quarta-feira, setembro 26, 2007

House call


Greg voltou a entrar ao serviço ontem e já se saiu com esta:

Cuddy: "Where do you come from?"
Greg: "Apes, if you believe in Democrats"

Nice...

Geografia


Por esta altura, Monica Bellucci passeia-se por Lisboa, no Largo do Carmo, gravando algumas cenas para o filme "Intimissimi".

E eu aqui...

Cleansy

Toda este rebuliço diplomático por causa da Birmânia/Myanmar (excepto a China, claro; há limites para se ter cara de pau) e a história dos monges assassinados é como quando temos uma divisão lá em casa que está permanentemente em pantanas. Mas estamos habituados e fechamos um bocado os olhos. O problema é se algué lá entra com um copo de sumo e o deixa cair, sujando tudo de tal maneira que nos obriga e enfrentar a realidade do problema, porque pareceria mal sermos definitivamente cegos.
E só gostava de lembrar que o prémio Nobel atribuído a Aung San Suu Kyi,promotora da democracia por emiso não violentos e em prisão domiciliária há 17 anos, já tem 16 anos. Portanto, não é como se ninguém soubesse que o quartp está em pantanas. Dá é muito trabalho arrumá-lo.
E ainda podemos chatear o viznho do lado com as arrumações.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Amanhecer


É por coisas destas que nós, seres movidos a lampejos biológicos, acreditamos que o amor é algo de mágico.

domingo, setembro 23, 2007

O novo Camp Nou


A partir do projecto original de Antoni Gaudi, Norman Foster fez umas remodelações que vão sair baratas ao clube catalão: 250 milhões de euros. Estará pronto em 2012 e terá espaço para 104 mil lugares. Poderoso, futurista, belo: é a cara daquela cidade.

sexta-feira, setembro 21, 2007

"The bourne ultimatum"


A saga de Jason Bourne é, provavelmente, uma das mais consistentes trilogias do século XXI, e provavelmente a que mais qualidade reúne em toda a historia do género de acção. "The Bourne Supremacy" fez-me suspeitar disso, mas é com "The Bourne Ultimatum" que podemos ter certezas. De facto, não me ocorre agora nenhbuma outra série de filmes no género de acção com um nível tão bom como esta. Boa parte dos caminhos vai dar aos dois realizadores que conduziram o leme da franquia Bourne, Doug Liman no primeiro filme e Paul Greengrass no segundo, sendo que é Greengrass que tem a fatia maior de responsabilidade. Liman foi quem tentou timidamente trazer uma abordagem de filme independente a um produto de grande estúdio, mas é o realizador inglês que, destemidamente e sem concessões, dá um ar de documentário à série, com o seu estilo de câmara ao ombro. "The Bourne supremacy" confrontou-me com um thriller de acção altamente trepidante, minimalista na descrição de personagens e com sequências de acção absolutamente extraordinárias, sem recusos a efeitos computadores, tudo filmado de maneira a meter-nos dentro da acção. Para além disso, afirmava a sua diferença, fazendo de Bourne um autómato humando de matar, à procura de sentimentos, à procura de consciência. De facto, após a melhor perseguição de automóvel que já vi no cinema, quando toda a gente pensava "a coisa acaba aqui", Greengrass dá mais 15 minutos a Bourne para que vá a casa da filha de um casal de políticos que matou no passado , apenas para pedir desculpa.
O terceiro filme tem a raridade de começar no ponto exacto onde o segundo acaba: Bourne sai de casa da rapariga e é perseguido pela polícia (por causa de ter virado uns quanto carros nas ruas da capital russa, o que, convenhamos, aborda pela primeira vez em filme os problemas que os heróis de acção enfrentariam na realidade se a lei se fizesse cumprir)e num ápice, o amnésico personagem inverte as regras do jogo: ao invés de se esconder dos seus persguidores da CIA, vai confrontá-los. Já não tem nada a perder e o único objectivo que o move é saber quem é. Começa uma viagem por meio mundo (Londres, Madrid, Tanger) que culmina em Nova Iorque. Bourne regressa a casa. A história do filme são as peripécias nesse caminho.
Quando aos 20 minutos de filme temos uma cena, que se desenrola na estação de Waterloo em Londres, que não tem acção prorpiamente dita, mas que é tão carregada de tensão que é-nos desculpado pensarmos que estamos quase no final de tudo, resta-nos perguntar para onde iremos a seguir. Eu confesso que, quando bem usado, sou fã do estilo de câmara ao ombro. Paul Greengrass já provou, tanto em "Supremacy", como no abismal "United 93" que domina por completo esta técnica. Por isso, nos primeiros 5 minutos de filmes, é como se eles se virasse para nós e dissesse: "Pronto, estão dentro do filme, não estão?". No resto da fita, a coisa é de tal maneira que é como se acrecsentasse: "Então agora pega na câmara e vê tudo por aí!". E se houver possibilidade de meter uma câmara no sítio mais insuspeito, ele mete. Se for preciso meter o cameraman a correr atrás de Jason Bourne pelos telhados de Tanger, salta de um telhado para outro, ele mete. E eu gosto disso, gosto de estar com o personagem. Gosto de, num diálogo, tudo ser filmado como se eu estivesse a espreitar por cima do ombro de alguém e faezr parte da conversa. Gosto da atenção que Greengrass dedica a pequenois gestos, como um dedo a acariciar de embaraço e arrependimento uma chávena. São pormenores que fazem a diferença. E se em "Supremacy" o inglês tinha criado a mãe de todas as perseguições de automóvel, em "Ultimatum" cria o pai, numa corrida na zona de Manhattan que só mesmo vista. Para não falar de uma cena de luta que fez com que as pessoas que estavam na sala onde vi o filme se encolhessem e gemessem de dor a cada golpe.
Destaque também para Matt Damon como Bourne. Ele é Bourne em todos os músclos do copor. A máquina de matar implacável, com os gestos medidos, é cool sem precisar de frases engraçadas, é o personagem. E é profundamente normal. Não tem nada de heróico na sua pose. É totalmente credível como epssoa. Por isso torcemos por ele.
Apesra de uma certa aversão a sequelas, queria deixar um singelo pedido: esta saga ainda precisa de um 4º capítulo. Não contando o final, parece-me que Bourne precisa de um pouco de closure relativamente passado. Porque há mais pessoas na nossa vida. O que aocnteceu às de David Webb quando este se tornou Jaosn Bourne? Ora aí está algo que me desperta curiosidade.

