quarta-feira, janeiro 16, 2008
Previsões: Melhor actor secundário
Um parêntesis: queria desculpar-me a todos aqueles que visitam este blog e não partilham a intensidade da minha paixão pelo cinema. Os próximos dias serão, provavelmente, aborrecidos, e reparem o avanço efectuado na escrita desta frase: está a conceber que eu considero que escrevo coisas que não são aborrecidas.
A corrida para os Óscares deste ano tem-se revelado atípica. Se normalmente, dois ou três meses antes, já teríamos o alinhamento quase completo de quem iria ser nomeado, neste momento, há muito poucas certezas definitivas. Os indicadores normais têm sido confusos e mesmo os Globos de Ouro, tantas vezes designados como a antecâmara do careca dourado, chegaram a encher categorias com seis e sete nomeados. Isto conduz-nos a um problema que já não é deste ano, um problema agradável que se tem verificado em anos anteriores: a elevada quantidade de bons filmes a competir. Ultimamente, os Óscares têm perdido em mediatismo, mas ganho em respeito intelectual, pois cada vez mais se tem verificado uma consonância entre aqueles que são os melhores filmes do ano e as fitas nomeadas. Basta lembrar a cerimónia de há dois anos, em que estavam nomeados "Munich", "Capote", "Brokeback mountain", "Good night and good luck" e "Crash", 5 bons filmes, e mesmo assim ficaram outros tantos de fora injustamente. 2007 apresenta um problema idêntico.
Ainda assim, uma certeza: "No country for old men", dos irmãos Coen, é um dado adquirido como grande candidato a filme mais nomeado. Tem sido vastamente aclamado como obra-prima e é um dado adquirido de que será inevitavelmente nomeado para filme do ano. É daqui que sai aquele que, de momento, parece ser o maior candidato ao Óscar de actor secundário: Javier Bardem, pela sua interpretação do sinistro assassino Anton Chigurh, que utiliza um compressor para matar as suas vítimas. Diz-se que é uma daquels tour de force que arrebata prémios. A partir daqui, os candidatos sucedem-se, uns mais certos que outros: razoavelmente previsíveis, estão Casey Affleck", em "The assassination of Jesse James by the coward Robert Ford", intepretando este último, e Philip Seymour Hoffman, em "Charlie Wilson's war", um filme que tem vindo a crescer nas últimas semanas, por força da sua surpreendente performance no box office. Os restantes dois lugares estão abertos à disputa: se os votantes decidirem repetir a velha tradição de aproveitar esta categoria para honrar veteranos (como aconteceu o ano passado com Alan Arkin), será impossível deixarem de distinguir Hal Holbrook, como um homem que perdeu a família e tem a oportunidade de arranjar um neto emprestado, salvando-o de cometer a loucura de ir viver para o meio do mato apenas porque sim, em "Into the wild"; Tom Wilkinson tem uma actuação electrizante em "Michael Clayton", filme denúncia do ano, e que tem uma enorme legião de fãs na intelligentsia americana; Paul Dano, como ministro da fé improvisado no épico intimista muito aguardado "There will be blood" é outro; se "No country for old men" for realmente amado pela Academia, Tommy Lee JOnes pode ser o outro nomeado nesta categoria; e há ainda dois "dark horses": JOhn Travolta, num papel drag no musical "Hairspray", e Robert Downey Jr., em "Zodiac", que pode aproveitar a forte campanha que a Warner tem feito no último mês e meio, quando se apercebeu de que "Zodiac" fora considerado, a ver as pontuações dadas pelos críticos, o terceiro melhor filme do ano, e que estreá-lo em Março fora um erro enorme.
As minhas previsões para esta categoria são:
Javier Bardem - "NO COUNTRY FOR OLD MEN"
Casey Affleck - "THE ASSASSINATION OF JESSE JAMES BY THE COWARD ROBERT FORD"
Philip Seymour Hoffman - "CHARLIE WILSON'S WAR"
Tom Wilkinson - "MICHAEL CLAYTON"
Paul Dano - "THERE WILL BE BLOOD"
Ultrapassagem na última curva por : Tommy Lee Jones - "NO COUNTRY FOR OLD MEN"
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