terça-feira, janeiro 31, 2006

Pequenas notas sobre as esperadas nomações...

- A Academia envolveu-se num paradoxo interessante: escolheu filmes arriscados politica e socialmente, mas não conseguiu ter grandes surpresas na lista de nomeações. Excepto William Hurt, por "A history of violence", a Academia mostrou que há vícios que não larga: nomear Francis McDormand para actriz secundária é voltar a um veçho culto, desprezando novas actrizes que tiveram trabalhos tão bons este ano, como Scarleytt Johansson, em "Match Point", ou Maria Bello, em "A history of violence"; só nomear "Sra wars, ep. III" só na categoria de Melhor Caracterização é crime: pelo menos direcção artística, efeitos visuais e efeitos sonoros deviam ter sido incluídos; deixar de fora Woody Allen e David Cronenberg da lista de realizadores nomeados mostra ainda mais a antipatia que a Academia nutre por estes dois malditos; Ralph Fiennes e Fernando Meirelles também de fora porquê? Parece como há 4 anos, quando Baz Luhrmann, principal responsável por Mulin Rouge, não é nomeado, e o filme tem 7 nomeações; "Grizzly man", o excelente documentário de Werner Herzog, fica de fora; Janusz Kaminsky, director de fotografia de "Munich", de fora;

- Como previsto, a Disney e a Dreamworks ficam de fora de filme de animação, destronadas por 2 filmes de claymation e um de 2-D. Novamente, a malta que anunciava a era do computador na animação vai ter de rever as suas previsões...

- Woody Allen torna-se em definitivo no argumentista mais vezes nomeado pela Academia, ultrapassando Billy Wilder, com quem estava empatado a 12: leva já 13 nomeações. Estranhamente, a Academia parece gostar da ecsrita de Woody Allen, embora ignore os seus filmes...

- George Clooney com 4 nomeações: produtor, realizador e argumentista por "GNAGL" e actor secundário por "Syrianna"

- Apenas 3 canções nomeadas. Provavelmente, para diminuir o tempo da cerimónia. Ainda quero ver quem vai ao palco cantar o temna de "Hustle and flow", intitulado "It's hard out there for a pimp"

- "Munich", contrariando alguns arautos da desgraça, acabou mesmo por aparecer em destaque

- Nenhum dos filmes nomeados para melhor filme teve resultados fabulosos no box-office, e exceptuando "Munich", todos com orçamentos inferior a 30 milhões de dólares. Dá para Hollywood ir pensando...

- "Batman begins", em melhor fotografia. Bravo!

Aamanhã, será chocante, mas não totalmente impossível...

... que surjam estes nomes nas nomeações. São mesmo hipóteses malucas, embora com alguma réstia de credibilidade. Será pouca, mas não me importava nadinha de errar as minhas previsões se elas acontecessem. Afinal, Johnny Depp não chegou a ser nomeado para o Óscar por "Pirates of the caribbean"?

Melhor filme - "KING KONG"; "HUSTLE AND FLOW"; "THE MARCH OF THE PENGUINS"; "THE THREE BURIALS OF MELQUIADES ESTRADA";


Melhor actor - VIGGO MORTENSEN, "A HISTORY OF VIOLENCE"; ERIC BANA, "MUNICH"; CILLIAN MURPHY, "BREAKFAST IN PLUTO"; ROBERT DOWNEY JR., "KISS KISS, BANG BANG"; STEVE CARELL, "THE 40 YEAR OLD VIRGIN"

Melhor actriz - NAOMI WATTS, "KING KONG"; CLAIRE DANES, "SHOPGIRL"

Melhor actriz secundária - ANNE HATHAWAY, "BROKEBACK MOUNTAIN"; DAKOTA FANNING, "WAR OF THE WORLDS"; LYNN COHEN, "MUNICH"

Melhor actor secundário - MICKEY ROURKE, "SIN CITY"; DONALD SUTHERLAND, "PRIDE AND PREJUDICE"; WILL FERRELL, "THE PRODUCERS"; JEFFERY WRIGHT, "BROKEN FLOWERS"; CHRIS COOPER, "CAPOTE"; VAL KILMER, "KISS KISS, BANG BANG"

Melhor realizador - CHRISTOPHER NOLAN, "BATMAN BEGINS"; TERRENCE MALICK, "NEW WORLD"; WONG KAR-WAI, "2046"; WOODY ALLEN, "MATCH POINT" (sei que o apontei como possibilidade, mas foi mais gosto que hipótese...); NICK PARK; "WALLACE AND GROMITT, THE CURSE OF THE WERE-RABBITT"; TIM BURTON, "CHARLIE AND THE CHOCOLATE FACTORY"

segunda-feira, janeiro 30, 2006

As nomeações são amanhã...



... e esta é a minha última palavra no que toca a previsões. Poucas alterações tenho a fazer ao post que fiz há um mês. As entregas de prémios que se deram entretanto foram-me elucidando quanto a possiveis vencedores, mas isso fica para outras calendas. Aqui fica então a minha antevisão:

MELHOR FILME

"BROKEBACK MOUNTAIN"
"GOOD NIGHT AND GOOD LUCK"
"MUNICH
"CRASH"
"THE CONSTANT GARDENER"


Há quem argumente que "Munich" pode estar em perigo, mas muito sinceramente parece-me que é um filme demasiado importante para ser esquecido pela Academia. POrtanto, a maior dúvida é entre "The constant gardener" e "Capote". Parece-me que o poder crescente da Focus Features fará com que o primeiro leve a avante.

MELHOR ACTOR

PHILIP SEYMOUR HOFFMAN - "CAPOTE"
JOAQUIN PHOENIX - "WALK THE LINE"
HEATH LEDGER - "BROKEBACK MOUNTAIN"
DAVID STRATHAIRN - "GOOD NIGHT AND GOOD LUCK"
TERRENCE DASHON HOWARD - "HUSTLE AND FLOW"


Ralph Fiennes e Jeff Daniel ainda podem ter uma palavra a dizer, mas Howard tem um capital de simpatia impressionante e o apoio da comunidade de actores. Atenção a ultrapassagens na última curva por parte de Russel Crowe.

MELHOR ACTRIZ

FELICITY HUFFMAN - "TRANSAMERICA"
REESE WHITHERSPOON - "WALK THE LINE"
JUDI DENCH - "MRS. HENDERSON PRESENTS"
CHARLIZE THERON - "NORTH COUNTRY"
JOAN ALLEN - "THE UPSIDE OF ANGER"


Este ano, não vamos ter estrangeiras nesta corrida. No entanto, Joan Allen, pesar de amada pela Academia, poderá saltar para dar lugar a Zhangh Ziyi. A ver vamos como "Memoirs of a geisha" se porta nas categorias técnicas...

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO

PAUL GIAMATTI - "CINDERELA MAN"
GEORGE CLOONEY - "SYRIANNA"
MATT DILLON - "CRASH"
JAKE GYLENHALL - "BROKEBACK MOUNTAIN"
DON CHEADLE - "CRASH"


Cenários alternativos: Terrence Howard não é nomeado para melhro actor e aparece aqui, saltando Don Cheadle; neme Howard nem Cheadle são nomeados e Bob Hoskins em "Mrs Henderson presents" faz saltá-los borda fora.

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

RACHEL WEISZ - "THE CONSTANT GARDENER"
MICHELLE WILLIAMS - "BROKEBACK MOUNTAIN"
CATHERINE KEENER - "CAPOTE"
AMY ADAMS - "JUNEBUG"
SCARLETT JOHANSSON - "MATCH POINT"

Gong Li em "Memoirs of a geisha" e Maria Bello em "History of violence" poderão intrometer-se, portanto atenção...

MELHOR REALIZADOR

ANG LEE - "BROKEBACK MOUNTAIN"
GEORGE CLOONEY - "GOOD NIGHT AND GOOD LUCK"
STEVEN SPIELBERG - "MUNICH"
PAUL HAGGIS - "CRASH"
FERNANDO MEIRELLES - "THE CONSTANT GARDENER"


Não mexo em nada, mantenho que Cronenberg, Allen e Bennett Miller poderão vir aqui meter o bedelho

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

"WALLAVE AND GROMMITT: THE CURSE OF THE WERE-RABBITT"
"TIM BURTON'S THE CORPSE BRIDE"
"HOWL'S AND THE MOVING CASTLE"

E sim, acredito que vão mandar Disney e Dreamworks dar uma volta...

Outras categorias importantes:

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL:

WOODY ALLEN - "MATCH POINT"
PAUL HAGGIS E ROBERT MORESCO - "CRASH"
GEORGE CLOONEY E GRANT HESLOV - "GOOD NIGHT AND GOOD LUCK"
STEPHEN GAGHAN - "SYRIANNA"
NOAH BAUMBACH - "THE SQUID AND THE WHALE"


MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO

LARRY MCMURTRY E DIANA OSSANA - "BROKEBACK MOUNTAIN"
JEFFERY CAINE - "THE CONSTANT GARDENER"
TONY KUSHNER E ERIC ROTH - "MUNICH"
DAN FUTTERMAN - "CAPOTE"
FRAN WALSH, PHILIPPA BOYENS E PETER JACKSON - "KING KONG"


Parece-me que é assim que fica. Comentários e sugestões já se sabem: aí em baixo.

domingo, janeiro 29, 2006

Road to the Oscars: "Match point"



Antes de mais, e dexai-me que vos diga para arrepiar caminho: que filmaço!!! É preciso que Woody Allen faça uma grande obra para percebermos como todos os filmes que medeiam entre "As faces de Harry" (vá lá, "Celebridade" e "Small time crooks" tinham o seu quê) e este são obras muito pouco conseguidas. É um risco que se corre quando se faz um filme por ano; e é também uma bofetada nos fãs ceguetas de Woody Allen, em que me incluo que tendem a superlativar as virtudes que existam nos sue spiores filmes para eles não perecerem tão maus.
A história é conhecida, e até relativamente simpls a nível esquemático: A ama B, que ama C... A partir daí, é que as coisas se complicam. A é Emily Mortimer, a doce filha de um milionário inglês, dona de uma grande empresa e que se apaixona por B, Jonathan Rhys Meyers, um professor de ténis que perante o interesse dela, se vê com possibilidades de subir na vida. O problema é que entra em acção C, Scarlett Johansson, a loura bombástica que está noiva do irmão de Emily Mortimer, Matthew Goode, que é só um dos melhores amigos de Meyers. A partir daqui, a intriga romântica operática, rapidamente evolui para um certo erotismo (as cenas envolvendo as relações sexuais entre Meyers e Johansson são particularmente potentes)e na última secção do filme, para o thriller sufocante.
Os grandes temas do filme são a fidelidade e o sentimento de culpa, com um toque de "Crime e castigo", de Dostoievsky: devemos abandonar tudo o que temos de bom na vida em prol de uma mulher pela qual sentimos um desejo avassalador? Allen pega nesta pergunta e no conceito com que inicia "Match point", (num magnífico plano de uma bola que bate numa rede de ténis e balança incertamente e que mais tarde será recuperado num espectacular raccord), ou seja, é preferível um indivíduo ter sorte a ser bom no que quer que seja, e desenvolve-os exemplarmente, com uma desenvoltura como já não lhe víamos há muito, e num estilo perfeitamente britânico, o que se adapta ao novo modelo de produção em que está inserido agora, o da BBC. Além do excelente argumento, Allen revela um olho incrível para filmar Londres quase tão bem como filma Nova Iorque) e na gestão dos sentimentos que atravessam a película. A última secção do filme, por exemplo, em que uma caçadeira entra em cena, é monumental no controlo dos elementos de thriller dignos de Hitchcock.
O elenco cumpre à risca o seu papel: Johansson é uma femme fatale à la carte e tem uma interpretação muito boa e autêntica; Mortimer enjoa por vezes no papel de menina muito doce e inocente, mas acaba por umcprir essa função no filme; Rhys Meyers é um arrivista, por vezes com olhos de carneiro mal morto, mas exemplar na sua composição de homem atormentado por dilemas conjugais e a culpa moral de quem vai fazer algo muito mau, esnbanjando o seu capital de empatia com o espectador até ao final do filme.

