domingo, janeiro 13, 2008

Cinema em 2008: os Blockbusters de metade do ano

Se 2007 foi o ano das threequels, e da quase total desiulusão que trouxeram (com a excepção a ser o magnífico, "The Bourne Ultimatum", 2008 não nos traz grandes novidades nas produções de grande orçamento. A moda este ano está em heróis de BD, adaptações de séries de TV e o recuperar de sagas que se julgavam extintas. Basicamente, o talento para Hollywood fazer uma reciclagem das suas próprias ideias e valores continua bem vivo. Se quiseremos procurar algo de novo nos EUA, temos de nos virar para o cinema independente, ou então aguardar os raros blockbusters de qualidade. Eles existem: só temos é de saber descobri-los.


"Cloverfield" - Provavelmente, o filme mais misterioso e secretista do ano. J.J Abrams, Drew Goddard e Bryan Burk, arugumentistas e produtores de "Lost", inventaram uma estranha história onde Nova Iorque é invadida por um monstro do qual não conseguimos ainda divisar quase nada. Tudo filmado numa camcorder, pois os personagens do filme, na sua maioria actores desconhecidos, são jovens que se encontravam numa festa e que ao ouvirem barulho, saem à rua e vêem a cabeça da Estátia da Liberdade a passar à sua frente rebolando. A ver vamos se o efeito hype resulta no box-office.


"Rambo 4" - Depois do inesperado sucesso de "Rocky Balboa", onde, esperemos, terá dado a extrema-unção ao personagem do "Italian Stallion", todos sabíamos o que Stallone nos reservava ao virar da esquina: o regresso de John Rambo, homem-exército e candidato a Chuck Norris nas horas vagas. Rambo é agora um pacifista, Rambo's way: vivendo feito eremita, recusa-se a acompanhar um grupo de missionários ao Myanmar(tendo escrito isto antes da confusão que lá houve este ano, Sly revela olho para a polémica). Entretanto, estes são pariosionados por um general brutalista e mau como as cobras. O que há a fazer? Deitar o pacifismo pela janela e pegar em armas, pois claro. Quando ouvimos Rambo a debitar pérolas de sabedoria como "When you're pushed, killing is as easy as breathing", só ingénuos podem pensar que vão ver a sequela de "Driving miss Daisy".


"Jumper" - A dupla responsável por "Mr. and Mrs. Smith", Doug Liman a realizar e Siumon KInberg a escrever, volta à carga, sem o star power de Angelina Jolie e Brad Pitt. Isto não quer reduzir o talento de Liman, autor do primeiro Bourne e de uma pérola indie e pouco conhecida chamado "Go" e, claro, de "Swingers". Mas é um desafio ao talento que Liman tem para faezr dinheiro mesmo mantendo a sua marca autoral e o seu mau feitio nas rodagens: o actor mais conhecido de "Jumper" é Samuel L. Jackson e faz de vilão, que persegue dois jovens, Hayden Christensen (aka young Darth Vader) e Jamie Bell (aka Billy Elliot), que têm a habilidade de se teleportarem quando querem, para onde quiserem. São jumpers. Efeitos visuais caríssimos e trepidação podem fazer deste filme uma máquina de dinheiro.


"Iron man" - Depois de ter ficado provado que podia rentabilizar grandemente com a colocação dos seus heróis no cinema, era uma questão de tempo até a Marvel decidir resgatar outras figuras icónicas do seu panteão que ainda não se tinham espraiado no grande ecrã. O Homem de Ferro é o senhor que se segue e o casting do personagem abre boas perspectivas: o grande Robert Downey Jr., ex-pária transformado em actor da moda, é Tony Stark, e por arrasto o seu alter-ego ferroso. O restante elenco do filme não lhe fica atrás. Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges, Terrence Howard e o ubíquo Samuel L. Jackson num cameo como Nick Fury enrquecem esta adaptação de Jon Favreau, que pelo que já foi dado a ver, é candidata a ser uma das fitas mais cool do ano.


