sexta-feira, julho 27, 2012

A alma e a gente




Criou polémica, num tempo não muito distante distante, o momento de julgar Leni Riefenstahl na sua morte. A divisão foi notória, e notou-se um certo desnorte nas massas mediáticas, que se confrontavam na visão definitiva desta mulher. Por um lado, eis alguém que só terá tido Albert Speer como superior no esforço de construir uma visão do regime nazi espelhado na arte e na imagem, uma pessoa que contribuiu definitivamente para a eternidade do fascínio com o nazismo, e que, para além disso, tinha tido até uma amizade pessoal com várias figuras do regime alemão, Hitler incluído, nesse período; por outra, surgia uma artista fascinante, uma das cineastas tecnicamente mais dotadas da primeira metade do século XX, pioneira e quase criadora de regras elementares do cinema documental, e que na fase do pós-guerra, quando a associação com o nazismo arruinou uma possível carreira cinematográfica, forjou um interessante percurso fotográfico, na captação da vida marinha e do modo físico de várias tribos africanas. Como julgar uma personalidade com tal complexidade? Alguém cuja obra podemos louvar, admirar e até querer que permaneça escrita na eternidade do tempo que há-de vir, mas que no entanto, tem um passado político questionável, no mínimo? Por onde pegar? O que importa mais: o talento ou a consciência? E quem somos nós para julgar moralmente alguém tão completamente fora do nosso tempo? Somos humanos, pois claro; e fará sempre parte de nós o instinto da superioridade moral e do analfabetismo histórico e temporal. É isso que nos transforma na espécie mais arrogante que já existiu.

Portugal viu-se confrontado com este dilema na semana passada, quando correu pelo Facebook que José Hermano Saraiva, antigo ministro do Estado Novo, e que nunca escondeu não só uma forte simpatia por Salazar, mas também um certo saudosimo do tempo do Estado Novo, tinha falecido. O nosso moderno tribunal social moderno, essa rede social onde boato soa a verdade e qualquer grunho sem a habilidade de pensar complexamente pode ditar sentenças com a certeza própria dos levianos, rapidamente se pronunciou, e os veredictos de culpado e inocente desfilaram, paralelos e em guerra. Em breve, a polémica tornou-se séria, e mostrar pesar pela morte do historiador era passar por simpatizante do fascismo. No dia seguinte, só para reforçar o horror do professor Sarava, este já era comparado aos médicos nazis, sem qualquer tipo de piada. Eu acho fascinante esta aparente... purga que é feita dos homens que colaboraram no Estado Novo, por parte de indivíduos que têm, claramente, uma memória muito corta e vaga, o que é irónico pelo trato que dão a alguém que, num programa específico, visitavas os horizontes dessa mesma memória.

Não tento, sequer, analisar quem foi ou melhor, o que simboliza José Hermano Saraiva. Politicamente, é público para quem trabalhou e quais as suas posições. O espantoso é que nunca o tenha negado, nem sequer feito um mea culpa que muitos outros realizaram sem sinceridade. Pode-se dizer muita coisa dos homens saídos do período mais negro da nossa História do século passado; no entanto, alguns mostraram um carácter que já não existe na democracia, o que não deixa de ser, obviamente, irónico. É incrível também como Saraiva, que, repito, sempre assumiu publicamente as suas ideias e o seu passado, tenha navegado por entre as águas turvas do PREC e do 25 de Novembro, e de todas as intrigas de esquerda (gostoso, quando Cunhal nos quis transformar num estado de tipo estalinista... E viu-se algum desses moralistas a brandir tochas contra o santo comunista português? Claro que não: no imaginário popularucho, a esquerda é uma religião sem ópios, mas com muito povo), transformando-se numa incontornável figura dos nossos media. Um cientista incontornável? Longe disso, para quem faz da ciência histórica uma missão; mas poucos (ninguém, diria) divulgou tanto um gosto pela cultura, pelo saber e pela memória como ele o fez.