quarta-feira, setembro 19, 2007

O mundo é um lugar estranho 1

- Ernie Chambers, senador do Nebraska, vai processar Deus. Sim, o Boss de todos os Bosses, o Alfa e o òmega, o Big Man lá de cima. Motivo? Ele é perito em faezr ameaças terroristas, o que que é uma coisa que decididamente não se faz. Segundo o explicitado no processo, Ernie alega que Deus fez ao longo da História e continua fazer sérias ameaças à Humanidade, juntamen te com ose seguidores, que depreendo serem os católicos. Enumera também alguins dos hgorríveis actos do ser divino: inundações incríveis, terramotos terríveis, tonrados tormentosos, pragas pestilentas, secas sobrenaturais, guerras genocidas e deifeitos de nascimento. Assim mesmo, com aliterações e tudo.

- Sabem quem hoje faz anos? Isto: :-). O pai de todos os emoticons está de parabéns. Criado pelo doutor Scott Fahlman, da Universidade Carnegie, num boletim electrónico sobre o humor e de como indicar num comentário que este não deve ser levado a sério. Especializado em linguística, Fahlman diz que pensou nos emoticons como uma forma de transmitir emoções para quem não podia utilizar a voz. Anos antes do MSN.

- Hoje tamém é o dia internacional de falar como um pirata. Pucjer up, me hearties!

- William Moore, uma cirnaça inglesa que foi operada de emergência ao cérebro, acordou da cirurgia perdendo o sue forte sotaque do Yorkshire e passando a falar um inglês parecido com o da rainha de Inglaterra. Os médicos dizem que uma infeção no cérebro que o levou à mesa de operações lhe poide ter destruído a sua capacidade de fala, obrigando-o a aprender outra vez através do que ouve. Na República Checa, um piloto de motociclismo numa corrida local, Matej Kus, despistou-se e ficou insconsciente. Quando veio a si, ele, que tinha dificuldades enormes em aprender línguas, falava um inglês perfeito. Os médicos não têm explicação, mas não é a primeira vez que se ouve falar deste fenómeno.

