sábado, dezembro 30, 2006

Votos?

Percorro alguns blogs e em todos, os subscritores desejam um Feliz Ano Novo, Boas festas, Boas entradas and so on, and so on...
Assumindo o meu papel habitual enquanto escritor neste blog, o de cínico, digo-vois simplesmente: até segunda-feira. Sim, é 2007, mas... e então?

P.S: Será que alguém desejou um Feliz Ano Novo a Saddam Hussein?

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Previsão

Não se preocupem, daqui a uns anos, ele entrará pelas nossas casas adentro em estado líquido.

http://publico.clix.pt/shownews.asp?id=1281051&idCanal=35

quarta-feira, dezembro 27, 2006

O exemplo


A UE, num relatório publicado hoje, refere Portugal como um exemplo a não seguir no que toca a políticas económicas após a entrada na organização, para os países recém-chegados em 2004 e aqueles que se estão a propôr à adesão. Isto faz de nós o bado boy da turma ou o aluno idiota chapado com quem todos os meninos gozam? Difícil, difícil...

terça-feira, dezembro 26, 2006

TV: o melhor do que se vê - 2006

E em final de ano, há sempre esta coisa dos balanços. Como se o términus de 2006 fosse marcar realmente uma diferença abismal em relação ao que se passará em 2007. Não é verdade. Isto contiua sempre na mesma, salvo uma ou outra desfibrilhação ou um ou outro coma.
No entanto, é sempre bom deixar registado aquilo que de melhor se viu ou ouviu. Deixando a parte do ouvir para aqueles que realmente cobrem as bases todas (J.P, é esperada a tua colaboração no blog), açambarco a do ver. Vou adiar o cinema para outra altura desta semana, pois ainda necessito de ver duas fitas para organizar definitivamente o meu top, e avanço para a televisão, esse território dementemente criativo onde me perco e no qual escolher os melhores é tarefa difícil. Mas se fosse fácil, era como aceitar um país no zénite da bancarrota: não teria piada. Vamos a isto, e vai ser como em cerimónias de prémios e tudo!

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO

Michael Emerson (Henry Gale/Ben, Lost)
Josh Holloway (James Ford "Saywer", Lost)
Robert Sean Leonard (Dr. James Wilson, House)
John Scurti (Kenny Shea, Rescue me)
Alec Baldwin (Jack Donaghue, 30 rock)
Clarke Peters (Dt. Lester Freamon, The wire)
Masi Oka (Hiro Nakamura, Heroes)
Gregory Itzin (Presidente Logan, 24)

Vencedor: Uma escolha difícil e mesmo deixando alguns de fora, há que destacar o trabalho de Michael Emerson, como Benry, o (aparentemente) líder dos The others em Lost. desde que entrou na série, foi construindo um personagem admiravelmente ambíguo, num trabalho digno dos melhores actores de composição. Na verdade, o melhor trabalho de olhar na televisão actual.



Menção honrosa: Gregory Itzin (Vejam a 5ª temporada de 24, mesmo vocês que odeiam a série e apreciem Shakespeare no século XXI.

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

Jean Smart (Martha Logan, 24)
Mary-Lynn Raskjub (Chloe O'Brien, 24)
Elizabeth Mitchell (Juliet, Lost)
Sonja Sohn (Lt. Shakima Greggs, The wire)
Ali Larter (Niki Sanders, Heroes)
Callie Thorne (Sheila Keefe, Rescue me)

Vencedora: Noutra luta renhida, é impossível não destacar a espantosa Jean Smart na 5ª temporada de 24, como uma primeira-dama dos EUA com uma trip mental que parece saída do Kafka, onde demora algum tempo até saber em que realidade está a pôr os pés. Para mais, o seu confronto como o marido ao logno de toda a season é superlativa por si só, numa relação de amor/ódio absolutamente bizarra, mas nunca descabida.



MELHOR ACTOR

Denis Leary (Tommy Gavin, Rescue me)
Kiefer Sutherland (Jack Bauer, 24)
Hugh Laurie (Gregory House, House)
Matthew Fox (Jack Shepard, Lost)
Dominic West (James "Jimmy" McNulty, The wire)
Michael C. Hall (Dexter Morgan, Dexter)
James Gandolfini (Anthony Soprano, The Sopranos)

Vencedor: Num empate, pois o meu coração balança, Hugh Laurie e, em nota de destaque para publicidade à série, Denis Leary. Sobre o primeiro, vejam a votação do ano passado, basta dizer que elevou a fasquia e continua, bem, superior a si mesmo; Denis Leary, apesar do seu passado de stand-up comedy, consegue encaranar um personagem tão curtido pelas desgraças de vida que só não saímos verdadeiramente deprimidos de cada episódio, porque Leary exala humor na sua interpretação. A tragédia como uma comédia. Brilhante.





MELHOR ACTRIZ

Evangeline Lilly (Kate Austin, Lost)
Tina Fey (Lizzie Lemmon, 30 Rock)
Edie Falco (Carmela Soprano, The Sopranos)
Mary-Louise Parker (Nancy Botwin, Weeds)
Helen Mirren (Jane Tennison, Prime Suspect: Final act)

Vencedora: Helen Mirren. Que espantosa actriz, num personagem feminino feito á sua medida: uma mulher dura e biatch na Scotland Yard inglesa. Façam o favor de ver e de abrir alas para o Oscar por The Queen.



MELHOR SÉRIE

LOST
RESCUE ME
THE WIRE
HEROES
24


Vencedora: Qualquer uma delas seria uma boa hipótese, mas Lost que me perdoe este ano: The wire vence através da sua segunda temporada. A melhor série de televisão desconhecida de que me lembro.

domingo, dezembro 24, 2006

Divertido

Ouvir a minha mãe a usar a palavra "fixe" a torto e a direito, como se a tivesse utilizado a vida toda. À centésima vez, ainda tem piada.

sábado, dezembro 23, 2006

Zé, Zé, Zé...


José Figueiras a apresentar o programa de Natal da SIC, transmitido em directo da prisão de Custóias. Eis que se vira para a audiência, composta por presos, e diz com um sorriso: "Ainda bem que estão todos aqui hoje!".
E sem usar yodlling!

Tocar de carago!

Eu nem vou escrever mais. Mas gostava de saber tocar guitarra assim. Era a minha prenda de Natal.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

A bela da prenda

Para os homens, rapazes, miúdos e afins que andam com dúvidas sobre o que dar às namoradas no Natal, este blog deixa uma sugestão, num vídeo instrutivo e educacional.



P.S: Recebi queixas de que deixei este blog por alimentar durante tempo a mais. Tirei umas férias dos posts. Não se queixem, vós também haveis tirado férias dos comments! :) Quase todos, quero dizer.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Coisas que nunca ouviremos no futebol português

Seguindo a deixa de outro blog, o http://fute-blogues.blogspot.com/, continuo a piada. Se quiserem, usem a secção de commnents para seguirem. Não sei se já vos disse, mas podem utilizá-la.

"Com Paulo Bento em terceiro e professor Neca em segundo, Manuel Machado foi eleito o treinado com mais sex-appeal da Super Liga."

"Nuno Gomes uma vez mais a evidenciar o seu faro matador de golo"

"Pinto da Costa admitiu que a lesão de Quaresma por parte do jogador do Benfica se deveu puramente a coisas do futebol"

"Mantorras não parou de correr durante os 90 minutos"

"Perante a evidência da falta, Ricardo Rocha não protesta."

"Há já quem compare o futebol de Jaime Pacheco ao de Cruyff"

"Uma das razões para o sucesso do clube sadino é a sua estabilidade administrativa"

"Mais uma da série impressionante de contratações acertadas que o Benfica tem feito"

"E Carlos Paredes a ganhar incrivelmente aquela bola em sprint."

"Como Jorge Jesus é eloquente!"

"Novamente, o Municipal de Leiria esgotou para ver a sua equipa jogar."

"Moretto é candidato a melhor guarda-redes da Europa, segundo o jornal "A Bola"."

"José Mota aparece na conferência de imprensa sem boné."

Estava na hora.


Ennio Morricone vai receber um Óscar este ano, apesar de honorário. Scorsese, não é querer levantar falsas esperanças, mas parece que pode ser desta...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Revolucion

Em apontamento rápido, uma piada contada por um cubano (que, curiosamente, ainda não foi convidado a visitar uma das salas de interrogatórios da polícia do seu país): Numa aula do ensino primário, a professora mostra uma foto de George W. Bush aos seus alunos e pergunta:
- Alguem me sabe dizer quem é este homem?
Onstala-se o silêncio: nenhuma das crianças parece saber responder à pergunta. A professora decide dar uma pista:
- Vá, meninos, este é o homem que faz com que haja fome e miséria no nosso grande país...
Responde então o Pepito:
- Ah, professora, já poda ter dito. É que sem as barbas, nem o consigo reconhecer...

terça-feira, dezembro 12, 2006

Noddy - Lord of the darkness

Para quem pensa que as bandas de metal não têm sentido de humor, aqui fica um hit instantâneo dos Moonspell. Simplesmente qualquer coisa.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Daqui lavo as minhas mãos

Estava para nem comentar aqui a morte de Pinochet. Normalmente, dou a minha opinião sobre vários assuntos, mas para isso é necessário que haja um outro lado com uma opinião diferente e válida. Achei que este, vá lá, não seria o caso: qual será o contrário de ditador sanguinário? Por outro lado, a piada do assunto foi feita pelos Gato Fedorento ("Pinochet internado devido a enfarte. É curioso como isto pode acontecer com um homem que não tem coração"). Mas li este artigo no Público online, e não gosto de hipocrisia. Passado esse esgar bílico, ler isto até tem a sua piada, para quem sabe da história.

A Casa Branca lembrou hoje a ditadura de Augusto Pinochet como um dos “períodos mais difíceis” da história do Chile, lamentando as vítimas do regime do general chileno.

“A ditadura de Augusto Pinochet no Chile representou um dos períodos mais difíceis da história da nação”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto, horas depois do anúncio da morte do antigo ditador, aos 91 anos.

“Os nossos pensamentos estão com as vítimas do seu regime e as suas famílias. Elogiamos o povo do Chile por ter construído uma sociedade baseada na liberdade, lei e respeito pelos direitos humanos”, acrescentou o representante da Administração de George W. Bush.