Filme para Óscares? A Academia e Woody Allen não são propriamente um casamnento feliz, mas pode-se esperar numa nomeação pelo argumento e quem sabe pela realização e actriz secundária, para Johansson. Esperam-se surpresas.

A lei de Chuck Norris



Chuck Norris vai processar a NBC, pois afirma que o título da série "Law and Order" contém duas palavras com direitos de autor, pois são o nome das suas pernas direita e esquerda.

Para alguém especial...



"Vi-te hoje; e esqueci-me de respirar"

(Bruno Nogueira, in Corpo dormente)

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Rir

Sei que ficaste lisonjeado com um post, mas dedico-te dois, visto que nem blog tens para te poder responder: obrigado por me fazeres rir, pá, com a análise que de mim fazes. A partir do momento em que o direito de resposta é usado como casmurrice e não aceitar opiniões alheias, compreendo porque dizes que a ntureza do mal está dentro de ti. E de nós. E essa observação do abismo: sou assim tão pouco subtil? :)

Ah, e este é mesmo o último post que escrevo sobrte ti. Não é por nada de mal, apenas não estou muito na onda de alimentar discussões. Além disso, gosto de ti, pá, quem quer que sejas. Juntamente com o Quisto, formam o duo dinâmico deste blog! O que eu consegui em apenas meio ano...

Contagem decrescente



E parecendo que não, já só falta uma semana...

Esclarecimento

Para o/a natureza do mal: primeiramente, obrigado pelo comment! É sempre bom quando venho ao blog e tenho comments de outras pessoas. É uma das maravilhas da Internet: podermos comunicar uns com os outros. Podia falar da pornografia, mas ainda não começámos a trocar fotos.
Quanto à referência à palavra Mestrado... se aquilo que eu lá estou a fazer se chama-se Terapia dos 12 passos ou Bacalhau à Zé do Pipo, ou Desencabrestamento, podia aplicar qualquer uma destas palavras ou expressões. Como é Mestrado, vejo-me resignado a usar tal palavra. Não será porventura das mais belas do nosso idioma, mas tenho de me contentar com isso.
Acho até que nem referi muitas vezes que estou a fazer Mestrado. Não é coisa que me encha de orgulho, nem pela qual sinta que deva ser visto com respeito pelas outras pessoas. Como referi num post anterior, ser tratado por Senhor ou Senhor Doutor é algo que me irrita profundamente. Quanto ao narcisismo... Bem, o blog é um exercício narcisista, em que o utente olha o seu umbigo e sobre ele disserta. Se não fosse assim, não seria o meu blog. Seria o de outro qualquer.
E acho que é tudo. Já agora, belo título o do teu blog. Qual achas que é a natureza do mal?

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Apertado

De um lado, trabalho de Mestrado sobre tribunais ad hoc; do outro, trabalho de Mestrado sobre História Húngara; do outro, decorar alfabeto árabe; do outro, estudar para o exame. (Porra, são mesmo muitos lados). Já há algum tempo que njão estava sob pressão, mas não sentia falta nenhuma.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Pelourinho



Porque a vontade de bater em alguém é também um direito alienável e um traço caracteristicamente humano e inalterável (a vontade, não o acto. Aí é que já se começa a abusar um bocadinho...), está inaugurada mais uma rubrica neste blog, o Pelourinho. Historicamente, o pelourinho era não só a marca concelhia de uma determinada localidade, mas também o local de punição pública de criminosos. Todas as semanas, chamarei aqui um determinado género de pessoas em quem me apetece bater. Metaforicamente falando, claro. No hard feelings, mas como certamente há pessoas que têm vontade de me fazer o mesmo, no regrets. Esta semana, vão ao Pelourinho:

"PESSOAS QUE ACHAM QUE A VIDA ACABOU, OU QUE ENTRAM NUMA DE AUTO-COMISERAÇÃO, APENAS PORQUE A PESSOA DE QUEM GOSTAM AS DEIXOU, NÃO LHES LIGA, QUER VER O FUTEBOL E ELAS NÃO DEIXAM, QUER IR ÀS COMPRAS, MAS ELE É UM CHATO QUE SÓ SABE RESMUNGAR, QUE NÃO TÊM GRANDES OBJECTIVOS NA VIDA DEVIDO A ISSO OU QUE PENSAM QUE O AMOR É O ESSENCIAL NA VIDA, ESQUECENDO NO ENTANTO QUE O OXIGÉNIO É MUITAS VEZES SUBVALORIZADO"

Em suma, malta que pensa que pode encontrar no amor uma cura para os males da sua vida. Ah, só apetece citar Ornatos Violeta...

Carnaval



Não é nenhuma fantasia extraordinária, mas é assim que me sinto: se for a alguma festa de Carnaval, vou vestido como senhor aí de cima; e garanto que levo o meu trabalho de actor até ao fim e o imito e tudo! Não me é difícil...

5 maldições quotidianas



1 - O meu irmão a maltratar o idioma materno e a insistir que está no seu direito e que ele é que está certo

2 - Ser olhado com paternalismo por gente daminha faixa etária

3 - Pessoas que acham que sabem tudo, inclusivé História, mesmo que sejam de cursos como Engenharia

4 - Chamarem-me "Senhor" ou "Senhor doutor"

5 - Profissionais incompetentes em tarefas tão simples que até o Sharon como está as faria

5 pequenos prazeres



1 - Fazer caretas ao espelho, enquanto faço playback das minhas músicas favoritas

2 - Ter conversas sérias com pessoas

3 - Receber alguma mensagem de telemóvel (é muito, muito raro)

4 - Escrever cartas a algumas pessoas fora do país...

5 - Encontrar filmes em DVD à venda em promoções inacreditavelmente milagrosas

terça-feira, janeiro 24, 2006

Road to the Oscars: "Good night and good luck"



O ponto de partida: George Clooney decide realizar sobre um filme que conta a epopeia de um jornalista norte-americano, que num tempo em que o Governo do seu país condiciona subtilmente a liberdade de imprensa, denuncia a perseguição generalizada a uma minoria ideológica por entidades governamentais e também a errada actuação das mesmas. Já agora, contextualizo, para que não haja confusões: o filme passa-se na década de 50...
"Good night, and good luck", a segunda experiência de Clooney atrás das câmaras, retrata essa luta, travada por Edward R. Murrow, apresentador de um programa jornalístico da CBS, contra os abusos do Macartismo, cuja figura de proa era o senador Joe Mcarthy, figura anedótica que calcorreou a América em busca de comunistas e inquiriu dezenas de pessoas em nome da erradicação dos "vermelhos (ou "pinkos", na versão americana), transformando os EUA, a chamada pátria da democracia e da liberdade de expressão, num país em que se podia ser despedido ou ter a vida condenada ao fracasso simplesmente por se tere leves simpatias esquerdistas.
Esta luta, épica, é filmada por Clooney num irrepreensível modo minimalista, nunca deixando uma história que se dá ao chavão "maior que a vida" sair da esfera humana, restrita aos homens da CBS nela envolvidos, nomeadamente Murrow, o seu produtor Fred Friendly e o director Bill Paley, passando pelos vários jornalistas que de uma forma ou de outra foram tocados pela polémica. O filme é muito eficaz nesta denúncia, que apesar de se centrar nos anos 50, não deixa de lançar o debate sobre o actual estado do jornalismo norte-americano, e talvez mundial, principalmente nas palavras e monólogos da personagem de Murrow. Onde acaba por falhar em certa medida é na construção de personagens para lá desse círculo, sendo que algumas sub-intrigas (nomeadamente o casamento oculto entre o personagem de Patricia Clarkson e o de Robert Downey Jr.) a não serem mais que metáforas para a mensagem que se quer transmitir, o que provavelmente acaba por se ajustar nos objectivos de Clooney, ao comprometendo por isso a sua visão de realizador. Incrível ver um homem que é símbolo do satr system hollywoodesco a querer ser um auteur de uma forma tão determinada.

No elenco, há vários nomes conhecidos: desde Clooney a Frank Langella, passando pelos já referidos Clarkson e Downey Jr, e acabando em Jeff Daniels e Ray Wise, mas o destaque vai obviamente para a composição da figura de Murrow efectuada por David Strathairn, o sempre subestimado actor fetiche de John Sayles e um dos segredos mais bem guardados do cinema independente norte-americano. Fisicamente, está perfeito, na pose, no olhar e na voz; e interiormente, aparenta a calma rochosa tradicional de Murrow e uma obstinação que se nota em pequenos pormenores de expressão facial, gestos ou voz, num minimalismo de quem percebe mesmo do assunto. É incrível.

Em suma, um filme que de certeza está lá nessa noite. Clooney é o homem do ano para a Academia e este ano é para os filmes denúncia. resta saber o que limpará. Strathainr, a não ser nomeado pelo menos, será um roubo. De qualquer forma, os meus parabéns ao doutor Ross!

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Road to the Oscars: "The Constant Gardner"



Começo aqui a rubrica onde analiso os filmes com maior possibilidade de nomeação para os Óscares deste ano, tentando cobrir o maior número possível de estreias, de visionamentos em DVD e em DIVx.

