quarta-feira, abril 30, 2008

Para o palco

O teatro faz parte da minha vida há alguns anos.Não sei porque entrou, mas há em mim uma qualquer necessidade de canalizar a minha capacidade de fazer palhaçadas para algo de relativamente útil. Sei que não tenho um talento interpretativo por aí além. Na realidade, sou uma espécie de Orlnado Bloom da interpretação, mas sem o bom aspecto e se o ar gay élfico do Legolas. Fora isso, sou mesmo o Orlando Bloom da interpretação.
Ontem, estreou a mais recente desventura teatral em que me vi envolvido, envolvendo vespas, danças e, como não podia deixar de ser no teatro grego, alguns actores cuja orientaçao sexual se duvida a partir do momento em que entram em palco. Eu não, que tenho 3 filhas na peça; se tivesse só uma, duvidava-se. Duas, pronto; agora três, é o certificado do garanhão. Quero eu acreditar, pelo menos. Sendo a peça uma comédia, estou no meu terreno. Eu sou perito em parvoíces, asneiradas e outras caretas dignas do Batatoon, ou do Jim Carrey, conforme gostem ou não. Devo admitir que me senti bem no papel. Nos ensaios, parecia-me que nunca ia conseguir fazer algo do que me tinha sido dado, mas chegado à peça, e tendo arrancado gargalhadas de uma plateia à qual não conseguia ver caras foi um tónico positivo.
Enfim, quem fez a peça, gostou do resultado, e quem viu também, o que significa que o ciclo de satisfação fica completo. Um agradecimento a quem foi ver: para além de o teatro não tornar ninguém questionável ao nível de respeitabilidade, vêem-se muitas pernas ao léu, femininas e masculinas, e isso nunca pode ser uma coisa má. Quem não foi, terá uma outra oportunidade em Julho. Quer dizer, quem não foi e quer realmente ver. Fica o aviso.

terça-feira, abril 29, 2008

Brisa


Uma mulher, de 37 aqnos, grávida de 7 meses, passa revista às tropas.
É ministra da Defesa, do governo inglês. E vê-la nesta foto é como que sentir uma brisa de mudança qualquer que não se consgeue explicar.

sábado, abril 26, 2008

Um dia de idiotas


Chega o 25 de Abril e a blogosfera portuguesa, nomeadamente a esquerdista, congratula-se, rejubila e parece regressar ao Largo do Carmo, mesmo não tendo lá estado em 1974. Permitam-me que se lhes junte, tirando a parte do Largo do Carmo (o comboio para Lisboa está caríssimo) e celebre esta data à minha maneira.
Quando me sento a ver televisão e vejo as reportagens alusivas às comemorações deste dia de liberdade, chego à conclusão isto é afinal um dia de idiotas. Antes de se atirarem pidescamente à minha pessoa, tenham a bondade de me ouvir e de não queimar beatas nos meus braços.

De um lado, temos os que levam a sério esta data. Neste grupo, estão os comunistas, os capitães de Abril (e já agora, alguém sabe, em concreto, quem são os capitães de Abril, ou qualquer um que fosse capitão no dia 25 de Abril pode auto-intitular-se como tal? Dentro do exércio português, quem manda mais: um general ou um capitão de Abril?), figuras públicas que estão porque sim e gente altamente chateada com o governo. Há palavras de ordem, canta-se "Grândola, vila morena" e ouve-se "Fascismo nunca mais", enquanto se seguram umas faixas a protestar contra o actual governo. Um miúdo, que não tem mais de oito anos, grita contra fascistas, e não percebe o que está a dizer. Depreende-se o o governo actual é que é fascista. A certa altura, não sei o que é aquilo: se uma celebração do 25 de Abril, ou uma manifestação política de gente que ainda não sabe que aconteceu a 25 de Abril. Jerónimo de Sousa, intelectual e eloquente como sempre, revolta-se contra o facto de o 25 de Abril ser apenas alvo de um parágrafo nos livros da escola. Para além de estar a mentir (ele pode ser um saudosista de Abril, mas, convenhamos, é político, e a tradição é mais forte que a liberdade), esquece-se que a Restauração da Independência, evento histórico tão ou mais importante que este, sofre um tratamento semelhante. Como cidadão, quero revolta igual por isso. A não ser, claro, que o PCP tenha o monopólio exlusivo do 25 de Abril e não possa tratar da defesa da restante história. Mas esta ideia é parva. Qualquer dia, ouvíamos Jerónimo de Sousa a insurgir-se contra a utilização de "Grândola vila morena" por gente de direita. Que estúpido momento esse seria!
Claro que se este governo fosse fascista, esta manifestação nem teria ocorrido antes de mais. Ou sido sequer transmitida pela televisão. Por 3 estações diferentes. Mas podemos continuar a usar este adjectivo até ele perder a importância. Ou pelo menos, até os 10% que ainda sabem o que ele siginifica realmente se esquecerem disso.