Não tenho vergonha de admitir que admiro José Hermano Saraiva, e não tenho qualquer problema com isso... Porque o teria? Tornar tudo o que é histórico num teste ideológico acabará simplesmente com vazio. Toda a gente, e sem exagero, tem um lado negro por onde pegar. Mandela era um terrorista, por exemplo; a Volkswagen, a Siemens e a Hugo Boss trabalharam para os nazis; Miguel Ângelo era um misantropo que odiava mulheres e as considerava seres inferiores; Byron dormiu com a meia-irmã; D. Dinis fornicava com tudo quanto mexia; a religião católica matou milhões de pessoas; o comunismo também; Sá Carneiro foi ministro de Marcelo Caetano; Picasso batia na suas mulheres; Wagner tinha um fascínio por governos ditatoriais, e Beethoven amava a figura de Napoleão; Saramago fez purgas no DN, em jornalistas que não eram comunistas. Quer-se dizer... A sério, podemos estar aqui dias a fio a citar nome, associações e eventos e de uma maneira ou de outra, há uma maldade latente ou uma grande mancha de pecado a cobrir a sua reputação.

Quem quiser julgar os homens moralmente, está no seu direito. No entanto, esse direito acaba quando se começam a julgar outras pessoas por admirarem esses mesmos homens pelas graças do seu trabalho. Eu sou humano.. Também julgo personalidades dessa maneira. Não sou nenhum sacrista ou santo. Mas quanto mais leio sobre homens e vilões, mais me sinto fascinado, e de compreensão aberta, aos pontos que formam uma opinião, e o momento onde um trabalho brilhante ou marcante é esquecido por um pecado, mesmo que grave. Nixon, um presidente profundamente competente na gestão de política interna e externa, deitou tudo isso a perder por causa de Watergate; e é disso de que nos lembramos hoje. Os homens constroem a vida em função da recordação e da memória do futuro. No caso de José Hermano Saraiva, abomino as suas falhas científicas e também o papel que teve durante o Estado Novo; mas acho admirável a maneira como se reinventou e teve a capacidade de renascer numa altura de morte de muitos que estiveram no seu papel, permanecendo no imaginário português como um excelente divulgador cultural que era, sem que o fantasma do "outro tempo" desaparecesse, transformando-o numa figura odiada e amada, em simultâneo, mas de inegável marca. Admiro-o, porque despertou um homem uma curiosidade pelos feitos dos homens e dos tempos, e porque inculcou em mim a mesma queda para o teatral que uso quando ensino História.

Conheço muita gente que passou pelo 25 de Abril como revolucionário, e que hoje se entretém a destruir o país, debicando-o, amolentando-o, acabando com ele. O muito citado presidente da AAC no tempo em que Saraiva era o vilipendiado Ministro da Educação das cargas presidenciais foi, e é, um homem de mão do PS, que passou de cargo em cargo, a construir reputação política, e contribuindo para a teia de interesses que nos destrói, fazendo o percurso contrário ao do comunicador; e para esse não há ameaças ou vaias, mas louvores quando a crise académica surge como motivo de celebração de uma resistência suposta ao regime, verdadeiramente propulsionado por motivos bem mais prosaicos. A História é uma verdade, mas para quem procura ler, e não mandar bitaites; e a memória é essa bruma definitiva, fixada por amnésicos. Coisa gira, esta.

