domingo, dezembro 28, 2008

Cold is Hot


Cheira-me que neste Inverno, vamos assistir a todos o tipo de sinais trocados no âmbito das relações entre homens e mulheres. Isto se confiarmos nesta notícia do Público:

http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/488047

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Maldade de Natal

Em vários filmes de boas festas, amigos e conhecidos aconselham-me a que toque e me deixe tocar no amor do menino Jesus. As pessoas não têm vergonha. O Natal não é a melhor altura do ano para apelar à pedofilia.

Premiere


Estreou hoje, infelizmente só pelos States. Grande parte da crítica diz que é bom, mas Roger Ebert, o guru dos críticos norte-americanos, diz que é mau. Ele também disse que "Fight club" é mau, por isso vejam bem o quanto lhe estou a ligar de momento.
Por cá, só daqui a um mês. Treme-se de ansiedade.

Um borrão de prenda


A melhor prenda neste Natal foi memso a notícia de que os Blur vão voltar a pegar nos instrumentos e pôr-se à estrada. Estou a falar dos Blur a sério, ou seja, Damon Albarn na voz, Alex James no baixo, Dave Rowntree na bateria e o ex-dissidente Graham Coxon que regressa à guitarra mágica do quarteto de Manchester. Isto só podem ser boas notícias. Os Blur são uma das bandas que mais gosto, e o melhor de tudo é que são mesmo bons. "Blur", "13" e "Think tank" são uma sequência de álbuns verdadeiramente brutal, sempre a inovar, sempre a experimentar.
Albarn até nem precisava disto, pois já tem com que se ocupar nos Gorillaz, The good, the bad and the queen e outros projectos a solo que o tornam num dos mais irrequietos e profícuos músicos da actualidade. Portanto, resta-me acreditar na boa fé desta reunião e esperar duas coisas: um novo álbum (onde será interessante ver o cruzamento do refinamento rock que Coxon conseguiu na sua carreira a solo e o mergulho electrónico de Albarn)e uma passagem por Portugal. Este é daqueles que não me importo nadinha de ir a Lisboa ser chulado.

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Era uma bela prenda


Por causa do ar rebelde, claro...

terça-feira, dezembro 23, 2008

O espírito de natal 2





Blue monday


Eu tenho uma aversão quase fóbica a eventos sociais, sejam eles quais forem. Defino como eventos sociais situações onde estejam reunidas no mesmo espaço mais do que, vá lá, dez pessoas. Posso alargar até 15, mas não pode passar disso ou começo a ficar comichoso. Dentro da panóplia existente de eventos, há um que, mais do que a tortura que é um casamento ou o tormento daquela festa impessoal a que temos de comparecer só porque o primo da nossa cunhada conseguiu acabar o curso académico de gestão de recursos humanos num bordel, que odeio profundamente: o funeral.
Ninguém gosta de funerais, o que é compreensível. Bem, talvez os padres gostem. Mas eu levo o desdém por cerimónias fúnebres a píncaros que só podem ser compatíveis com alguém capaz de pedir meças a Woody Allen no campo das neuroses. Um funeral reúne praticamente tudo aquilo que me preocupa e me mete medo, e nada somboliza melhor isso do que um cemitério. Penso que, no âmbito de um funeral, terei entrado apenas uma vez num. Minto: houve outra, quando era puto. Mas bem vistas as coisas, uma foi numa idade onde me era permitido ter medo, outra onde podia ser racional. De resto, tenho levado a minha vida de forma bem sucedida, evitando funerais de forma hábil e anti-social. Lembro-me que quando o meu avô paterno morreu, consegui não me embrulhar em todo o luto e choradeira, alegando uma vontade de ir à escola que poucos alunos exibiram desde então.
Ora, hoje de manhã, acordo com um zumbido do telemóvel. E o que era? O pai de uma amiga minha tinha morrido durante o fim de semana e fui apanhado de surpresa. O funeral era precisamente daí a uma hora. Há poucas coisas piores para começar o dia do que isto. Foi então que, numa questão de minutos de decisão, tive de enfrentar todos os medos que o funeral desperta em mim: o medo da morte, porventura a coisa que mais temo; a minha proverbial falta de jeito para contextos sociais, sempre útil em alturas em que as pessoas estão com sentimentos à flor da pele; o medo de um dia explodir numa diatribe anti-católica num igreja (principalmentre quando se justifica a morte de alguém com a frase "Os caminhos do senhor são misteriosos"...); o medo do futuro, principalmente quando é algué que morre bem antes do tempo, como foi o caso. Tudo se sucederia se fosse ao funeral.
Que fiz eu? Pontapeei o instinto nos tintins, vesti uma roupinha de cores neutras e lá fui eu para a igreja de S. José. Estive uma hora a pensar na morte e no meu futuro, mordi o lábio quando o padre começou a falar na imbatibilidade do julgamento do Senhor e quando chegou a altura de abordar a minha amiga, que chorava copiosamente, disse duas ou três coisas que me fizeram querer auto-flagelar com uma chibata de espigões de aço.
Depois, abracei-a; ela retribuiu, porque precisava; e nesse momento, aquilo que parecia ser uma visita guiada, a nós mortais, à nossa condição de mortal, passou a ser uma injecção de vida, para ambos.
E nesse momento, nem pensei nos medos. Acho que eles nos sobem à cabeça quando não conseguimos viver algo puramente; e de facto há apenas duas coisas verdadeiramente puras na vida: a alegria da vida e a tristeza da morte. Tudo isso cabe num abraço.
Depois, voltei para o carro, voltei a pensar mal de mim e a ter medo de viver. Não queriam que isto fosse daquelas histórias de filme em que a nossa vida muda num momento, pois não?