"The chronicles of Narnia: Prince Caspian" - Quem viu o primeiro, tem aqui o segundo volume da saga de 7 livros do escritor C.S Lewis. Quem não viu... é bom que goste de épicos light, ou então vai dar por mal empregue o dinheiro gasto no bilhete

"Speed racer" - A última vez que víramos os Wachowsky, estes entretinham-se a destruir o seu próprio bom trabalho (com duas sequelas, uma mal amanhada e a outra uma catástrofe completa, um dos poucos filmes de que me apeteceu sair a meio) em "Matrix". Depois de restaurada parte da sua mística com a escrita do argumento de "V for Vendetta", eis que regressam com "Speed racer", adaptação de uma série de animação que mete corridas de automóveis. Emile Hirsch (um nome que convém fixar para este ano), Christina Ricci, Susan Sarandon, John Goodman e Matthew Fox (que continua misterioso como Racer X) participam neste filme, que pelo que já deu para ver, parece um jogo de computador metido em filme.
Faz-me lembrar um outro...


"Indiana Jones and the kingdom of the crystal skull" - O que se pode dizer sobre o filme mais aguardado de 2008? Apenas que as expectativas estão demasiado elevadas para que possam ser cumpridas. Com a pandilha reunida (Spielberg, Lucas, Ford), recupera-se Karen Allen como Marion Ravenwood e lançam-se para a confusão Shia Labeouf, que pode ser o filho de Indiana Jones, e Cate Blanchett como uma vilã com visual de dominatrix. Da história, pouco se sabe. Mas o mito perdura...


"Sex and the city: the movie" - O grande filme religioso do ano. Não leram mal: muita rapariga fez desta série a sua bíblia, de Carrie Bradshaw a messias das relações, e de Miranda, Charlotte e Samantha profetas de diferentes formas de viver a condição feminina. Um mimo! Aparentemente, Carrie vai-se casar com Mister Big e pelo trailer, continua a envergar vestidos foleiros, mesmo que sejam muito fashion. A série estava bem escrita. A dúvida é se resultará em formato de longa-metragem.


"The happening" - Depois da polémica de "Lady in the water", M. Night Shyamalan viu o seu (justificado) estatuto de wonder boy abalado. Foi acusado de 300 coisas, entre as quais egocentrismo artístico. O seu novo filme soa a um regresso ao seio da indústria e por isso, um pedido de desculpas: plantas atiram para o ar neuro-toxinas que levam as pessoas a cometer suicídio de forma violenta. Mark Whalberg e Zooey Deschanel são um casal que tenta fugir a esta praga. Um thriller ambiental? Parece que sim. Se Shyamalan conseguir gerir este cenário apocalíptico como o fez em "Signs", este é um candidato imediato a melhor filme do ano.


"The incredible Hulk" - Depois da incompreendida, mas extremamente interessante, versão do sempre experimental Ang Lee, a FOX decidiu fazer um reboot da personagem; portanto, baralhou e voltou a dar: em vez de Eric Bana, temos Edward Norton (que também ecsreve o argumento); em vez de Jennifer Connelly, temos Liv Tyler; e em vez de Ang Lee, temos Louis Leterrier, um tarefeiro de filmes de acção. Tendo em conta as descompensações de talento envolvidas, pode estar aqui um dos filmes mais bizarros de 2008.


"Wanted" - Na tradição recente de chamar realizadores estrangeiros que dão provas de rentabilidade, Hollywood virou-se para o Timur Bekmambetov, obreiro da saga de maior sucesso do cinema russo: "Nightwatch" e "Daywatch", excitante e inteligente trama que envolve o Bem e o Mal em disputas por Moscovo, com aspecto opulento, mas feita com um quarto do orçamento habitual das grandes-produções norte-americanas. Tendo como pano de fundo uma irmandade de assassinos que trabalha para o bem (um conceito paradoxal) e Angelina Jolie como femme fatale, Morgan Freeman como mentor e James McAvoy como o herói a contragosto, temos um blockbuster incógnita: tem muito bom aspecto, mas a performance é imprevisível.