"The constant gardner", em traço muitos gerais, trata primeiramente da história de uma mulher entusiasta e bem alternativa, cuja grande ocupação é combater as injustiças. Acaba por escolher como alvo as grandes companhias farmacêuticas, que escolhem África como um campo de testes alargadodos seus últimos medicamentos, ainda em fase experimental. É então que, de súbito, aparece morta. O seu marido, um fleumático diplomata inglês, mais preocupado com as as suas plantas e a neutralidade britânica (que não existe na prática), fica devastado, mas ao começar a compreender que a morte da mulher foi um homicídio horrendo perpatrado pelos homens que ela comabtia, reage como seria de esperar e parte para a luta, à procura dos responsáveis, e para acabar o trabalho que a mulher deixou a meio.

A intriga do filme é aparentemente a de um thriller, mas a grande surpresa do espectador é constatar que "The constant gardner" é acima de tudo uma história de amor. Primeiro, entre um diplomata e a sua esposa; depois, entre o mesmo diplomata e o fantasma da mulher. Fernando Meirelles, o realizador, gere estes dois planos da componente romântica com uma mestria assinalável, com um estratagema utilizado normalmente por Alejandor Gonzalez Iñarritu, o flashback constante durante a película entre momentos passados e presentes.
A escolha do realizador brasileiro é, aliás, certeira, pois o seu domínio da intriga fragmentada e complexa é visível no filme que o tornou famoso mundialmente, "Cidade de Deus", e a pergunta era se o seu estilo de montagem de rápida e fotografia saturada e vívida se coadunava com a escrita de John Le Carré, normalmente mais sofisticada e britânica. Resulta mesmo, o que se deve também à adaptação feita por Jeffrey Caine. A prova de que Meirelles não se vendeu, como acontece com muitos realizadores estrangeiros que vêm trabalhar para Hollywood (hmm, John Woo é o que me dói mais, pois sou fã dele em Hong-Kong e até agora, para louvar, só tenho "Face off" e pouco mais), levou César Charlone, o brilhante director de fotografia e cameraman de "Cidade de Deus", o que só favorece o filme.
No entanto, há algo que se repara de imediato: Fernando Meirelles filma bem de qualque maneira, mas menos nos meios urbanos de Londres e bem mais quando é deixado à solta nos bairros de lata quenianos, onde mostra o ambiente em que vivem aquelas pessoas de forma fascinante, dando a ver a podridão, mas também a alegria das pessoas e a forma como tentam encarar a vida com optimismo, no meio da sua miséria e da luta diária pela sobrevivência. Brilhante a sequência do teatro de rua, praticamente no início do filme.
Os outros grandes responsáveis pela qualidade do filme são Ralph Fiennes e Rachel Weisz. O primeiro é espantoso a nível da composição interior de um homem que aguenta a emoção até onde pode. Quando ele vai reconhecer a mulher à morgue, a sua fleuma, a sua ausência de sentimento, arrepia-me mais do que se ele começasse a chorar feito desalmado, mas sinto claramente algum pesar nele. Estamos a falar do mesmo homem que interpreta Amonh Goeth, o nazi carniceiro de "A lista de Schindler", que se entretinha a vir à janela de manhã para atirar sobre trabalhadores judeus. A sua obsessão é patenteada ao longo do filme, mas sem nunca perder o fio da personagem, aquilo que lhe é natural, dando-se, naturalmente, a transformação do gélido diplomata num ser humano totalmente aberto aos problemas do mundo. Já Weisz, inexplicavelmente atirada para a categoria de Actrzi secundária, é um poço de vida como Tessa Quayle, a activista que dá a vida pela sua causa e caminha naquela fina linha que separa a utópica chunga da mulher de causas que compreendemos e apoiamos com uma segurança incrível, criando uma mulher-criança a que não resistimos. Ambos os personagens, Justin e Tessa, são plenos de emoção e de intimidade. Meirelles mostra, para além da grande história, a petit histoire quotidiana neste casal. Notável a sequência em que Ralph Fiennes, imitando Jacques Cousteau, filma Weisz grávida, na banheira, como uma webcam. Há uma química genuína entre estes dois actores.
O pior do filme é mesmo o final. Não vou aqui revelá-lo, mas um filme realista usa um final que sai claramente da lógica de mundo real onde "The constant gardner" se movimenta.

É, no entanto, um excelente filme, que em nada me defraudou. É não só um filme denúncia, mas uma obra com um enorme coração. Fernando Meirelles continua a mostrar porque é considerado um cineasta brilhante e poderá chegar aos Óscares. Num ano onde a qualidade parece imperar, acredito piamente nisso.

Portugal de rir

10 nomes de terras que me deixam imediatamente com um sorriso na cara, não me perguntem porquê (e não, não vou falar das estafadíssimas Picha, nem Coina, nem S. Lourenço de rio Cabrão)

Alter do Chão

Samora Correia

Freixo de Espada à Cinta

Alfândega da fé

Almijofa

Fogueteiro

Aborim

Tamel S. Veríssimo

Caçarilhe

Mamoa

O presidente dos outros



Não posso dizer que este seja o meu presidente, porque não votei nele. Quando o avô Cavaco anunciou que seria candidato à Presidência da República, não houve grande surpresa. O especialista em tabus mantinha-se fiel a si próprio e provava à saciedade porque era considerado o Hitchcock da política portuguesa. Confesso que esperei ver o Hal-2000 do filme "2001 - Odisseia no espaço" chegar-se à frente, para poderem concorrer dois seres robotizados, mas esse meu desejo nunca se chegou a cumprir.
No entanto, a situação ficou mais normalizada quando chegou o anúncio de que o seu mandatário nacional era João Lobo Antunes, o conhecido neurocirurgião, famoso também pelo seu olho Electrónico. Um especialista em doenças do cérebro que lida com robótica... Era o homem de mão perfeito de Cavaco Silva; e mostrando como em 2005, a sua cabeça estava noutros tempos, convidou uma fadista, Kátia Guerreiro, para ser sua mandatária da juventude, visto que o fado é, claramente, um elo de ligação entre o poder político e os jovens do nosso país...
Durante a campanha e a pré-campanha, Cavaco passeou-se como aquilo que se anunciava: um vencedor antes da vitória. Esfregou as mãos com a cisão do PS e notou com gosto que a habitual teimosia da Esquerda continuava em alta. Portanto, calculando com o cinismo e a frieza que a sua lide com números em papel lhe calejou o intelecto, foi gozando a certeza de que a malta esquerdista se dividiria e que a lógica trataria do resto. A sua danação seria a 2ª volta, mas com os candidatos de Esquerda a atirarem uns sobre os outros, o que havia a temer?
Nadinha. Nada de nada.

Por isso, após a apoteose de hoje, prevejo já o primeiro dia de Cavaco como Presidente dos outros: às 6 da manhã acorda e sem acordar a mulher, veste-se à século XVI e toma um rápido pequeno-almoço; de seguida, dirige-se à sua base subterrânea, onde guardou o "Branquinho" para esta ocasião. Após montar o "Branquinho, com força como se pede a um monarca, avanaçará a trote até à cidade de Lisboa, com um jovem mensageiro à frente (jovem ou baixote, pelo que a visão de Marques Mendes a cumprir esta função não deverá parecer tão surpresa assim) a dar alvíssaras e a gritar "Glória a El-rei D. Sebastião, glória a El-rei D. Sebastião", tudo em grande aparato, a que se juntará uma imensa comitiva do PP e do PSD vestidas a rigor, caravelas no Estuário do Tejo, a Ordem Jesuíta ressuscitada, Kátia Guerreiro a entoar cantigas de amigo (talvez "Flores de verde pino"), Pacheco Pereira como Cristóvão de Távora e talvez uma ou outra pessoa de valor. Resta a confirmação dos restantes candidatos no papel de mourama agrilhoada.
O nevoeiro vai ser tal que os lisboetas não poderão ir trabalhar; e no entanto a economia do país crescerá imediatamente a partir do momento em que Cavaco entre em Lisboa. Descerá em frente ao Palácio de Belém e saudará Jorge Sampaio, dizendo: "Bons dias, alcaide." Sampaio estranhará, mas rapidamente é expulso à espadeirada. De seguida, o homem de Boliqueime anuncia que Alcácer-Quibir é culpa de Soares, pois na altura ele não era primeiro-ministro, e que José Cid é imediatamente condenado ás galés por ter criado a malfadada música sobre o acontecimento. No meio do reboliço, auto-proclamar-se-á como Imperador de um V Império com 3 centros: Boliqueime, Lisboa e porventura Viseu (com a alternativa Madeira ainda em aberto, no entanto instável). Vasco Graça Moura será o padre António Vieira e Santana Lopes fará de bobo. Enfim, o costume
E no meio de tudo isto, Portugal entra para a OPEP, para o G-8, expulsando a Rússia e o Conselho de Segurança da ONU. George das Américas tratará Cavaco estranhamente como "dirty Dick" e Cavaco forçará a Inglaterra, a França e a Alemanha a dar 10% do seu PIB a Portugal. O futuro apresenta-se radioso e neste momento em que escrevo, sinto já que o meu nível de qualidade de vida é praticamente igual aod os Países Nórdicos. Afinal, somos governados por um bloco de gelo.

domingo, janeiro 22, 2006

A propósito de abstenção...

A certeza que de que esta país não anda muito bem politicamente é quando, num dia de eleições, a pergunta que nos fazemos não é "Em que é que vou votar", mas sim "Porque é que vou votar."

sábado, janeiro 21, 2006

Presidenciais: o balanço



Apesar de nunca o ter refrido anteriormente, este blog fez uma cobertura atenta de cada campanha dos vários candidatos ao cargo de Presidente da República. Uma conclusão é certa: vamos perceber melhor o que diz qualquer um destes candidatos relativamenete ao discurso erudito de Jorge Sampaio, o que é uma vantagem. Um ponto forte também é o facto de todas as esposas dos candiadtos serem mais baixas que eses, o que evita novo imbróglio "Maria José Ritta".

Para aqueles que se admiraram pelo facto de esta campanha ter sido praticamente insultos, converda fiada e ataques, tenho a dizer: Welcome to Portugal! Mas que se passa convosco? O insulto é a nossa principal forma de comunicação e a conversa fiada uma cadeira esencial em Ciências Políticas, apenas tem um nome carote: Retórica! Apesar das diferenças partidárias, eles fizeram todos o curso na mesma escola. Por isso, que esperavam?
Estas eleições fecham também um ciclo de dinosauros políticos e a confirmação de dois novos: Cavaco e Soares regressam, um mais sebastianista que outro; Louçã e Jerónimo afirmam-se como o papa-camapnhas dos respectivos partidos, não dando hipótese a qualquer outro militante de representar a máquina partidária. Saúda-se Joana Amaral Dias, pelo belo palminho de cara e pela emancipação: VIVA!