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Uma aventura


O homem vai vestir a sua fatiota de mirim e pôr-se rumo a Penela, num fim de semana que promete estalactites de gelo no céu da boca. Assim se vê a coragem/estupidez (riscar o que não interessa) da minha pessoa. A motivação já foi mais, mas vai daí, também gosto de tragédias.
Saúdinha para o fim de semana e aquele abraço
Se não quiserem, pode ser o outro.

Absolutamente do carvalho!



Nunca mais é 21 de Janeiro...

O dia em que o rei faz anos


É hoje. Parabéns!

quinta-feira, dezembro 18, 2008

terça-feira, dezembro 16, 2008

segunda-feira, dezembro 15, 2008

O espírito de natal 1

O dia em que vi Wolverine a cantar e a dançar

A malta dos Óscares já anunciou o anfitrião da cerimónia deste ano: Hugh Jackman. Para quem nunca esperou tal coisa, a escolha tem lógica. Ele é um entertainer puro, vem do teatro musical e já apresentou os Tonys, os prémios de teatro norte-americano.
E, como prova o vídeo que se segue, canta e dança com a mesma facilidade de um agy. Falamos do insuspeito sexiest man alive, de acorod com a revista people. Acho que ver Wolverine a fazer o que em baixo é mostrado dá carta branca a todos os homens de barba rija: abracem o vosso Astaire interior!

domingo, dezembro 14, 2008

Pin down


Um amigo meu disse-me há uns tempos que não havia mulheres bonitas antes de 1980. Esta afirmação fez-me abanar a cabeça, pois podia dar-lhe uma lista imediata de beleza feminina em zénite de aparvalhamento sem puxar muito pela minha memória fílmica: Sophia Loren, Claudia Cardinale, Catherine Deneuve, Rita Hayworth, Julie Christie, Ingrid Bergman, Monica Vitti, Lauren Bacalll... E claramente, quem faz uma afirmação destas, nunca viu um filme de Hitchcock.
Isto tudo para concluir que ao contrário de crenças modernas, há beleza antes da era das top-models; e antes das top-models, houve pin-ups. Morreu esta semana o maior símbolo desta mitologia de mulheres que corporizaram para uma geração todos os cambiantes da palavra sexo. Bettie Page, que tantos corações deve ter destroçado, morreu ironicamente de ataque cardíaco.
R.I.P, Queen of hearts.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

terça-feira, dezembro 09, 2008

Simplesmente lindo


A campanha publicitária do filme "Tropic thunder" para consgeuir uma nomeação de Robert Downey Jr. na categoria de melhor actor secundário já começou.
E é simplesmente genial. Pegando no seu personagem do filme, um actor ultra-sério que persegue prémios de representação e diz frases como "Não sou eu que leio o guião, o guião é que me lê", e colocando-o como se fosse o concorrente real, é uma atitude tão irreverente que só isso deveria valer qualquer coisa.

domingo, dezembro 07, 2008

A estrear brevemente...




Parecendo que não

Há valores tão prezados que aparentemente são coisas boas e no final só estragam as coisas. Depois há outros sobre os quais não consigo ter um julgamento inteiro claro. A honestidade é um deles.
Honestidade está no topo dos discos pedidos das relações humanas. Toda a gente diz querer honestidade a torto e a direito, mas é um facto que é um álbum que não se ouve muito. Aqui e ali, o single roda, mas só em estações de rádio muito alternativas.
É um facto consumado que, juntamente com a bomba H, o vírus Marbug modificado e a baliza da selecção nacional, a honestidade é das maiores armas de destruição maciça que a humanidade pôde contemplar. A sua ausência, dissimulação ou fartura pode destruir a vida das pessoas, e é isso que me chateie: que um valor que tanto prezo possa por vezes ser dobrado, retorcido e alterado, e se torne destrutivo.
Para ser honesto, é uma chatice quando as pessoas não são transparentes umas com as outras. A não-transparência com outrém devia ser punível com uma qualquer pena. Parecemos dançar com a honestidade durante boa parte da nossa vida, feitos baratas tontas, confiando nela cegamente, e acabando por ser enganados subitamente.
A vida não é nada honesta, repensando na coisa. Por isso, será mesmo justo escrever tudo isto?