P.S: É curioso que o próprio José Hermano Saraiva tivesse a própria noção das suas limitações e do seu papel, Numa entrevista ao sobrinho, José António Saraiva (um indivíduo asqueroso e chico esperto, esse sim), referiu que não era modéstia quando se referiu ao irmão António José Saraiva (uma das figuras intelectuais mais brilhantes do século passado) como o Sol, sendo ele a Lua. Diz ele: "Não é falsa modéstia dizer que o ele era muito melhor do que eu. Era mesmo assim. Ele tinha uma luz própria, intensa, que iluminava tudo. E eu limitava-me a reflectir a luz dele. Era assim que eu sentia..." Claramente, um homem sem qualquer noção de si próprio.

quarta-feira, julho 18, 2012

A culpa dos prazeres


Há dias em que gosto da dor de me lembrar de ti. Mas apenas porque tem um fim.

sábado, julho 14, 2012

Carris são mais a minha praia


Não sou Marcel Proust, e descobri isto aos 10 anos. Por isso, não uso madalenas para despoletar as minhas torrentes de recordações (também não tenho histórias assim tão interessantes que pensam encher milhares de páginas). Sou bem mais modesto, e nem sequer preciso de pastelaria. Como descobri na quinta-feira, apenas necessito de uma passagem de nível.
Foi numa fortuita passagem pelo Carriço, aldeia já no distrito de Leiria, que tal espécie de local me transportou de regresso à minha infância, habitando o interior de um Peugeot 306 dos antigos. Felizmente para a minha companhia, não se procedeu ao fenómeno físico do rejuvenescimento, pois o embaraço causado teria sido insuportável para mim, cuja barba já me aumenta uns anos precisamente, lá está, porque não sou Marcel Proust.

Uma passagem de nível em particular transportou-me para as minhas férias de crianças, onde a Praia do Pedrógão era o arquipélago das Seychelles da minha família. Consistentemente, durante dez anos ou mais, voltávamos na primeira quinzena de Agosto, período que será para sempre associado a férias no meu calendário biológico. Casa arrendada, meia casa às costas, e a ideia preferida do meu pai para relaxar: passar o dia inteiro na praia, a torrar. Lembro-me de um parque infantil colocado logo à entrada da praia, onde passava a manhã. Lembro-me do Nuno, um rapaz que conheci e com quem partilhei brevemente o entusiasmo pela colecção "Biblioteca do Escuteiro Mirim", e a inveja que senti quando ele me disse que tinha acabado a colecção, sem eu sequer ir a meio. Os vinte volumes que hoje possuo dão-me uma sensação de ter cumprido uma cruzada de infância. Lembro-me de ir ao banho às quatro da tarde, lanchar às quatro e meia, comer um gelado às cinco e picos, e mandar mais um mergulho antes de regressar a casa às sete. Lembro-me de broeiros no Verão, e de pevides daquelas salgadas e que não se encontram nos hiper-mercados hoje, e só podem ser adquiridas na praia. Lembro-me de jogar à bola com um malandro que hoje actua num clube da 1ª Divisão, e de uma sarrafada que lhe dei, e de ter ficado triste depois. Lembro-me da minha avó; e também me lembro do meu avô; e como eles hoje só habitam nestas memórias, é o único sítio onde não me importo de passar horas numa praia ao sol. Lembro-me do "passeio dos tristes", à noite. Lembro-me de uma cassete dos Diapasão, que passava todos os dias, durante um ano específica. Lembro-me de ficar em casa da dona Idalina a ver os Jogos sem Fronteiras, à segunda-feira, e de como ela não se importava. Lembro-me de, já crescido, ter ido ao banho nu no mar, longe de toda a gente. Pelo menos, era o que pensava, até gentes, que não eram de miragem, começarem a passar no areal. Lembro-me de almoçaradas na Mata do Urso, e do quanto odiava aquilo, e do quanto passei a gostar uns 20 anos depois, quando lá voltei mais uma vez, mas para fazer uma cache. Lembro-me de ficar em casa a ver a Volta a Portugal, na hora de calor, e de o Joaquim Gomes ser o meu ciclista preferido. Lembro-me de um futebol com postes feitos de montes de areia. Lembro-me de conseguir dar mais de 1000 toques com uma raquete, e pensar que era o maior da minha aldeia. Lembro-me de ir uma vez ao banho com bandeira vermelha, e ondas duas vezes a minha altura, e me ter sentido bem menos como o maior da minha aldeia.
Lembro-me, acima de tudo, quando não tinha as perturbações nervosas suficientes para alimentar um blog, quanto mais dois.