Este blog vai agora proceder à entrega de alguns prémios "Presidenciais - 1ª volta". Sim, porque acredito que se seguirá uma sequela! Além disso, vários amigos meus precisam mesmo dos 70 euros pagos para ficarem nas mesas de voto. Aqui vai:

MELHOR CANDIDATO

Não é necessariamente aquele em que vou votar, mas tenho de confessar que Garcia Pereira me surpreendeu. Com um estilo sóbrio, ácido q.b e discurso de quem sabe que 0 1% nos resultados seria algo de histórico, o líder do MRPP esteve igual a si próprio, o que se ocmpreende porque se continuou a chamar Garcia Pereira durante toda a campanha. Além disso, teve tomates e vociferar contra a RTP e fazer com que a Judite de Sousa deitasse fora uma das suas folgas para o entrevistar, a ver se o calava.

PRÉMIO COMBATIVIDADE

Mário Soares merece: tanto se malhou na idade deste homem que surpreende ainda etsar vivo após ter dado a volta ao país. Será que quanto mais viaja, mais jovem fica? é mistério. No entanto, enfrentou sem medo as multidões, os ataques e as rezas do terço da mulher.

PRÉMIO COMÉDIA

Sem dúvida, Cavaco Silva. A sua citação de Álavro Cunhal foi um golpe genial e uma mina de ouro para os humoristas nacionais. Além disso, foi curioso observar o seu domínio do humor físico, na luta constante daquele robô cavaquista em torna-rse humano, o senhor Cavaco.

DESILUSÃO DA CAMPANHA


Jerónimo de Sousa. Voltou a desbobinar a cassete comunista e quando quis disfarçar isso, mostrando a sua família, esqueceu-se de que isso prejudicaria o seu charme no eleitorado feminino acima dos 55. Além disso, faltou-lhe o golpe de asa da afonia.

PRÉMIO REACCIONARISMO/ "MEMORIAL 25 DE ABRIL"

Novamente, o tio Jerónimo. Com a ausência de Paulo Portas da vida política activa, Jerónimo toma o sue lugar de pateta-mor e torna-se num dos reaccionários que diz combater, ao querer transformar Cunhal num Deus e Grândola, vila morena num hino marcante como o Messiah de Haendel, com exclusivo monopólio comunista.

PRÉMIO QUERO SER COMO TU

Nunca poderia adivinhar que o sonho de Franciso Louçã era ser Michale Moore. Mas os tempo de antena do BE não enganam. Só nos resta apoiá-lo: já tens os óculos, pá! Agora vence a ideologia e toca a almoçar todos os dias no McDonalds.

PRÉMIO SAPOS

Manuel Alegre. Se ele leva Cavaco à 2ª volta no Domingo, vai faezr engolir muitos dentro do PS. Já faltou mais para ver José Sócrates saltar feito bailarina.

PRÉMIO PROFETA

Ex-aequo Manuel Alegre e Cavaco Silva. Um tem o visual Moisés perfieto e uma voz modulada e vibrante como se quer; o outro é um Messias com rebanho, mas sem auréola.

FRASE DA CAMPANHA

Mário Soares in the house: "Eu não tenho qualquer interesse em ser Presidente da República, mas penso ser a melhor pessoa para o cargo e ajudar o país." É um bacano, este gajo! MP3 4ever!

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Sorriso



Por esta minha súbita onda de boa disposição, sinto que tenho de agradecer a algumas pessoas e entidades:

- por ordem de quem me aturou mais tempo, a Lisa, a Rita, o Longuinho e o J.P (mesmo que nunca se tenha apercebido do contributo que deu)

- ao Dr. House, que me mostrou o quanto o cinismo e o sarcasmo podem ajudar uma pessoa com problemas de auto-confiança a ganhar num novo lema ainda mais destrutivo, com frases como: "There's an evolutionary imperative why we give a crap about our family and friends. And there's an evolutionary imperative why we don't give a crap about anybody else. If we loved all people indiscriminately, we couldn't function." ou "Everybody does stupid things, it shouldn't cost them everything they want in life."

- a JJ Abrams por ter criado "Lost", vício que me foi mantendo vivo

- a todos os que têm vias piores que eu, por me fazeerem perceber o quão ridículo sou por me queixar

- a uma rapariga que um dia me escreveu umas das coisas mais importantes na minha actual filosofia de vida: "Someone in the world will always love you, when if you don't see it sometimes"

segunda-feira, janeiro 16, 2006

A lei de Chuck Norris



Chuck Norris não lê: fixa furiosamente o olhar num livro até que este lhe dê a informação que tem nas suas páginas

sábado, janeiro 14, 2006

Enquanto jogava FIFA, perguntei-me



Porque é que amammos alguém? Ou melhor, porque é que temos a necessidade de nos relacionarmos em termos românticos com outra pessoa? Andamos tanto tempo à volta, prisioneiros deste sentimento, sem sequer pararmos para nos perguntar porque essa irgência de lhar para alguém e dizer que é especial, tão especial que estávamos horas a falar sobre ela e mesmo saber-nos-ia a pouco.
Há quem necessite de receber atenção e amor; há quem precise de o dar; há quem apenas goste de estar sozinho; quem o faça só para se exbiri; quem pense que é assim que vai resolver os seus problemas; para não se sentir mal; porque não tem nada de mlehor para fazer; por motivos sexuais; por outros mtivos que certamente gente mais letrada que eu no campo romântico/amoroso poderá dissertar na secção de comments deste blog.

Eu só posso falar por mim: porque me quero sentir amado e, acima de tudo, porque quero saber o que é amar alguém e ter a oportunidade de mostrar a alguém de quem gosto muito o quanto gosto dela. Uma amiga minha disse-me que o mundo amoroso onde vivo parece tirado de um filme. Por um lado é bom, porque, bem faço coisas que não lembram ao diabo; por outro, não me deixa manter os pés na terra. Concordo plenamente com ela: parte da minha criatividade flui dos meus sentimentos amorosos e isso é um conceito de filme, pois a minha imaginação funciona no sentido de agradar à epssoa de quem gosto, pensando que assim vou ser bem mais feliz do que sou. De facto, posso afirmar que não será bem esse o caminho para a felicidade e que se, neste momento pudesse pedir 3 desejos, ou seja, o clássico paradigma da lamechice bloguiana (para alguém que quer teimosamente ser sempre fora da norma, olhem para a mim a vergar perante o tema...) acho que o primeiro iria para cumprir o meu sonho de ser realizador de cinema; o segundo o de transformar imediatamente as pessoas de quem gosto naquilo que elas desejassem; o terceiro talvez poder ser jovem mais tempo. Acho que não incluiria aqui uma namorada, até porque acredito que esse tipo de coisas não se desejam: meceme-se, ou pelo menos trabalha-se nese sentido, Claro que há parvoíces várias, desde as próprias pessoas de quem gostamos, até outros pormenores fora do nosso controlo (o meu é a distância geográfica, o que, não sendo demiurgo, nem muito menos tenhho um jacto particular, será particularmente difícil de solucionar), que impedem que sejamos felizes amorosamente, mas essa será a pior das razões para estar deprimido. Porque se o não amor nos arrasta para o abismo, significa que não temos cá dentro uma âncora, uma luz, que seja suficientemente forte para o impedir; portanto, a fonte dos nossos problemas pode muito bem ser outra.

A última vez que etsive deprimido por questões amorosas foi quando me apaixonei pela primeira vez. Era ingénuo, percebe-se. Agora, deixa-me triste, mas tento não me deixar abater. Podem chamar-lhe calo, mas eu chamo-lhe maturidade. é uma questão de perceber que há coisas tão importantes na vida que concentrarmo-nos nos nossos problemas amorosos talvez não seja a melhor coisa a fazer. É como diz o doutor House: "Há quem diga que o amor né a coisa mais importante da vida; eu cá acho que o sangue é muito subvalorizado". Saída espirituosa, mas é verdade. Parece quase confucionista, mas um edifício com bases sólidas aguenta qualquer pancada. OK, dois aviões cheios de combustível é coisa para gente memso com estrutura, coisa que não tenho, mas nuca será razão para o edifício vir rapidamente abaixo. Na altura em que comecei a pensar que havia gente que morria de fome no mundo, os meus problemas amorosos tornaram-se muito relativos. As raparigas não me querem? E então? De certa forma, acabo por arranajr um mórbido consolo, lamento consolar, nos caso de miúdas que se vêm queixar que os namorados são grandes labregos e potentes estúpidos. Há uma espécie de justiça poética nisto. Não ao nível de achar que mereço mais que eses labregos, mas atlvez a certeza de que há uma certa ordem nestas coisas e se as relações não duram para sempre, é certo que algures, estará a minha vez. Tenho a certeza de que será com alguém fabuloso, de quem vou gostar muito. Porque é assim que eu quero a minha namorada: alguém que me faça respeitá-la, e que me respeite. Que me faça sentir mais seguro. Em suma, que seja o meu guarda-chuva azul.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Perplexo

Prova de um Portugal retrógrado: são lançadas em DVD as duas primeiras séries de "Casei com uma feiticeira"; "Desperate Housewives" e "Lost" é que nem vê-los. Viva o culto dfo saudosismo televisivo!

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Sou humano, por isso pergunto

Esta é outra nova rubrica que de vez em quando surgirá neste blog, com questões intrínsecas ao ser humano ou apenas chatas o suficiente para ninguém as ter respondido até hoje. A primeira, e sem mais demoras ou qualquer tipo de ligação a mim, é esta:

Porque é que detestamos nas outras pessoas os defeitos que gostamos de ver em nós?

quarta-feira, janeiro 11, 2006

A lei de Chuck Norris



"Não existe lei da evolução: apenas as criaturas que Chuck Norris permite que respirem"

Homem com H grande



Não posso deixar de admirar Tony Carreira, depois de um poster que vi hoje. Toda a gente sabe que Tony é um artista carismático, com milhares de fãs em Portugal e lá fora, nas comunidades de emigrantes, preparando-se para dar o grande salto internacional quando sair o seu álbum de duetos com Julio Iglésias. Eu pensava que, dpeois de tudo isto, o grande herói da música popular portuguesa poderia descansar. Huve até já quem o tivesse ouvido falar em reforma.
No entanto, ledo engano. Eu já devia saber que um Homem como Tony não é alguém para ficar a dormir à sobra dos seus sucessos e anda sempre em busca de um desafio que o faça ir bem para lá da vida. Aparentemente, encontrou-o, num adversário em tudo inesperado: marcou outro grande concerto no Pavilhão Atlântico, em 13 de Maio de 2006. Vai confrontar-se, portanto, num inquietante mano a mano com outro ídolo maior que a vida como ele, e a quem as fãs devotam tanta fé e atenção como a Tony: Nossa Senhora de Fátima. Tony não brinca: quando quer combates, só defronta os melhores. Prevê-se que os adversários seguintes sejam o próprio Deus e por fim, num combate apocalíptico que promete colocar o mundo em risco, José Mourinho.
Perante isto, e para o confronto Tony/Ñossa Senhora, o desejo deste blog é que ganhe o melhor!