- E para acabar, eis o que falta ao mundo: um porco com cobertura de lã. Coração de porco, macieza de ovelha.

terça-feira, setembro 18, 2007

Momentos do cinema II

O morto arreliador


Os protestos dos monárquicos e a celeuma de alguns blogs de direita (inclusivé um notável espaço de humor desbragado que é o "31 da Armada") propósito da trasladação dos restos mortais do escritor Aquilino Ribeiro faz com que se discuta, subtilmente, a fronteira que separa o crime do heroísmo. Ribeiro foi, há hoje quase a certeza disso, um dos participantes no regicídio de 1908 e por esse motivo, pelo facto de ter participado num homicídio horrendo de um chefe de estado, não devia conspurcar a pureza do Panteão.
Antes de passar ao que interessa, gostava de lembrar que embora esteja no Panteão gente que, pronto, percebemos porque lá está (Camões, Almeida Garret, Vasco da Gama, Infante D. Henrique, Humberto Delgado), há erros de casting no mínimo duvidosos (Amália?) e gente do calibre de Óscar Carmona, presidente da República durante o Estado Novo, e Sidónio Pais, mini-ditador, hoje esquecido, do nosso período da 1ª República. Portanto, nem o Panteão Nacional tem uma lógica interna de escolha, como também temos o exemplo de um ou outro indivíduo que, vá lá, um estado democrático que quisesse esquecer páginas negras da sua memória teria há muito retirado do local. Mas não. Estão lá; e se querem saber a minha opinião, concordo que assim seja. A sua mera presença faz-nos lembrar da mentalidade nacional em certos momentos da nossa História.
Depois, fazemos mal em lembrar terroristas e pessoas que, em determinado momento, usaram armas para fazer o que achavam certo? É uma questão intrincada, porque nem sempre um olhar actual pode deterimnar a moralidade ou imoralidade dos acontecimentos. É óbvio que hoje se acha que o regicídio acabou por ser um evento que tinha de acontecer, para que chegássemos à democracia que temos hoje; assim como ninguém vai chamar a Salgueiro Maia e seus capitães arruaceiros por terem entrado em Lisboa com chaimites para pedir a Marcelo Caetano que rumasse para outras paragens. A fronteira entre o terrorista e o combatente da liberdade é muito ténue. A História está acima da moral absoluta,porque se encontra presa aos acontecimentos. A forma como estes se sucedem e o seu culminar é que determina as nossas próprias visões como o assunto, juntamente com as crenças pessoais que todos somos livres de ter. Num mundo alternativo, com acontecimentos diferentes, Hitler podia ter sido considerado um bom estadista.
Aquilino Ribeiro pode ter sido carbonário; mas também foi um excelenteescritor. Nesse aspecto, o "Mein kampf" é uma péssima obra de literatura. E pelo que temos visto nas suas gravações, não consta que Bin Laden seja grande cineasta.

E ah, os monárquicos não vêem os republicanos a meter-se com João III por ter trazido a Inquisição para Portugal? Nem com as sangrentas vendettas pessoais de D. Pedro I? Nem com os acessos absolutistas de D. Miguel? Pois...

Sensibilidade?

Não sei como é a chanceler alemã Angela Merkel internamente. Não conheço em profundidade o efeito das suas politicas, e muito menos a sua integridade pessoal. Mas uma mulher que recebe oficialmente o Dalai Lama como forma de protestar contra os atropelos que o estado chinês faz aos direitos humanos e quer instalar um dia europeu contra e pena de morte, prática inexistente na Europa mas presente ainda em países do 3º mundo (como os EUA e a, adivinharam, China) teria já um começo das minha sintençóes de voto.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Tarantino ia gostar

