sexta-feira, março 21, 2008

Ter olho para a questão


Amiudemente me apanham aqui a louvar quem cria e escreve séries. É merecido. Mas uma posição tão importante, seja em televisão, seja no cinema, é a de director de casting. Ter de escolher os actores certos para os personagens é mais complicado do que parece. Alguém imagina, por exemplo, outro actor que não Leonarod di Caprio em "Titanic"? Ou outra que não Julia Roberts em "Pretty woman"? Esteve para acontecer.
No entanto, o director de casting supremo é não só aquele que sintoniza papel com actor, mas que vai mais longe e vai arrancar os intérpretes das entranhas do desconhecido, criando-lhes uma carreira. O prémio de "supremo" terá de ir para Alexa L. Fogel. Eu não sei quem é, nunca a vi, mas foi ela quem escolheu os actores de "Oz", espantosa série ambientada em cenário prisional (7 anos antes de "Prison break"), de um realismo extremo, excelentemente bem escrita e bem à frente do seu tempo. Poucos se lembram, mas este foi o primeiro hit de culto da então tímida HBO, que é hoje um canal de cabo poderosíssimo e de quem se esperam as coisas mais transgressores. Pois amigos, a transgressão começa aqui: desde criminosos que não são totalmente maus, linguagem extrema, violações, nudez masculina, homossexualidade, uso de drogas ou conflitos-étnico-religiosos a sério, a caixa de Pandora foi aberta aqui.
O conjunto de actores que deu literalmente o corpo ao manifesto é hoje conhecido de boa parte dos telespectadores através de outros programas, e essa é uma das marcas de genialidade desta série. Passa na SIC Radical, às quintas à noite, e este blog aconselha vivamente.
Os actores de "Oz" entram em "Lost", "The wire", "Law and order", "Rescue me", "Scrubs", "Band of brothers", "The sopranos", "Dexter", "24", ... Um regalo.

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