sábado, janeiro 07, 2006

Heróis pessoais - 1



Um dos meus heróis pessoais desde a minha adolescência é Chris Carter, o criador de duas séries brilhantes ("The X-Files" e "Millennium") e uma razoável ("Harsh Realm"). Quem me conhece sabe da admiração que nutro por este homem, talvez a mesma admioração que pessoas racionais e com juízo têm por malta como Gandhi, Martin Luther King ou o papa João Paulo II (na sua versão "Homem vestido de branco que se passeia pelo mundo anunciando a paz" e não na de "Homem vestido de branco mais ortodoxo que Newt Gingrich ou Tomás de Torquemada). É comum pensar-se que admiro Chris Carter pela sua faceta de criativo televisivo, e de facto acho-o muito bom e é um dos meus modelos. A razão principal, porém, é outra
Chris Carter levanta quiestões profundamente interessante na suas séries, aparentemente imperceptíveis a quem as vê como entretenimentos. Os sues programas televisivos dizem mais do que aparentam. As desventuras de Mulder e Scully, por exemplo, atravessem a simples séries detectivesca do inexplicável: a sua sub-intriga conspiracional, onde o governo norte-americano esconde segredos, nomeadamente a existência de vida extraterrestre, à população, foi a primeira vez que se encarou seriamente esse aspecto da vida social norte-americana, dando algua veracidade a teorias da conspiração que eram consideradas loucuras e hoje são dados adquiridos (o projecto Echelon; o projecto "Star Wars"). Admiro portanto a sua capacidade de intelectualizar e tornar pertinentes questões aparentemente ridículas e de ser, assim um defensor de causas.
Já em "Millennium", toma o pulso moral à sociedade actual e lança-nos numa viagem necessária para repensar a crise de valores que passamos. Frank Black é um observador, mas um também está inserido na mesma sociedade onde combate o Mal. É quase a "Divina comédia" dos tempos modernos, mas em versão dark e gore.
Eis, muito resumidamente, porque é que este homem é um dos meus heróis pessoais.

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