Twice


Depois do ano passado Ellen DeGeneres ter voltado a colocar a apresentação dos Óscares num nível sacarino, a Academia voltou este ano a pôr pimenta na pnela e convidou Jon Stewart para uma nova ronda como apresentador dos Óscares. Houve quem se queixasse da sua prestação há dois anos. Disse-se que era um amu host. Eu não percebo muitos de hosts, mas fartei-me de rir e ver as caras de urso de alguns na plateia. É como assistir a um espectáculo de Sarah Silverman: é tão divertido vê-la como às reacções que provoca nos espectadores.
E num clima político mais favorável que há uns anos, como não gostar desta opção? Só espero que o colega de Stewart, Stephen Colbert, faça uma perninha. Aí, estou em crer, Elle DeGeneres, tinha emprego garantido nos Óscares para a vida toda.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Keep rolling

A blogosfera é o novo espaço virulento onde proliferam blogs como bactérias.
Um dos últimos a surgir partiu da ideia dos seus elementos de discutir com profundidade a importância dos furúnculos nas relações humanas. Perante a falta de bibliografia existente, quisemo-nos virar para a ciência do tear. Por fim, lá alcançamos um middle ground e fixámo-nos no cinema.
Série B, filmes que aí vêm, clássicos, filmes desconhecidos e ocasionalmente séries. Os estatutos editoriais não foram discutidos, mas parece-me que ainda haverá espaço para a pornografia. É a ver.

www.a-sequela-do-remake.blogspot.com

Transparência

O Governo Português fez o favor de esclarecer os portugueses que não vai receber oficialmente o Dalai Lama por causa das relações económicas entre Portugal e a China. Não me vão ouvir reclamar acerca do facto de a China estar a ocupar à força o Tibete e de ter obrigado o Lama ao exílio. Como fazê-lo, quando o nosso Governo foi tão desarmante e brutalmente honesto?

sexta-feira, setembro 07, 2007

O que aí vem: Outubro

The heartbreak kid

A última vez que os irmãos Farrelly, que antes eram os reis incontestados da comédia escatológica com mensagem e agora estão a ser ultrapassados por Judd Apatow, o artífice de "The 40 year old virgin" e "Knocked up", e Ben Stiller se reuniram, toda a gente sabe o resultado: "Doidos por Mary" foi um enorme sucesso, até os críticos gostaram e tudo o que era homem e respirava ficou a suspirar por Cameron Diaz. Desta vez, Cameorn não, mas os manos e Stiller esperam repetir o sucesos com esta história de um homem que tem fobia ao compromisso, até enocntrar aquela que parece ser a mulher perfeita. O que ele vai descobrir durante a lua de mel é que ela só parece mesmo; e que se calhar, Michelle MOnaghan, a menina boa da história que está no memso hotel do casal, é que dveia ter sido a aposta certa. Com os Farrelly, já sabemos que algures haverá piadas sobre excrementos e órgãos genitais, mas espera-se que temperadas com alguma dose de calor humano. Que não seja gás metano.

The golden age

Em mais um ano em que Hollywood esteve definitivamente virado para sequelas e mais sequelas, aposto que pouca gente viu esta a aparecer no horizonte: estamos a falar a da continuação de "Elizabeth", o excelente filme de 1998, obra do indiano Shekhar Khapur que deu a conhecer ao mundo essa semi-deusa chamada Cate Blanchett. Se o primeiro abordou os primeiros anos da Rainha-Virgem (segundo alguns historiadores, não era bem assim), este entra directamente nos anos de ouro da monarca inglesa, com a Grâ-Bretanha a preparar-se para ser a potência imperial dominante do planeta. Geoffrey Rush repete o papel de Sir Francis Wlasingham, head of espionage da coroa e terá muito que fazer com as muitas conspirações que rodeiam a rainha. Um trunfo extra deste "The golden age" é certamente ver Clive Owen como Sir Walter Raleih, o aventureiro, explorador e possivelmente quebra-corações. Cheira a Óscar, esta mistura toda.

Michael Clayton

O actor da moda em Hollywood é Gorge Clooney. Por razões artísticas, pessoais ou políticas, todos gostam do doutor Ross. É por isso que "Michael Clayton", primeira obra atrás da câmara do habitual argumentista da saga Bourne, Tony Gilroy, está a gerar buzz. Clooney interpreta um advogado que se especializa em "consertar" problemas e aqui tem um grande quando o seu superior na firma parece dar em doido e arriscar assim perder um importante processo em a empresa de advocacia está envolvida. Tudo com um background político por trás (resta saber até quando esta consciência política do cinema recente norte-americano vai durar). Ajuda que a adversária de Clooney seja Tilda Swinton e que Tom Wilkinson faça uma perninha no filme.