Melhor filme de animação



O mais interessante na categoria de melhor filme de animação este ano é o facto de os dois grandes candidatos ao Óscar serem duas fitas rodadas em claymation, ou seja, animação utilizando modelos animatrónicos ou de plasticina, o que é notável, tendo em conta a teoria vigente na indústria de que animação em computador é que é e o resto que se dane, personficado pelo brilhante exemplo da Disney em fechar os seus últimos estúdios de animação tradicional em Orlando.
Do mesmo género, mas com estilos completamente diferentes, "Wallace and Gromitt: The curse of the were-rabbitt" e "Tim Burton's The Corpse Bride" são as duas possibilidades mais sérias não só para a nomeação, mas para o Óscar em si. Gostava de relembrar que nos 3 anos em que este Óscar foi atribuído, a qualidade acabou por prevalecer, o que muitas vezes não acontece nas categorias principais, onde as injustiças imperam. Há 3 anos, ganhou "Shrek", de Andrew Adamson e Vicky Jenson; há dois, "A viagem de Chihiro", de Hayao Myiazaki; e no ano passado, "The incredibles", de Brad Bird, sendo os melhores filmes em cada um dos seus anos e levando o prémio para casa.- Parece-nos portanto lógico que, falando dos dois melhores filmes de animação do ano, tenhamos de os considerar como os principais candidatos.
Como deram entrada menos de 15 filmes de animação na Academia neste ano, só vamos ter 3 nomeados. Resta portanto saber qual dos restantes dançarinos ocupará a cadeira vaga. Basicamente, será o mesmo que dizer qual será o filme animado por computador que se destacará e terá a cnsolação da nomeação. O melhor indicador para esta categoria são os Annies, o prémios de animação norte-americana. A julgar por aí, há 3 boas hipóteses: "Chicken little", o primeiro filme animado por computador da Disney; "Madagascar", o delírio selvagem da Dreamworks; e o belíssimo "Howl's moving castle", do mestre japonês, e um dos melhores animadores do mundo, Hayao Myiazaki. Resta ainda "Robots", da Fox, mas que neste momento parece já ter perdido o gás todo e estar fora da corrida. Então quem será o 3º? "Chicken little" foi o que estreou mais recentemente, mas a crítica recebeu-o mornamente e sem grande pompa; "Madagascar" parece reunir algum consenso, da crítica, dos Annies e do público, tendo sido um dos grandes êxitos do ano; "Howl's moving castle" é de Myiazaki, realizador com grande culto na Academia e indubitavelmente o melhor dos 3. A única dúvida aqui será, portanto, saber se a Academia privilegiará a qualidade e terá a coragem de mandar os dois maiores estúdios de animação norte-americanos, a Disney e a Dreamworks, dar uma volta ao bilhar grande. Por enquanto, prevejo este alinhamento:

"Wallace and Gromitt: The curse of the were-rabbitt"
"Tim Burtons's The corpse bride"
"Madagascar"

terça-feira, janeiro 10, 2006

Melhor actriz secundária



Eis outra categoria completamente cheia de incerteza este ano. Aliás, as categorias de actor e actriz secundária são quase sempre de uma imprevisibilidade incrível, surpreendendo-nos muitas vezes (alguém, recorda a vitória de Marcia Gay Harden por "Pollock" há 5 anos?). No entanto, e pelo que me é dado ver e ler, podem-se avançar com alguns nomes de forma consistente: Michelle Williams, a jovem actriz de "Brokeback mountain", tem grandes referências em prémios, pelo seu papel de esposa do personagem Ennis Vale, de Heath Ledger; a praticamente descopnhecida Amy Adams, que poderão recordar pelo seu papel de namorada de Leo di Caprio em "Catch me if you can", como um jovem grávida pertencente a uma família disfuncional. Confesso que nem vi o filme, nem li grandes críticas, mas a SAG está com Adams, o que é sempre um bom indicador; a bela Rachel Weisz, que já apareceu numa foto neste blog, é outra das grandes hipóteses, com tudo a seu favor, pela activista de "The constant gardener". Com estes três nomes praticamente garantidos, voltamos ao esquema das escolhas para todos os gostos, o que é apanágio deste tipo de categorias.
Frances McDormand, a sempre oscarizável, volta a surgir em papel de relevo, "North country"; a independente Catherine Keener, já nomeada anteriuormente, aparece em "Capote", como a amiga e colega do personagem principal; Gong Li, em "Memopirs of a Geisha", pode faezr lembrar a nomeação de Ken Watanabe, há dois anos, para melhor actor secundário por "The last samurai"; Maria Bello, por "A history of violence", pode ter alguma hipóteses, principalmente por ter já sido nomeada para os Globos de ouro; e ainda há a estrela do momento, Scarlett Johansson, por "Match point" (como a puderam esquecer há dois anos?), as veteranas Diane Keaton e Shirley Maclaine.
Enfim, este parece-me o provável alinhamento:

Michelle Williams - "Brokeback mountain"
Amy Adams - "Junebug"
Rachel Weisz - "The constant gardener"
Gong Li - "Memoirs of a geisha"
Catherine Keener - "Capote"


(Alternativa - Sacrlett Johansson - "Match point")

Melhor actor secundário



Uma luta que promete mesmo é a de melhor actor secundário, com os prémios da SAG (a Guilda dos actores) e os Globos de Ouro, geralmente os dois melhores indicadores para este tipo de coisa, a darem pistas diferentes. A ver pelos pontos em comum entre elas, há nomes praticamente definitivos: Matt Dillon, pelo seu polícia racista que se apaixona por uma negra em "Crash", é aposta segura; George Clooney, o homem do ano dos Óscares, é quase garantido, desta vez por "Syrianna"; o excelente e sempre desvalorizado Paul Giamatti está lá este ano,finalmente faz-se justiça, embora por linhas tortas (como esquecê-lo em "Sideways"?) por "Cinderella man".
Os dois lugares que sobram são quase totoloto, onde há escolhas para todos os gostos, desde quem se conforma com um certo academismo nos Óscares até àqueles que acreditam que de vez em quando lá sai uma bomba daquela gente: Bob Hoskins, por "Mr. Henderson presents", é um actor inglês impecável, muitas vezes esquecido nos prémios; Don Cheadle, por "Crash", podia repetir a sua nomeaçõa do ano passado, agora numa categoria diferente, e é respeitado pelos actores e indústria em geral; Will Ferrell, um dos loucos de serviço do momento da comédia actual, é falado até certo ponto por "The producers", e tem uma nomeação dos Golden Globes; Jake Gylenhall é o companheiro de Heath Ledger em "Brokeback mountain" e parece aposta forte; William Hurt é um daqueles grandes actores de Hollywood, mas com pouco tempo de ecrã em "A History of violence"; Terrence Howard aparece aqui também por "Crash", mas parece-me exagero três nomeações para um mesmo filme numa mesma categoria.
Até ao momento, o mais lógico será:

Paul Giamatti - "Cinderella man"
Matt Dillon - "Crash"
George Clooney - "Syrianna"
Jake Gylenhall - "Brokeback mountain"
Don Cheadle - "Crash"

Melhor actriz



Há duas certezas nesta categoria: a nomeação dificilmente fugirá a Reese Whitherspoon (quem diria há uns anos?) e Felicity Huffman, que a ver-se confirmada esta honra, terá um ano em cheio, após ter ganho o Emmy em "Desperate housewives".

Há depois outros nomes avançados com os prémios e pelos especialistas na matéria: Charlize Theron poderá repetir a nomeação, com "North Country", no papel de uma mineira vítima de assédio sexual; em "Memoirs of a Geisha", a chinesa Zhang Ziyi pode ter garantido uma nomeação, teno por trás de si a crescente força do cinema asiático; a favorita da Academia, Dame Judi Dench, é outra forte possibilidade, ainda por cima num filme produzido por aqueles a quem Billy Crystal chama os Magos do Mal da Academia, os Weinstein; a estrela em ascensão Keira Knightley, a veterana e injustamente nunca premiada Joan Allen e a desconhecida Vera Farmiga poderão ser outras hipóteses.
Neste momento, parece que vai assim:

Judi Dench - "Mrs. Henderson Presents"
Felicity Huffman - "Transamerica"
Charlize Theron - "North Country"
Reese Witherspoon - "Walk the Line"
Zhang Ziyi - "Memoirs of a Geisha"

Melhor actor



Começando no esquema que tenho seguido, as certezas ou quase: se quiserem apostar dinheiro nestas nomeações, Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix são dinheiro garantido. As suas personificações de Truman Capote e Johnny Cash são o tipo de coisas de que a Academia gosta muito, encarnações mesmo, literais e de personagens com características específicas que definem o trabalho de um actor. Além disso, as nomeações nesta leva de prémios têm justificado esta aposta. Um terceiro nome certíssimo é "Heath Ledger, com o seu cowboy homossexual de "Borkeback mountain". Ledger é australiano, nação que tem dado oscarizados e nomeados a Hollywood nos últimos anos, e além disso, mostra coragem com a passagem de ídolo de adolescentes para actor sério no filme do momento.
A partir daqui, aceitam-se apostas: David Strathairn interpreta também um personalidade real, num filme amado, "GNAGL"; Russell Crowe é o boxeur Jim Braddock, o feel good movie deste ano para a Academia e nunca se deve menosprezar o seu poder; além disso, Eric Bana, de "Munich", Ralph Fiennes, de "The constant gardener" e os surpreendentes Jeff Daniels, de "The squid and the whale" e Terrence Dashon Howard, um relativo desconhecido de "Hustle and flow" podem ter hipóteses. Vamos lá a ver como páram as modas.
Neste momento, é aqui que elas andam

Philip Seymour Hoffman - "Capote"
Joaquin Phoenix - "Walk the line"
Heath Ledger - "Brokeback mountain
Ralph Fiennes - "The constant gardener"
David Strathairn - "Good night and good luck"

(Alternativa: Russell Crowe - "Cinderella man")

Melhor realizador



A corrida de Melhor realizador este ano promete ser bastante interessante e até ao momento, a única certeza é a de que Ang Lee será mesmo nomeado, Goerge Clooney parece estar também praticamente certo e o poder de Spielberg fará sentir-se novamente. As dúvias estão nos dois lugares que faltam. Segundo a DGA, Bennett Miller e Paul Haggis serão os escolhidos e a DGA raramente falha, mas os Óscares revelam sempre, por vezes duas, surpresas. Alguém se lembrou comigo da nomeação de Fernando Meirelles há dois anos? Pois o mesmo Fernando Meirelles pode novamente surpreender. Mas nao está sozinho.