Do outro lado, a malta que aproveita o feriado para ir à praia. Com o calor que estava, até eu ia. E depois de estar na praia, inquiridos sobre o que aconteceu no dia 25 de Abril, mostram uma ignorância cataclísmica. Inclusivé uma mulher com os seus 50 anos, que, a não ser que estivesse num coma ou em sono criogénico, viveu os momentos da revolução, e não sabia o que se comemorava. Pessoas da minha idade, e um bocadinho mais novas, atiravam barro à parede a ver se pegava. fim da 1ª Guerra Mundial, Independência relativamente a Salazar (o 4º país da Península Ibérica, talvez?)... Um fartote. E eu sem saber se ria, ou se fique revoltado...

Entre as duas facções, esta é uma data que, temo, vai passar a ser uma como tantas outras. Na fuga em direcção ao futuro, em que os últimos governos têm insistido, passado parece não ter lugar. Um país sem passado é um país sem memória; e um país sem memória é um pedaço de terra com gente a morar lá. Que nem sequer se lembra porque pode estar a ler isto, vindo de alguém que não tem uma pistola apontada à cabeça simplesmente porque quer transmitir uma ideia. Esta ideia. Estes insultos; e pode estar certa que vai deitar-se na sua cama para acordar amanhã de manhã e ir à sua vidinha. Tristemente, não sabemos o valor certo da liberdade. Nem os que sabem que a temos, nem os que não fazem ideia que há uma palavra que designa o estado de direito em que vivem.

quarta-feira, abril 23, 2008

O fenómeno


Quem tem o convencimento de que gosta de música a sério deve olhar para o tema "Umbrella", de Rihanna, com desprezo e asco. O certo é que esta música é um fenómeno que merecia ser estudado com interesse. A quantidade de covers que tem gerado, dos mais diversos quadrantes (e a música tem para aí um ano) é impressionante, mesmo para a era de mashups em que vivemos. Rihanna, que até canta bem e é, assumamos, boa, teve a sorte de ver uma canção pop que é eficientemente escrita cair-lhe nas mãos, depois de Britney Spears, na sua fase tresloucada (esperem.... fase?) a ter recusado. É uma canção que tem um certo apelo e fará parte do catálogo pop musical da nossa memória durante algum tempo.
Manic Street Preachers, The Klaxons, Mandy Moore, Marie Digby (uma jovenzinha que daqui a uns tempos vos vai entrar com força nos ouvidos, cortesia da Mega FM e da RFM), , Plain White T's (sim, os irritantes da "Delilah"), My chemical romance, Linkin Park, os ídolos country Keith Urban e Carrie Underwood, as revelações indie Tegan and Sara, entre outros desconhecidos que se podem encontrar todos no Youtube. Gostava de destacar dois takes na música, completamente diferentes.
O primeiro é por parte de Hillary Clinto e Barack Obama, explicando o que realmente existe entre ambos. Ok, não é bem.

O segundo vem de um pianista nova-iorquino que faz pequenos milagres munido de músicas pop orelhudas e o seu piano. Chama-se David Sides e descubram mais sobre ele.