Sleuth

Reunir Michael Caine, Jude Law, Kenneth Branagh e Harold Pinter, cada qual na sua função, num mesmo filme, é, em si, uma manobra de marketing estrondosa. Como mostrar alguns dos talentos maiores da Cool Britannia no mesmo projecto.

Lars and the real girl
We own the night
Reservation road
30 days of night
Gone baby gone
Rendition
Things we lost in the fire
Dan in real life
Funny games
Run, fat boy, run

O que aí vem: Setembro

Fui apanhado desprevenido quando há uns dias um amigo meu com quem costumo discutir cinema me perguntou sobre o que ainda vinha aí este ano, e eu não soube entaramelar mais do que dois ou três filmes. Sou um daqueles seres humanos ingénuos que se auto-flagela quando não tem resposta para aquilo que é suposto saber de cor, até porque como ingénuo, tenho a ideia parva de que sou obrigado a saber o que quer que seja.
Mal cheguei a casa, tive de ir fazer uma rápida pesquisa, até porque eu próprio precisava de me actualizar e ter presente o que ainda espera os cinéfilos ou simplesmente aqueles que gostam de ir ao cinema durantes os próximos meses. Num apanhado rápido, e naquele risco tão habitual em quem faz destauqes do que quer que seja, naquela ânsia de "ora vamos lá a ver se não me escapa nenhum", aqui fica uma lista de potenciais bons filmes que deixo à vossa disposição. E para facilitar, completando todo um conjunto de ideias e atitudes desconcertantes que deram origem a este post, ainda calendarizo. Olha a maravilha!



"3:10 to Yuma"

Este ano, o Western parece estar de volta. Clint Easywood e Kevin Costner reviram-no nos últimos anos, de perspectivas diferentes, mas quase em tom de extrema-umção. James Mangold, o realizador deste filme, parece decidido a mudar o tom e oferecer ao espectador uma versão mais agitada de um original de 1957. Conta com dois actores da potência de Russel Crowe e Christian Bale, num duelo de carisma que poderá ser por si mesmo o confronto mais emocionante do filme.



"Shoot'em up"

Clive Owen como herói, Monica Bellucci como a mulher fatal e Paul Giamatti como um vilão que balança entre uma vida familiar e o ar de quem aparentemente tomou anfetaminas a mais. Tudo isto embrulhado num filme de acção que aparenta ser tão excessivo e grosso que tem todo o ar de ser uma paródia ao próprio género. Não sei que mais há a dizer.



"Eastern promises"

Os que gostam do seu Cronenberg alternativo e bizarro não apreciaram "A history of violence", mas eu cá fiquei surpreendido e bastante agradado com a recém-encontrada secura do director canadiano. Por isso estou ansioso por ver a sua nova incursão no território do dito normal, em Londres, no meio da comunidade russa local, com Mafia incluída. Viggo Mortensen, Naomi Watts, Vincent Cassel e Armin Muller-Stahl são o quarteto principal, acompanhados do novo e bizarro penteado de Mortensen, cada vez mais um daqueles actores de intensidade alta quando aparece no ecrã.



"The brave one"


Quando Jodie Foster faz um filme, de certeza que é dia de festa, pois tem-nos habituado a uma anoréctica lista de aparções nos últimos anos, sendo que a última foi em "Inside man", de Spike Lee. Foster volta a alinhar com um "auteur", desta vez Neil Jordan ("Michael Collins", "Crying game", "Entrevista com o vampiro"), no papel de uma locutora de rádio, a quem matam o noivo num assalto. Vai daí, perante a resposta fraca da polícia, decide tomar justiça nas suas próprias mãos. Uma noção diferente de girl power, sendo que Terrence Howard e Naveen Andrews também aparecem.