Embora improvável, o clube de fãs do trabalhador Peter Jackson pode fazer bastante estragos; a voto de respeito por dois regressos de luxos, no caso Woody Allen e David Cronenberg, é algo a ter com conta, principalmente com o primeiro. É um fora da lei na Academia, mas eles gostam de o ter por lá, como se provou há 3 anos, quando fez o discurso laudatório à sua cidade, Nova Iorque; e sempre que lá vai, é respeitado e aplaudido de pé; e não esquecer James Mangold. Por esta altura, os nomeados seriam:

Ang Lee - "Brokeback mountain"
George Clooney - "Good night and good luck"
Steven Spielberg - "Munich"
Paul Haggis - "Crash"
Fernando Meirelles - "The constant gardener"


(Alternativa: Woody Allen - "Match point")

Óscares: como vai a coisa?



MELHOR FILME

Neste momento, e a julgar pelos prémios da crítica e das guildas dos profisionais do Cinema, que também participam na votação dos Óscares, há apenas duas certezas: "Brokeback Mountain", o wetesrn envolvendo homosexualidade entre cowboys de Ang Lee, e "Good night and good luck", o filme denúncia do macartismo de George Clooney, são apostas seguras e só uma catástrofe os colocará fora da órbita dos Óscares. A partir daqui, só hipóteses, umas mais fortes que outras: "Crash", o filme coral de Paul Haggis, "Capote", o filme acerca de Truman Capote de Bennett Miller e "Walk the line", o biopic de James Mangold sobre Johnny Cash, são fortes possibilidades, embora com falhas: o primeiro foi lançado bem cedo este ano e interroga-se se a Academia se lembrará dele nas votações, o que a ver pelos prémios que tem recebido, é quase certo; o segundo parecde viver muito da força de Philip Seymour Hoffman no papel principal; o terceiro cheira demasiado a "Ray", que já teve algum destaque no ano passado. O que nos resta então? "Munich", o novo Spielberg, parece ter estreado tarde, mas há quem acredite que poderá ter a força para ainda entrar, dependendo muito seriamente do comportamento na DGA (a Guilda dos realizadores) e também de uma forte campanha publicitária: este ano, a Academia parece estar virada para temas social e politicamente sérios (Jon Stewart, afinal, é o host) e Spielberg poderá ter isto a jogar a seu favor, numa arriscada aposta de carreira; "The constant gardener", filme denúncia de Fernando Meirelles, tem uma fiel base de fãs e o realizador brasileiro gerou um certo culto à sua volta após "Cidade de deus". A crítica gostou da fita, mas tem a desvantagem de já ter alguns meses...; "A history of violence" e "Match point", o primeiro de David Cronenberg e o segundo de Woody Allen, marcam o regresso de dois proscritos da Academia, por razões diferentes, à berlinda dos Óscares. Embora "A History..." tenha apenas o apoio da crítica, "Match point" teve 4 nomeações para os Globos de Ouro, inclusivé Melhor Realizador. Será bom sinal?; por fim, as incógnitas: "Syrianna", "M;emoirs of a Geisha", "King kong" e ainda há quem acredite em "Cinderella man"! Por agora, os 5 parecem ser:;

"Brokeback mountain"
"Good night and good luck"
"Crash"
"Munich"
"Capote"

segunda-feira, janeiro 09, 2006

A lei de Chuck Norris



A leitura de um artigo de uma revista anteontem à noite fez-me constatar uma evidência que me escapava: Chuck Norris está já envolvido em coolness, para lá de uma quase certa espondilose. A figura garnítica do actpr norte-americano pode ser para alguns o homem de força de "Desaparecido em Combate" (1 e 2), sofrendo pelos soldados norte-americanos abanodnados à sua sorte no cumprimento do dever, ou o patriótico exército de um só homem que se ergue perante a ameaça comunista e defende o seu país em "Invasão EUA", mas na cultura popular, e principalmente para aqueles da minha geração, ele é o único e inimitável "Walker, o ranger do Texas", um agente da autoridade sério, que cumpre a sua função com galhardia e se possível com poucas perguntas e muita pancada.
De facto, era aí que resistia para mim o fascínio de Norris, quando era adolescente e seguia a série. Aquele era um polícia diferente: debitava poucas falas e diálogos. Se queria saber alguma coisa, batia; e para nós, isso fazia sentido. Mesmo que significasse ele partir ao pontapé o pára-brisas de um carro que segue a 100 à hora contra ele e ainda assim, ficar inteiro. Ele é alguém que nos ficou: nem outros broncos da pancada de série B, como Steven Seagal, Jean-Claude Van Damme ou Dolph Ludgreen (não vamos aqui meter ao barulho o Charls Bronson, ok?) conseguiram ser assim tão bem sucedidos, nem cativar-nos; ele acaba por estar perto do estatuto dos grandes heróis patriotas, como o Arnie Schwarzenneger ou Sly Stallone. Quais os motivos?
Ninguém consegue explicar bem. Talvez porque a série é involuntariuamente cómica, e teve um relativo sucesso. NO seu talk-show, Conan O'Brien tem a habitual rubrica de exibir pequenos excertos da série, que divertem os espectadores com o seu exagero. Houve uma edição em que o próprio Chuck apareceu para impedir Conan de mostrar o sketch, em tom de paródia, sendo que se seguiu uma disputa entre o apresentador e o actor/sensei/estrela de Tv-shop, bem coreografada e ao estilo da série.

É por isto, e muito mais, que se inaugura num blog, e com a ajuda de alguns sites de Internet devotados a este gigante do american dream um espaço a que vamos chamar "A lei de Chuck Norris". E esta é a primeira lei:

O CHUCK NORRIS NÃO CAÇA, PORQUE ISSO LEVA A PENSAR QUE ELE PODE FALHAR. O CHUCK NORRIS MATA!

Músicas que me fazem saltar...



... independentemente do meu estado de espírito. Há algumas. Uma é a que deixo aqui em baixo: "Waiting", dos Green Day, proveniente do álbum "Warning", de 2000, um disco que de cada vez que o ouço, descubro coisas novas. É um bom álbum. Não sera genial, mas ouve-se muito bem, com músicas simples, mas bem esgalhadas. "Waiting" é um dos melhroes temas do álbum e uma das canções pop-rock mais perfeitas que conheço. Para além disso, também gosto muito da letra. Pode ter várias interpretações. ÀS vezes, gostava que fosse a última canção que ouço no fom de um ano. Mas acho que, na realidade, é uma mensagem de esperança; e por isso a coloco aqui, não só para mim, mas para todos os que lêem isto e se sentem tristes com alguma coisa.

"Waiting"

I've been waiting for a long time
For this moment to come
I'm destined
For anything...at all
Downtown lights will be shining
On me like a new diamond
Ring out under the midnight hour
No one can touch me now
And I can't turn my back
It's too late ready or not at all

I'm so much closer than
I have ever known...
Wake up

Dawning of a new era
Calling...don't let it catch you falling
Ready or not at all
So close enough to taste it
Almost...I can embrace this
Feeling....on the tip of my tongue

I'm so much closer than
I have ever known...
Wake up
Better thank your lucky stars....

I've been waiting for a long time
For this moment to come
I'm destined for anything at all

Dumbstruck
Colour me stupid
Good luck
You're gonna need it
Where I'm going if I get there...
At all....

Wake up
Better thank your lucky stars....

O outro lado do espelho



Venho para aqui queixar-me sempre das pessoas que não se importam comigo e corro o risco de generalizar. Isso é muito mau, porque provavelmente apanham por tabela pessoas que não merecem e a quem, provavelmente, não dou o valor devido. Mas dou. Muito valor mesmo, se calhar mais do que eu lhes consigo transmitir. Estas são pessoas que se dispõem a ouvir, mesmo que tenham de acordarcedo no outro dia ou que estejam sobrecarregadas de trabalho; que mesmo doentes, ainda têm um tempo para me escutar; que mesmo não me deixando fazer parte total da sua vida, partilham um pouco dela comigo, mesmo as coisas mais normalíssimas que para elas são chatas e para mim são ouro puro.

Gosto quando essas pessoas me explicam o que eu não percebo e mostram que compreendem parte do que sinto, sem me fazer sentir culpado ou mal comigo mesmo.
Gosto da maneira como me olham ou do esforço que fazem para me fazer sentir integrado, mesmo sabendo, provavelmente, que é um esforço inglório.
Gosto que aturem as minhas parvoíces sem se afastarem de mim por isso.
Gosto delas porque aceitam o meu lado mau sem o exagerarem.
Gosto delas porque fala comigo antes de aceitar o que quer que lhes digam.
Gosto delas porque me defendem, mesmo quando eu não ajudo em nada nessa defesa.
Gosto delas, porque criam pontes para vir ter comigo.
Gosto delas, porque mesmo quando lhes digo que não quero falar sobre o que choro, elas continuam a ser minhas amigas e a ver-me como alguém digno da sua amizade.
Gosto delas, porque se esforçam.
Gosto delas, porque me ensinam coisas.
Gosto delas por gostarem de mim.
Gosto delas porque me sinto seguro.
Gosto delas, porque me tentam animar, mesmo que com a maior parvoíce. Por vezes, aceitarmos fazer figuras de parvo pelos outros é uma das maiores amizades que lhe spodemos oferecer.
Gosto delas, porque falam comigo e dizem-me que me esforço e que devia continuar assim. Era bom que toda a gente reparasse como me esforço e me dissesse.
Gosto delas, porque confio nelas e acho que não me vão trair. São uma rede por baixo de mim de cada vez que me torno frágil.
Gosto delas porque existem. E se existem, então a minha vida ganha um pouco mais de sentido.

domingo, janeiro 08, 2006

Intervalo



Para os interessados, a luta continua. Para bem do meu Mestrado e do meu equilíbrio interior, o meu lado duro continua a ganhar. Não porque a situação tenha melhorado. Apenas sou mais forte cá dentro do que eu pensava.

Nunca tive jeito...