Pinochet morreu esta tarde no hospital militar onde se encontrava hospitalizado após ter sofrido um enfarte do miocárdio, agravado por complicações pulmonares e problemas cardiovasculares causados por hipertensão e diabetes. Tinha 91 anos.

sábado, dezembro 09, 2006

Trip down memory lane 2


Ontem, voltei a reviver emoções. Num zapping fortuitio, apanhei na RTP Memória o melhor jogo de futebol que alguma vez vi. Aqueles com memória verdinha pensarão que a história do futebol português, em termos de emoção, se resume a jogos de Portugal-Inglaterra resolvidos em penaltis, mas antes disso, também há adrenalina e quase choro com fartura. A época de 1993/1994 é de particular importãncia para a construção da minha identidade desportiva (e sim, mulheres e odiadores do futebol, batam-me por referir que há uma identidade desportiva), pois 2 das melhors partidas da minha memória deram-se nessa altura: um Roménia-Argentina, no Mundial de 94, que acabou 3-2 a favor dos romenos (numa equipa onde pontuavam génios como Hagi, Raducioiu e Lupescu) e a partida pela qual comecei a escrever neste post: Bayer Leverkusen-Benfica, quartos de final da Taça das Taças (uma campanha onde o Benfica chegaria às meias-finais, onde perderia com o Parma, numa escandalosa roubalheira em Itália). Foi um jogo mítico, que acabou com um 4-4, sendo que 7 golos foram marcados na segunda parte, numa hora e meia de futebol de ataque a contra-ataque para ambos os lados, impróprio para cardíacos e precoces. Acho que foi este jogo que me fez, primeiro, gostar de futebol, e segundo, fez-me saber que há valores sagrados e intocáveis pelos quais uma devo reger; que há uma entidade superior a todos nós, na qual devemos acreditar, por muito difícil que seja, porque essa crença é algo de estruturante na nossa personalidade, e essa fé pode fazer-nos conseguir coisas impossíveis. Estou a falar claro na minha conversão ao Sport Lisboa e Benfica. Fica aqui o 11 dessa gesta heróica, dessa epopeia, onde os alemães, esses teutónicos louros, vergaram perante a força dos lusos viriatos.

Neno; Abel Xavier; William; Hélder; Schwarz; Kulkov; Rui Costa; Isaías; Vítor Paneira; João Pinto; Yuran

Saber é poder?


Sei o que é o tratado de Westfália. Sei quem ganhou o Óscar de Melhor filme em 1971. Sei quem pintou "A caçada nocturna". O nome Humboldt é-me imediatamente familiar. Sei dizer quem era a equipa inicial do Benfica na maior parte dos jogos da Taça Uefa da época 1993/1994. Sei quem ofi o 12º rei de Portugal. Já li a maior parte dos livros de Eça de Queirós. Já ouvi quase todas as 9 sinfonias de Beethoven. Sei quem são Himmel, Speer e Bormann. Consigo explicar e compreender e teoria da relatividade.
E no entanto, não sei como arranjar uma rapariga, o que parece algo de óbvio, não? Sinto que quando as correntes de ADN de cada um estavam a ser tecidas, as minhas ficaram com as sobras.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Voltando atrás...


Nos idos de 2004, falei aqui de um pianista italiano chamado Ludovico Einaudi, a propósito da descoberta que foi, para mim, o álbum "Una mattina". Pois bem, em 2006, Einaudi está de volta com nova empreitada. Tendo actuado há uma semana no nosso país, em Aveiro (J.P, é a tua deixa!), lançou também, no final deste ano, "Divenire", o sucessor da já citada obra. Enquanto que "Una mattina" é um disco puramente minimalista, só com piano e um violoncelo ocasional, em "Divenire", Einaudi utiliza uma orquestra e um pouco de música electrónica para vaguear por entre os espaços vazios que as suas composições para piano deixam, elevando-se assim para outro patamar, e fazendo com que a sua música realmente nos atinja em cheio. Não faltam as composções pop de Einaudi (um dos únicos clássicos que se atreve a cometer tamanha heresia no mundo actual) e o seu tom intimista que nos obriga a ouvir e a, lentamente, a assimilar o que ele diz com teclas e notas de música.
Quem quiser saber mais, pode ir a www.ludovicoeinaudi.com.

terça-feira, dezembro 05, 2006

5 House quotes


E numa pequena lembrança de que a edição portuguesa de "House", na sua primeira série, será provavelmente a maior vegronha no que toca à tradução e legendagem nas edições DVD nacionais, aqui ficam algumas frases de "House" na sua linguagem mais pura e verdadeira: inglês.

Boy's Mother: I worry about children taking such strong medicine so frequently.
Dr. House: Your doctor was probably concerned about the strength of the medicine too. She probably weighed that danger against the danger of not breathing. Oxygen is so important during those prepubescent years, don't you think?


Dr. House: No, there is not a thin line between love and hate. There is, in fact, a Great Wall of China with armed sentries posted every twenty feet between love and hate.

Medical student: You're reading a comic book.
Dr. House: And you're calling attention to your bosom by wearing a low-cut top.
[Medical student stares at him]
Dr. House: Oh, I'm sorry, I thought we were having a state-the-obvious contest. I'm competitive by nature.


Dr. Cuddy: I need you to wear your lab coat.
Dr. House: I need two days of outrageous sex with someone obscenely younger than you. Like half your age.


Dr. House: You're a black kid from the ghetto who made it to Yale Law and the United States Senate. That's a sufficiently mythical story, you don't need to lie about your tongue.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

A outra luta livre


A chegada do Smackdown ao nosso país para duas noites de pancada de meia-noite e distribuição de bananos tem levantado curiosidade entre as pessoas normais e delírios homo-eróticos entre fãs. A presença de montanhas de músculos que, por um acaso da natureza, também pensam e falam, é comentada e referida pelos jornais como um grande evento, a que o local em que se desenrolará, o pavilhão Atlântico, não será alheio. O que é desconhecido, mas não do blog I´m a complex guy, sweetheart, é que todas as semanas, clandestinamente nas grutas da serra da Gardunha um show de esgadanhada bofetada de criar bicho nos mais resistentes.
Quem são os participantes? Vários e de diferentes quadrantes, mas todos eles com problemas entre si para resolver. Na verdade, também estes, como os de Smackdown e Raw, usam nomes falsos para ocultar a sua verdadeira identidade. Neste "Fight club" sem regras, não existem Rey Mysterio, Undertaker, Batista e John Cena, mas sim personalidades que hoje serão expostas perante o mundo neste blog. Orgulhamos-nos de revelar, por fim, os participantes e lutas desta semana do "Parte-costados".

Concurso Luta Tripla:

Sinistra da Educação (Ministra da Educaão vs Tó Cajó (Aluno de uma secundária da Damaia) vs Encostado (Professor do último escalão)

Luta de pares

Portuguese Clooney (José Sócrates) e Infalível de Boliqueime (Cavaco Silva) vs Poeta Pateta (Manuel Alegre) e Mini de Laranja (Marques Mendes)

Portuguese Clooney (José Sócrates) e Infalível de Boliqueime (Cavaco Silva) vs Beto João Lambão (Albeto João Jardim), em versão dupla: o labrego e o demagogo

Fruteiro (Petit) e Jaime do Açaime (Jaime Pacheco) vs Amnistia Internacional (a ser realizado no palco Haia)

Disputa do prémio Al Capone

O Luxembourgais (José Veiga) contra o Vale Tudo (Jão Vale e Azevedo)

Taça Um contra todos

Senhor procurador (Fernando Pinto Monteiro) vs Escândalo Casa Pia, Processo Apito Dourado, Processo Saco Azul (e a lista continua)

Taça Intercontinental

Proletário Vermelho (Jerónimo de Sousa) vs Modernidade

Todos contra todos

Bancada parlamentar do PP

Campeão Parte-costados


Messias da Direita (Sá Carneiro) vs Equipa Laranja (vários políticos que, no futuro próximo, tentarão usar os novos desenvolvimentos do caso Camarate em seu proveito politicamente: prevê-se um showdown até à última gota de sangue)

Séries de que não se fala: "Rescue me"


A partir do 11 de Setembro, a figura do bombeiro ganhou contornos quase religiosos no tecido mítico norte-americano: a imagem desses homens abengados, duros, e no entanto capazes de chorar, a entrar destemidamente nas Torres Gémeas para salvar as vítimas, e a fugir da torrente de entulho decorrente da queda dos edifícios, cristalizaram-se na mente dos norte-americanos. Nasce um novo culto em redor dos "heróis": existe muito isso nos EUA; e se os soldados são os heróis da nação, protótipos de guerreitos que combatem lá fora e pelo país, os bombeiros e os polícias são aqueles que defendem o interior, as cidades, as aldeias. Há, talvez, uma ligação sentimental mais óbvia e imediata. Por isso, estava claro de adivinhar que de alguma maneira os bombeiros (pois os polícias já têm o seu próprio espaço) chegariam à televisão, tentando capitalizar a simpatia. "Rescue me" foi essa tentativa, que fracassou terrivelmente na obtenção de grandes audiências. Parte das razões que explicam esse fracasso tem a ver com a forma como retrata precisamente as figuras de anjo, mas fardadas.

"Rescue me" parte de Tommy Gavin, um bombeiro num quartel em Nova Iorque, atingido pelo 11 de Setembro com a morte de 4 dos seus elementos, incluindo o melhor amigo, e primo, de Tommy. No momento em que a série arranca, Tommy está a passar por uma fase pré-divórcio da sua mulher, Janet, com os 3 filhos a serem apanhados no meio. Para piorar tudo, Janet vive na casa em frente da sua. No quartel, a pequena equipa de Tommy, constituída por mais 6 elementos, fucniona como uma família coesa, mas todos têm pequenas particularidades: Franco é o womanizer, engatatão, que gosta de viver o momento; Garrity não deve particularmente à sua inteligência; Lou é um bombeiro que traduziu o seu sofrimento para poemas, embora não deixe ninguém saber; MIke "Probie" é o novato e está sempre sujeito à gozação dos restantes elementos; e Riley, o chefe, é um homem com padrões morais muito restritos, principalmente no que toca à homossexualidade. E embora o trabalho dos bombeiros esteja sempre em foco, são os problemas pessoais de cada um destes diversos homens que fazem avançar a série e que lhe dão a sua importância.

A série é imensamente real, quer na forma como é filmada (quase sempre de câmara em ombro), como também na própria relação entre os personagens, destacando-se o male-bouding entre os bombeiros: há espaço, num episódio, para um concurso de apuramento da maior pila do quartel, enquanto que noutro, Garrity e Franco, num encontro duplo de gémeas, tentam trocar um com outro sem que elas se apercebam. Tommy Gavin, esse, é um personagem absolutamente real e o herói anti-herói: sabota as tentativas da mulher em recomeçar a vida, é um alcoólico não assumido, está sempre mal-disposto e para piorar as coisas, começa a ver o fantasma do primo morto no 11 de Setembro, e pouco tempo depois, os das pessoas que não consegue salvar, o que contribui para que passe uma primeira temporada bastante stressada.

"Rescue me" não foge ao descaramento: Tommy Gavin está sempre a invocar o 11 de Setembro para fugir a multas e para desculpar o seu comportamento, afastando uma imagem limpa dos bombeiros e do próprio evento; e se os bombeiros, como indivíduos e instituição, são vistos com olhar crítico, o seu trabalho, afinal, é mostrado pela série como aquilo que os redime e que torna as suas acidentadas vidas pessoais em algo de significativo. Como Tommy Gavin, Dennis Leary, comediante habitual, mostra um personagem tão curtido e atropelado pela vida que chega a meter dó. Aliás, não me lembro de ver uma série que coloca aos seus personagens tantas desgraças. Não vou aqui revelá-las, correndo o risco de estragar, mas acreditem quando vos digo: são socos no estômago, uns atrás dos outros, e todos doem. Algo que, na televisão, consiga mostrar isto e soar a vida real, é em si um grande feito. "Rescue me" consegue-o. É uma série de grande categoria. Façam o favor de a ver.

sábado, dezembro 02, 2006

Mas onde é que anda esse gajo?


