quinta-feira, janeiro 17, 2008

Cinema em 2008: cinema de autor

A designação é pantanosa: o que é cinema de autor? Até "Balas e bolinhos"pode ser considerado nessa categoria; mesmo o cinema de Michael Bay tem uma marca autoral. Tentar-se-ão agrupar aqui os filmes que poderão marcar 2008 a nível da sua excelência, o que poderá ser indiciado pelos realizaodres, actores e argumentistas envolvidos. Não serão necessariamente sucessos de bilheteira, mas quando chegar aí o tarantantan dos prémios e festivais, eles serão os mais falados.


"Be kind rewind" - Depois do aclamado "Eternal sunshine of the spotless mind", na opinião deste que escreve o melhor filme de 2004, Gondry fez o pouco falado "Le science des rêves". Quer-me parecer que o hype regressará com este "Be kind rewind", em que junta Jack Black, Mos Def e a regressada Mia Farrow numa permissa que só pode apaixonar o cinéfil amador que há dentro de cada um de nós: Black é um funcionário numa central atómica e um dia, acidentalmente, por trazer carga magnética constante agarrada ao corpo, apaga os filmes das cassetes da loja de Mos Def, o seu melhor amigo. Na tentativa de o compensar, tem um plano: refilmar todos os filmes que apagou. A curiosidade para ver como "Ghostbusters", "Robocop", Rush hour" ou "Drivin miss Daisy" ficarão em versão caseira é altíssima.


"The other Boleyn girl" - Quem lê este blog, já ouviu falar deste filmes, por duas razões: Natalie Portman e Scarlett Johansson, que entram juntas neste filme. E são irmãs. As irmãs Bolena. Eric Bana faz de Henrique VIII. Um drama histórico feito por ingleses. Achop que isto basta para despertar o espectador comum a ir ver o filme.


"Funny games" - Uma prática comum em Hollywood é pegar em filmes estrangeiros que fazem sucesso e fazer um remake. Ocasionalmente, convidam os realizadores dos originais a reinterpretar o seu próprio material. Tantas vezes dá mau resultado...
No entanto, confio que esta será uma excepção: o austríaco Michael Haneke (um senhor incapaz de fazer filmes que não desassoeguem, pois é o autor dos perturbantes "A pianista" e "Caché") refaz o seu "Funny games", a história de um casal que vai passar férias à sua casa de campo, e se vê refém de dois jovens, com Tim Roth, Naomi Watts e Michael Pitt. Como Haneke não é conhecido por fazer concessões, parece-me que a pulsão do original se manterá.


"Leatherheads" - De tanto ouvir dizer que deita charme pelos poros, George Clooney decidiu aproveitar isso e recuperar no sue próximo filme como realizador o espírito screwball das velhas comédias românticas de Hollywood. "Leatherheads" passa-se nos anos 20, no ambiente do futebol americano, e Clooney é Dodge Connolly, a vedeta veterana de uma equipa de cidade pequena, que vê o seu domínio ameaçado por Carter Rutherford, interpretado pelo actor da série "The office" John Krasinsky. Rapidamente a luta se estende ao campo romântico e ambos estão a disputar Lexie Littleton (Reneé Zellweger), uma jornalista desportiva para quem a palavra emancipação é pouco para descrever. Um filme que promete revitalizar o tão amargurado género da comédia romântica tradicional.


"Valkyrie" - O regresso de Bryan Singer depois das suas desventuras por terras de super-heróis (com resultados bastantes positivos, diga-se) é "Valkyrie", claramente um veículo para Tom Cruise, mas com um pedigree e uma história impossíveis de se ficar esperançosos numa obra superlativa. O filme adapta o caso verídico, mas pouco conhecido, da tentativa de assasisnar Hitler que mais perto esteve do seu objectivo, organizada no círculo militar perto do Fuhrer. Cruise interpreta Claus von Stauffenberg, o oficial nazi que mais se destacou na história. A acompanhá-lo, e obrigando Tom Cruise a exceder-se, temos Kenneth Branagh, Bill Nighy, Terrence Stamp, Eddi Izzard, Kevin Ncnally, Tom Wilkinson, Stephen Fry e a holandesa Carice van Houten. Foi como se Singer chegasse a uma loja de actores ingleses e só houvesse coisas boas para meter no saco. A cereja do topo do bolo é o reunir da dupla Synger-Christopher Mcquarrie, cujo último avistamento se due aquando de uma coisinha chamada "The usual suspects"...