A maneira como boa parte da nossa infância se pode condensar num pedaço de carris com madeira em redor pode parecer triste e redutor; mas se tivermos em conta as vezes em que a recordação da infância transforma a nossa idade adulta em algo do género, talvez seja apropriado.

quarta-feira, julho 11, 2012

S(O)NS



No dia em que os nossos médicos vão receber um tratamento hagiográfico por parte da imprensa, permitam-me que deixe uma pequena história que se passou comigo este ano.

No início de Outubro, magoei o meu pé. Duas semanas depois, consultei um médico privado, que trabalhava num hospital público, e me reencaminhou para si mesmo. Passou-me uma ecografia para fazer no hospital três meses depois. Eu, convencido de que tinha feito um ligeiro entorse, não me importei.
Em Janeiro, lá estava no hospital e sem ter de esperar eternidades, fui atendido. A médica entrou, acompanhada de uma estagiária, que tirava notas e bebia da sabedoria da sua colega mais velha. Deitei-me na marquesa, e depois de me dizer um olá muito rápido e me perguntar zero acerca do meu problema, continuou a falar do médico X, que estava a faezr não sei o quê e era mau.
A ecografia decorreu como uma mini-aula, sendo o meu pé o acetato. A médica mais velha explicou 1001 maneiras de se desenvencilhar nos ligamentos e ossos do pé e depois deixou a petiz experimentar a diversão. Findada esta, desligou a máquina e comentou com a jovem uns sapatos lindíssimos que vira no dia anterior numa loja no Fórum
E mandou-me embora.
Dentro daquilo que pensei serem os meus direitos, perguntei se havia algum problema no meu pé.
Despreocupadamente, a senhora informou-me que tinha feito uma ruptura de ligamentos. Com o mesmo ar com que falara daqueles sapatos magníficos. Concluiu que quando voltasse ao hospital, me solucionariam o problema. Fisioterapia e assim. Um bom dia e passe bem.
Estou em Julho, e a ecografia que esta senhor fez não estava no sistema informático do hospital, e como o meu médico não pôde consultá-la, marcou-me nova consulta, para a semana. Uma consulta pela qual terei de pagar mais sete euros e meio. Melhor, teria, porque vou prescindir dela. Depois de mais de meio ano, o pé já nem me dói, e parece-me que não há muito que possam fazer por eles agora.
Da próxima vez que um médico se quiser fazer de anjo branco dos portugueses, uma paulada é pouco.

Porque esta pequenina história que contei também é o Serviço Nacional de Saúde.

Auto de fé


Com o passar dos anos, fui aceitando com mais naturalidade que há pessoas possuidoras de opiniões bem distantes das minhas. Não querendo fazer um falso retrato de mim, descrevendo-me como uma pessoa diplomática e cordata, tenho a noção de possuir hoje uma flexibilidade maior para aceitar pontos de vista diferentes dos meus. É algo que se vai conquistando com a idade, e, acima de tudo, conhecendo pessoas mais inteligentes e capazes do que nós em explicar aquilo em que acreditam de forma lógica e coerente. São raras de encontrar, estas pessoas, e sinto-me alguém melhor por ter encontrado até agora um número notável de indivíduos assim. Acredito que conhecer pessoas que são melhores do que nós (e existe sempre alguém melhor do que alguém) faz-nos crescer e evoluir.