"In the valley of Ellah"

Aquele que parece ser, com a corrida a meio, o grande candidato aos Óscares deste ano. Realizado e escrito por Paul Haggis ("Crash"), conta a história de um soldado regressado do Iraque, que é encontrado morto de uma forma bastante violenta junto a uma base norte-americana no México. O seu pai, desolado com a perda, decide investigar o caso por conta própria, com a ajuda de umd discreta sheriff. O pai é Tommy Lee JOnes, a discreta sheriff é Charlize Theron e ainda há Susan Sarandon como a mãe do rapaz falecido. Apesar de os próximos meses apresentarem uma orgia de dramas de guerra, este parece-me ser um filme bastante consistente e que promete juntar valor artístico a valor comercial.



"The hunting party"

Richard Gere descobriu nos últimos anos uma consciência política que habitualmente se atira apenas à China, a propósito das inclinações budistas do actor. Desta vez, Gere junta-se a Terrence Howard e a Richard Shephard, que realizou "El matador", numa híbrido de cinema exposé e sátira política na história de dois jornalistas que tentam conseguir encontrar, em plenos Balcãs, o criminoso de guerra mais procurado no final do conflito da ex-Jugoslávia. O problema é quanod este pensa que ambos pertencem a uma equipa de assassinos da CIA. A tagline do filme resume as suas intenções: "Como é que estes dois vão encontrar o criminoso de guerra mais procurado do mundo, quando nem a CIA o consegue? Procurando." Touché.



"Across the universe"

Uma das propostas mais bizarras deste ano pertence a Julie Taymor, a realizaodra de "Frida", e tenta juntar três vectores definidos: o estilo musical, canções dos Beatles e um visual que deve a experiências com o LSD. Pelo meio, encontramos Evan Rachel Wood e um conjunto de jovens actores praticamente desconhecidos embrulhados no ambiente de contestação dos anos 60. Vamos lá a ver o que sai daqui.



"The assassination of Jesse James by the coward Robert Ford"

Um filme com uma rodagem atribulada: supostamente, estava para estrear há dois anos, mas uma versão original de mais de três horas, que mais parecia um filme de arte e ensaio com o orçamento de meio blockbuster fez com que a Warner, o estúdio, exigisse a Andrew Dominik, o realizador, que metesse alguma acção pelo meio. Ao que parece, a poucos dias da estreia, o produtor Ridley Scott, Brad Pitt, o actor que interpreta James, e Michael Kahn, habitual responsável de montagem dos filmes de Spielberg, ainda estavam a dar uma volta ao filme. Uma das versões já passou por Veneza há pouco tempo e divdiu os críticos. Apesar disso, Brad Pitt ganhou o prémio de melhor actor, embora a interpretação que gere maior consenso seja a de Casey Affleck, irmão desse Affleck que estão a pensar, como o homem que decide trair um dos bandidos mais famosos do Oeste.



"Lust, caution"


Depois de "Brokeback mountain", Ang Lee dedica-se a um drama histórico que se desenrola na Xanghai da 2ª Guerra Mundial, onde uma jovem que pertence à resistência chinesa tenta seduzir e a matar um diplomata japonês. O que começa por ser uma simples issão sob a forma de uma série de encontros sexuais começa a evoluir para um perigoso jogo de emoções.
Este foi o vencedor do festival de Veneza este ano, e vem com a etiqueta da polémica agarrada: as audiências de Veneza caharam as cenas de sexo do filme explicitamente chocantes e nos EUA, vai receber a classificação de maiores de 18. O que realmente interessa aqui é a realização de Ang Lee, Tony Leung, um dos grandes actores chineses, numa interpretação previsivelmente intensa e a estreante Tang Wei com cenas sexuais de eriçar cabelos, numa ambiência visual digna de Won-Kar Wai.



"The kingdom"

Um misto de filme de guerra e thriller político, a obra de Peter Berg pode-se gabar de um star power que garante também qualidade interpretacional: Jamie Foxx, Chris Cooper, Jennifer Garner, Jason Bateman e Jeremy Piven. A história mete um equipa de agentes do FBI que se desloca à Arábia Saudita para investigar um atentado bombista contra cidadãos norte-americanos. A história do filme foi idmaginada por MIchael Mann, o realizador de "HEAT", "Collateraçl" e "Miami Vice", mas já se sabe que em Hollywood, as histórias são sxempre muito remexidas... No entanto, num tempo de consicência política relativamente à prersença dos Estados Unidos no mundo árabe, o star power deste filme e o estilo previsivelmente remexio de filmar podem fazer dele um dos blockbusters da segunda metade de 2007.