"Hancock" - Um super-herói alcoólico que só faz merda. O quê, é um conceito que não leva a lado nenhum nas bilheteiras? Esperem, esqueci-me. Tem Will Smith; e Will Smith = dinheiro em caixa.


"Hellboy II: The golden army" - O primeiro "Hellboy" era um excelente filme, que passou algo despercebido quando estreou: sem grandes estrelas e baseado numa BD underground, Guillermo del Toro fez um filme à sua maneira, com o arsenal visual a que nos habituou, mas isso não se traduziu nas bilheteiras. Houve o risco de esta sequela não existir. Mas agora, está na moda gostar de Del Toro. Ron Perlman regressa como o vermelhão e isso significa coolness, claro está.


"The dark knight" - Christopher Nolan tem em mãos uma tarefa difícil: em primeiro, suceder ao Batman anterior, também seu, que foi um sucesso em toda a linha; depois, ter Joker como vilão deste filme (e aqui, Heath Ledger toma o papel de Jack Nicholson); e depois, apesar dos louvores, o fantasma de Tim Burton con
tinua a pairar sobre a saga. Christian Bale continua o Homem-Morcego, Maggie Gyllenhall substitui Katie Holmes e ao que parece, o Two-face também vai surgir na pessoa de Aaron Eckhardt.


"Untitled X-Files sequel" - "Ficheiros secretos encerraram há 5 anos, mas após igual tempo de silêncio, Chris Carter, deus em forma humana e criador de séries geniais na shoras vagas, decidiu que estava na altura de tentar um segundo filme. Está provado que resulta, pois o primeiro filme foi um sucesso. David Duchovny e Gillian Anderson levam ao júbilo milhares de fãs, voltando a emparelhar como Mulder e Scully e aparentemente, este segundo filme nada terá a ver com conspirações, mas sim com um caso paranormal solitário. The truth is out there again...

6 comentários:

Anónimo disse...

Á primeira vista parece que vamos ter um ano cheio de bons filmes, dessa lista destaco o Regresso de indiana jones e Batman, espero nao desiludir, principalmente com o primeiro.

abr

João Santiago disse...

sr. longuinho é que é mesmo só de destacar esses 2...o resto nao me chama a atençao..

normalmente as sequelas costumam ser um pouco/ou muito inferiores..mas quando o primeiro já é mau por si, as sequelas serão para fugir.

(fait atention que ha algumas excepçoes)

João Saro disse...

Sr. Longuinho... eh lá!! lol

Só para dizer que é possível que a sequela de Indiana Jones pode marcar o meu regresso às salas de cinema. Ah pois é, eu tenho um certo pavor de pagar 5€ para ir para uma sala comunitária onde se projectam imagens sequenciadas. Vamos a ver se tal se sucede...

Indiana Jones é talvez o meu maior herói de infância quase só rivalizado por MacGyver e, confesso, pelas bandas desenhadas de Tintim (o que não deve abonar muito a meu favor já que o Super-Homem, Homem Aranha e Batman é que eram os heróis normais de uma criança masculina)!

Dieubussy disse...

Vejo aí muitos filmes interessantes, quem me dera tirar umas férias só para fazer sessões de cinema diárias durante uma ou duas semanas. Não interessa quantas vezes eu já entrei naquela sala: é sempre emocionante.

Pior é a sensação de sair da sala de cinema e regressar do plano da ficção para a dura realidade. Lá no fundo ainda vivo cada sessão como um Danny Madigan, com a diferença de optar por não comer pipocas!

Vítor H. Silva disse...

Objectivamente, este Indiana Jones será um bom filme!

Mesmo que no global não pareça algo de extraordinário, reparem num detalhe que vale o bilhete...

João Saro disse...

Hummm... das duas uma: ou é gaja ou é cerveja...

Onde é que se pode reparar no pormenor?