"Where the wild things are" - O regresso do genial Spike Jonze, após "Being John Malkovich" e Adaptation", depois de um interregno de seis anos, é esta mistura de animação e imagem real, que adapta um livro de Maurice Sendak. Não são conhecidas ainda imagens do filme, mas a história é a de um rapaz que, zangado por ter sido envaido para o quarto sem jantgar, inventa um mundo imaginário, com criaturas que o elegem seu rei. Aí, como todas as crianças, enfrentará monstros e viverá aventuras. O elenco inclui James Gandolfini, Forest Whitaker, Paul Dano e Ctharine O'Hara.


"Body of lies" - Depois de "American gangster", Ridley Scott deve ter ganho o gosto a trabalhar com grandes duplas de actores. Só assim se explica que tenha escolhido como dupla principal da sua nova fita Russel Crowe e Leonardo di Caprio, como funcionários da CIA, um director, o outro agente. O filme pretende explorar a actuação de política externa dos EUA e Crowe já veio dizer que por isso, o filme não
será nada popular, o que indiciará a filiação política desta obra. Talvez pelo facto de envolver a perseguição a um terrorista na Jordânia...


"The curious case of Benjamin Button" - Deus, ou David Fincher, volta a agraciar-nos com mais uma obra, a segunda no espaço de um ano, o que é srupreendente. "The curious case of Benjmanin Button" é a adapatção de um romance de F. Scott Fitzgerald sobre um homem, o personagem titular, que quando chega aos 50 anos começa a rejuvenescer, Isto não seria um problema, se ele não se apaixonasse por uma mulher com 30 anos, e tudo isto não se passasse na primeira metdade do século. A grande novidade é ver Fincher a lidar com dois géneros que habitualmente não lhe ligamos: o filme histórico e o romântico. Brad Pitt será Button e Blanchett a mulher de 30 anos. Para variar, o filme teve uma rodagem demorada, porque apateceu a Fincher inovar e inventar algo de novo pelo meio, neste caso um conjunto de efeitos digitais que permitirá mostra as mudanças de idade de Pitt com maior realismo.


"Revolutionary road" - O grande candidato, em antecipação, aos Óscares de 2008: uma história passada nas décadas de 50 e 60, com tom épico, envolvendo intriga política e amorosa, com Sam Mendes a realizar e Leonardo di Caprio e Kate Winslet como actores principais, eles que ultimamente, quando espirram, são nomeados.


"My blueberry nights" - Wong-kar-wai, o taiwanês que filma o mundo como se este fosse iluminado dentro da sua cabeça, regressa com mais uma fita de tirar o fôlego visualmente. Mas esse nunca foi o seu problema: acompanhar a beleza estética conteúdo é o mais complicado, algo que partilha com outrps grandes estetas do cinema. Com "In the mood for love" conseguiu isso; mas "2046", apesar de ser aquele tipo de objecto com imagens em moimento que podia muito bem caber num museu, deixou algo a desejar. Com "My blueberry nights", Wai tem a sua primeira experiência de longa-metragem fora da indústria cinematográfica japonesa, num road movie em que a pesonagem principal é uma empregada de mesa interpretada por Norah Jones. O restante elenco é modesto, como se pode ver pelas presenças de Jude Law, Natalie Porman, Rachel Weisz, David Strathairn


"The brothers bloom" - "Brick foi um dos grandes filmes de 2006 e a responsabilidade maior é do seu realizador e argumentista, Rian Johnson. Fazer um filme noir ambientado num liceu norte-americano não é para todos. Johnson tentará mante a fasquia alta, porque agora é-lhe esperado isso, com este filme, que conta a história de uma dupla de irmãos que organiza esquemas para tirar dinheiros a pessoas, os chamados conmen. Aquele que eles dizem ser o seu último trabalho é uma mulher rica (em vários sentidos...), mas as surpresas aguradam-nos. Mark Ruffalo e Adrian Brody interpretam os irmãos. Rachel Weisz a mulher rica (eu disse-vos) e pelo meio surge Rinko Kinkuchi, de japonesa de "Babel"... Promete.

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