"The darjeeling limited"


Um filme de Wes Anderson é sempre um acontecimento. Anderson faz sempre comédias que parecem frias e que normalmente são jogadas de risco: quem gosta do estilo do realizador, está como quer; quem não gosta, nuca mais o quer ver à frente. Este "The darjeeling limited" não vai mudar isso, mas tem o condão de juntar dois habitués do realizador, Owen Wilson e Jason Schwartzmann, e um novato que é tudo menos mau ctor, Adrian Brody. Os três são irmãos desavindos que para recuperar o sentido de irmandade, se decidem por viajar pela Índia, numa iniciativa mística.
Depois das primeiras críticas com o seu último, "The life aquatic", Anderson parece arriscar por terrenos ainda mais arty. Para mais, Owen Wilson, em consonância com o seu deprimido personagem neste filme, tentou-se suicidar há umas semanas; e sabe-se que isso pode não ser bom para o sucesso do filme. Mas eu confio.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Recordação

O post anterior fez-me lembrar de um momento que habitualmente se dava na série Ally McBeal, que teve piada nas suas primeiras 3 seasons e depois a foi perdendo nas restantes 2: quando John Cage, personagem brilhantemente interpretado por Peter MacNichol, fazia uma estranha coreografia ao som de "My first, my last, my everything". Uma das minhas memórias televisivas da minha adolescência.

O gordo que não ia à baliza

Quando andávamos na escola e jogávamos futebol (ok, esta situação é mais para rapazes que raparigas), havia sempre um conjunto de situações que aconteciam, faziam parte do folclore do jogo: o par ou ímpar, onde os dois jogadores teoricamente mais fortes eram convidados a dividir os jogadores entre si (e inevitavelmentem um deles sabia que lá pelo meio havia alguém que jogava tão bem como ele, escolhia-o e era uma cabazada das antigas); o clássico pedreiro que era remetido à defesa, porque o seu único atributo técnico era chutar bolas para o telhadco do bloco junto ao campo de jogos; e o momento em que o vagamente capitão de equipa se virava para o badocha que lhe tinha calhado e dizia: "Oh gordo, tu vais à baliza!". A lógica era simples: não corre, não dribla, não finta e é largo. Logo, aquele lugar entre os postes era um destino óbvio. Claro que quando o guarda-redes não se saía com rapidez suficiente ou passava a bola aos adversários, era tratado como o 5º cavaleiro do Apocalipse em versão XXL. M;as isso são pormenores.
Sempre fui fininho (ok, agora começo a alargar um bocadinho para a frente), portanto, nada disto se passou comigo. Mas acredito que poder-se-ia ter passado com Lucioano Pavarotti. Podia, mas acho que não aconteceu. A voz que ele tinha devcia ser de nascença e não acredito que os pais o deixassem dar uns chutos na bola. O Bocelli fez um dia essa brincadeira e vejam o que lhe aconteceu. E Pavarotti podia ter sido um excelente guarda-redes de juvenis, porque para além da largura, era alto. Mas não foi; apeteceu-lhe cantar pelo mundo fora.
Não sou de todo fão de Pavarotti. Não lhe nego o poder de voz e a forma como popularizou o canto lírico, mas a partir do momento em que pensou "E se eu misturasse a minha voz de tenor com tipos que não sabem nada de canto lírico?" e fez u7ma série de duetos com bandas de rock, cantores pop e afins, uma linha tinha de ser marcada no chão. Nunca foi. Os amantes do kitsch agradecem.
Deu-me hoje para procurar alguns desses momentos únicos de Pavarotti com alguns friends e deparei-me com uma união feita no céu, uma exprfessão que hoje ganha um sentido literal: o tenor italiano e o expoente máximo da canção romântica que é Barry White interpretam um hino chamado "My first, my last, my everything". Um duo com um peso combinado que se aproxima da dimensão Diplodocus, em carne e em talento vocal, ataca um tema que se presta tanto a paródias, como a sentidas declarações de amor. Um momento a recordar.