Sugiro, por fim, que escrevam no Youtube "Umbrella bamboos". Vão descobrir porque é que nunca ouviram falar da indústria musical tailandesa.

terça-feira, abril 22, 2008

WMD

domingo, abril 20, 2008

Ocorreu-me

Será que os fala-barato usam palavras caras?

terça-feira, abril 15, 2008

Linka-me

Agora é moda usar uma ferramenta do blogger que transforma em link palavras ou expressões. Todo o blog a utiliza e este segue essa mania.
Parece útil, mas acaba por desviar atenção do texto, ao abrir-se para enquadrar a leitura. O autor não se lembra e armadilha-se automaticamente, mais à obra. Assassina-a. O destruidor do próprio trabalho. Imaginem um post completo cheio de sublinhados, esperando click. Isso sim é terror, destruição, apocalipse.

Intermission

Toca-me cá dentro. Revolve-me, e começa a empurrar lágrimas para os olhos. Felizmente, consigo pará-las. É o segundo movimento da 7ª sinfonia de Beethoven, aqui interpretado pela Orquestra de Berlim, conduzida por von Karajan.
Beethoven era surdo, sim senhor, mas devia ser isso o que lhe permitia ouvir realmente o seu coração.

CIP: part deux!


Alguns pontos a destacar desta segunda sessão:

- Olhar para pessoas que conhecem escutismo há um ano e pouco e constatar o entusiasmo delas recorda-me da minha pessoa há uns bons anos atrás, quando tudo era novidade no mundo mirim e eu achava piada a tudo e julgava que nada corria mal. Mas enfim, 17 anos nisto fazem com que uma pessoa tenha de abrir os olhos e se torne céptico relativamente a algumas coisas. No entanto, o seu entusiasmo contagia-me, pelo menos durante um fim de semana. Depois regresso à vida real, onde sei que o escutismo não é nada cor de rosa. Apesar da fama abichanada que temos.

- A minha patrulha ainda não me demitiu como guia. Acho que ninguém quer tomar o ingrato lugar, embora tenha a certeza que todos já repararam na minha inaptidão para o cargo. Num momento em que tive de lhes ensinar nós que aprendera minutos antes, entrei em pânico, pois eu e os nós temos uma relação tão próxima como a religião e a lógica. Felizmente, o guia não é o centro da patrulha e as qualidades estavam bravamente dispersas pelos vários elementos, equilibrando a situação e levando as coisas a bom porto. Por outras palavras, ainda bem que o Célio é um perito em nós e amarrações.

- Uma rapariga da minha idade começa a falar do seu futuro nos escuteiros usando termos como "situação familiar estável" e "conjunto de factores". E não, essa situação familiar não envolve o pai e a mãe. Já está a falar daquela outra família...

- Pessoas que, estranhamente, confiam em nós ao primeiro encontro. Não estou habituado a isto. Mas lá está, também não estava habituado a guiar o que quer que seja. Sinto sempre que estou a representar uma outra personagem quando vou para isto.

sábado, abril 12, 2008

Trust no one, but the complex guy 1

Mais uma voltinha, mais uma rodada...


E mais um fim de semana no exílio de Serpins. Contarei novidades quando chegar Domingo. No entretanto, liguem o televisor no Domingo, às 19.00, na RTP 2. Façam-me esse favor e depois falamos sobre isso.
Até jááááááááá! (à la Jorge Gabriel)

quinta-feira, abril 10, 2008

10...

... papéis icónicos que podiam não ter sido tão icónicos quanto isso.
E isto porquê? Porque a alquimia que se desenrola durante o processo de casting não é nenhuma ciência. É pura, pura sorte. Aqui vos deixo dez personagens cinematográficas, por todos conhecidas, e emblemáticas, e os actores que inicialmente estavam para as interpretar. A história, como a conhecemos, podia ter sido tão diferente...

INDIANA JONES

Interpretado por: Harrison Ford
Mas podia ter sido: Tom Selleck
JAMES BOND

Interpretado por: Sean Connery
Mas podia ter sido: Cary Grant


WOLVERINE

Interpretado por: Hugh Jackman
Mas podia ter sido: Dougray Scott
CAPTAIN JACK SPARROW

Interpretado por: Johnny Depp
Mas podia ter sido: Jim Carrey
ELLEN RIPLEY

Interpretada por: Sigourney Weaver
Mas podia ter sido por: Veronica Cartwright

DANA SCULLY

Interpretada por: Gillian Anderson
Mas podia ter sido: Pamela Anderson
JOHN MCLANE