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Eu vou endoidar! 2

Prop 8

Não sei se já ouviram falar da Prop 8. É uma pequena emenda legal, votada no estado da Calfórnia, que reverteu a proposta inicial que permitia o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A comunidade artística, grande antro gay, não podia ficar quieta, e por isso, eis um belo vídeo que, como não podia deixar de ser, é musical.

See more Jack Black videos at Funny or Die

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Em terra de cegos


O que vou dizer pode soar polémico, e se calhar até é, tendo em conta o escritor envolvido na afirmação. Mas a conclusão parece-me ser tão lógica que não posso evitar escrevê-la: José Saramago é um escritor que pertence a Hollywood.
Pronto, já o disse. Saramago, cujo temperamento pessimista, atitude iconoclasta e afiliação esquerdista extrema, não é, à partida, homem que se preste a relações com a meretriz babilónica que é a meca do cinema. Mas o facto é que boa parte dos seus livros parte de gimmicks que se assemelham à noção de high-concept pitch surgida na década de 80, em que um filme pode ser resumido pelo seu ponto de partida. "Speed", por exemplo, é "Die Hard on a bus". Os livros de Saramago são assim, redutíveis numa frase que ecerra em si o conceito que o faz mover. O Homem duplicado. Jangada de pedra.
"Ensaio sobre a cegueira", com a sua piscadela de olho aos clássicos de ficção científica apocalíptica, estava a pedi-las. Nunca li o livro, confesso, e também não apreciador de Saramago. Mas ter como ponto de partida uma cegueira generalizada da Humanidade, vinda do nada, que destrói a sociedade como a conhecemos é uma ideia altamente cinematográfica. Por muito que a escrita de Saramago possa ser mais complexa e profunda que aquilo que um filme pode exprimir, o filme é uma tradução literal e fiel daquilo que me parec consistir o principal sumo de toda a alegoria: a cegueira. O mérito vai para Fernando Meirelles, um realizador que passou de muito interessante para extraordinário. Diz-me quem leu o livro que a obra não era filmável, mas Meirelles e o seu director de fotografia, Cesar Charlone, transportam para o filme a cegueira que contamina a maior parte dos personagens, através de planos de câmara bizarros, uma vasta paleta de brancos e um desfocar do mundo. Isto é uma tarnsferência da obra literal, do espírito das letras para aquilo que a imagem cinematográfica tem de melhor. Isto é uma das coisas que me agrada num realizador: quando as suas imagens e o seu estilo contam metade da história. Nós sentimos a cegueira, e talvez por isso a nossa empatia com os personagens que sofrem dessa condição é total.
Meirelles e Don Mckellar (um tipo que escreveu e realizou um filme de 1999 chamado "The last night", sobre as últimas horas do mundo, onde também entra Sandra Oh, participanete em Blidness", e até David Cronenberg faz uma perninha num memorável e estóico papel) mantêm as ideias principais do livro e do próprio escritor. Por isso o filme é duro, sujo e pessimista. Acho que pedir a Saramago que tenha uma visão luminosa do mundo é demais. A base do filme é que se o mundo mergulhar na selva, o homem é mau e nada se poderá resolver. Ou seja, o ser humano não é bom por natureza, naquilo que é um conceito típico de Direita usado por um escritor tão eminentemente esquerdista. Toda a estrutura do filme se baseia nessa ideia e é isto que a sustenta. É corajoso da parte de Meirelles que faça um filme assim, com poucas hipóteses de redenção e de colocar um sorriso de paz nas nossas caras. São duas horas de murro no estômago, de mergulho ao horror da Humanidade, com violações, homicídios, raiva e sacanice a rodos; e o mais curioso é que a reacção do espectador dá razão ao autor. Há alturas em que queremos ver a raiva a tomar o controlo. Somos cegos. Somos contaminados pela mesma cegueira que afecta os personagens do filme.
Destaque óbvio para Julianne Moore, uma das actrizes mais corajosas que conheço, e para Mark Ruffalo, num papel de contenção que balança toda a tragédia pela qual passa no filme. O grande protagonista do filme é realmente Fernando Meirelles, um homem que depois de "Cidade de deus" e "The constant gardener", parece-me incapaz de fazer realmente um mau filme. É agradável vê-lo abandonar a sua habitual estratégia de câmara que treme para encetar alguns planos belíssimos da cidade em ruínas e um cena cliché de qualquer filme apocalíptico (chove...) é transformada pela sua câmara em algo de belíssimo. O único grande defeito que se lhe pode apontar é que parece haver algum desnorte narrativo durante o quarto de horas seguinte a uma cena fulcral do filme que envolve um incêndio.

Um filme que não é certamente para todos. Haverá quem goste e quem odeie. Na verdade, é preciso ter estômago e olhos programados para o filme. É um pouco como sinto em relação à escrita de Saramago.