Existem, assim, ideias que continuo a abominar, pois não penso haver razão lógica qualquer para que se sustentem. A existência de corridas de touros é uma delas. Outras luminárias tentaram já explicar o fascínio que espetar farpas no lombo de touros exerce sobre pessoas que, seja concedido isso, não se limitam apenas a um estrato social, como argumentam alguns amigos dos animais. Desde o camponês mais ignorante até ao CEO mais ignorante, todos gostam do espectáculo; e não podiam ter arranjado melhor paladino na defesa da causa do que Miguel Sousa Tavares, o indivíduo que negou corrupção no futebol português por parte do seu clube mesmo na cara das evidências, e se entreteve a roubar parágrafos inteiros da sua obra "Equador" ao livro de um par de escritores franceses. A minha antipatia por esta figura é por demais conhecida e a única coisa positiva na sua truculência e falta de senso, anulada a espaços, é a de fazer a sua mãe uma mulher ainda mais extraordinária. Penso que um dia alguém falará da relação que a minha própria mãe tem comigo em termos semelhantes, mas eu, ao menos, não tenho um mau gosto clubístico tão grande.

Como a falta de senso não só não inibe alguém de escrever em jornais, mas até aumenta as suas possibilidades no mundo da crónica jornalística, Tavares publica no Expresso uma crónica semanal, e há umas semanas, o tema foi a destruição do património público do país, na sua vertente animalesca. Touradas, caça, pesca e circos com animais vêem-se zurzidos e enjaulados por este Governo, como se fossem os próprios animais que degradam. Temerariamente, concedo ao homem de voz cava razão num ou noutro ponto menor, como seja o extremismo a que a caça e a pesca, que na sua maioria são feitas por gente que de facto dá uma utilidade às peças capturadas (come-as) sofre de Associações de Direitos de animais. No dia em que um tipo não puder usar uma cana de pesca, algo da nossa natureza morrerá. A Natureza é como é, e a solução para esta se manter é viver num equilíbrio com ela, não alterando a ordem natural das coisas tornando-nos menos capazes do que somos.

Mas depois, entram as restantes actividades, e Sousa Tavares utiliza para defendê-las a lógica economicista que critica nas medidas deste governo, por exemplo. Eu desconheço, de facto, a força económica dos circos, mas reconheço que a tourada é importante, turisticamente, para certas zonas do país. Agora pergunto: que terra de pessoas de bem quer ser conhecida por ter desenvolvido como máximo expoente cultural um espectáculo que degrada, maltrata e mata animais com o único intuito do espectáculo? OU de senhores e senhoras, que vestindo-se à boa maneira dos marialvas, pretendem atingir uma superioridade em relação a algo que nunca terão na vida? É isto uma actividade económica? Hoje em dia, tudo o que seja degradar é uma actividade económica, por isso não estranho que este nobre escriba não distinga as duas coisas; e o mesmo se aplica ao circo, esse espectáculo deprimente, onde os animais são chamados à arena para fazer umas habilidades patetas, e quando retirados dela, recolhem-se a uma jaula, acorrentados e vulgarizados. É incrível como Sousa Tavares gaba a nobreza dos animais, sem se aperceber precisamente de que faz parte dos montanheses de Danton.

A piéce de resistance vem no último parágrafo, onde é lançado o argumento mais comum para defender este género de espectáculos: a tradição. Em relação a isto, e para acabar, digo o costume: Portugal possuiu, ao longo da sua longa História, várias tradições que foram extintas por se considerarem datadas. Uma delas eram os autos de fé, onde pessoas consideradas hereges eram levadas para os largos centrais das cidades, julgadas e queimadas vivas, perante o júbilo da multidão e alegria da assistência. Havia grandes cortejos, e os elementos mais influentes da sociedade apareciam e gostavam. No entanto, algures no século XVIII, achou-se por bem acabar com isso, apesar da sua popularidade e tradições de mais de 300 anos, porque era desumano e idiota. Ficámos com o lamento de se acabar um costume tão bom e antigo, mas a vida é assim; e para além disso, ó Miguel, o Hemingway, que tanto gabou a tauromaquia, também achou que uma boa solução para resolver os problemas da vida era dar um tiro de caçadeira na cabeça. Tira daqui as conclusões que quiseres, pá.