Continuando hoje como textos que não são meus, aqui uma uma homenagem sentida a um grupo de animadores de festas populares que corre o risco de desaparecer, levando com eles pedaços deliciosos da memória de alguns de nós. Minhas não, por exemplo, porque me acordavam quando ainda havia festa em Ceira. Mas merecem ser lembrados, porque aparentemente, a portugalidade parece estar a perder-se (conta-me quem viu que o festival da Canção de ontem foi povoado de músicas em inglês, inclusivé um faod. Um fado em inglês? Bah!), portanto este blog fará questão de lutar contra isso. Aqui fica a homenagem:
Um Zé Pereira em condições tem a camisa aberta (ou t-shirt de mangas arregaçadas), dois panos em torno das mãos, e um bombo ou uma caixa presa ao corpo com uma fivela que passa pelo ombro.
Um Zé Pereira não se cansa. Sangra das mãos, até dos pulsos, enquanto o povo lhe pedir. Rasga as peles do bombo para g·udio da multidão. Ensurdece o gajo ao lado com a maior das facilidades, Ameaça, com a moca na mão, a integridade fÌsica do próximo. Cheira a vinho carrascão.
Um Zé Pereira nunca est· sozinho. Tem consigo, pelo menos, mais uns 6 ou 7 com ele. E se tiver dois ou três "cabeçudos" por perto, então temos a festa montada. Lança-se um morteiro ao ar e o povo junta-se em volta do cruzeiro na rotunda do centro.
Um Zé Pereira não nasce ensinado. Um ZÈ Pereira não vai para o Pinheiro (nas Nicolinas) em Guimarães, ou para Mirandela no inÌcio de Agosto, sem ter treinado convenientemente antes.
Em Freamunde, os Zés Pereiras são a alma (juntamente com o fogo de artifÌcio e a marcha alegÛrica) das Sebastianas, as festas em honra de São Sebastião. O povo salta, o povo berra, o povo não lhes dá descanso. Eles saltam, eles berram, eles não dão descanso ao povo.
Mas o melhor é quando o povo lhe ganha o gosto. E aqui em Freamunde, ganhou definitivamente. As sextas-feiras das festas (a que chamam as melhores do Norte depois das de Ponte de Lima e do São João no Porto) vêem o povo a encher as ruas, às centenas, de bombos e caixas munidos.
Agora ficam avisados: se estiverem de passagem por Freamunde e ouvirem ao longe um ribombar, ou uma caixa (ou tarola, se preferirem), não se espantem. Freamunde pode não ter uma noite como a de Mirandela ou a de Guimarães, mas ninguém gosta mais de bombos do que nós.
Fonte: www.portalpimba.blogspot.com
sábado, março 11, 2006
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2 comentários:
K giro, andava à procura de reacções ao festival da canção de ontem e deparo-me com um texto do meu blog, atenção que a origem desse texto tb n é minha, mas sim de um amigo, o Zuppafly (www.biscadosnove.blogspot.com)
Estive na platei a ver o festival...sem comentarios!!é bom ver a rtp a tentar recuperar tal evento mas, por favor...ganhar o que tem menos qualidade!!quem tenta fazer plágio!!chocante!!
bjs doces no teu coração
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