Interpretado por: Bruce Willis
Mas podia ter sido: Richard Gere
HAN SOLO

Interpretado por: Harrison Ford
Mas podia ter sido: Al "fucking" Pacino
DON VITO CORLEONE

Interpretado por: Marlon Brando
Mas podia ter sido: Frank Sinatra
MAXIMUS

Interpretado por: Russel Crowe
Mas podia ter sido: Mel Gibson

Quem é quem 2


Para quem não conseguiu adivinhar, ou se esqueceu de clicar na foto, a extremamente maquilhada personalidade da semana passada era Charlize (ou Charlise...) Theron, certamente numa altura onde não sonhava vir a ser eleita a mulher mais sexy do mundo pela revista Esquire. Com aquele aspecto, seria difícil.
A desta semana é mais fácil.

quarta-feira, abril 09, 2008

E isso me envaidece

Tenho guardado uma série de assuntos em mim, nos últimos dias, para espalhar neste blog. Tem-me faltado vontade e indecência para o fazer. No entanto, vamos a um deles.
Como todos sabem, o Porto ganhou o campeonato. Parabéns aos jogadores que correm em campo e suam, porque esses jogam à bola (na verdade, dos 3 grandes, são os únicos que o fazem; nem é uma questão de o fazerem bem. Se o fizessem, tinham ganho ao Schalke, a pior equipa nos oitavos de final da Liga dos Campeões.)
Depois, o presidente desta agremiação desportiva regional recebeu uma nota de culpa por causa de um processo de corrupção. No mesmo fim de semana, o meu clube é vergonhosamente roubado e os seus dois adversários directos na luta pelo segundo lugar beneficiados nos respectivos jogos.
Após pensar qual o melhor ângulo para abordar o assunto, decidi dar voz a alguém que é claramente melhor que eu eu não só a escrever, mas a gozar com a injustiça e a vergonha alheia. Ricardo de Araújo Pereira, na sua crónica d' "A bola" de sábado escreveu assim:

Futebol para intelectuais

Um clube cujo presidente é acusado de corrupção activa sagrou-se campeão frente a uma equipa cujos jogadores têm os salários em atraso. Viva o futebol português!

Há países em que o futebol se resume aos pontapés que se dão na bola. Uma tristeza. Aquela frase com que as mulheres costumam definir o nosso passatempo preferido, para amesquinhar o jogo e quem gosta de o ver, não se aplica ao futebol português: «Isso são 11 homens a correr atrás de uma bola.» Nada mais falso. Além dos jogadores a correr atrás da bola, parece que há juízes a correr atrás de um bilhete grátis, advogados a correr atrás de uma brecha na lei, juristas em geral a correr atrás de uma prescrição. É preciso saber muito de leis para compreender o futebol português. A mim, que sou um pobre ignorante, faltam-me muitos conhecimentos para o entender.

Primeiro, faltam-me noções de direito. No código penal português, como é lógico, a tentativa de corrupção tem uma pena maior do que a coacção. Na justiça desportiva, coacção dá descida de divisão e tentativa de corrupção implica perda de seis pontos. Só um jurista muito sofisticado pode compreender o espírito destas leis. No futebol português, uma equipa acusada de ter um jogador inscrito irregularmente, como o Belenenses, arrisca perder seis pontos. Uma equipa acusada de corromper dois árbitros, como o Porto, arrisca perder os mesmos seis pontos. Um erro burocrático tem a mesma pena que um crime. É possível que um homicídio, no âmbito de um jogo de futebol, em Portugal, valha ao assassino uma admoestação verbal. No máximo, um cartão amarelo.

Depois, faltam-me conhecimentos de português. O presidente da Liga de clubes, Hermínio Loureiro, cuja eleição foi apoiada por Pinto da Costa há mais de um ano, prometeu celeridade a lidar com este caso baseado nas escutas que se conhecem, também, há mais de um ano. Celeridade, notem bem. Eu pensava que celeridade queria dizer rapidez. Afinal, significa 14 meses.

Finalmente, faltam-me conhecimentos de xadrez. O futebol português ficou de tal modo sofisticado que parece o jogo dos reis. Reparem: o Benfica joga hoje com os axadrezados sem saber se um ou mais dos antigos dirigentes do Boavista vão, ou não, passar algum tempo no xadrez. Há notícia de árbitros que vão a casa de dirigentes buscar um cheque que, não sendo cheque-mate, pode ser suficiente para matar um jogo. Não sei se hei-de recomendar ao Chalana a táctica do 4-4-2 ou a do gambito do rei.