Aqui há uns tempos, alguém se queixava, num comment, da ausência forçada do senhor do negrume que habitualmente aqui dissecava pormenores irritantes da vida e episódios auto-biográficos grotescamente aumentados no seu negrume. Tenho a informar que esse senhor, que eu também conheço e que com o tempo aprendi a abraçar e a amar como um dos meus, ainda por aqui está. O grave probelma é que acometeu-se de uma razoável dose de compreensão para com os outros. Não todos, é certo; mas metamorfoses levam tempo. Para além disso, arranjou um base de amigos fixa, com quem fala sem se sentir, como é que dizia Sócrates, um traste. Acho que este é o termo filosófico mais correcto.
Portanto, o senhor poderá voltar a escrevinhar por aqui. É bem possível, visto que aparentemente, ele está sempre deslocado do mundo e a maneira como vê as minudências do quotidiano e de tudo em volta causa sempre estrilho.
Ah, e continua a ver House. Parecendo que não, ajuda ao ácido.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Justiça?


Um dos maiores mistérios pós-25 de Abril está, finalmente,a encontrar um caminho para a resolução. Falo de Camarate e da morte de Sá Carneiro, Amaro da Costa e restantes tripulantes do Cessna que se despenhou, em 1980, no famoso baiiro lisboeta. José Esteves, antigo segurança contratado pelo CDS, confessou que é ele o autor da bomba (o que acaba, de vez, com a teoria de acidente) que fez cair o avião, e que tudo não passaria de uma manobra para assustar um candidato presidencial, Soares Carneiro. Segundo Esteves, a bomba não estava programada para matar e alguém certamente lhe mexeu. Detesto ser desmancha-prazeres, mas perante as provas... Argumenta também que não são as armas que matam, são os homens. Eu contraponho, para quê fazer as armas então?
O melhor desta história toda, e aquilo que faz com que eu pense que, inevitavelmente, justiça é apenas uma palavra com 7 letras é o facto de que este homem jamais, em tempo algum, em qualquer instância (a não ser, eventualmente, no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, e isso parece improvável) condenado pela co-autoria do crime. Isto porque, apenas e só, o crime já prescreveu , tornando impossível o seu julgamento em Portugal. Acho engraçadamente estúpido que se deixe prescrever um crime político (se bem que, em Portugal, queimar políticos é prática comum) com estes contornos. O inegávle é que, apesar da autoria material, resta saber quem é moralmente responsável. No meio de tanto dossier quente em que qualquer um dos dois principais visados no atentado estavam metidos, a explicação do susto soa fraquinha. Portanto, a ver se, ao menos agora, vão até ao fim.
Deveria haver uma qualquer piada para aligeirar isto, mas quer-se dizer, isto é frustrante, para não dizer pouco: até os reaccionários e semper-odiados americanos poderão ter o prazer de, um qualquer dia, ver alguém ser levado a tribunal pela morte de Kennedy. Em Portugal, os mitos caem sempre desamparados. Somos um país mitómano por natureza; no entanto, paradoxalmente, enxovalhamos o próprios mitos que vamos construindo. A sério, somos um país esquisito à bruta.

terça-feira, novembro 28, 2006

O terror


Hoje em dia, o terro pode chegar-nos de diversas maneiras. Para muitos, a violência causa medo; para outros, as doenças, desilusões amorosas, o fim do mundo e por aí fora. Para mim, conduzir um carro é o último numa lista de temores que me fazem tremer as mãos.
Tive hoje essa experiência pela primeira vez e para alguém com tanta confianaça nele próprio como Kafka, é algo de aterrorizador. Sou por natureza uma pessoa com alguma dificuldade em coordenar movimentos e em concentrar-se e ver os 5 minutos em que hoje conduzi, durante, para aí, 500 metros, foi observar um par de mãos assassinas a estrangular um volante e duas mãos a trocar-se completamente no momento em que se pedia paracarregar nos pedais.
Neste momento, a embraiagem é o meu Lobisomem; o Volante o meu drácula; e a manete das mudanças o meu Donald Rumsfeld. O ponto positivo é que ainda não matei ninguém. E atentem bem no ainda: faltam-me pelo menos mais 19 aulas. Quem é religioso e mora em Coimbra, comece a rezar.

sábado, novembro 25, 2006

Work in progress

Está em construção permanente, e ainda vai ser sujeito a revisão e cortes, mas este é o texto, em voz-off, que abrirá o primeiro episódio da série que estou a criar e que tentarei, até às últimas consequências, transformar em realidade. Um exclusivo deste blog..

“Lendas, em Portugal, sempre as houve; e estas juntas com milagres aparecem à farta nos vários compêndios de mitos e narrativas que por aí podemos encontrar. Desde moiras encantadas, cavernas misteriosas, locais históricos com muito mais do que se pode pensar, até a própria Virgem Maria sobre uma azinheira e mesmo um rei que, talvez imortal, há-de regressar um dia sobre um cavalo numa manhã de nevoeiro. O nosso país foi abençoado pelo dom da imaginação e felizmente não falta colorido à nossa cultura e à nossa História. Daí que, quando se ouviu falar de um sobreiro mágico no Alentejo, toda a gente encarou tal notícia com um sorriso, havendo mesmo quem elogiasse a inventiva mente por detrás de tal enredo.

Em S. Marcos da Serra, localidade alentejana onde toda esta história tem lugar, não se falou de outra coisa durante meses: acidentalmente, a dona de uma pequena propriedade junto à auto-estrada descobrira no seu território um entroncado e torto sobreiro que parecia normal. Mas quando investigado mais de perto, notou-se que possuía um estranho perfume entranhado na sua casca, levemente remanescente do das rosas. Isto começou a atrair curiosos: toda a gente queria ver o prodígio e cheirá-lo ao vivo. Antes de local de curiosidade, era o singelo ponto de encontro de um grupo de populares que ali se reuniam para rezar o terço e por isso não tardou até chegar o primeiro relato místico. Com efeito, um homem, numa dessas sessões de reza, escreveu, em êxtase, algumas linhas que eram atribuídas a Nossa Senhora, em que ela se confessava culpada daquele milagre e pedia que transformassem aquele local num espaço digno e santo. Surgiu ali o grupo de culto do sobreiro de São Marcos da Serra.

Curiosamente, o pároco local não se quis aproveitar da situação: negou a santidade de tudo aquilo, acusou o grupo de brincar com as expectativas das pessoas e aconselhou a população a ignorar o sobreiro. Os factos vieram a comprovar que o velho pároco era muito ingénuo: primeiro, as pessoas da terra converteram-se; depois, chegava gente de toda a parte para rezar naquele sobreiro, beijá-lo, tocá-lo, deixar figuras de santos e da Santíssima Trindade; seguiram-se as sessões de terço semanais, nas tardes de domingo. Quem a visse agora, deparava-se com uma árvore repleta de papéis, rodeada por uma cerca, onde antes estava um anónimo sobreiro, muito descansado. Mandou-se analisar a cortiça e os cientistas explicavam tal odor como a intervenção de um fungo. Quando questionados acerca da possibilidade de tudo aquilo ser um embuste, em que o perfume da árvore era artificial e colocado por alguém, os homens de ciência, do alto do seu pináculo, limitaram-se a retorquir que isso implicaria que teria de haver uma pessoa que despejasse baldes inteiros de fragrância todas as noites, pois em condições naturais, o perfume ter-se-ia evaporado e desaparecido no dia seguinte. A prova que faltava para desmascarar esta teoria veio com a intervenção inesperada de um camionista. Certo dia, estacionado o seu camião à beira da auto-estrada, como bom português, saiu de rompante do veículo, armado com um balde de água e uma toalha. Passou por toda a gente e começou a esfregar o sobreiro com força, bradando:
- Vocês vão ver! Vou tirar esta porcaria toda! Vão ver como é uma patranha!
Mas o certo é que quanto mais ele esfregava, maior era o cheiro no ar e mais poderoso se tornava. Uma vitória para os sempre crentes e uma derrota para os cépticos simples. Porém, a ciência não desarmava e mantinha a explicação do fungo. A eterna luta entre ciência e religião, que é afinal a grande luta dentro das nossas cabeças e da nossa natureza humana, tinha aqui mais um campo de batalha.
Mas a pergunta mantinha-se, apesar de toda a fé: de onde vem essa força?

Best of times, worts of times...

Gostava que me explicassem como é que o melhor e o pior da vida podem ser exactamente a mesma coisa: darmo-nos a abrirmo-nos aos outros. É que... a sério, acho que sou eu que não pertenço a este mundo e que todos os meus conceitos acerca de amizade e relações humanas estão completamente trocados. Afinal, dois grandes amigos não se distinguem pelo facto de conseguirem falarem muito, mas sim de estarem no mesmo espaço e não abrirem as bocas um para o outro; de afinal teres amigos, que o são mesmo, ainda que sejam incapazes de te dirigir a palavra por vontade própria. Não sei, aparentemente eu é que ando confundido; e o pior é que tenho outros amigos, que falam comigo e que me dizem qualquer coisa a combinar um café ou assim, e chego à conclusão que eles devem estar violentamente errados. Mas o que define afinal a proximidade? Esse é um grande mistério. Nunca a apatia em relação ao outro esteve tão bem cotada como qualidade, francamente...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Vida, eu e tu, duelo ao sol posto, podes escolher as armas...

