quinta-feira, abril 06, 2006

The meaning of life

Uma das grandes mentiras que nos é ensinada pelos filmes e livros e tudo o mais é que a vida tem um sentido. Tal ideia não podia ser mais falsa e a bem ver, nem faz qualquer sentido: porque iriam morrer crianças com menos de 5 anos? Que sentido de vida é essa? Que grande propósito e missão, para lá do controlo e populacional, serviriam esses óbitos? Nenhum, quer-me parecer. Aliás, para se acreditar em sentido na vida, tem de se acreditar num destino predefinido e delineado, algo em que, com a minha vida no estado em que está, prefiro não crer, pois já odeio tanta coisa que não sei se cabe mais uma dentro do saco.
Da maneira como eu vejo as coisas, é vida em todo o seu conjunto é um precipitar de acidentes e de golpes de acaso. Há quem se dê bem com isso, tenha uma vida extremamente feliz, com uma pessoa que ama, tenho montes de amigo, um emprego que a satisfaça e tudo o que vem por arrasto nessa dose de felicidade. Esses, compreendo, devem acreditar que a vida tem mesmo um sentido, e que bonita que a vida é! A sério, os dias de chuva devem parecer manhãs nas Caraíbas, os mal-educados cromos engraçados e as desgraças um pequeno obstáculo num dia a dia bem bom.
Eu pertenço ao grupo dos irredimíveis. Não é com grande orgulho que o anuncio, mas é a mais pura verdade: a minha vida não vai dar a lado algum. Acho que a única coisa em que posso acreditar de transcendente nesta vida é em testes. Este momento, por exemplo, fez-me passar um. Achava eu que seria incapaz de me suicidar, porque isso seria estúpido. Estava enganado. Continuo a ser incapaz de me suicidar, mas apenas porque não gosto da morte e me assusta um estado de inconsciência eterno. Aliás, em muitos aspectos, acabo por estar morte. Tenho pena da minha saúde, há gente com bem maior valor e utilidade e com gente a gostar dela que eu e têm doenças graves que as roubam ao mundo. Esses mereciam a saúde que tenho e os anos de vida que provavelmente me esperam. Eu não. Que ando cá a fazer? Ocupar espaço, assim dizendo. Como disse há alguns posts atrás, não gosto de viver. Para se viver realmente, há que tirar proveito disso e alguma felicidade. A única felicidade que tenho na vida é o cinema e a televisão. A bem dizer, poucos mais momentos. Uma amiga minha disse-me que ás vezes os pequenos momentos bons fazem as coisas viver a pena. Eu não concordo. Acho que são desfibrilhadas ocasionais num estado de coma permanente. Sinto-me mal-amado, sinto uma indiferença enorme em relação à vida e não gosto de viver. No que me toca, já estou praticamente morto.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ok, o Benfica já não ganha nada este ano... mas tem calma! LoL... Essa é uma fase interessante, mas há outra logo a seguir... ainda melhor! Mas não te desulmbres logo!... E outra e outra... parecem os filmes da academia de policia, ha sempre mais um, ou a praga dos Baldwins! Vais ver... Uma coisa não vai mudar nunca: a tua conciência do que te rodeia... alias essa conciencia a trabalhar a mais e o problema... Dá vontade de não ser do grupo dos que pensam e ter o sonho de artilhar o tunnig para ir às gajas... mas tem calma e pensa nisto como uma fase.
enquanto se fizerem bons filmes e boas séries há combustivel...
com isto só quero dizer que me revejo em alguns detalhes do que dizes e foi uma longa fase... não sei bem como, mas depois passa, ou alivia, nem sei como.
mas cada um com os seus problemas e o que é que eu sei?...
Vitor H.