... para escrever poemas. A única vez que o fiz foi num trabalho de casa de Português, no 11º ano, em que nos era sugerido que construíssemos poesia à boa maneira dos Rommânticos. Não o sie de cor, mas versava a tamética da morte, do suicídio e do amour fou. Enfim, uma coisa bem ao jeito daquela malta. A minha profesora gostou e por uns tempos, até pensei ser capaz de o fazer. sim, porque aquela mulher foi a pessoa que mais me influenciou no que escrevo, pois acreditou em mim e nas minhas capacidades e me convenceu que eu tinha imaginação suficiente para criar um estilo de escrita próprio e que servise a minha criatividade. Ela tinha razão. Bastou apoiar-me. Coisa rara.
No entanto, quando mais olhava para o poema, mais me convencia de que era muito artificial. Obedecia à métrica e tudo. Sabia, em mim, que a poesia seria aquela área da escrita onde nunca tocaria. Ainda hoje sou capaz de escrever histórias e contos, peças e guiões, ensaios e trabalhos científicos, sempre com elogios e olhando para eles com um grande orgulho, mas a poesia não. Talvez qualquer dia arrisque e faça alguma coisa. Tente. Mas neste momento, sinto que não sou bom a isso. Não tenho pureza de alma suficiente, ou igual capacidade de mentir ou fingir, para poetizar o que quer que seja. Além disso, neste momento, a única poesia que faria era algo relacionado com tristeza, melancolia e solidão; e para isso, este blog e os personagens que crio são suficientes.

sábado, janeiro 07, 2006

Constatação



Lunático, débil mental, megalómano, inconsequente e ultra-beato: acima, na fotografia, está D. Sebastião, um dos piores reis da nossa História.

O que escolher?



Apetece-me chorar, mas não quero. Que fazer?

The bright side of life

Tudo na vida tem o seu lado positivo. Até eu acredito nisso. Portanto, e para não transformar esta fase do meu blog num discurso infindável de lamentações, com um tom semelhante ao do Livro dos Mortos tibetano, acho de bom tom apontar as coisas boas que me acontecem pelo facto de me sentir só e deprimido. Passemos então á lista:

1 - Como é Janeiro, estamos na altura de trabalhos. No meu caso, de Mestrado. Como não tenho grandes objectivos na vida e preciso de esquecer-me de como vai a minha vida, o trabalho surge como uma opção natural para passar o tempo de forma útil e de apagador de memória eficaz, não me deixando muitas alturas para auto-comiseração e também interrogações sobre os outros

2 - Estar tão frágil que me apetece chorar, mas com os outros a nunca repararem, ´
é algo de bom, pois mantém a minha aura máscula e viril, de homem que nunca verte uma lágrima. Claro que agrava o meu problema, pois se quase toda a gente não repara, é porque não quer, ous e repara, nada faz, mas permite-me permanecer nesse orgulho masculino que é um tónico de alma

3 - Fico mais sério, concentrado e composto. A sério. Geralmente as pessoas ficam stressadas quando se sentem deprimidas, mas eu pareço respeitável e calmo. Pareço ter um melhor controle sobre mim mesmo. Vá-se lá perceber

4 - Ao sentir-me triste, auto-analiso-me e vou vendo como ando e o que ando a fazer de certo e errado. O facto de trocar ideias com os outros sobre mim permite-me saber o que sou e o que não sou e ter a plena convicção disso mesmo. É uma espécie de jornada de auto-conhecimento.

5 - Fico mais criativo. Escrever é a minha forma de escapar daquilo que vou sendo e das minhas misérias e amplia-me a minha imaginação, entrando na minha vida imaginária que não partilho com ninguém.

6 - Obriga-me a ouvir a sério Ludovico Einaudi; e sabe bem.

7 - As minhas piadas tornam-se melhores, pois há muita matéria para as fazer: eu mesmo.

8 - Tomo consciência de quem são as pessoas que realmente gostam de mim e isto nesta altura da vida é fulcral, saber com quem se conta e com quem não se conta

9 - Fica-se com uma boa história para se contar aos netos: "E daquela vez, em que o vosso avô se sentiu tão só que comparado com ele o Saddam era um pólo de atracção de amigos...". Se não aos netos, talvez ao psiquiatra.

10 - Permite-me vir escrever para o meu blog; e numa onda de total dormência, escrever o que me apetece, sem me preocupar. Num certo sentido, recupero-me a mim próprio, um Bruno que aqui está dentro e que já merecia saltar cá para fora

E penso que será tudo. Por hoje. Como isto promete durar, pode ser que me lembre de mais alguma coisa.

Heróis pessoais - 1



Um dos meus heróis pessoais desde a minha adolescência é Chris Carter, o criador de duas séries brilhantes ("The X-Files" e "Millennium") e uma razoável ("Harsh Realm"). Quem me conhece sabe da admiração que nutro por este homem, talvez a mesma admioração que pessoas racionais e com juízo têm por malta como Gandhi, Martin Luther King ou o papa João Paulo II (na sua versão "Homem vestido de branco que se passeia pelo mundo anunciando a paz" e não na de "Homem vestido de branco mais ortodoxo que Newt Gingrich ou Tomás de Torquemada). É comum pensar-se que admiro Chris Carter pela sua faceta de criativo televisivo, e de facto acho-o muito bom e é um dos meus modelos. A razão principal, porém, é outra
Chris Carter levanta quiestões profundamente interessante na suas séries, aparentemente imperceptíveis a quem as vê como entretenimentos. Os sues programas televisivos dizem mais do que aparentam. As desventuras de Mulder e Scully, por exemplo, atravessem a simples séries detectivesca do inexplicável: a sua sub-intriga conspiracional, onde o governo norte-americano esconde segredos, nomeadamente a existência de vida extraterrestre, à população, foi a primeira vez que se encarou seriamente esse aspecto da vida social norte-americana, dando algua veracidade a teorias da conspiração que eram consideradas loucuras e hoje são dados adquiridos (o projecto Echelon; o projecto "Star Wars"). Admiro portanto a sua capacidade de intelectualizar e tornar pertinentes questões aparentemente ridículas e de ser, assim um defensor de causas.
Já em "Millennium", toma o pulso moral à sociedade actual e lança-nos numa viagem necessária para repensar a crise de valores que passamos. Frank Black é um observador, mas um também está inserido na mesma sociedade onde combate o Mal. É quase a "Divina comédia" dos tempos modernos, mas em versão dark e gore.
Eis, muito resumidamente, porque é que este homem é um dos meus heróis pessoais.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Boas notícias



A AMPAS, a academia que habitualmente entrega os Óscares de Hollywood, revelou hoje quem vai ser o apresentador da cerimónia deste ano: ninguém mais, ninguém menos que Jon Stewart, apresentador do magnífico "The daily show" e o meu candidato à Casa Branca. Num ano dominado por filmes de cariz político e social, como "Brokeback mountain", "Munich", "Good night and good luck", "Syrianna", "Crash" ou "Constant gardener", o meu lado mais irreverente quer ver este homem a despedaçar o interior de Hollywood. Já deixou o sue cartão de visita: na conferência de imprensa de apresentação do novo host, onde Gil Cates, o produtor do espectáculo, e Sid Ganis, presidente da Academia, elogiam Jon Stewart com os lugares comuns do costume, o apresentador e humorista diz de sua justiça: "As a performer, I’m truly honored to be hosting the show. Although, as an avid watcher of the Oscars, I can’t help but be a little disappointed with the choice. It appears to be another sad attempt to smoke out Billy Crystal."
Este homem vai longe.

Correcção

Uma amiga minha perguntou-me o que fazia a fotografia da Scully, do Chris Carter e do Mulder no meu blog. Primeiro, respondi que era cool; depois, apercebi-me do sue erro e corrigi-a: "Não, esta é uma foto da minha Santíssima Trindade."

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Inteligência: dom ou maldição?



Uma coisa que me perturbou muito esta semana foi o facto de, numa conversa, alguém me ter dito que eu não era inteligente por aí além, que no fundo a minha cabeça era igual à dos outros. Além disso, argumentou a pessoa, eu era presunçoso e arrogante devido ao facto de pensar que era mais inteligente que os outros. Logo, além de iludido, a conclusão lógica a tirar era a de que teria uma ideia de que seria um ser superior aos outros, conceito que, para quem tem lido este blog e a autêntica carga de porrada que dou em mim próprio, será algo de cómico.
De qualquer forma, arranjei um tempinho, entre a depressão aguda e a leitura e escrita de trabalhos de Mestrado, para pensar no assunto. Por vezes, podemos estar errados no que pensamos acerca de nós próprios, tanto para o bem, como para o mal. Seria eu realmente presunçoso e arrogante? Não passaria eu, afinal, de alguém completamente banal e iludido quanto à minha capacidade de raciocínio e dedução? Pois bem, eis as conclusões a que cheguei.
Não me acho presunçoso. Posso por vezes dar essa ideia, é compreensível, mas não é porque pense que seja um ser superior, mas sim porque penso que os outros são iguais a mim. É estranho o conceito, mas está óbvio que, nalgumas matérias, nem toda a gente pode saber o que eu sei (por exemplo, História), mas eu penso sempre que sabem. Enfim, é um erro, mas isso não faz de mim presunçoso. Além disso, não sou eu que propalo a minha suposta superioridade: da última vez que joguei Trivial Pursuit, estávamos cinco pessoas e insistiu-se que fossem 4 a jogar contra mim. Enfim, por esta altura, não sei quem terá a ideia de que sou a maior inteligência por aqui: se eu ou as pessoas que me conhecem (ou julgam conhecer). Eu acho que as pessoas acabam por nos ver como querem ver. Quem me conhece nos escuteiros, acha-me presunçoso, arrogente, criativo e um piadolas (descrição na qual, pasmo-me, não cabe uma única qualidade humana, o que me entristece); no grupo de Teatro a que pertenço, acham-me simpático, capaz de divertir as pessoas e de as moralizar, inteligente, teimoso e derrotista; uma amiga minha vê-me como alguém carismático e seguro de si próprio; na Universidade, dizem que sou positivmanete maluco, corrosivo e sarcástico; enfim, um conjunto enorme de pessoas por onde posso escolher quem quero ser hoje, embora no fundo, e sem me aperceber, elas façam parte de mim próprio.
Um pormenor interessante é que normalmente toso os que me acham presunçoso acabam por contribuir, e provavelmente sem se aperceber, para essa imagem: consigo contar pelos dedos das mãos, e acho que me sobram, aqueles que conversam comigo sobre trivialidadese quotidiano e não só sobre filmes, cultura geral e DVDs. Eu tento sempre falar com as pessoas sobre o dia a dia que levam, mas aparentemente há pouca gente que o consiga fazer comigo, porque não quer e, o que me parece mais grave, por pensar que não sou capaz. Eu levo uma vida quase normal. Se tivesse uma namorada, fosse feliz comigo mesmo e me achasse integrado, seria mesmo normal. Se as pessoas me tratarem como um deles, penso que a minha imagem de presunçoso e arrogante poder-se-á apagar, assim como se eu me adaptar às limitações que todos temos a coisa se torne fácil. Seria um exercício positivo, acho. Eu não sou ninguém superior, tenho as minhas enormes falhas intelectuais: o meu raciocínio matemático não existe; física e química podem andar longe; e psicologia humana e análise dos outros são pechas imperdoáveis. Agora, não me venham dizer que por achar que sei muito sobre História, Cinema, Arte, Cultura, Geografia e afins sou arrogante. É como dizer que o Mourinho, por dizer por vezes que é o melhor treinador do mundo, está a abusar. Podem bater-me o quanto quiserem nas áreas que referi, e noutras mais em que não sou tão bom. Nisso, estão à vossa completamente vontade.
As qualidade das pessoas podem também ter interpretações diferentes: há quem considere alguém que se preocupa com os outros e que acha que o que lhes acontece de mau é sua responsabilidade um tipo amigo e atencioso, mas há quem possa achar que ele está a ser arrogante, ao pensar que tem influência directa sobre a vida de toda a gente que conhece e, por isso, pensar que é um Deus. Enfim, interpretações diversas...
Quanto à minha inteligência... Posso dizer que não sou a pessoa mais inteligente que conheço. Há amigos meus junto aos quais sou sombra mais que pálida. A Joana Brites, por exemplo, supera-me, e de longe. Um tipo que está no meu Mestrado, chamado Nuno Alegria, começa a surpreender-me; o Pêpê, por exemplo, tem a capacidade de chegar a todas as pessoas, o que é sinal de grande sagacidade; a Rita é profundamente perspicaz e culta. Isto é tudo gente que está mais à frente que eu em inteligência, em diversas áreas. Sou suficientemente humilde para o reconhecer. Mas não é por isso que deixe de me considerar inteligente; e quando falo de inteligência, não falo de quantidade de conhecimentos adquiridos. Isso pode simplesmente significar uma enorme capacidade de memorização. Acho que tenho uma boa capacidade de raciocínio. É localizada, não é geral, mas possuo-a. Tenho sentido crítica e de reflexão. Analiso as coisas com a racionalidade devida, nunca exagerada; e tenho a mente aberta para outras coisas. Se não tivesse, não gostaria de Green Day e de Cinema, duas coisas que cheguei a odiar. Sou preguiçoso, relativamente à minha inteligência, e isso faz de mim estúpido, mas não burro.
Acho também paradoxal que se diga que sou criativo e não inteligente, pois para mim, as duas coisas estão relacionadas, principalmente na área em que sou criativo, que é na escrita. Não conheço muitos escritores criativos que não sejma inteligentes e mesmo no cinema, que é a área que quero seguir, a capacidade de raciocínio tem de estar presente.