Cada vez mais me ocnvenço de que a vida é uma qualquer entidade abstracta que não gosta da minha cara. Só pode mesmo. De repente, tudo se ocmeça a equilibrar, a nível de humor, na minha vida. As coisas não me parecem tão negras, há pessoas que se preocupam comigo, começo a ter uma ideia daquilo que quero fazer e lentamente, a velha inspiração que antes me enchia parece voltar a percorrer-me. E para a semana, pela primeira vez, até vou poder conduzir um carro.
Mas a vida diz que não, que as coisas não se podem endireitar assim. Tem de me dar mais uma marretada. Pensou: "Ai o malandro! Espera aí que vou dar-lhe onde ele menos espera!", e ataca precisamente naquilo que nunca me itnha dado problemas: a minha condição física. Este ano, já fui aberto duas vezes numa mesa de operações, tenho de estar parado até meados de Dezembro por causa de uma delas e desde há 3 semanas que acordei com um qualquer problema dño joelho que não sei de onde vêm. Não corri, não saltei, não torci, não fracturei: como se saído de uma curva kármica, apanhou-me o joelho direito e aqui ando emperrado. Ao menos antes era só o sexo feminino e as relações humanas: agora, nem um simples salto posso mandar.
Quem quer que puxe os cordelinhos, a sério, vamos lá a deixar-nos de mariquices: a nós dois, um mano a mano. Sê adulta, está bem? Se tens algum problema com a minha barba rala e o quanto ela me faz parecer com o Brad Pitt no "Babel", diz-me na cara. Mas pára de moer os meus joelhos, está bem? Parece que é estúpida!

quinta-feira, novembro 23, 2006

Review rápida: "Casino Royale"


Falando sucintamente de "Casino Royale", temos aqui um filme Bond como eu há muito não admirava. O último da saga que me tinha deixado satisfeito fora "Goldeneye", já lá vão 12 anos. Este, no entanto, para enocntrar alguma comparação em importância e em qualidade, terá de recuar a Goldfinger, ou You only live twice. Dentro da galáxia Bond, este é daqueles que pode lutar pelo título de melhor de sempre.
Ajuda, em primeiro, que Daniel Craig encarne bem o novo Bond: se ao início não estava com muita fezada no Blond Bond (como chegou a ser apelidado), ganhei esperança ao ver Craig em "Layer Cake", um filme inglês de gangsters onde este faz o seu treino para homem sedutor, cínico, implacável, de pistola na mão; e desde o quarto de hora inicial que se percebe porque é que Pierce Brosnan foi afastado: a primeira grande sequência de acção do filme ( e desde já, a melhor sequência de acção deste ano até agora, que dificilmente será batida) é feita, claramente, por Craig e inclui tropelias e saltos que não lembram ao diabo e que teriam encostado Brosnan, que mantém sempre um aspecto impecável na mais descabeladas cenas de tiros e explosões. Bond esgadanha-se todo para apanhar um mercenário africano e leva uma grande tareia: sua, sangra e por pouco não fractura alguma coisa. É um Bond mais realista este, mais próximo de Jason Bourne que de Roger Moore.
Para mais, este Bond é mais virilidade e menos estilo. Perde-se o cavalheirismo e a finesse, ganha-se em cinismo e brutalidade. Craig consegue entregar as one-liners habituais de Bond, mas muito mais próximos do veneno de Connery que das paneleirices de MOore (para mim, o pior Bond da série). Aqui, não há Q, nem Monneypenny e mesmo os Vodka Martinis não têm especificações, mas entra-se na intimidade de M, há carros com fartura e um vilão interessante, em Le Chiffre, que chora lágrimas de sangue...
Ah, e relaxem: as Bond Girls continuam aquele poder (eu quero uma Eva Green só pra mim!).
É pena o filme ser demasiado longo, parece estender-se em falsos finais e reviravoltas escusadas. No entanto, há motivos para festejar este regreso às origens de Bond. Voltei a ganhar um certo respeito de qualidade em relação à saga. O Pierce era realmente bom para o papel, mas antes de chamarem Blond Bond a este, vejam-no em acção e repensem depois que gostavam que salvasse o mundo. Eu já fiz a minha escolha...

sábado, novembro 18, 2006

Oscar season

Eles andam aí: Dezembro trará o início da Oscar Season e quem lê este blog está certamente familiarizado com o meu gosto por entrar neste jogo de previsões. Não que atribvua aos Óscares, como prémio, um mérito indiscutível. Se o fizesse, estaria a passar ao lado de muitos e bons filmes e artistas constantemente ignorados, não é? Gosto do que antecede a atribuição dos prémios, desde a coaregm de lançar candidatos improváveis, até ás discussões em torno das nomeações. E a exemplo do ano passado, é isso que vou repetir. POrtanto, vamos lá a fazer uma informação muito rápida, até porque alguns dos filmes que vou referir prometem ser daqueles que têm mesmo de ser vistos

Apesar de ainda não ter estreado, fala-se incessantemente de "Dreamgirls", musical de Bill Condon, o argumentista de "Chicago",l com um elenco maioritariamente negro onde sobressaem Jamie Foxx, Eddie Murphy, Beyoncé Knowles e Jennifer Hudson. Murphy é apontado como nomeável para actor secundário, e Jennifer Hudson é apontado, por muitos, como a provável vencedora de actriz secundária; "The departed" é outro que reúne consenso e que estará lá: apesar da sua violência, foi aclamado pela crítica, é um sucesso de bilheteira e se é que se pode dizer isto, é o regresso de Scorsese a território seguro; "The Queen", de Stepeh Frears, é outro que tal: seco, mas com emoção suficiente para atrair os soft heart da Academia, conta a história daquilo que se passou no coração da família real britânica no seguimento da morte da princesa Diana; Clint Eatwood, o queridinho da Academia, regressa com "Flags of our fathers", mas aparentemente, o filme tem perdido gás; dois indies têm sido falados com insistência: "Babel", o novo de Iñarritu, com um elenco multiétnico e histórias entrecurzadas acerca de como pequenos eventos levam a grandes fracturas, e "Little miss sunshine", pequena pérola melodramática fundida com filme mosaico familiar. Outros possíveis são "United 93", "World trade center", "The pursuit of happyness", "Volver" e "Good german".

sexta-feira, novembro 17, 2006

Estranho fenómeno

Também vos ocorre terem uma lista de numerosos contactos no vosso MSN e só vos apatecer falar, por norma, com um oitavo ou menos desses contactos? Se sim, confessem para não me sentir tão mal...
Tenho 90 amigos neste sistema de comunicação por Internet, mas estranhamente, falo com um número restrito deles. Poderei, ainda assim, chamar-lhes amigos? Às vezes, aceitamos moradas de outros que, de uma maneira ou de outra, apenas nos querem adicionar porque falaram connosco uma vez à noite, ou porque são amigos de um amigo; mas no meu caso, eu conheço todas estas pessoas para lá disso. Algumas, é certo, foram amizades temporárias em acampamentos e assim, mas na maior parte, estão aqui pessoas que vejo todos os dias.
Conhecidos meus têm-me referido semelhante problema, portanto eu não sou o único a sofrer deste mal.
Não deveriam as pessoas que aceitamos nesta lista serem indivíduos com os quais podemos falar à vontade? Não é essa a intenção de existir um MSN? Precisaremos nós de amizades no papel ou passageiras? Eis um assunto a que voltarei, possivelmente, mais tarde.

terça-feira, novembro 14, 2006

Vamos jogar...

... ao "Identifique a celebridade". O vídeo é de "God's gonna cut you down", primeiro single de "A hundred higways", álbum póstumo do Mani in Black himself, Johnny Cash.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Lost in the island 6


E agora só daqui a 3 meses. Até lá, desespero, dor e lágrimas. A terceira temporada ainda vai no adro e já nos querem faezr esperar, com um cliffhanger que tem que se lhe diga. Mas como dizia o estripador, vamos por partes.

1 - Ai, Kate, Kate... - Neste 6º episódio, ficámos finalmente a saber com quem é que Kate casou (já sabíamos deste casamento através daquele jogo "I never..." realizado entre ela e Sawyer na 1ª season): um polícia. Para alguém que fige à lei, não deixa de ser arriscado e talvez mostr5e até que ponto Kate estava disposta a levar uma vida normal, embora, como sabemos, isso não tivesse sido possível. Penso que o momento em que ela sente isso é quando nãp consegue engravidar. E agora perguntamo-nos: será ela infértil? Apenas especulação sem bases a apoiá-la, como quase tudo o que aqui é lançado... Mas lá que ocmbinaria com a especialidade em fertilidade de Juliet, era engraçado. O marido de Kate, interpretado pelo sempre grande Nathan Fillion (AKA capt. Malcolm Reynolds em "Firefly" e "Serenity"), parece ser um gajo daqueles que elas dizem não existir, mas nem assim Kate consegue assentar. Though break, girl! Claro que isto vem dar uma dimensão superlativa ao final do episódio, esta dualidade entre ficar ou partir. Mas já lá vamos ao final. Kate, aliás, acaba por colocar o seu destino na série em risco, ao desafiar a lei da ilha que diz que se és mulher e fazes sexo, o mais provável é levares um balázio: Ana Lucia e Shannon provaram esta teoria, Libby cheirou-a e Colleen, que supomos ter feito um bem bom com Danny, "The butcher", também já foi. No entanto, o que se passou entre Kate e Sawyer, de forma apropriada numa jaula, pareceu mais animal do que de sentimento; e mesmo quando Sawyer lhe perguntou se ela o amava, a única resposta foi um beijo mudo e sem palavras, oq ue poderá indicar que, ao contrário daqueles que advogam que o triângulo amoroso J-K-S está morto, muita água correrá debaixo daquela ponte. Jack, esse, anda caidinho pela fugitiva: a cara que ele faz quando lhe metem Kate à frente, na sua prisão de vidro, nem precisa de palavras. Claro que quando Kate lhe pede que faça a operação, podemos teorizar se ele o faz porque nmão se quer sentir pressionado (e usando logo Kate) ou se percebe que ela nutre sentimentos fortes por Sawyer. Como eu disse, nada disto está acabado.

2 - O funeral: Eko foi a enterrar e Locke abriu os olhos e lá viu a escritura bíblica que o manda olhar para norte. Basicamente, foi para isto que voltámos à malta da praia na sua missão de salvamento. Ah, e para ver Sayid a mostrar que o guerreiro iraquiano não está ali para ser pau mandado. Muito me alegres, Muhammad!

3 - Big Ben: Em toda a história da operação, Jack manteve uma postura muito digna. Claro que se desconfiava que 1), ele fazia a operação e que 2), ele tinha alguma escondida, mas nunca desconfiei que o sue plano fosse este, o de tentar ganhar tempo para Kate e possivelmente Sawyer escaparem. NOvamente, o seu complexo de salvador a manifestar-se duplamente. Juliet poderá ter-se sentido traída por Jack, estando convencida que este ia faezr o sue trabalhinho sujo, e isso pode não ser bom; e não falo de consequências para Jack. Mas já lá vamos... Jack acabou, afinal, por ganha controlo no sítio onde ele é rei e senhor. jack abará, eventualmente, por coser o rim de Ben, mas o seu destino está selado: sacrficar-se para salvar os seus companheiros. Espera-o certamente uma jaula, a casa das correntes é demasiado para tal traidor. nO entanto, o pormenor mais bizarro de toda a sequência foi uma conversa entre Danny e o sue capanga, onde este refere que Jack nem sequer estava na lista de Jacob. Ora bem, quem Jacob? E proque é que este tem também um nome tão bíblico? Se foi ele que elaborou uma lista, isso poderá significar que estará acima de Ben na patente. POerá ser o nosso amigo zarolho do episódio anterior? Ou será o zarolho apenas um pertencente a outro grupo de Others, talvez os originais da Dharma?
Ah, e aquela saída de Jack da sua sala, quem lhe terá aberto a porta? Ben, Juliet, Alex? E porque foi ele dar à sala das televisões (onde se pôde sentir corno manso), com um armário cheio de armas?
E porque é que Ben perguntou por Alex antes de ser operado? Será ela a sua filha adoptiva, e só por isso é que é deixada livremente a fazer asneiras? (HOnestamente, tentar libertar Kate e Sawyer com uma fisga e pedras... Mulheres!)