P.S.: No Paços de Ferreira-Guimarães, o Paços teve um golo mal anulado e um penalty não assinalado. Na minha opinião, o jogo mais interessante da época vai ser o Guimarães-Porto. Será curioso descobrir qual das duas equipas será mais beneficiada.»

RAP

domingo, abril 06, 2008

A dança das notícias

Num estação de televisão local em Cicinatti, quando chega o relato do estado do trânsito e não há nada a falar, há uma tradição fabulástica. É ver para crer.



Pagava dinheiro para ver a Clara de Sousa e o Rodrigo Guedes de Carvalho em algo assim.

sexta-feira, abril 04, 2008

The others


Tenho-me apercebido de que este blog está a chegar muito mais longe do que pensei ao início. Não falo da comunidade internacional que ocasionalmente passa por aqui.
(Embora isso, em si, desse um post interessante. Gente dos EUA, Irão, Malásia, Tailândia, Brasil, Alemanha, Polónia, Itália, Índia, Benim, Angola, México, China... Todos passarm por aqui. A que me orgulha mais, honestamente, é a China. Afinal, a Internet sofre escrutínio governamental e eu imagino sempre um jovem chinês, rebelde, utópico, ligando-se e contornando inúmeros obstáculos só para ler o meu último post... Enfim, divago.)
Pessoas que nunca me viram na vida, ou só me conhecem de ouvirem os amigos dizer "Há um tipo que eu conheço, tão pateta, que escreve um blog de rir à gargalhada de parvoíce...." passam aqui, lêem, comentam e, espanto vindo da cúpula celeste, gostam. Por um lado, não estranho. Tenho descoberto que consigo atrair as pessoas através da escrita, o que confirma a minha teoria de que eu sou realmente bom através de eieos indirectos. O ecrã do computador dá um reflexo distorcido daquilo que sou, e pareço ser um gajo porreiro.
Pronto, sou um gajo no limite entre o porreiro e o espancável. O equilíbrio com que caminho titubeante nessa linha fez com que fosse recentemente contactado pelo Cirque du Soleil para os espectáculos cá em Portugal.
Aos que se foram aproximando de mim um pouco através do blog, antes de mais, as minhas desculpas. Não fiz de propósito. O blogger é gratuito, gosto de escrever e a coisa proporcionou-se. Aos que ainda por cima sentiram curiosidade em conhecer-me, quem anda à chuva molha-se. Quem me está a chamar interiormente de estúpido por estas
palavras... Há uma razão pela qual o título é "I'm a complex guy". Talvez não seja por ser complexo, mas, como disse uma amiga minha hoje, complexado. Uma outra amiga que acha que sou pouco complexo, no fim de contas, ia concordar.

Mas fiquem por aí. Os que me conheciam e os que me passaram a conhecer. São mais importantes vocês a ler que eu a escrever. Acreditem. E isto não tem nada de complexo.

A estrear brevemente...