Como referi em cima, cada um vê em nós aquilo que quer, e cada um pode pensar de nós o que deseja, o que não significa que esteja correcto. Concordo, e concordei com algumas coisas que me apontam. Compreendo, por exemplo, porque me acham presunçoso, e acima expliquei porquê. Quanto à inteligência... As pessoas podem pensar tudo o que quiserem, mas eu não sou obrigado, e principalmente quando não concordo de todo, a dizer que sim e a sorrir. Chamarem-me uma inteligência a toda a prova e luminária? É profundamente parvo e errado. Dizerem que a minha cabeça é normal? Também não acho que esteja correcto. Enfim, aceitam-se opiniões a contradizerem-me. Prémio especial para quem conseguir acertar alguma coisa sobre mim.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Nem de propósito...

Alguém que eu não conheço chamado Quisto anda-me a deixar uns comments aqui no meu blog, aproveitando porventura a oportunidade de se sentir um bocadinho superior a outra pessoa pelo simples facto de saber escrever em português. Por muito que se pense que isto me ia deixar mais em baixo (ser achincalhado por alguém encapuçado? Sim, têm razão, é mais cobarde que propriamente desmoralizador), acaba por chegar na altura certa. NUm tempo de frustrações, arranjei finalmente um saco de porrada à altura. Como até agora não o conheço (se ele se quiser apresentar, a situação talvez mude), de cada vez que estiver em freak mode, a sua secção de comments será terreno fértil. Se bem que, num caso destes, a opção pela ignorância parece-me a mais sensata e correcta. De qualquer forma, obrigado pela aparição, Quisto! E se não és sebáceo, pois esses são transparentes, que tipo de Quisto és tu? Volta sempre, Quis!

Nostalgia...

Quando era puto, ouvia a Rádio Energia. A certa altura, entraram desalmados em emissão uns indivíduos completamente tresloucados que davam pelo nome de Bandamecos. As suas emissões de 5 minutos diárias de humor corrosivo e maluco contagiavam-me. Ficaram para a história com o Sargento Saraiva e suas desventuras, ma so meu momento preferido era o "Top do Miguelito", às sextas, onde um rapaz de voz apaneleirada e trejeitos efeminados elaborava um top do pimba mais pimba da semana. Fica aqui, para exemplo, um desses tops, que me ajudou a rir nestes tempos negros:

10 - Canty, o Cantinflas português - "Sinfonia intestinal", idem

9 - Ti Alcântara - "Nós os dois a apitar" - "Maria, que rica poda"

8 - Só raça ruim - "Na terra de Cabral"

7 - Leonel Nunes - "Bombeiro não tem culpa" - "Sardão sarapintado"

6 - Artur Gonçalves - "Os tomates do padre Inácio" - "Nas bordas do Vira"

5 - Quim Gouveia - "A nova injecção" - "Cavalhadas"

4 - Banda Lusa - "Rainha das tentações"

3 - Leonel Nunes - "Um pepino entre os tomates" - "Ela é toda chicha"

2 - Quebra-bilhas e sus muchachos - "A marcha do arrebenta cus"

1 - Carlos Bastos - "All that fado" - "I wanna hold your hand"

Regresso antecipado

As férias afinal foram mais uma folga. Acabaram por me convencer que o melhor mesmo é lutar, e escrever ajuda-me à minha própria moralização. Portanto, siga a Marinha

terça-feira, janeiro 03, 2006

PSA



Por questões várias, ligadas à minha saúde mental, à minha vida existencial e a mim próprio, este blog entrará num período de férias, que poderá ir desde apenas um dia até and infinitum. Estou cansado de ser réu e só réu. Estou cansado de existência de um Bruno que eu conheço e de um Bruno que aparentemente é igual a mim em aparência física e que as outras pessoas conhecem e juram a pés juntos ser realmente eu. Até o meu Bruno e o Bruno dos outros discutirem e se traverm de razões para saber afinal que é o verdadeiro, este blog entrará em período de silêncio.
Além disso, os objectivos deste blog acabam por não ser cumpridos. Primeiro, acaba por não me dar a conhecer. Segundo, acaba por não ter qualquer propósito útil; e terceiro, começou-me a arranjar chatices sem eu querer. Tudo razões para uma pausa.
Para além disso, as férias poderão ser definitivas. Acabei de descobrir que o que eu achava de bom, brilhante e belo neste blog é afinal vulgar. Mais um pontapé na minha já de si raquítica auto-estima. Ainda para mais, este blog parece pôr-me como um superior sobre os mortais, o que aparentemente é algo que devo ser, embora nunca me tenha apercebido disso e os meus posts neste blog, pasme-se, me terem mostrado como alguém fraco e sem dúvida patético.
Portanto, e não querendo que mais ninguém assuma uma culpa que é minha, despeço-me com um "Até já". Ou um "Até logo". Ou um "Até sempre". Mais tarde ou mais cedo se saberá.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Mensagem

Este blog, ultimamente, tem sido profundamente egoísta. Apesar de ser eu o gestor e escritor a solo, parece-me injusto adoptar este pose narcísica, como se os meus problemas fosem o cetro do mundo e este girasse exclusivamente em redor do meu umbigo. Está na altura, e até para começar o ano com uma postura diferente e sempre ao "ataque rumo à felicidade", citando um dos grandes momentos humorísticos do meu Natal protagonizado pelo jogador Paulo Adriano, da Académica, de prestar atenção às pessoas de quem sou próximo de uma maneira cujas palavras apenas reduzem importância. Ou seja, estou a falar dos meus amigos.
Uma amiga minha parece estar a passar um período triste, sem que eu tivesse entretanto dado por isso. Eis a cruel ironia: tanto tempo me queixo de que não me prestam atenção e nem eu consegui antever isso nela... Friso aqui que é alguém que me diz muito, é uma daquelas raparigas de que eu até queria ter gostado, mas essas coisas não se podem controlar. No entanto, está naquele meu panteão de amigos, o que é tão importante para mim como uma namorada; portanto, alguém com quem me preocupo bastante. Na noite de fim de ano, após a mítica passagem da meia-noite (no meu caso, meia-noite e seis) reparei que ela tinha os olhos vermelhos. Chorara. Sem saber muito bem o que fazer, lembrei-me de algo que trouxera comigo: a minha caixa.
E dessa caixa se falará noutro dia.
Nessa caixa, tinha alguns chocolates, importantes para mim e cujo significado que encerram vai bem para lá do culinário. São chocolates que me foram dados por alguém para de cada vez que me sentisse triste. No entanto, naquele moment, por muito mau que eu achasse que o ano me correra, ela precisava certamente mais do seu sabor que eu. Por isso, sentei-me ao lado dela e numa epxlicação que tentei fazer talvez mais literária que o momento exigia, dei-lhe um dos chocolates. Fi-la sorrir, e só por isso tinha valido a pena arricar fazer figura de urso.
Ontem, enviou-me um SMS a agradecer-me o gesto. Nem sequer lhe perguntei porque estava triste. Acho que não a queria incomodar com isso, a minha curiosidade bem pode ser sacrificada perante o bem estar dos outros.
Para ela, deixo-lhe aqui a letra de uma canção de uma cantora de que gosto medianamente, a escocesa KT Tunstall, mas é uma canção que ouço agora frequentemente no meu computador e que me parece aplicar-se a essa minha amiga. Seestiveres a ler, um beijinho!

"Suddenly, I see"

Her face is a map of the world
Is a map of the world
You can see she's a beautiful girl
She's a beautiful girl
And everything around her is a silver pool of light
The people who surround her feel the benefit of it
It makes you calm
She holds you captivated in her palm

Suddenly I see
This is what I wanna be
Suddenly I see
Why the hell it means so much to me

I feel like walking the world
Like walking the world
You can hear she's a beautiful girl
She's a beautiful girl
She fills up every corner like she's born in black and white
Makes you feel warmer when you're trying to remember
What you heard
She likes to leave you hanging on a word

Suddenly I see

And she's taller than most
And she's looking at me
I can see her eyes looking from a page in a magazine
Oh she makes me feel like I could be a tower
A big strong tower
She got the power to be
The power to give
The power to see

Suddenly I see

domingo, janeiro 01, 2006

Interrogação



Começo 2006 como uma tábua rasa e apenas uma dúvida: vencerá o provérbio "Ano novo, vida nova" ou será que 2006 será "365 dyas of the same old crap"?