Previsões: Juliet vai dar um tiro em Ben. Jack vai ser posto numa jaula. Kate e Sawyer descobrirão um barco e regressarão à praia.

Desejos escondidos: Alguém terá de dar uma malha a Charlie. Quero que seja o Desmond, porque ambos são escoceses. Locke obcecará com nova escotilha. Sawyer sovará Danny. Desenvolvimento de personagens é necessário. E , bem, até tenho mais, mas vou geri-los bem.

E até daqui a 3 meses, pessoal!

"The departed"


Eu devo ser um dos poucos indefectíveis de Martin Scorsese que assume claramente que gostou dos dois últimos do Master, "Gangs of New York" e "The aviator". Quando se vai ler qualquer coisa acreca destas duas obras, escritas por pessoas que se afirmam fãs de Scorsese, as palavras desilusão, fracasso e vendido surgem claramente. Vamos lá a assentar as ideias: quando um dia um realizador sem ideias e novato conoseguir filmar com o mesmo vigor que Scorsese, que já é sexagenário, o mundo do cinema terá elevado a fasquia para um patamar perto da excelência. Exemplos: a sequência inicial de "Gangs of New York"; o quarto de hora final de "The aviator" e as sequências de um Howard Hughes demencial nesse filme. Scorsese não sofre os mesmos males de um Tim Burton, por exemplo, cujos fãs, mesmo em obras menores, se entretém a cantar louvores, porque Tim Burton é Tim Burton, o único realizador americano suportável, pois é artista. Por isso, mesmo um filme menos conseguido (na minha opinião) de Tim Burton, como "Planet of the apes" e mesmo "Sleepy Hollow", que é espantoso visualmente, mas com uma história que dá tantas reviravoltas que chega ao ponto da inverosimilhança, é elevado aos píbcaros. Deixem-me desiludir estes fãs com um exercício: se ganhar muito dinheiro com filmes é o que torna um realizador comercial, façam as contas dos box-office de todos os filmes de Burton.
Scorsese tem sido eleito como o alvo de gozação dos Óscares nos últimos anos, com as duas obras referidas, e com "The departed", apesar de estar lá batido este ano, fez uma das obras menos oscarizáveis da carreira; e apesar disso, a sua vitória afigura-se como provável. Paradoxo? Já lá vamos. "The departed" é um remake do filme de Hong-Kong, realizado por Andrew Lau e Alan Mak, "Infernal affairs", que conta uma história de infiltrados: um criminoso na polícia e um polícia numa tríade mafiosa chinesa. Os dois passam o filme a tentar apanhar-se um ao outro, até ao duelo final. A versão americana segue de perto a narrativa chinesa, excepto uma pequena mudança no final. Mas na versão ocidental, a acção passa para Boston e em vez de criminosos chineses, temos irlandeses. A Máfia é um tema constantemente associado a Scorsese, mas sempre na perspectiva italiana. Esta foi a primeira vez que o realizador se dedicou a abordar outras esferas criminais étnicas.
O filme acaba por ser um triunfo, há que admitir, e remete para outras obras de Scorsese: o início, no passado, relembra Goodfellas, e o personagem de Jack Nicholson, um vilão maior que a vida, recorda o Bill, the butcher", de "Gangs of New York". Embora seja um remake, nunca me passou pela cabeça, eu que já tinha visto "Infernal affairs", chamar-lhe uma cópia. Scorsese, um dos maiores virtuosos de toda a história do cinema, aplica no filme tudo aquilo com que eu aprendi a gostar das suas obras: um trabalho de fotografia programado para cada personagem (por exemplo, Frank Costello, de Jack Nicholson, embora em cena desde o início do filme, está na sombra até perto dos dez minutos, sem nuca lhe vermos a cara, numa opção estilística deliberada), planos de câmara prolongados, uma câmara quase sempre em movimento e que parece vir de nenhures para captar os personagens, uma montagem frenética e que aqui, e desde há muito tempo não acontecia, leva a montagem sonora a assemelhar-se à de uma fita independente e belíssimos planos fixos compostos. Quer-se dizer, mesmo com um filme de orçamento de 90 milhões, é impossível chamar a "The departed" um filme de encomenda. É Scorsese em estado puro, uma aula de cinema que dura duas horas e meia, sem explicações e que exige atenção.
De uma extrema violência, que aparece sem aviso e tão natural como suar, "The departed" conta com 3 actores de grande qualidade: Di Caprio, que parece ir explodir a qualquer altura do filme, devido à pressão a que está sujeito na sua condição de infiltrado; Matt Damon, calculista, cínico e ambíguo; e Jack, numa demonstração de domínio de estados de alma que pode ser resumido na cena em que o seu personagem tortura o de Di Caprio, onde passa da barbárie absoluta a uma compaixão paternal numa questão de segundos, sem deixar de ser credível.
Tentanto encurtar esta crítica, o filme acaba por ser uma história para seguir, e não uma história de personagens. No entanto, tendo o filme duas horas e emia, era difícil optar por este caminho, sendo que a complexidade das mesmas é dada em pequenos pormenores. Isto torna o filme recompensante para quem gosta de obras estimulantes e desafiantes nos detalhes. "The departed" traz Scorsese ao terreno a que nos habituámos a vê-lo e mostra que uma obra madura não é necessariamente académica. POr muito que o tema não seja, nem de longe, oscarizável, o sucesso eceonómico do filme, o seu prestígio e a sua óbvia qualidade, levarão este filme às nomeações. E já nem me interessa muito se Scorsese ganha um ou não: os mestres vêem-se pelos seus filmes, não por carecas dourados.

O sabor da derrota


Mais do que o sabor, uma imagem... Acho que é a melhor ilustração do desastre que foram as eleições intercalares para o Senado e Congresso dos EUA para o Partido Republicano. E verdade, verdadinha, não há qualquer montagem.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Lista de perguntas Lost


Tenho recebido várias queixas de leitores deste blog, a quem tenho de pedir desculpa, acerca do excesso de dedicação a uma determinada série de televisão, sobre uns palermas perdidos numa ilha. Lamento imenso, mas é mais forte que eu. Pode considerar-se comportamento de dependente, mas não me importo.
Acalmai-vos: nos próximos 3 meses, Lost entra de férias, e durante muito tempo não ouvirão palavras como Jack, Locke, Ben, Juliet, Hatch, Others e afins; no entanto, intermitentemente, aparecerá a palavra showdown. Portanto, deixe-me aproveitar os próximos 3 ou 4 posts para descarregar aquilo que teriam de aguentar nos próximos meses. Deixem que os Lostómanos que frequentam este antro tenham uma última oportunidade de alegria antes de entrarem em depressão. Obrigado.

Ora bem: peço a ajuda de todos os fãs que por aqui passam de modo a elaborarmos as perguntas Lost para as quais ainda não temos resposta. Para já, deixo 10. Continuemos no espaço para comments.

O que é a ilha?
Qual o objectivo da Dharma Initiative?
Existe só um grupo de Others (isto relativamente aos sobreviventes)?
Como é que o Locke ficou confinado numa cadeira de rodas?
Será Ben o patrão máximo dos Others que conhecemos?
Quem é o gajo de pala no olho?
O que raio é aquele pé gigante com quatro dedos?
O que é o monstro?
Para que são os ursos polares?
Qual a obsessão dos Others com crianças?

Um momento

Num início de tarde solarengo (mas aquele sol que dá mesmo gosto apanhar nas costas), desço a minha rua muito descansadinho, a ouvir música com duas castanhas quentes na mão e mais umas quantas no bolso. Enquanto aprecio este momento, que me está a saber mesmo bem, apeteceu-me gritar: porra para as gajas, porra para quem não me curte, porra para io raio do desemprego, das preocupações, do Sócrates, das misses t-shirt molhada (bónus, bónus) e para tudo o que me apoquenta e me deixa a vida num desassossego! Deixem-me comer castanhas quentes

quinta-feira, novembro 09, 2006

Rendo-me!


Pronto, Mariana (aka Maryland), eu desisto: aqui está hoje é dia 9 de Novembro, faço anos e pronto. Cá está o post! :)

A caridade...

...é uma coisa bonita, e dar um milhão de dólares à Guiné-Bissau (um páis liderado por aquele senhor honesto chamaod Nino Vieira, sabem?) é lindo, lindo; mas afinal não havia dinheiro para as câmaras utilizarem para compensar os prejuízos das últimas cheias e afinal agora virámos Bill Gates? Tudo bem, eu sou um tipo humanitário e tal, mas...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Lost in the island 5


E que dizer do melhor episódio desta seaosn até agora, opinião de quem escreve e sempre discutível? Teve de tudo: reviravoltas, confirmações, deslindar de mistérios, uma morte, novos personagens e um ódio de estimação pessoal que começa a crescer. Por onde começar? Bem, este vai por tópicos, para ser mais fácil de acompanhar:

1 - O tumor: A minha louca teoria de que os raios X vistos por Jack no episódio 4 eram de Locke foi por água abaixo e por uma vez, a lógica fez-se valer: o tumor é mesmo de Ben. O plano urdido pelo líder dos Others é incrivelmente diabólico e lentamente, as razões pelas quais aqueles 3 foram raptados, tornam-se claras: são duas pessoas que mexem com Jack, Kate de uma maneira, Sawyer de outra (relacionada com Kate) e quer-me parecer que Ben fará valer-se da dinâmica de casal entre Kate e os dois womanizers para faezr quebrar Jack. Está na cara que Jack vai operar Ben, mesmo com a pressão de Juliet (espantosa cena, a dos cartões) para que este realize o contrário. O complexo de salvador que o médico-cirurgião carrega é muito mais forte que ele e que qualquer vontade de sair da ilha. Aliás, Jack não me parece ser o tipo de pessoa que ceda a mind games, a não ser que, ealgo que não me parece que vá a ocorrer, tudo seja uma grande urdidura conjunta entre Juliet e Ben para testar Jack. Desculpem-me os defensores dessa teoria, mas é algo forçado... Na realidade, Jack poderá estar a manipular os dois Others no intuito de se salvar e mais aos dois companheiros que estão nas jaulas. No entanto, a coisa poderá virar no próximo episódio, se ele souber que, a ver pela preview, Sawyer e Kate se vão engalfinhar à séria... mas Jack já percebeu que não o podem matar, nem maltratar, ele é demasiado importante para isso, e como não é burro, percebeu que algo de errado se passa entre os Others em termos de liderança. O sexto episódio será, para mim, a tentativa de fuga de Jack.

