domingo, agosto 19, 2007

Praia

Há dois anos que não ia à praia. Por praia, falo de praia a sério, com mar, areia, o cheiro a maresia. As praias fluviais não são praias: são rio com cascalho à frente. Mesmo que tenham um bar. Pronto, minto: aí são um bar ao pé do rio.
O não veranear junto ao mar não se prende com esse imenso amontoado de água salgada, Eu adoro banhos de mar, ainda mais do que de rio. As ondas, o sabor ao salgado, o simples facto de virmos aos rebolões porque o mar nos empurra... É como interagir com alguma coisa que está viva. Mas não consigo suportar estar na praia o dia inteiro. Normalmente, vou à praia em família e a ideia do meu pai de férias é duas semanas numa rotina interessante: acordar, pequeno-almoço, praia, almoçar, praia, voltar para casa, tomar banho, jantar, passeio, cama. E não há vida para além disto. Por isso, ganhei uma certa aversão á pergunta "E se hoje fôssemos para a praia?" Não me faz surgir uma erupção cutânea, mas o súbito aparecimento de um sintoma que alguns médicos designam por negação absoluta.
Na sexta-feira, no entanto, uma voz em mim disse-me "Porra, vai apanhar ar!". E desta vez, aceitei essa voz. Mais tarde apercebi-me de que era o contínuo responsável pelo ginásio da minha escola do 9º ano, o Antenor. Lá fui, para a Figueira da Foz, que como praia... Bem, não é propriamente a 8ª maravilha do mundo: o facto de termos de faezr a maratona em arei se quisermos chegar a ver o mar não ajuda; mas não tem muitas velhas a vender casas na Marginal. Isso é positivo.
Como foi este regresso? Bem, continuo a gostar de mar. É das melhores coisas que existem. Não naquelas parvoíces zen "Olho para o mar e vejo-me", blá, blá, blá, mas proque é hipnotizante, e tem um barulho que me diz qualquer coisa, que me ressoa. Estar na praia, principalmente debaixo do sol escaldante e sem chapéu é o mesmo tormento de sempre. Levo coisas para ler, mas o calor não apetece; e estar deitado na toalha, rodeado de gente barulhenta e que usa expressões como "Meu filho da puta, saia da águá!!!" para tratar os filhos não tornam a expriência mais agradável.
Mas ver mulheres em bikini continua a ser agradável. Ok, nem todas. Eu tenho um certo padrão no que toca a mulheres semi-nuas: a cara sobrepõe-se ao corpo. Chamem-me radical. No entanto, uma dúvida me ficou: qual o limite entre topless e bikini? pergunto isto, porque reparei que, cada vez mais, o objectivo da citada peça é mostrar uma mair área de mama (termo médico). Nalguns casos, a única coisa que tapam mesmo é o mamilo. Ora, se tapa o mamilo, está a tapar a mama? Assim sendo, o limite entre as duas designações é um ponto rosáceo, grande ou pequeno, arraebitado ou espalmado, no centro da área mamária? Então, concluo, podemos ver toda o balançante espaço de mama que não tem mal. Mas se espreitarmos um niquinho que seja de cor no meio da brancura, já estamos a ver nudez. Em que ficamos?
Tenho de consultar especialistas, e fazer um ou outro case study. Cheira-me a grande projecto académico.

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