínio que só o período infantil proporciona, e o dia em que ele morreu foi daqueles que me lembro onde estava, o que vestia e até o que estava a comer, enquanto consegui. Fiquei sem apetite quando vi o Williams a espetar-se naquela curva em Imola, num fim de semana embruxado onde o objectivo do cosmos era o de que ninguém saísse com vida daquele circuito. Senna morreu, como qualquer herói trágico, num período de queda, com indícios e ironias trágicas que apontam para a sua morte: conta a irmã que nesse fatídico primeiro de Maio de 1994, Ayrton abriu de manhã a Bíblia, ao calhas, e a citação que lhe saiu na rifa dizia que Deus lhe ia dar o maior dos presentes, Ele mesmo.
quinta-feira, outubro 20, 2011
Miscelâneas
Parabéns à mamã Universo! - http://www.guardian.co.uk/science/2011/oct/20/youngest-planet-ever-found-lkca15b
quarta-feira, outubro 19, 2011
terça-feira, outubro 18, 2011
Obrigatório
domingo, outubro 16, 2011
Missing
O meu desaparecimento dos últimos meses tem explicações muito mais prosaicas do que as que provavelmente me valeriam a absolvição por parte da audiência deste blog. Não andei, de facto, enfiado com areia até aos olhos na Líbia, com uma kalashnikov a tiracolo. É mais um sonho de infância que não consegui cumprir, mas penso que uma da partes de crescer é perceber que o único sonho de criança que conseguimos atingir, com alguma certidão, é mesmo ficarmos maiores. Os outros estão sujeitos a negociação com o mercador da existência.
sexta-feira, agosto 19, 2011
Predadores
Notícias da Noruega chegam-nos habitualmente uma vez por anos, pelas Calendas do Nobel, mas este ano, o pais nórdico deu-nos uma figura muito pouco silly para figurar como a vedeta da nossa silly season. Um senhor de seu nome Anders Breivik levou demasiado à letra a expressão "passar o Verão a bombar", e ainda acrescentou o massacre em estilo de serviço completo. Breivik tentou justificar-se. Confesso que quando alguém usa o verbo justificar numa situação dessas, os meus ouvidos, habitualmente desligam-se e preferem ligar a Antena 2, de modo a abstrair-me de quanta crueldade o mundo supostamente moderno tem. No entanto, a minha Antena 2 interior não se pode comparar ao domínio que a minha engrenagem de raciocínio tem; e foi assim que penetrei no glorioso mundo da extrema-extrema direita (por respeito à outra, que em vez de matar gente, prefere deixá-la morrer no mar alto). Breivik anunciou que era seu plano criar uma guerra santa contra o Islão e os emigrantes e devolver a Europa aos genuínos europeus.
segunda-feira, julho 25, 2011
sábado, julho 23, 2011
A persistência da memória
Possuo vários defeitos, em maior ou menor escala. Um dos mais intensos e perturbantes é a minha capacidade de me distrair e abstrair da realidade com a mesma facilidade de um peixinho dourado. A minha mãe escreveu uma vez numa coisa de escuteiros que era difícil conviver com um filho para quem a realidade passa para segundo plano. De facto, muitas vezes, o mundo real é apenas um pormenor na minha cabeça. As reflexões a que me entrego, e aquilo em que penso metem-me a quinta mudança em direcção a uma realidade paralela; e nem nós de cordel num dedo, ou cruzes na parte de trás da mão me podem salvar.
sexta-feira, maio 20, 2011
Que sociedade temos?
quinta-feira, maio 05, 2011
My kingdom for a norse
Chris Hemsworth faz as vezes de Thor e entre confusões com a SHIELD (a abrir a porta para o filme "The avengers") e o seu irmão Loki, tem tempo para se apaixonar por uma terrestre. Um deus cai de amores por uma mortal. Classic story. Claro que aqui esta terrestre é interpretada por Natalie Portman, e é portanto uma deusa. Twist!
Baseado em factos infelizmente reais
E depois sou eu que tenho alguma coisa contra a Madeira.
quarta-feira, abril 27, 2011
O regresso da vingança
Neste mês e tal, tive a oportunidade de me aperceber de que preciso realmente de um blog. Várias coisas têm acontecido, e sem o blog a funcionar, perco a voz. Não me interessa que o facebook seja mais imediato. Um blog é uma espécie de logbook de que temos cá dentro; o Facebook é mais um livro de cheques (acreditem que é uma metáfora, eu vi "The social network). Por isso, acorro às queixas de vários clientes habituais e tentarei regressar às lides o melhor possível, alertando para que não se desabituem da parvoíce generalizada que aqui impera.
Uma adenda: nos próximos dias, não terei acesso a Internet regularmente nos próximos dias, por isso essa é a melhor desculpa que posso ter. Desculpa não: motivo. Mas andarei mais por aqui, nada temei; ou ao contrário.
terça-feira, março 22, 2011
Luso-alemão
segunda-feira, março 07, 2011
domingo, fevereiro 27, 2011
Bola de cristal dourada
É já hoje a cerimónia dos Óscares. Anseio sempre esta noite com um misto de temor e excitaçao Este ano com mais pois temo uma limpeza por parte de um filme que nao a merece. Mas ja la vamos.
A lista muito pouco escura
10 - "The kids are all ri ht"
terça-feira, fevereiro 22, 2011
Flash reviews
sexta-feira, fevereiro 18, 2011
Verso/Reverso
terça-feira, fevereiro 08, 2011
Odeio as luzes da ribalta
segunda-feira, janeiro 24, 2011
The nominees are...
Eleições e funerais
Em primeiro lugar, gostava de felicitar esta transformação das urnas de voto em urnas funerárias dos cartões de cidadão.
segunda-feira, janeiro 17, 2011
Ideas are bulletproof
Aparentemente, estas serão as primeiras eleições em que não poderei votar desde que me recenseei. Uns dirão "Que interessa isso?". De facto, o que interessa, perante o estado do país e o sentimento generalizado de que a nossa vontade, assim como assim, não é traduzida correctamente pelas figuras saídas das urnas de voto. Preferia votar nos presidentes dos bancos. Assim como assim, são eles quem na realidade dirige o país.
Uma segunda opinião
As minhas aulas de CEF neste período (e CEF é Curso de Educação e Formação, só para o nosso leitor João Saro) têm sido sobre autoridade. E que melhor maneira do que leccionar este assunto através de filmes, misturando duas das minhas enormes paixões (que são o cinema e a preguiça)?