2 - Uma viagem à selva: Deixando Mr. Eko à parte, o grupo que partiu para a selva reuniu os suspeitos do costume: Locke, Sayid e Desmond (esta semana, sem apostas para o Totoloto) teve a companhia de Nikki e Paulo. Se bem que Nikki, assim vestida, se revela numa excelente adição para Lost, Paulo e as suas urgências intestinais depressa se estão a juntar a Charlie na minha lista de vítimas acidentais de uma queda de um precipício na ilha. As fãs de Santoro que me desculpem, mas ou ele começa a fazer alguma coisa de jeito, ou então que venha o monstro fumarento! Nikki, esse, reparou num pormenor tã, tão óbvio, que espanta que o sagaz John Locke tennha deixado escapar. Algo de irreal... O que se reteve desta visita à estação Pearl foi o aparecimento de um homem com uma pala preta no olho. A julgar pelo mapa que nos foi dado a ver no episódio "Lockdown", poderá ser alguém numa das estaçlões restantes (tem-se avançado a estação Flame) e, possivelmente, será um indivíduo que pertence ao grupo de Inman, o homem que Desmond encontrou na estação Swan (vulgo The Hatch). Ou seja, é um caramelo que está na ilha há cojones... Como terá ele perdido aquele olho? NUm confronto que um urso polar?
E por falar em desventuras na ilha, será que Rousseau desapareceu assim de repente?
E porque seria a estação Pearl filmada, como pareceu na altura em que esta foi encontrada por Locke e Eko? Será que é Ben quem está a monitorar? E se sim, saberá ele da existência do zarolho?

3 - RIP, Mr. Eko: E morreu o padre! Diga-se que se Eko tinha de morrer, seria às mãos de um monstro, porque, francamente, quem poderia dar conta dele?
Na minha opinião, acho que fica um sentimento de dever cumprido no trajecto básico de Eko como personagem, e aparentemente o actor que o interpretava escalrecera desde o início que só pretendia ficar um ano na série, mas claro que se este lá tivesse ficado, haveria certamente muito mais para contar. Ficou esclarecido o porquê de ele construir a igreja e o sue papel na série, que era, obviamente, devolver Locke ao caminho da fé.
Eko permitiu também criar uma relação de irmãos verdadeiramente complexa em "Lost". Não me venham falar de Boone e Shannon, porque não vale a pena. A ligação entre Yemi, um padre, e Eko, o irmão criminoso que, em última instância, deu a alma para salvar o irmão mais novo, foi bem desenvolvida e sentia-se em Eko um genuíno amor quase paternal relativamente a Yemi. Quando ele descobre, após a morte do irmão, uma fotografia de ambos na sua bíblia, é desses momentos que se faz televisão que realmente prende a emoção. Se bem que, acho, há maldade intrínseca à alma de Eko, não sei se ele é verdadeiramente um pecador. O fumo, aparentemente, é como um juiz da ilha, com uma estrutura moral que muito deve ao catolicismo: arrependes-te, pode ser que te safes; não te arrependes, lixas-te. Na verdade, esse fumo parece reunir dados sobre as pessoas na ilha (por isso, o seu primeiro encontro com Eko não foi uma fuga, mas sim um agrupar de informação) e tem o poder de assumir formas humanas e animais (o pai de Jack, o cavalo preto de Kate, mesmo Walt e claro Yemi) e por isso Eko ouve daquele que se parece com o irmão "You speak to me as if I were your brother") É uma teoria como qualquer outra. De qualquer forma, acho que o fumo negro é o único mistério da ilha que não pdoe ser explicado em temros puramente científicos.
Eko tinha uma dos "melhores" passados entre os sobreviventes e tudo o que ele tentou faezr foi a~daptar a sua maneira de ser à definição de bem dos outros. Quando ele diz "I did my best", eu acredito que ele acreditasse nisso; mas não foi o suficiente. O último plano dele e do irmão, em pequenos a caminharem com uma bola de futebol, confesso que me arrepiou. Para além disso, vou sentir a falta do seu bastão bíblico...
Ah, e será que "We are next" é algo de real ou apenas fruto do julgamento de Eko?

Para a semana, Kate casa-se. Upa, upa!

Desenganem-se: há sempre pioneiros...

O sucesso do último de Nelly Furtado levou a que os telejornais, revistas e órgãos de comunicação voltassem a focar a atenção na luso-canadiana, depois do relativo fracasso de "Folklore" e do afago orgíaco ao ego da Pátria que foi a rodagem constante do tema "Força", durante o Euro 2004. "Loose" será, à partida, um álbum atípico para Furtado, que normalmente mistura pop e folk nos seus álbuns com precisão, mas que neste se mostra claramente mais virada para a onda hip-hop e sexy da sua vida. Quase s epode dizer que ela está, de facto, bem inserida na indústria musicla norte-americana. É assim que a publicitam por cá também: uma jovem luso-descendente que contra ventos e marés triunfa, tornando o sucesso contagiante a todos nós, portugueses aqui deste lado. É um milgare tal que nos parece instantâneo, que basta um portugu~es surgir que tem logo sucesso.
No entanto, Nelly não foi a primeira luso-descendente a tentar penetrar na indústria pop dos EUA. Teve uma percursora, que embora não tendo a Dreamworks a apoiá-la, nem qualquer grande companhia discográfica, ainda mantém uma carreira e tentou, em grande estilo, ser uma estrela. Falo de Nikka Costa, nome que ouvi por acaso quando ouvia a Antena 3 em 2001, pela boca de Pedro Costa, porventura uma dos melhores radialistas e descobridores d enova música da Rádio nacional. Costa, que é filha de Don Costa, compositor de temas para grandes lendas da soul, como Aretha Franklins ou as Divines, transmitou essa soul para a filha, cuja voz, opinião de quem escreve, é melhor que a de Nelly Furtado, embora o sucesso não seja, obviamente o mesmo. A tendência portuguesa para a publicitação dos casos de sucesso leva a que se esqueçam os casos de fracasso, que são tão importantes como so primeiros. Por isso, este blog faz a devida vénia a Nikka Costa, a primeira artista pop portuguesa que teve a coragem de usar um nome luso na sua denominação artística. E para aqueles que, querendo desmentir, verificarem que "Whoa Nelly" foi publicado em 2000, gostava de lembrar que o álbum só começou a rodar cá em 2001, como é hábito (vide "Songs about Jane" dos Maroon 5, por exemplo, banda altamente comercial, cujo álbum só ganhou notoriedade quase dois anos após ter sido publicado, em Los Angeles).
Fica, para comparação, o vídeo de "Like a feather", primeiro single do álbum de 2001 "Everybody got their something".

sábado, novembro 04, 2006

Mas estão a gozar comigo?

Hoje, uma amiga pergunta-me se sou feliz. Respondo-lhe que não; ela diz que o conceito de felicidad é relativo. Também é verdade; no entanto, mantenho o não.
Venho a descer a minha rua à noite e num carro, um rapaz e uma rapariga envolvem-se em acto sexual. Nice.
A minha mãe diz que vou ser uma criança para sempre. Fabulous.

É impressão minha ou a vida está-me a enfiar qualquer coisa pelos olhos, e que essa qualquer coisa se chama fracasso pessoal?

sexta-feira, novembro 03, 2006

Desinspirado

Uma amiga minha, que volta e meia frequenta este estabelecimento, opina que eu devo andar com pouca inspiração, pois tenho postado menos que o costume; ela tem razão, respondo-lhe, e percebo que escrever muito sobre Lost e postar vídeos não é a maneira de melhor mostrar inspiração. De facto, tenho andado desinspirado, e por vários motivos: não estou deprimido, não estou feliz, ando neutro, não ando apaixonado... Enfim, as coisas que normalmente me fazem carburar não estão. No entanto, estou-me a esforçar por combater isso, é o que posso prometer. Não quer dizer que esteja a fazer o máximo para me deprimir (desiludi-vos, vilões meus), antes tento procurar ser feliz. Espero que este ano, que começou mal e andou pior até mais de meio acabe bem. Que toda aquela má fase tenha tido um propósito bom, o de descobrir realmente o que me faz feliz. Já me fez, felizmente, dar resposta a algumas dúvidas e a olhar bem para as pessoas que me rodeiam. É uma experiência engraçada: quanod pensamos que todos os outros são felizes e boas pessoas e nós estamos destinados a andar em baixo e a não ser queridos... devemos olhar outra vez.
É nesses pequenos pormenores de olher que devo procurar inspiração.

terça-feira, outubro 31, 2006

Premonições


Fernando Santos previu que alguém do Benfica seria expulso na segunda parte do Benfica-Estrela; Jesualdo previu que Anderson ia "aleijar-se" contra o Benfica; e eu previ que se Jesualdo ganhasse ao Benfica, ia-se transformar num paravlhão arrogante, à la FCP. E acertei.

Chama-se...

... "Às vezes o amor", é a nova canção de Sérgio Godinho e os minutos que passamos a ouvi-la são, para além de mel auditivo, um pequeno prazer. Quase um prazer Amélie.

domingo, outubro 29, 2006

Lost in the island 4


Aparentemente, a julgar pelo final do episódio, o título desta rubrica terá de mudar para "Lost in the islands"... Mas adiante.
Há que dizer que este episódio, com tudo equilibrado, foi um daqueles com as coisas que me fizeram gostar de Lost bem no sítio. Teve momentos de tensão pura (quando o Sawyer leva uma malha... não me lembrava de um momento tão violentamente sangrento e animalesco no Lost desde que o Sayid espetara uns pêros valentes ao artista conhecido anteriormente por Henry Gale), humor subtil (o relógio de Sawyer a apitar enquanot Kate se despe é um mimo), mitologia a andar para a frente (há duas ilhas... se bem que, com a história de haver um cais numa delas, a coisa faz sentido) e mudanças de carácter de personagens (quando Jack diz a Juliet "I don't care about making you feel better", enquanto lança some moves nela, onde está o bonzinho do doutor?).
Sawyer foi o personagem focado nesta semana; se bem que a trama do flashback era óbvia (quase tão óbvia como o facto de o pacemaker ser inexistente), pois estava na cara que Sawyer estava a enganar o burlão, ficámos a saber que o garanhão dos pântanos poderá ter uma filha; ou não.... A mulher a quem James ensinou a cartilha da perfídia mentirosa poderá estar a lançar a sua própria jogada, o que bateria certo no facto de Sawyer não confiar em ninguém, nem nunca abrir o seu coração. E por falar em coração, não doeu ouvir Kate a dizer que só professara o seu amor pelo James Ford para que Danny deixasse de lhe bater? O olhar na cara dele... Para não falar de quando ela remata toda a cena dizendo "Live together, die alone", leit-motiv do Sotôr Jack Shepard (a propósito, nunca ninguém achou estranho o facto de o pai do Jack se chamar Christian Shepard, ou seja, pastor cristão? Voltaremos a isto nouytro dia). Ah, e Sawyer tem pena de coelhinhos brancos... Quem diria! Para além disso, o parelelo com o flashback de estar preso e apaixonado, assim como na ilha, foi interessante.
A questão das duas ilhas é interessante: porque será que os Losties nunca viram a sgeunda ilha? Esta não parece estar assim tão longe! E será que a caverna onde Locke encontrou Mr. Eko e o urso polar poderá ser uma espécie de túnel entre as duas, explicando isso a presença dos ursinhos na ilha Lostie? Coisas a ver num futuro próximo, certamente.
Quanto à operação Jack... não estou convencido, primeiramente, que Ben discordasse da presença de Jack. Pareceu-me mais um mind game. Jack voltou a mostrar a sua tenacidade a salvar vidas, mas mostrou desta vez uma resginação a dar a hora da morte de Colleen que me faz crer que ele já tem quem são os seus inimigos muito bem na cabeça, o que pdoerá siginificar que os planos de colaboração com Ben vão por água abaixo... E quanto a comentários que j+a ouvi acerca daqueles raios-X... Poderão ser de Ben, está claro, mas, acompanhem o meu raciocínio, porque não pertencerem a Locke? Bate certo no perfil e seria, a nível de diagnóstico, muito mais compatível com os poderes de cura do magnetismo da ilha. O que acham? Claro que Jack não é burro nenhum e já começou a lançar a Juliet os mind games com que Ben baralhou Locke na segunda season, e aparentemente, a sua opinião de uma sociedade comunista, mas liderada por um ditador chamado Ben, vai bater fundo em Juliet. Parece... Aquela mulher consegue ser ainda mais ambígua que Ben, como se isso fosse possível. Nunca se sabe o que se epsera dela. E porque raio precisam os Others de um médico especialista em fertilidade?
Ah, e quanto ao lado Nostradamus de Desmond... Fiquei bem mais impressionado com a previsão relativamente a Locke que a este raio. Se bem me lembro, na primeira season, Locke predisse a Boone que irira chover em menos de um minuto... E choveu. Será que a explosão magnética terá apenas ampliado uma qualquer parte do cérebro do escocês?