terça-feira, abril 01, 2008

Quem é quem


Sugestões de identidade na secção de comments

1 de Abril


Neste dia, há blogs que metem petas. Alguns autores vão mais longe e dizem que desistiram de escrever mais e se vão embora. Depois, é tudo mentira. Na verdade, éo manifestar de um dos mais velhos desejos do ser humano: saber o quanto são amados, através dos pedidos que se seguirão dos seus leitores, para que reconsiderem e voltem atrás.
Aqui, toda a gente sabe que eu não preciso que me digam que gostem de mim (mentira nº1). Este blog consagra-se ao serviço público (mentira nº 2) e por isso, vou tentar explicar a origem do dia 1 de Abril como festividade de todos os mentirosos compulsivos.
A sua origem poderá estar estar no equinóicio vernal, que decorria de 25 de Março a 2 de Abril, no calendário pagão. Mas o seu concretizar num dia apenas é encontrado apenas em documentos franceses e holandeses do séculos XVI, onde se faz referência a piadas generalizadas que decorriam durante o dia 1 de Abril. Há quem defenda que o dia das Manetires, tal como o conhecemos hoje, vem de uma tradição britância do século XVIII chamada "caçar o cuco" e que consistia em pessoas a pregar partidas umas às outras. Os engandos era os "cuckoos", palavra que tem um significado depreciativo na língua inglesa.
É costume ntre os órgãos informativos fazer partidas do 1 de Abril, que resultam devido ao facto de considerarmos credíveis as notícias que estes nos transmitem. Algumas tornaram-se famosas: em 1998, o boletim da Aacademia de Ciências Mexicana fazia referência ao artigo de um matemático norte-americano informando de que o Estadpo do Alabama tinha votado a alteração do valor do Pi. Datava de 1961 e tinha sido uma mentirinha...
Em 1957, o programa Panorama, da BBC, mostrou agricultores suíços a colher esparguete das árvores; um outro programa holandês anunciou que a Torre de Pisa tinha caído: centenas de telespectadores telefonaram, chocados, pedindo mais informações; uma estaçãod e rádio inglesa, em 2004, noticou que os Alemães tinham abandonado o Euro e como o Marco já não existia, estavam a negociar com a Inglaterra o uso da libra. Ouvintes telefonaram para a estação, bradando um assalto à soberania inglesa.
Enfim, vários exemplos. Podem encontrar outros aqui.

O dealbreaker


O último suplemento "Sunday Book Review", do jornal "new York Times", traz um artigo que se debruça sobre um eterno problema das relações: a forma como diferentes gostos de dua spessoas que gostam uma da outra pode arruinar uma relação. No caso específico, aplicao aos livros. deita até exemplos. Uma pessoa que idolatra o minucioso Marcel Proust e o seu épico "Em busca do tempo perdido" (um dos únicos títulos de livros francês que fica bem com a expressão "Indiana Jones..." atrás), por exemplo, jamais combinará com outra para quem Jodi Picoult, a melosa autora de best-sellers que trepam tops de livros com a mesma destreza com que os macacos sobem às árvores, está apenas um degrau abaixo de Danielle Steel. Da mesma maneira, quem gosta de Jane Austen, chocará com os amantes de Dean Koontz.
O tema parece superficial, mas não o é. De facto, tão importante como a empatia com a outra pessoa, são os gostos que temos em comum. Parece-me que um fã de Iron Maiden dificilmente poderá partilhar o mesmo espaço com uma apreciadora de Celine Dion. A não ser que construam duas salas à prova de som na casa onde morarem. E parece-me impossível que alguém que goste de Arte e História possa passar feérias de Verão com alguém que idolatre desportos radicais ao ponto de só viver para isso. Só com muita flexibilidade de ambas as partes, e penso ser do senso comum que jamais duas pessoas flexíveis encetaram uma relação amorosa. É um pouco como procurar o monstro de Loch Ness: pode existir, deve andar por aí, alguns juram tê-lo visto, mas provas concretas, está quieto.
Num nível pessoal, confesso que sou picuinhas, e até nem devia sê-lo. Afinal, não estou em posição para isso. No entanto, uma rapariga que admita adorar Paulo Coelho coloca um severo turn-off sobre a possibilidade de encaixarmos. À partida, alguém que não goste de cinema poderá ter sérios problemas comigo. Na realidade, não é totalmente certo que mesmo alguém que goste não possa ter hipóteses. Agora que penso, embora não seja fundamentalista, não me parece que seja capaz de gramar com qualquer filme. Mais do que os livros, os filmes são o meu dealbraker. Sou muito esquisito com os filmes que vou ver a uma sala de cinema. Como disse a um amigo meu, sou incapaz de assistir a um filme que não queria mesmo ir ver, mesmo que haja hipótese de algum tipo de acção se desenrolar entre mim e a rapariga. Vai completamente contra a minha natureza. Quem não consiga ter sentido de humor suficiente para perceber porque gosto de filmes de acção dos anos 80, esqueça; se odiarem Spielberg ou Fincher, fiquem longe; ou o humor de Woody Allen. E é melhor nem entrar nas séries de televisão.

E quanto a vocês, leitores, qual é o vosso dealbraker? Onde estabelecem os limites quando a possibilidade de se relacionarem com uma pessoa aparece?