Para a semana, a missão de salvamento começará, se bem que, prevejo, o grupo terá muito que nadar...

Duo dinâmico


Confesso que nunca pensei ver estas duas bandas juntas, mas enfim, o resultado acaba por até ser interessante. Para além disso, estava na altura de dois dos melhores baixistas do mundo tocarem juntos... Para quem se pergunta, a canção é "The saints are coming", é uma cover dos The Skids e não deve demorar muito a rodar violentamente na MTV, apesar da contundente mensagem política...

sexta-feira, outubro 27, 2006

Que grandes portugueses?

Não tenho tido grande vontade de abordar o assunto, mas o debate de anteontem, na RTP, que envolveu diversos convidados (entre os quais José Hermano Saraiva e Luís Reis Torgal, professor de História na minha Universidade, a de Coimbra, dois antagonistas naturais pela área de estudo do segundo, o Estado Novo), de vários quadrantes culturais, diversas filiações políticas e perspectivas do assunto. Se uns encaravam com uma seriedade granítica que, confesso me assustou (Joana Amaral Dias, deputada do Bloco de Esquerda, para além de só consentir que o seu grande português fosse uma ela, chegou a lançar um clima de crise de indentidade nacional caso Salazar fosse o Grande Português), outros levavam a coisa com ligeireza, o que, tendo em conta o carácter especulativo desta eleição, é o mais correcto.
No minha opinião, este concurso não será, obviamente, para ser levado a sério. É um concurso e um jogo, nada mais. Como qualquer eleição, cada um tem a sua opinião, e se mesmo um Mourinho, um Cristiano Ronaldo ou um Herman José aparerecerem com os Grandes Portugueses, ninguém se deve chocar. É a opinião pública. Claro que tudo isto vem, pelo menos, fazer crescer o interesse pelas grandes figuras da nossa História, o que é bom, por um lado, mas mau por outro, pois os percursos históricos nacionais não são apenas feitos de heróis e grandes figuras: o cidadão anónimo também faz parte desse movimento histórico e centrarmo-nos apenas em heróis fará surgir uma espécie de mitologia civil que exagera o papel das figuras e quase as santifica, não permitindo uma investgação parcial da suas vidas.
Paleio de Teoria da História à parte (salvé, Dr. Catroga), eu digo já que não consigo votar em ninuém, porque acho impossível definir o maior português de todos os tempos. Mesmo um dream team se torna tarefa espinhosa... A discussão que se gera está, pelo menos, a levar a saudáveis debates sobre perídos da nossa história que raramente discutimos e a redescobrir figuras que achávamos esquecidas. Ainda assim, alguns amigos meus têm-me pressionado, pelo menos, a revelar hipóteses que eu poderia eventualmente escolher. Para esses, deixo alguns nomes: a ser rei, D. Afonso Henriques, D. João I e D. João II; da área da cultura: Camões, Fernando Pessoa (ok, sãoi por demais óbvios estes dois), Sophia de Mello Breyner e Eça de Queiroz (não é estranho que quando queremos citar alguma grande figura cultural portuguesa, sejam os escritores quem nos vem em primeiro à memória?); politicamente, Afonso Costa e Humberto Delgado(qualquer político pós-25 de Abril não me permite o chamado distanciamento emocional); e de resto, porque não Aristides de Sousa Mendes, ou mesmo Vasco da Gama (o Pedro Álvares de Cabral teve sorte), ou mesmo... Vêem como tudo isto é inútil?

Para curiosidade, noutros países os resultados não são menos abespinhados: em Inglaterra, ganhou Churchill, com a princesa Diana a ficar à frente de Darwin, Newton e Shakespeare (!); nos EUA, Ronald Reagan foi considerado melhor que Abraham Lincoln, Martin Luther King e George Washington; e George W. Bush ficou em 5º, o que não deverá espantar num país tão jovem...; em França, Charles de Gaulle (os franceses têm quem merecem, não é?); e na Alemanha, Konrad Adenuaer. Fala-se que o concurso está em fase de produção na China. Na prática, é uma anedota: o que chamar a um top ten onde todos os concorrentes se chamam Mao Tsé-Tung? (OU então, mudam para as várias grafias, e há dez nomes diferente!)

segunda-feira, outubro 23, 2006

Lost in the island 3


E regressámos, finalmente, a território conhecido: a praia onde tudo começou. Antes de lá chegarmos, porém, encontrámos Locke, deitado no meio da vegetação, estendido e mudo, mesmo quando levou com o bastão do Mr. Eko na cabeça. Um começo logo para arrepiara caminho. Vai dá, chega à praia, e Charlie é logo contratado para guardar uma tenda onde Locke pretende, com a ajuda de uma forte mistura alucinogénica, comunicar com a ilha e saber o que faezr a seguir. Tudo isto quer dizer uma coisa: digam adeus a triângulos amorosos e brincadeiras militares de iraquianos: estamos em território de John Locke. Estamos no coração dos mistérios da ilha.
Num Lockisódio (não tão bom, diga-se, como o "Lockdown"), foi bom ver o regresso do profeta e agora novamente místico careca aos seus facalhões e técnicas de camuflagem. Num episódio em que Charlie não esteve, por incrível que pareça, tão irritante como é costume, a aparição de Boone, embora um Boone inside Locke's mind, foi um dos pontos a destacar, numa visão digna do terceiro olho de Lobsang Rampa. Percorrendo um aeroporto a empurarr Locke numa cadeira de rodas (evidente metáfora da fragilidade do caçador), assistimos aos personagens habituais em papéis que levam os fãs a teorizar (porque estão Kate e Sawyer juntos na fila de embarque? Porque está Jack a ser revistado por um Benry vestido de empregado de aeroporto? Porque diz o Boone aparição que Claire e Charlie vão estar bem "for a while"?) e levando-nos a dois personagens qu também se viram envolvidos na explosão da Hatch, Mr. Eko e Desmond. Quanto a este último, o mistério do porquê de andar cmpletamente nu pelas selvas do Pacífico não será um mistério menor do que, aparentemente, ter ganho o poder de antever o futuro, ou pelo menos pressenti-lo, para além do seu notável visual à la Cristo. Mr. Eko, esse, viu-se arrastado por um urso polar para uma gruta, de onde foi salvo por Locke. Pormenor estranho: a gruta estava cheia de ossos de crianças, para além de um carrinho de brincar. Assustador, mas qual a razão? Fará parte da obsessão que um dos grupos de Others tem por crianças?
Hurley regressou, e voltou às piadas que todos nós apreciamos ("Bear, is that you?") e com más notícias: Jack, Kate e Sawyer foram raptados pelos Others e não há um médico decente para salvar Eko. E vai daí, Nikki enfurece-se, e Paulo fica perplexo. E quem são Nikki e Paulo? Dois sobreviventes, aparentemente sexy e bem parecidos, como quase todos os que caíram naquela ilha, e que até agora não tinham aberto a boca para dizer algo de interessante, nem mesmo aparecido. A sua entrada não foi de registar, mas saúda-se o reforço feminino, e que este tenha cuidado: mulheres são espécie em vias de extinção na ilha. E sim, sim, meninas: o Rodrigo Santoro.
No final, Locke prometeu uma missão de salvamento e fica no ar aquela ideia de que Desmond se tornou no Nostradamus da ilha. Para além disso, fica porrada prometida para os próximos episódios, debaixo de uma liderança firme de John Locke, descrente virado crente fanático à custa de uma shoras numa tenda e de uma alucinação envolvendo um Mr Eko de olhos fixos e palavras sábias. Embora não tenha adiantado muito na mitologia, ficam perguntas relativamente àquela caverna e ao uso futuro das novas habilidades de Desmond, the brother? E vocês, que impressão vos deixou este episódio?

Outros tempos...


Se hoje televisão portuguesa é, quase imediatamente, sinónimo de lixo, porque não lembrar outras produções, mais míticas, que preencheram os anos 80, altura em que, parecendo que não, se tentaram faezr algumas das mais revolucionárias séries da história da nossa televisão. Um exemplo claro é, parece-me, "Duarte & companhia".
Misto policial e comédia (com um maior ênfase para a última), será, porventura, a série com mais figuras míticas por metro quadrado: quem não se lembra do Rocha e a sua bigodaça, acompanhada de farta cabelira negra; Lúcifer, o temível líder criminoso que gostava de ser tratado por Padrinho, e dos seus capangas Chinês (mais conhecido por "eu não sele chinês, eu sele japonês) e Albertini (monstruoso gangster, que desmaiava com a breve menção da palavra sangue, e que partilhava com Rocha e Átila não saber quem era a mãe); Átila, o grande rival de Lúcifer, e irascível como pouco; Duarte e Tó, dupla de detectivas de bolso; e as mulheres, naquela que foi, atrevo-me a dizer, a primeira grande manifestação de poder feminino, pois eram esta que, à pancada, iam resolvendo os casos e amedrontando os homens: a Joaninha, a mulher do Duarte a sogra do Duarte. Para além disso, com títulos como "A maldição da múmia", "A cadeira do poder" e "A revolta dos escravos", já itnha ganho lugar na nossa história cultural. E o 2 cavalos? E aquele genérico da 3 série? O lançamento recente em DVD apenas veio acentura o seu carácter mítico na nossa memória colectva; e espero que a próxima edição venha, finalmente, com extras: entrevistas, uma retrospectiva, qualquer coisa... É aproveitar enquanto os protagonistas estão vivos: António Assunção (o Tó), Canto e Castro (o professor Ventura) e Ema Paul (a mulher do Daurte) já faleceram, portanto toca a despachar!

sábado, outubro 21, 2006

Reviem rápida: "The black dahlia"


Embora casos por resolver sejam frequentes, o que dá o mote para o filme, o de Elizabeth Short (ou "Black Dahlia") é um daqueles que permanece na memória colectiva do púlico, não só porque não foi resolvido, mas também devido aos pormenores macabros do homicídio. O caso deu-se em Los Angeles, em 1947, e era inevitávels que o cronista moderno da Los Angeles dos anos 40 e 50, James Ellroy, o mesmo que escreveu o magnífico "L.A Confidential", pegasse no caso para criar mais um livro, o que aconteceu; e foi assim que nasceu a trama do filme, que acompanha dois ex-pugilistas, tornados polícias, na caça do assassino de Elizabeth Short. Pelo meio há Scarlett Johansson, a fazer de ex-prostituta no meio dos dois homens, e Hillary Swank, a fazer de menina rica que gostava de ser prostituta.
Este filme de Brian de Palma é dePalmiano até aos ossos, e se isto parece uma redundância, não é é: quantas vezesz já vimos fitas de realizadores a quem estamos acostumados e que parecem tão descaracterizadas? No entanto, é um filme com marca de Palma para o melhor e para o pior: o melhor, obviamente, é a parte técnica de "The black Dahlia". Brian de Palma é um dos maiores virtuosos da câmara da actualidade e filma sempre com uma elegância tal que mesmo quando um filme é mau, é impossível ser completamente mau. Baseando-se no cinema noir (onde "The black dahlia" pertence por completo, com o seu enredo labirítinco e os seus personagens moralmente imperfeitos) e em Hitchcock, para além dos tradicionais travellings e long shots característicos do realizador, é quase como se fôssemos numa viagem e nos deixássemos levar. Para além disto, há a excelente direcção de fotografia de Vilgos Zsigmond e a direcção artística do veterano Dante Fereetti, habitual colaborador de Scorsese. A cena em que se descobre o corpo de Short é simplesmente incrível, quando num só plano-sequência, de Palma captura 4 acções diferentes enquanto decorrem simultaneamente.
Os males do realizadopr também se reflectem, no entanto: a falta de paixão com que aborda os personagens em um argumento que, a partir do meio, anda à deriva, batem certo com grande parte da filmografia do virtuoso. Quem pensar que vai ver um filme sobre a resolução do homicídio, desengane-se: só meia hora da fita é realmente dedicada a esse assunto, o restante centra-se na relação do trio de protagonistas. Mas balançando entre estes dois pontos, o filme não alcança um equilíbrio narrativo, e a partir da morte de um dos personagens, descamba e cai vertiginosamente, como se tivesse sido lançada uma bola de bowling sobre um castelo de cartas. Embora os actores estejam bem (mesmo Josh Hartnett), o filme perde, e muito, com esta falha. É como uma coisa muito bonita com um interior muito fraquinho.
Ah, Scarlett Johansson e Hillary Swank não aparecem nuas, mas são bem boas. E mais a sério, uma referência à fantástica Mia Kirshner, que interpreta Elizabeth Short em pequenas vinhetas a preto e branco no filme. Uma interpretação muito intensa e que merecia mais destaque, fosse o argumento mais centrado em Short.

Nota: 7

quinta-feira, outubro 19, 2006

Espera lá...

Tinha este tema na cabeça para escrever aqui, mas só agora me lembrei: é impressão minha ou o presidente Bush assinou, na semana passada, uma lei que permite tortura sobre os suspeitos de terrorismo, e exclui qualquer apoio jurídio aos mesmos, o que, legalmente, é a mesma coisa que tonrá-los não pessoas? E porque é que este tipo de atitudes não cria sururus alargados, ao legalizar Guantanamos e afins? Só para deixar a indignação.

Contexto

Uma componente importante da fraseologia humana é o contexto. Determinadas expressões e afirmações ganham um sentido completamente diferente quando pronunciadas por diversas pessoas ou em variadas situações. Toda a gente sabe que a língua portuguesa é muito traiçoeira e por isso se presta a más interpretações que levam a que, exemplo, em escutas telefónicas certos indivíduos pareçam cometer crimes, quando se estão simplesmente a voluntariar para ir buscar os filhos de um colega à escola. Numa tentativa de tentar evitar que tais situações aconteçam aos utentes deste blog, vou, numa iniciativa que espero útil, mostrar como algumas frases podem soar tão díspares na boca de interlocutores variados.

"Doem-me as costas, não devia ter abusado ontem"

Pedreiro - Declaração de dor derivada do excesso de trabalho forçado

Liedson - Declaração de dor derivada de mergulhos forçados

Cláudio Ramos - Resposta à pergunta "Então, e que tal correu o encontro com o Serginho?"

"O dia ainda é uma criança"

Oficial da GNR - São 9 da manhã e um maço de multas está já completo

Kim-Jong Ill - Ansioso por dar vazão ao ritmo de trabalho alucinante que permita a abertura de um novo cemitério

Jorge Ritto - Back in time to 1980

"Foda-se, caralho para esta merda!!!

Ministro das Finanças e Primeiro-ministro - Pânico geral perante o défice

Trabalhador de uma ETAR - Mau dia no trabalho

Adepto do Benfica - Kenny Miller marca o segundo.

"E se eu te partisse a boca à paulada?"

Dois moçambicanos e Carla Matadinho - Rodagem do filme de Sá Leão

Um ministro da Educação e dois professores - Discussão acalorada sobre a reforma do sistema de carreiras da docência

50 Cent, Snoop Doggy Dog e Eminem - Álbum de beneficiência para as vítimas do Katrina, que conta com uma faixa conjunta entre os 3 rappers

"Peço desculpa, mas na realidade não sei o que está aqui escrito"

Stevie Wonder - Alguém se esqueceu de lhe passar as letras das músicas para Braille

Senhor de 80 anos - Reflexo de século de analfabetização nacional

George W. Bush - Embaraço quanod lhe pedem para ler a composição de Carolyn Arnold, menina de 8 anos, intitulada "A minha casa", de uma escola primária do Tenessee

E fica a lição. E há ainda "Mas o que é que um gajo como eu está a fazer contigo, Scarlett?", que quanod pronuciada por mim significa: "Ahh, que pesadelo mais esquisito!!"

quarta-feira, outubro 18, 2006

"Sabes onde é que há gajas boas, mesmo boas?"


Claro que sei! É no filme "The other Boleyn", actualmente a rodar em Inglaterra.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Lost in the island 2


"THE GLASS BALLERINA"

Ao segundo episódio, o espectador mais atento terá reparado que esta terceira season está a seguir, estruturalmente, o caminho da primeira: um primeio episódio com uma revelação bombástica e mais um conjunto de pequenas descobertas, e um segundo mais baseado no desenvolvimento de um pormenor do passado de determinada personagem, neste caso Sun, se bem que se possa argumentar de que, em termos técnicos, os últimos 5 minutois tenham sido, bem... já lá vamos.
Por partes: quanto à parcela do episódio que envolveu Jin, Sun e Sayid, o mais interessante foi descobrir que a nossa coreana não é aquela mulher sofredora e estóica que imaginávamos: meter os cornos ao marido não cairá propriamente bem nessa imagem que fazíamos dela. A primeira cena, com ela ainda em criança, mostra-a incapaz de assumir culpas, o que pode justificar o facto de querer participar, embora esteja grávida, num louco plano de captura dos Others, elaborado pelo cada vez mais sedento de vinagnça Sayid. Por falar no iraquiano, nota-se que lhe falta algum treino de exército; ou isso, os The Others voam, pois como raio passaram por Sayid e Jin sem serem vistos? Impressionante. Sun acabou por completar a reviravolta de imagem ao matar uma Other, aparentemente enrolada com o capataz da obra onde Sawyer e Kate "colaboram", o que poderá não ter sido a mlehor manobra em prol da sobrevivência do grupo. Várias dúvidas se levantam nesta história: um, quererá a confirmação do romance com o seu explicador de inglês dizer que o bébé de Sun não é afinal de Jin, deitanto por terra um dos argumentos a favor do poder curativo da ilha? Dois, terá Sayid virado um toninhas? Terceiro, porque pediu Ben para que os Others trouxessem especificamente o barco, sem referi qualquer coisa de captura ou morte dos Losties? Quarto, será que o explicador de inglês se suicidou realmente?
No capítulo Sawyer/Kate, os vários fãs do casal terão ficado satisfeitos com a bela da beijoca, sendo no entanto de perguntar se tudo não fazia parte do plano que o Conman está a urdir para querer iludir os seus captores. É impressão minha ou a parte da tortura ao inimigo está a ser toda canalizada para o nosso amigo James? Serão os Others cavalheiros ou estará Kate destinada a um fim que desconhecemos? Kate, falando nela, anda estranha: uma mulher que esteve presa e fugiu a vida toda resigna-se a ficar numa jaula e limita-se a esperar que o bem mais expedito Sawyer tenha uma das suas ideias? Por muito que aquele vestido lhe fique bem )e que bem ela cava terra), esparava bem mais espírito de iniciativa por parte de Kate, em vez de, quando Sawyer arma a confusão, se limitar a deixar ser agarrada por Juliet, sendo-lhe apontada uma pistola. Teremos visto realmente tudo o que aconteceu naquele célebre pequeno-almoço? Ou acham que esta quebra de Kate já vem de há algum tempo? Alex, a filha de Rousseau, voltou a dar um ar de sua graça, sem grandes consequências que não a de saber que ela e Carl estão de alguma maneira ligados.
A última parte do episódio reservou-nos o momentos "Badam!". Ben, o nosso indígena de olhar esgazeado preferido, revelou chamar-se Benjamin Linus, o que poderá justificar a sua demência, e ter vivido na ilha a vida toda, o que pode fazer dele uma das cobaias Dharma originais. Para além disso, ofereceu a Jack uma proposta tentadora. em troca da sua cooperação, Ben fá-lo-ia sair da ilha, de regresso a casa (e aqui é casa, casa). Perante a risota de Jack, Ben revelou-lhe que Bush fora reeleito, Christopher Reeves tinha morrido e os Red Sox haviam ganho o campeonato de basebol, mostrando-lhe imagens dessa vitória. Não sei se Linus sabia do poder que tal revelação teria no insconsciente de Jack, mas o médico pareceu ficar abatido definitivamente. Terá o expedito Jack baixado os braços, dando assim espaço a menos resistência perante os Others? Significarão as imagens que o Others têm realmente contacto com o exterior? E porque parece haver uma tensão negativa entre Juliet e Ben, de cada vez que s encontram?

Para a semana, Locke, Eko e Desmond regressam. A discussão continua na secção de comments.